A Corrente

A Corrente Estevão Ribeiro




Resenhas - A Corrente


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Antonio Luiz 18/01/2011

Entre os lançamentos recentes de livros de terror e fantasia, uma das capas mais interessantes é a do romance "A Corrente", de Estêvão Ribeiro, por se distanciar dos clichês do gênero. Em vez de uma casa mal-assombrada ou alguma entidade sobrenatural da noite, exibe um teclado de computador queimado – um objeto familiar, hoje quase onipresente, deformado de maneira a parecer mais ameaçador que um monstro imaginário, o que está de acordo com o espírito do enredo.

A estrutura da obra, por outro lado, não é particularmente original. Segue um modelo comum a muitos thrillers de suspense, nos quais uma maldição ligada a um fantasma vingativo (ou outra entidade com a mesma função) abate um grupo de personagens, um a um. A referência mais próxima parece ser o filme "O Chamado" ("The Ring", 2002) de Gore Verbinski, baseado no "Ring" japonês de Hideo Nakata, de 1998, derivado, por sua vez, do romance homônimo de Koji Suzuki, inspirado no conto “Okiku e os nove pratos”, do folclore japonês.

Em "O Chamado", as vítimas recebiam um telefonema anunciando sua morte depois de assistir a uma misteriosa fita de vídeo. O enredo de "A Corrente", nacional e atual, torna-se mais próximo do leitor, mais familiar, verossímil e por isso, mais perturbador, ao recorrer a uma dessas repetitivas e banais “correntes” de e-mails, que prometem a felicidade a quem as repassar e castigos terríveis a quem as ignorar – que neste caso, sempre se realizam.

Muitas das histórias de terror – principalmente as que envolvem fantasmas e similares – são fundadas em boa parte na culpa. E este tipo de combinação do mal-estar tecnológico com a culpa associada à insuficiência ou à inadequação de normas morais tradicionais para lidar com as novas realidades é um achado que sem dúvida outras obras voltarão a explorar no futuro.

Isso dá ao romance um toque de slipstream. A expressão em inglês significa literalmente “cone de aspiração” (ou de sucção), ou seja, o efeito de “vácuo” ou “arrasto” que produz um veículo ao se deslocar em grande velocidade, mas seu uso literário (cunhado por Bruce Sterling, um dos criadores da ficção científica cyberpunk) se refere a obras que, recorram ou não à especulação científica ou fantástica, exploram o efeito de estranheza ou de dissonância cognitiva que resulta da rapidez das transformações sociais e tecnológicas, a sensação de ser “aspirado” e “arrastado” por mudanças rápidas e mal assimiladas. Como em "Reconhecimento de Padrões" de William Gibson (co-criador do cyberpunk, junto com Sterling) que nada tem de fantástico ou especulativo, mas joga com a consciência de estar descrevendo uma realidade que há muito pouco tempo seria ficção científica e ainda causa certo pasmo.

Neste caso, o romance testemunha a rápida incorporação ao quotidiano do brasileiro comum de uma cidade média (Vitória, do Espírito Santo) de comportamentos que até início dos anos 90 soariam como ficção científica de vanguarda, difundidos por uma revolução tecnológica, mas que se articulam contraditoriamente com hábitos, superstições e ideias morais e religiosas herdadas de nossos avós. Dentro das convenções do gênero, o enredo de "A Corrente" é satisfatoriamente bem construído. Os personagens são verossímeis e têm vida. O fundamento da maldição, revelado no final, é suficientemente interessante para não decepcionar, ao ser revelado após longa expectativa.

Deixa a desejar, por outro lado, a adesão desnecessária, às vezes inadequada, a certos clichês do gênero. Por exemplo, antes de apagar o e-mail fatal, cada um dos personagens “punidos” comete algum pecadilho de internet. Baixar um vídeo pornô ou uma música pirata, acessar um chat na hora do expediente, perder tempo atualizando o blog quando se deveria estar procurando emprego…

Lembra os tantos filmes de terror adolescente nos quais as vítimas sempre são apanhadas ao fazer algo “errado”, como fumar maconha ou ter relações sexuais. Além do clichê reproduzir um moralismo irrefletido, neste caso os “erros” são tão periféricos e sem importância que dificilmente alimentarão uma real sensação de “culpa” no mais ingênuo e impressionável dos adolescentes. Só o protagonista cracker (e não apenas hacker, como diz o texto) comete crimes sérios, como roubar senhas de correntistas bancários para cometer fraudes financeiras.

