Como Ouvir e Entender Música

Como Ouvir e Entender Música Aaron copland




Resenhas - Como ouvir e entender música


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Gabriel 25/03/2017

Escutando música de uma maneira mais "apurada".
Aaron Copland foi um conhecido compositor norte-americano do século 20 que, além de ter contribuído na trilha sonora de filmes e em concertos, realizou palestras e escreveu livros didáticos sobre a sua área de maior destaque: a Música. Dentre os textos que produziu, Como Ouvir e Entender Música foi certamente sua obra mais conhecida e é talvez a mais relevante de todo seu catálogo. Englobando diferentes nichos sociais, desde os musicistas e praticantes algum instrumento até os leigos no assunto, Copland deixou como legado artigos que podem ser a porta de entrada para os indivíduos interessados em conhecer a teoria e exuberância musical.

A maior virtude de Como Ouvir e Entender Música é a diversidade de movimentos musicais que a obra se atem a analisar. Embora o seu título possa sugerir ao leitor que esse livro irá se reclusar à música mais clássica ou erudita, sobretudo a do período Barroco, Clássico ou Romântico, deteriorando a “escassez” de qualidade das melodias atuais, Aaron Copland, como participante da escola modernista da música, proporá em grande parte dos capítulos uma nova visão para a análise de composições mais contemporâneas, constante alvo de críticas pelo seu forte caráter abstrato e experimental e fraco poder atrativo, induzindo o ledor a vê-las como necessárias ao seu tempo e resultado inevitável do curso histórico da produção musical. Dista feita, Como e Ouvir e Entender Música é uma obra a buscar respeitar os diversos períodos de composição até então conhecidos, equiponderando a importância de cada corrente ideológica.

Além disso, um caráter muito mais óbvio do livro é a sua fácil linguagem acessível àqueles ainda sem o domínio da leitura de partituras, notações de ritmo ou conhecimento para discernir formas musicais tais como a Fuga, Sonata ou a Ópera. Oferecendo seções onde explana tais conceitos, Copland introduz fantásticas obras de memoráveis compositores como Bach, Beethoven ou Gershwin ao leitor, contextualizando tais notações tanto histórico como culturalmente. Há de se dizer inclusive que escutar uma mesma música antes e depois de ler o livro pode ser uma experiência muito interessante, realçando ainda mais como uma audição mais atenta de uma melodia pode produzir novas percepções no ouvinte dantes nunca vistas.

Mesmo que em alguns casos possa-se argumentar que a leitura de Como Ouvir e Entender Música necessite do ledor algum conhecimento prévio sobre música, seja de composições que são citadas abruptamente na obra sem ao menos abordá-las, ou pelo fato da grande maioria dos compositores usados como exemplo para explicar algum tópico terem sido pianistas ou especializados em algum derivado do instrumento, tendo em vista que o autor do livro era pianista (embora os compositores mais conhecidos popularmente sejam em elevada porcentagem pianistas mesmo), exigindo até certo ponto do ledor saber quem foram tais nomes mesmo que toque um outro instrumento, tem-se uma boa bagagem didática nessa obra que pode sanar dúvidas sobre o aprendizado inteligente e cognitivo dessa área tão importante para o Homem que é a Música.
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jonasbrother16 24/06/2020

Excelente livro.

O que tem aqui que não quero esquecer? Muita coisa.

- Saber imitar música (tocar, reproduzir) não significa ser musical
- "A música é uma arte que se desenrola no tempo". A música é a arte heraclitiana por excelência, ela "não é uma coisa estática, mas algo vivo", e "vida" aqui é o fogo heraclitiano, o eterno devir, a eterna combustão. Não há nunca música em estado estático. Música em estado estático é apenas silêncio.
- Existem planos diferentes da escuta musical: 1) sensível, 2) expressivo, 3) puramente musical. O primeiro plano de escuta é basicamente o prazer sonoro. O segundo plano de escuta é o do significado, a parte abstrata. O terceiro plano é o plano das próprias notas. O ouvinte pleno considera os três planos, que são: a maneira como a música o atinge, o suposto significado que se pode extrair dela e a "música em si", separada tanto do seu impacto em nós, quanto de seus supostos fins, enfim, a música em estado "concreto".
- A apresentação breve de diversos processos criativos de compositores famosos foi bastante útil. É absolutamente normal ter apenas uma ideia de música, e ter que desenvolvê-la passo a passo. Era o processo de Beethoven, e é o processo mais comum. Inspirações avassaladoras como a de Schubert são raras. É ainda mais raro o compositor pioneiro, que quebra todas as tradições. Mais comum é o compositor que avança um aspecto ou outro do estilo de sua época.
- Boa base teórica, embora muito breve. Compreende aqui os elementos da música e algumas formas musicais. Também há uma brevíssima história da ópera e um pouco de informação do processo de criar uma trilha sonora para um filme.
- O capítulo sobre música contemporânea diz coisas que eu sempre quis dizer mas nunca soube bem como. Desprezar a música moderna (a arte moderna, como um todo), é desprezar a música (e a arte) de nossa própria época, o que nossos próprios contemporâneos estão fazendo, ou seja, o que a nossa própria época está sentindo, dizendo, criando. Desprezar isso em favor de ideais românticos ou clássicos é mero preconceito antiquado.
- Por fim, a frase de Virgil Thomson: "o ouvinte ideal é uma pessoa que aplaude vigorosamente", que se deixa envolver pela música, com vontade e desprendimento.
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oLola 02/11/2020

