Resenhas -

Sueli 24/06/2020

A História Sobre Como Se Cria Um Monstro
“Os seres humanos são vermes mentirosos, um bando de lobos sedentos por sangue que só querem estraçalhar uns aos outros em sua luta por poder. Os escravizados não são melhores do que seus senhores, apenas mais fracos. Os inocentes só permanecem isentos de culpa por falta de capacidade. Antes de Paris se transformar num banho de sangue, todos falavam em igualdade, liberdade e fraternidade, em direitos humanos, e agora essas mesmas vozes são ouvidas aqui. Eu vi a declaração dos direitos humanos nas peles curtidas de homens esfolados, a cabeça já separada do corpo pela guilhotina. Aqui, os moradores da cidade e os camponeses também estão prontos para se levantar contra a nobreza, sua antiga opressora.”

O texto acima fez você lembrar alguma época vivida? Porque para mim foi um soco no rosto. Mas, nada que 2020 não supere, não é mesmo?

Sou uma leitora bastante comum e com isso quero dizer que sigo várias páginas de “vlogueiros” e “instragamers” que compartilham suas percepções e gostos pelos livros que leem conosco e confesso que gosto mais de uns que de outros. Entre meus preferidos está a “vlogueira” Ana Paula Laux, do "Literatura Policial", canal do YouTube que sigo com o maior prazer.
Foi lá que fiquei ainda mais interessada no livro em questão e soube que a tradução do nome do autor é "Nikolas Noite e Dia". Você deve achar essa informação inútil mas garanto que não é, já que o autor durante toda a narrativa mostra uma clara preferência por imprimir à sua obra um tom escatológico e, imagino, muito real e cruel. Quase como se a luz do dia impedisse que houvesse qualquer sombra dúvida sobre os fatos narrados e que a noite, fria e soturna, impedisse o leitor de ter esperança sobre um final menos trágico.
Suponho que o cenário descrito pelo autor seja muito realístico, já que segundo a biografia do mesmo, no final do livro, o descreve como tendo forte ligação com a história de seu país e como sendo descendente da mais antiga família viva da nobreza sueca. Que os deuses desculpem todos eles...
O livro é longo, sombrio, e com personagens frágeis e fortes ao mesmo tempo.
Eu comecei a ler "1793" no começo do inverno brasileiro mas nem por isso senti menos frio durante o tempo que convivi com seus personagens, a narrativa é deveras impressionante. Mas o que me deixou completamente fora da minha zona de conforto foi a imundice, a falta de higiene como um todo.
Uma leitura desconfortável, inquietante, mas viciante. Saber que seres humanos foram tratados por outros seres humanos daquela forma é impensável. Saber que até hoje tudo que foi narrado, pode estar acontecendo neste momento, é revoltante.
Embora a leitura não ofereça nenhum tipo de alívio, eu considero o livro muito interessante e não deixaria de ler mesmo sabendo do caminho difícil que foi chegar até o final.
Recomendo!

Cirne 08/09/2021

Sádico, repulsivo e fascinante
Se "1793" estiver em uma prateleira, certamente, será um dos livros mais perturbadores ali presentes. A estreia do escritor sueco Niklas Natt Och Dag oferece um retrato da imunda e violenta Estocolmo no século 18. Acompanha-se a investigação de um crime chocante a partir de quatro personagens fundamentais para a trama: o advogado moribundo Cecil Wing, o sentinela bêbado Mickel Cardell, a jovem órfã Anna Stina Knapp e o aprendiz de cirurgião (e também golpista) Kristofer Blix. O caminho destas trágicas figuras acompanhará mortes, práticas de tortura, amputações, estupros, decapitações, tentativas de aborto e de automutilação. Não falta sangue escorrendo pelas páginas do livro.

Niklas poderia ser chamado de sádico em se munir de temáticas nauseantes, porém é extremamente habilidoso em engendrá-las a favor de um instigante mistério que se completa com maestria - e ainda oferece interessantes reviravoltas. Seu talento entrega também uma atmosfera pútrida, cujo fedor exala do livro aberto, para o passado da capital da Suécia, sendo fiel à sujeira e à crueldade do período histórico. Tal ambientação escatológica lembra a de "O perfume", de Patrick Süskind, enquanto a trama flerta com os romances sombrios e eróticos do argentino Federico Andahazi.

