Fê 25/12/2012Este livro, que li varias vezes, mas fazia tempo, na verdade é escrito a seis mãos. Além da mestra Marion Zimmer Bradley, também escreveram Julian May e Andre Norton, todas grandes escritoras de fantasia. Resolvi reler porque o mencionei algumas vezes recentemente, mais precisamente aqui, e em outras postagens também, então pensei em mostrar do que se trata.
Basicamente a história é o que diz na sinopse, mas ainda falta esclarecer que há uma profecia, feita pela Arquimaga Binah, que diz:
Os anos vem e vão rapidamente. O que é alto deve cair, o que é amado perdido, o que é secreto, com o tempo será revelado. Mesmo assim, eu digo que tudo vai acabar bem. Meus dias agora deslizam para o anoitecer, embora eu deva fazer tudo que posso até a chegada da noite total. Essas três pétalas do trílio Vivo, suas filhas, Krain e Kalanthe, tem á sua espera um destino terrível e terríveis tarefas, mas o tempo para isso ainda não chegou. (p. 15)
Essa profecia é feita quando do nascimento das três princesas, mas passam-se muitos anos, e ela fica meio esquecida. Até que os labornokis invadem a pacata Ruwenda, sob o comando do Rei Voltrik e do mago Orogastus. Assim, depois de uma grande tragédia, as três princesas, Haramis, Kadiya e Anigel, são forçadas a partir de seu lar em uma busca de três talismãs mágicos que as ajudarão a derrotar o terrível mago e retomar o trono.
Cada uma das princesas foi escrita por uma escritora diferente, e cada uma delas tem a personalidade marcante e distinta. Haramis é a mais racional, inteligente e mesmo ambiciosa, Tem verdadeira sede de conhecimento, o que a levará a uma aliança perigosa. Mas ao longo de sua jornada, Haramis deixará m pouco a soberba de lado e aprenderá que também precisa de um pouco de humildade. Haramis é cria de Marion Zimmer Bradley.
Kadiya é impulsiva e combativa. Não tem medo de nada e primeiro age para depois pensar. Tem a língua afiada, fala o que lhe vem na cabeça, mas também muda muito durante sua jornada. Kadi é filha de Andre Norton, e lembra um pouco a Arya de As Crônicas do Gelo e do Fogo.
Anigel é doce, no começo é fútil e tem medo de tudo. Só faz chorar e desmaiar. Mas ela é que mais cresce durante sua tarefa. De princesinha avoada e estúpida, ela passa a mulher confiante e determinada. Anigel saiu das mãos hábeis de Julian May. Seus capítulos são os meus preferidos.
Acompanhando cada um das princesas está um uisgo, povo humanoide dos pântanos de Ruwenda, e cada um é uma extensão da personalidade da princesa que serve. Uzum, que acompanha Haramis, é músico e estudioso. Jagun, que segue Kadiya, é caçador, e Immu, que serve Anigel, é a ama das três princesas. Todos os três são extremamente fiéis, e morrem pelas princesas, se preciso for.
Do outro lado, está o mago Orogastus, homem misterioso, ninguém sabe ao certo de onde ele vem, nem como conseguiu seus poderes, que domina habilmente, despertando o medo nos demais. É ambicioso, e um exímio manipulador. É cínico e não mede esforços para conseguir o que quer. Contra com três acólitos, suas Vozes, com quem pode se comunicar por telepatia à distância, e que o servem cegamente. Nas mãos dele, o Rei Voltrik não passa de um fantoche.
Ainda do outro lado está o Príncipe Antar, filho único de Voltrik, mas que não compartilha das ideias do pai, muito menos de Orogastus. Só que Antar é submisso ao pai, pelo menos no início, mas ele também passa por uma mudança no decorrer da história. E ele sim tem a lealdade do exército por talento, não por medo.
A narrativa é dividida basicamente entre as três princesas, mas também há os pontos de vista de Orogastus e do Príncipe Antar. Apesar de ser perceptível a mudança de estilos entre as narradoras, sempre em terceira pessoa, o livro tem uma narrativa fluida, e dá para ler rápido. O ritmo é bom, e a história é envolvente, e cada vez mais torcemos para as princesas. E há também as continuações. Confesso que só li A Senhora do Trílio, da Marion, mas já vi em livrarias O Trílio Dourado, de Andre Norton, que continua a saga de Kadiya (veja a página do livro no skoob) e também O Trílio de Sangue, de Julian May (confira a página do livro no skoob). E também de Julian May, O Trílio Celeste (veja a página do livro no skoob).
Trilha sonora
Now we are free, de Hans Zimmer e tema de Gladiador cai muito bem. Também Return to innocence, do Enigma, The mummer´s dance e The mystic´s dream, da Loreena McKennitt, Bittersweet, Restless, Utopia e In perfect harmony, todas do Within Temptation e finalmente Ameno e Divano, do Era e Breath of life, do Florence nd the machine.
Se você gostou de O Trílio Negro, pode gostar também de:
As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
coleção Darkover – Marion Zimmer Bradley;
A Crônica do Matador de Reis – Patrick Rothfuss;
As Crônicas do Gelo e do Fogo – George R. R. Martin;
ciclo A Herança – Christopher Paolini;
Trilogia de Tinta – Cornelia Funke;
O Hobbit – J.R.R. Tolkien;
O Senhor dos Anéis – J.R.R. Tolkien;
A dança da Floresta – Juliet Marilier;
Stardust – Neil Gaiman.
Originalmente publicado em: natrilhadoslivros.blogspot.com