decência
a decência me pede pra escrever, mas não sei de fato o que falar sobre.
acredito que cada um vai ter um aproveitamento particular desse clássico, e então, em minha experiência pessoal, lê-lo foi como a abertura de uma porta, não sendo mais ignorante do que desconheço.
para citar meus tópicos preferidos: ele vai nos ensinar sobre
? a barreira com a música contrapontística;
? a arte da escuta inteligente;
? a origem, complexidade e os mitos dos ritmos;
? histórias irônicas e engraçadas sobre compositores, e ? meu preferido:
? a música polifônica.
apesar da leitura se mostrar demorada por conta de jargões e referências musicais, copland tem um senso de humor peculiar.
com seu senso, se torna divertido aprender origens e particularidades da música, fazer análises musicais e xingar compositores.

indico para quem gosta de composição (clássica e erudita, mas aplicável). definitivamente é um mundo seletivo.
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Henrique 28/01/2022

Importante para o ofício de músico
Não achei tão viável a leitura deste livro para leigos, mesmo sendo a proposta do autor. Acredito também que não seria tão viável ou proveitosa a leitura para aqueles que não tenha um pouco de teoria musical ainda que básica na sua bagagem.
Adorei este livro que nos traz de forma prática mais informações colaborando para um conhecimento mais sólido e apropriado sobre o ofício de compositor.
Destaque a essa edição que traz na orelha final do livro um código para acessar os áudios sugeridos pelo próprio autor (que nas páginas estão como forma de partitura), que tornam a leitura não somente mais acessível como também mais imersiva.
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Alex 16/10/2021

Um pouco diferente do que esperava, mas muito bom
Primeiramente é importante levar em conta que o livro trata de música erudita. O começo é bem didático pra quem não tem amplos conhecimentos da técnica musical, mas logo vai ficando mais denso e pra quem não estiver bem animado pra entender os detalhes da construção da música erudita ficará bem maçante. Leitura que espero retornar a fazer no futuro com mais tempo para ouvir as músicas que acompanham as explicações.
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Flávia 07/11/2020

Para músicos e não músicos, porém...
O livro trata da importância de se dedicar a uma escuta mais inteligente de música, de forma geral, procurando compreender o que existe lá dentro daquela canção ouvida. Traz alguns aspectos técnicos mas, como o próprio Aaron Copland explica, muito rasos para um leitor ainda leigo em música.
É excelente ao explicar as formas e variações em música clássica, no entanto, não aprofunda na música popular.
O livro tem algumas partituras que ilustram argumentos e explicações do autor e é acompanhado de um CD com os áudios das partituras.
O livro é maravilhoso e Aaron sabe do que está falando, mas por não tratar muito de música popular não atendeu às minhas expectativas.
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Lucas1429 23/02/2024

Melhor guia para iniciantes!
Eu tenho um vívido desejo de que todos compreendam mais a música clássica ou erudita.

Então fiz a resenha de Como Ouvir e Entender Música de Aaron Copland, uma das melhores introduções para a música disponíveis.

Segui o seu guiamento mas também complementei com algumas informações e vídeos para tornar ela o mais didática possível.

Sei que é uma resenha mais extensa, mas aviso que quem a ler, creio, terá feito um curso introdutório de música clássica para se tornar um ouvinte mais consciente e atento do fenômeno da música!

? https://livros.lucasmtsouza.com.br/2023/11/como-ouvir-e-entender-musica-aaron.html
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