"1793" se tornou um fenômeno internacional e ainda recebeu diversos prêmios literários na Europa. Já ganhou a continuação "1974" (ainda inédita no Brasil) e deve ser finalizado como trilogia. De qualquer forma, o primeiro título é uma história concluída, sem necessidade dos demais. O resultado obtido por Natt Och Dag (curiosamente, traduzido como 'noite e dia') é um thriller repulsivo e fascinante.

site: Mais sobre literatura, cinema, seriados e pensamentos diversos em www.cultpopmax.blogspot.com ;)

Fernando Lafaiete 04/08/2020

1793: O melhor thriller do ano?
******************************NÃO contém spoiler******************************

Nota final: 4.5

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1793, um ano repleto de conflitos políticos, início da revolução francesa, fundação do museu do Louvre, morte de Maria Antonieta e antecessor ao ano que marcou a Suécia com a morte do rei Gustav III. Um ano rico historicamente e marcado por acontecimentos aterradores e memoráveis. É nesse período histórico que somos jogados no romance de estreia do autor sueco Niklas Natt Och Dag. Um thriller de ficção histórica considerado o melhor thriller da Suécia de 2017. O romance em questão, vai muito além do gênero o qual pertence, se desenvolvendo de forma a destrinchar não somente o crime que dá início a trama, como vai fundo nas questões políticas e sociais do ano em que se passa a narrativa e que dá nome a obra.

É quando o ex-soldado e agora sentinela Mickel Cardell encontra um corpo flutuando no lago da ucharia, que embarcamos em uma trama intrincada de mistérios, onde tudo que sabemos, é que nada sabemos. Através de um desenvolvimento polivalente, o autor vai tecendo uma estória assustadora, recheada de descrições macabras, com uma ambientação panorâmica e com excelentes desenvolvimentos de personagens (um dos melhores que já li em um thriller). Dividido em 4 partes, 1793 apresenta diversos pontos de vista, em que cada parte é protagonizada por um personagem diferente e em um período distinto. O texto é estruturado de forma a se assemelhar com um livro de contos, onde as tramas se delineiam a príncipio de forma individual, se intercalando com o tempo e se unindo com o virar das páginas. Dizer que me surpreendi com o que encontrei, seria um eufemismo. Com um olhar crítico (digno do leitor exigente/chato que sou) fui virando as páginas tentando encontrar algum grande defeito que pudesse aqui apresentar. Mas eis que finalizei a leitura realmente surpreso com a qualidade do romance, ainda mais sendo de um escritor iniciante.

"[...] não tem braços nem pernas, todos amputados o mais perto do tronco que a serra conseguiu chegar. O rosto não tem olhos: foram removidos das órbitas. O que resta do corpo está subnutrido. Tem as costelas salientes. O abdômen está inchado dos gases, que fazem o umbigo destacar-se, mas, de cada lado do corpo, os ossos da anca aparecem por baixo da pele. O peito é estreito, ainda jovem, e não desenvolveu a largura de um homem adulto. As faces estão escovadas. Daquilo que em tempos foi um jovem, é o cabelo que está mais bem conservado. [...]"

O livro já conquista logo nas primeiras páginas, entregando ao leitor dois personagens magníficos, que com suas personalidades sublimes, vão desenvolvendo uma amizade que encanta, surpreende e que nos puxa para a narrativa de forma que me senti em Estocolmo de 1793. Gostei tanto de Cardell e de Cecil Winge (um advogado incorruptível que se une ao primeiro na investigação do livro) que lembrei em alguns momentos de Sherlock Holmes e Watson, minha dupla favorita dos livros policiais. Com as quebras narrativas, acreditei que iria me incomodar e sentir falta dos "personagens centrais". Mas as demais partes (que sucedem a primeira) são tão bem escritas e com personagens tão vívidos, que por diversas vezes cheguei a esquecer que estava lendo um thriller (onde um crime deveria ser desvendado) e me vi torcendo pelos novos personagens, enquanto roía as unhas ao acompanhar suas vidas e percalços.

1793 é muito bem escrito, muito bem desenvolvido e muito bem estruturado. Com um background histórico bem explorado, o thriller de Niklas Natt Och Dag se destaca por ir além do esperado. Trata-se de um romance rico, que conseguiu me deixar extasiado e em alguns momentos sem palavras. Se tem algo que ele não é, é superficial. Todos os personagens são excelentes, as discussões levantadas são pertinentes (o livro é mais um que aborda a origem do mal na sociedade) e o desenvolvimento apesar de as vezes se apresentar como algo deveras vagaroso, não deixa de ser algo a se admirar. As tramas são bem amarradas e o desfecho é satisfatório. Terminei a leitura desejando uma continuação e uma adaptação televisiva ou cinematográfica. Dessa vez os elogios que vem recebendo são justificáveis e merecidos. No meio de tanta mediocridade editorial que encontramos por aí, 1793 é um thriller que se destaca e que você deveria ler.

