Livrendo 27/07/2023
Fenomenal!!!
Nossa história é escrita e narrada por Alexandre Dumas, o mesmo autor de Os três mosqueteiros. Por meio dele conhecemos Edmond Dantés, nosso mocinho tão adorado. Edmond é jovem, primeiro imediato do navio Faraó. No mar, é muito admirado por seus companheiros de labuta, porém, invejado por Danglars, o contador no navio. Em terra, só a felicidade o aguarda: tem um pai que espera ansioso a sua volta, e uma bela catalã para amar.
O Faraó está retornando para Marselha, e Edmond não vê a hora de estar em terra novamente para se encontrar com seus estimados, porém, no meio do caminho, uma desgraça! O capitão do navio é atacado por uma grave doença que o leva à morte e acaba deixando o comando nas mão de Edmond, além de uma tarefa: entregar uma carta na ilha de Elba. Edmond desconhece o destinatário e o conteúdo da carta, contudo, tendo prometido ao capitão que a entregaria, assim ele o faz.
Quase ninguém do navio faz muita questão de saber o que Dantés vai fazer em Elba, somente Danglars, que segue cada movimento do nosso querido mocinho.
Chegando em terra, Edmond desfruta da alegria de encontrar seu pai e sua amada catalã Mercedes, que o aguarda ansiosa para se casarem. Devido a morte do capitão, o dono do navio, Sr. Morrel, decide que vai nomear Edmond ao novo capitão. Ao saber disso, Danglars fica com mais inveja e decide que deve fazer algo a respeito. Já para o nosso protagonista a felicidade não poderia ser maior! Aos 19 anos vai casar com a mulher amada e conseguir um trabalho que lhe trará uma boa renda anual, com a qual poderá sustentar seu querido pai e a esposa amada.
Mercedes possui um melhor amigo, o jovem Fernand Mondego. Este jovem espanhol ama profundamente Mercedes, que o rejeita pelo amor a Edmond. Quando este descobre que Edmond e Mercedes vão se casar, fica transtornado de ódio e ciúmes. A felicidade do jovem chama atenção da vila inteira, e muitas pessoas ficam ressentidas com o futuro sucesso de Edmond, e nem todos bebem à sua saúde.
Às vésperas de seu casamento, Edmond é detido e preso. Todavia, sua acusação não lhe é revelada. Ele então é levado para o castelo de If, e lá permanece prisioneiro durante 14 anos. Quando enfim vê a chance de escapar, é abençoado novamente com uma grande fortuna, mostrando que apesar de todo o seu sofrimento, Deus não se esqueceu dele. E agora, munido de dinheiro e ódio, ele irá atrás da verdade e de vingança.
Você deve estar pensando que minha resenha está totalmente cheia de spoilers e grandes revelações, mas garanto que essas são as primeiras 100 a 200 páginas do livro. Muita coisa acontece nas entrelinhas e você precisa prestar atenção para juntar nessa grande rede de traições, assassinatos, intrigas e mentiras. Alexandre Dumas constrói os personagens de uma forma que quase todos acabam interligados no final por algum acontecimento importante, ou nem tanto. Edmond Dantés consegue ser um personagem adorável que se transforma em um monstro vingador, capaz de cavar o passado de qualquer um, e jogá-lo na cara da sociedade com classe e um sorriso no rosto. Bondoso com quem lhe apetece, implacável com quem merece. Essa é a definição desse personagem fantástico.
Preciso confessar que a forma como o autor nos apresentou a vida dos demais personagens me deixou fascinada! É como se eu estivesse em um canto, espiando o que cada um deles estava fazendo (“o que você faz quando ninguém te vê fazendo?!”♪♫♪). E essas coisas, devo lhe dizer, nem sempre eram bonitas ou aceitáveis. Então prepare-se para um novelão de primeira. Muitos personagens com passados estranhos e obscuros, personagens inocentes sofrendo na mão de gente ruim, muito dinheiro na parada, muito sorriso falso por trás de um aperto de mão, muita mentira durante um jantar sociável, mendigagem de gente rica, muito pobre arrotando caviar também, e também muito rico exaltando mais ainda a sua fortuna. Muito bandido de olho nessa fortuna, muita gente torcendo pela derrota de outrem. Traições, porém, também pessoas honrando sua palavra. O passado sendo revelado, e outras coisas ficando para sempre em segredo.
Mil e trezentas páginas que eu não queria largar de forma alguma. Segundo livro preferido da vida, perdendo apenas, e por pouco, para Os miseráveis do Victor Hugo, voltado mais para a crítica social e mais para a desgraceira na vida dos personagens. Ambos, altamente recomendados para os apreciadores do sofrimento alheio.
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