"Nunca percebi a lógica do Estado punir um assassinato matando um dos seus cidadãos, e de uma forma tão cruel. Mas a minha maior objeção é a seguinte: o tribunal não faz qualquer esforço para entender os réus. Como podemos impedir os crimes de amanhã se não entendermos os que foram cometidos ontem? A resposta, Jean Michael, é que as pessoas responsáveis nunca pensaram nisto. Pensam que o seu dever é julgar e punir, e nada mais. Muitos que eu próprio interroguei viram os seus dias terminarem no cadafalso. O meu único consolo é saber que ninguém foi executado sem ter sido ouvido; saber que fiz o possível para convencer o culpado da sua culpa e para me certificar de que todos tiveram a possibilidade de contar sua versão dos fatos."

Mi Rubin 14/08/2020

Um potencial tão grande, com contexto histórico, partes bem pesadas, aquele quê de maldade, mas que no fim faltou uma boa lapidação.

Um excesso de narrativa que nadou, nadou e morreu na praia, pq não agregou em nada (mesmo tento sendo algo válido).

Não é péssimo, mas você acha que coisa vai andar e fica rodando, rodando e não estrutura. E quando estrutura, já resolve tudo e vc fica meio "ah, tá".

Vejo potencial no autor e espero que venha algo melhor.

Simone de Cássia 26/12/2020

Poderiam ser 800 páginas e ainda assim eu acharia pouco... Livro sensacional, daqueles que a gente lembra de detalhes toda vez que fala dele. Mistério na medida, assassino muito bem caracterizado, motivo bem explicado, protagonistas admiráveis e tudo bem costurado no final ( e que final interessante!!) Enfim, chave de ouro pra se fechar o ano!!

Valéria Cristina 28/03/2020

Perturbador
Enredo excelente. Prende o leitor do começo ao fim. É um suspense bastante perturbador.

@buenos_livros 07/12/2021

1973 - Niklas Natt och Dag ??
?Dizem que uma pessoa muitas vezes encontra seu destino no caminho que pegou para evitá-lo.?
-
. 1973 (2017)
. Niklas Natt och Dag ??
. Tradução: Fernanda Abreu
. Romance | 432p.
. @intrinseca
-
. Um thriller completo. No ambiente sombrio do fim do absolutismo na Suécia, uma dupla improvável investiga um assassinato brutal. Ótimos personagens, uma narrativa verossímil, com momentos que geram repulsa e um frio na espinha constante. Para quem gosta do gênero é uma ótima pedida!
. ????????

Cley 31/05/2020

Não podemos subestimar o homem em sua ira, porque suas ações transpassam a linha da razão. A raiva cega, ensurdece e emudece, resultando um sentimento de ódio que não importa as consequências, ele só precisa ter justiça, uma ideia que conforta apenas ele, se é que realmente sustenta.
A maldade sempre esteve presente em nossa história, seja agora, como há dez anos, séculos atrás, desde Caim, o homem luta contra o outro. Assim, em Estocolmo, final do século XVIII, um corpo mutilado é encontrado às margens de um lago, pela forma que o corpo se encontra é impossível identificá-lo.

"Os seres humanos são vermes mentirosos, um bando de lobos sedentos por sangue que só querem estraçalhar uns aos outros em sua luta por poder."

Divido em quatro partes, a obra expõe uma Estocolmo sombria, corrupta e assustadora. O autor descreve o ambiente divinamente e insere o leitor no cerne dos personagens.
Mickel Cardell, sentinela que encontra o corpo, tem um passado que o molda e nos faz entender suas ações. Cecil Winge, advogado da polícia, fica curioso diante do caso e aceita investigar com Cardell quem era a vítima, assassino e o que motivou tamanha barbaridade.

Niklas não tem interesse em acelerar as coisas, ele firma-se em construir aos poucos uma história que perturba com cenas chocantes e desmascara uma sociedade que caminha em cima de um tapete, mas por baixo dele há sujeira e os vermes rastejam.
Elementos políticos são inseridos na história para que possamos compreender melhor o espaço apresentado, essa característica não me favoreceu na leitura, porém compreendi a pretensão do autor.

Acredito que a obra pode confundir alguns leitores, pois Niklas interrompe a investigação para narrar outros acontecimentos, mas que são importantes para o desfecho da história.
Um acontecimento aqui e outro ali me deixou confuso, mas não desfavorece a história que é uma obra inteligente, mas é preciso ler de mente aberta, e possui um final bem amarrado que valida tudo que o autor vinha expondo.

Fábbio (@omeninoquele) 26/05/2020

Me Surpreendeu!
#OMeninoResenhando
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❝Tudo muda, mas nada nunca se perde de fato.❞
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Em 1793, Estocolmo passa por uma mudança brusca em sua regência. Quando o rei Gustav III morre, e o seu sucessor não tem a idade suficiente pra reinar, o barão Gustav Adolf Ruterholm é que sobe ao trono e governa o lugar com mãos de ferro. Esse período então é marcado pelas incertezas políticas, muita violência se espalhando pelos becos da cidade e muitos sussurros conspiratórios que deixa o ar sempre mais pesado no local.
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E é aí que num dado dia qualquer é encontrado por alguns meninos, um corpo mutilado de um homem no lago local, e ele é levado ao sentinela da cidade, o Mickel Cardell que logo desperta o interesse de Cecil Winge, um dos advogados mais renomados à serviço da polícia de Estocolmo. E a partir daí os dois começam a trabalhar no caso misterioso por trás da morte do homem sem nome do lago, e sabem que mesmo não tendo mais tanto tempo, porque um novo chefe de polícia viria a assumir o cargo, eles terão que se apressar para por fim aquele caso e os mistérios que o envolvem.
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A trama toda gira em torno desse caso, e a medida que adentramos à história nos deparamos com personagens que tiveram uma vida um tanto dura por causa do sistema ou a falta de sorte, e que se cruzam pelo fato de estarem ligados a morte da vítima sem identificação. São personagens moldados pelo meio que vivem e procuram apenas sobreviver a essa época tão dura e incerta, mas confesso que não tive tanto apego por eles, mesmo por Mickel, Anna, Kristofer e Cecil, que narram a história.
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A escrita do autor é bastante fluida e mesmo que eu tenha tido certo problema em me adaptar de início com a ambientação, sei o quão importante foi ela para a história, pois é nessa perspectiva que o autor pôde traçar um plano de fundo do lugar, os costumes um tanto horrendos da sociedade da época no final do século XVIII, o que acabou deixando a obra ainda mais realista e fascinante e me deixado tranquilo quanto ao desconforto do início.
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Comecei o livro sem ter a noção de que se tratava de um noir histórico eletrizante cheio de revelações a cada capítulo que me deixou mais curioso pra conhecer os costumes do local nessa época, somados à um enredo misterioso envolvendo um crime, com um final mais do que surpreendente, que muito me agradou. Esse é o primeiro livro do autor e eu já estou ansioso pra entrar em mais de suas histórias que são contadas de forma muito eficazes pela escrita madura e certeira do autor. Enfim, esse é um livro que eu recomendo demais, pra todo mundo que gosta de um bom livro de mistério e investigação.
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#1793 #NiklasNattOchDag #Intrínseca

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JESSICA BATISTA DA SILVA 02/04/2021

1793
Um livro que demorei muito a pegar o embalo. A estória não me prendeu, tem cenas muito fortes, e personagens com desfechos desnecessários. Além de, ao meu ponto de vista, ter ficado pontas soltas no decorrer do enredo.

Diogo 09/09/2021

Brutal
"1793" é um romance policial histórico brutal, escatológico e repugnante. Foi por isso que o li. A sinopse me deixou curioso. Fiquei horrorizado? Não. Esperava algo mais vil. No fim das contas, talvez eu esteja calejado. Se você tem estômago fraco, será uma leitura difícil.

hugo.resi 09/02/2022

Conheça a atmosfera perturbadora da Estocolmo de 1793
Sou um aficionado por obras que reconstroem o passado. É bom passear pela atmosfera de nossos antepassados e beber da fonte do cotidiano deveras marcado por garra, desafios e intensidades.

A partir dessa premissa, escolhi como leitura de janeiro a obra ?1793? do sueco Niklas Natt Och Dag. Que livro! Sem dúvida uma das minhas melhores leituras dos últimos meses. A prosa emblemática de Dag ainda ecoa em minha mente: descrições ora explícitas, ora eufemísticas, num perfeito equilíbrio linguístico.

Como o título indica, a narrativa decorre ao longo do ano de ?1793?, no qual uma dupla passa a investigar um crime em que tudo se fez para ocultar a identidade da vítima. No decurso da trama, o autor fornece um verdadeiro panorama da Estocolmo do século XVIII com suas nuances perturbadoras, sombrias e amorosas.

Tal como as estações do ano, o tomo é segmentado em quatro partes nas quais os fragmentos da trama são dados a conhecer pelo cotidiano das personagens até fundirem-se num desfecho magistral, digno dos grandes autores.

Embora possa certamente impactar leitores mais sensíveis, ?1793? é um dos livros indispensáveis aos apreciadores de um bom romance histórico com doses de investigação e de suspense. Se você é um deles, embarque o quanto antes nessa aventura pela capital da Suécia! Boa leitura!

Resenha: Por Hugo Resi.
Mais resenhas em: @docenteleitor

Karini.Couto 10/05/2020

Mais uma resenha e essa leitura foi maravilhosa! Não apenas trouxe tudo que eu esperava, como ultrapassou minhas expectativas!!

Como o título, o ano em que a história se passa é 1793, o cenário político é caótico, com conspirações e muita violência pelas ruas de Estolcomo, desde a morte do rei Gustav terceiro/Suécia.. As coisas seguem dessa forma, sem uma perspectiva de melhora! E é no meio desse caos que um corpo é encontrado mutilado no lago Ucharia, sendo resgatado por um sentinela chamado Cardell que logo aciona a polícia local.

Com isso iremos conhecer Cecil, que trabalha para a polícia local, sendo uma pessoa conhecida por sua perspicácia e por desvendar os casos ao qual se envolve já que ele vai fundo e não é sujo como muitos colegas! Nesse período crimes eram cometidos e ficavam por isso mesmo, por conta de quem tem dinheiro abafa os casos e também por não haver uma ética profissional, já que tudo dependia de quem comanda as coisas.

Cecil não se encontra em seu melhor momento de saúde, com isso, talvez esse seja seu último trabalho; percebendo que Cardell também está interessado no caso, o convida para ajudá-lo!

Essa investigação irá nos fazer passear por lugares obscuros junto aos investigadores e com isso vamos seguindo os passos para descobrir a identidade da vítima e a motivação do crime.

Bom, a história gira em torno desse enredo que citei e a princípio temos a visão de Cecil e Cerdell, a história pode parecer mais lenta, mas é uma introdução a tudo que está por vir. Logo na segunda parte do enredo, as coisas aceleram e conhecemos vários outros personagens que dão todo um colorido especial a trama, completando o quadro inicial.

Toda a ambientação é muito bem delineada e podemos nos deleitar não apenas com a riqueza na descrição dos lugares, como na situação.
Eu amei demais cada página virada.. Super recomendo!!

Lucas 17/02/2024

?1793?, de Niklas Natt och Dag, é um livro que nos transporta para a Estocolmo do final do século XVIII, um período de grande tensão social e política, com notícias da Revolução Francesa chegando e a sociedade sueca assombrada pela possibilidade de uma revolta semelhante.

O estilo de escrita de Natt och Dag é único. Ele brinca com a cronologia, dividindo a história em quatro partes que correspondem às estações do ano, mas que não seguem a ordem do calendário. Isso cria uma sensação de desorientação que se encaixa perfeitamente no clima sombrio do livro.

Quanto à trama, ela gira em torno da investigação de um cadáver brutalmente mutilado. Os personagens principais, o sentinela Mickel Cardell e o advogado Cecil Winge, são figuras complexas que lutam para desvendar a verdade

por trás desse crime horrível. Eles não são heróis no sentido tradicional, mas sim pessoas comuns que são forçadas a enfrentar circunstâncias extraordinárias. A trama é intricada e cheia de reviravoltas. A investigação leva os personagens a todos os cantos da sociedade sueca, revelando uma cidade cheia de segredos e corrupção.

?1793? é um livro que não deixa o leitor indiferente. Ele é perturbador, instigante e, em muitos aspectos, inovador. No entanto, ele também é um livro que exige paciência. O autor dedica muito tempo à construção do mundo e à caracterização dos personagens, o que pode não agradar a todos os leitores. O estilo de escrita de Natt é descritivo e atmosférico. Ele tem uma habilidade incrível para evocar a Estocolmo do século XVIII, tornando a cidade quase um personagem por si só.

Em suma, ?1793? é um livro fascinante que oferece uma visão única da sociedade sueca do final do século XVIII. É uma leitura que vale a pena para quem gosta de thrillers históricos e não se importa com um ritmo mais lento e uma abordagem mais detalhada da construção do mundo.

Welington Souza 18/07/2021

Uma boa história
O livro é bom mas não me conectei muito com a forma que a história foi contada. Acho que o desenvolvimento de dois personagens não vitais para a trama não foi algo que me fisgou. Mas o livro é legal!