Outro cacoete do cinema a se evitar é a tendência a recair, vez por outra, numa visão “cinematográfica” da cena, mostrando coisas que o personagem em foco não poderia ver, mesmo se os acontecimentos são narrados do seu ângulo limitado (como é usual numa história de mistério) e não do ponto de vista de um narrador onisciente.

Em certas passagens críticas ou violentas, atitudes, percepções e manifestações físicas deixam a desejar em verossimilhança. Policiais atendem a um chamado de emergência para deter um suposto assassino e se fazem anunciar pelo porteiro. Um personagem luta com uma pessoa acamada pela posse de um molho de chaves sem perceber que a segunda está se encharcando de álcool e acendendo um isqueiro (impossível visualizar) e as reações ao incêndio que se seguem são pouco convincentes. Um tiro e o desabamento de uma pilha de sacos de cimento num corredor ligado a um hospital lotado passam despercebidos, sem chamar a atenção de ninguém. Mesmo uma história de terror fantástico deveria ser mais realista em pormenores como esses.

Certas repetições de situações e reafirmações do óbvio deixam a sensação de “já li isso antes” e poderiam ter sido evitadas. A revisão deixou escapar alguns erros incômodos, tais como “não apreciará de estar ali” (p. 23), “mal estado” (p. 25), “sofrível cena” (com o sentido equivocado de “cena de sofrimento”, p. 46), “parecem não lhe obedecerem” (p. 65), “sua amiga está lhe traindo” (p. 66). Referimo-nos ao discurso do narrador, é claro: em diálogos, chats e e-mails, os “erros” reproduzem adequadamente a linguagem coloquial do contexto.

No conjunto, apesar destas ressalvas pontuais, as imperfeições não chegam a comprometer o resultado. É um bom thriller sobrenatural para quem aprecia o gênero.
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Tibor Moricz 01/07/2011

Lido e comentado!
Logo quando o livro foi lançado me senti atraído por ele. A capa que é muito boa e a premissa me fisgaram imediatamente. Mesmo assim me demorei em comprar o livro, deixando para fazê-lo há poucas semanas.

A história fala sobre um espírito mau, um hacker malandro e uma corrente aparentemente inofensiva — embora ameaçadora — que acaba por provocar a morte de várias pessoas. Uma ideia bastante boa que transcorre em Vitória no Espírito Santo. Impossível não se deixar levar pela expectativa que uma história dessas gera. São muitas as possibilidades em construir cenários assustadores.

Incomodou-me, porém, a quantidade exagerada de problemas no texto e falhas de revisão, que um copidesque realmente eficaz teria corrigido. A prosa frágil de Estevão Ribeiro também atrapalha um pouco, criando, muitas vezes, momentos confusos que exigem releitura de certos trechos para “se achar” dentro da trama.

O livro tem alguns bons momentos mas, em geral, não consegue provocar medo nem sustos. Além de algumas cenas inverossímeis, incomoda também a personalidade fraca do protagonista — Roberto — que passa boa parte do tempo fugindo, chorando, apavorado. A completa inação desse personagem, que passa parte da história sem ir em busca das respostas para o que acontece, enerva. Fiquei querendo que ele morresse logo.

Mas preciso admitir que existe algo de magnético em toda a história, já que me mantive preso na leitura por um dia todo, abandonando o livro apenas quando o conclui. As falhas serviram para me prender, assim como os acertos.

Uma pergunta: porque a palavra internet está em itálico no livro todo? Trata-se de palavra dicionarizada e incorporada ao nosso léxico.

Embora incomodado por vários problemas, a expectativa de cada morte e a forma terrível com que elas aconteciam (às vezes dramáticas em exagero) conseguiu agregar elementos aderentes à leitura. Essa cola distribuída ao longo da narrativa a mantém focada, aprisionando a atenção do leitor.

MEDIO

A Corrente

Autor: Estevão Ribeiro
Gênero: Terror
Páginas: 183
Editora: Draco
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Tomaz 10/11/2010

Estreia excelente no terror!
Em seu primeiro livro de terror, Estevão Ribeiro surpreende o leitor criando uma trama ágil e envolvente ao mesmo tempo em que foge de clichés, fazendo o leitor ficar agarrado à cadeira até o fim para desvendar o final inesperado. Vale muito a pena!
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Lucas Rocha 14/12/2010

Passe adiante
Houve um tempo em que correntes eram uma coisa normal na internet. Volta e meia, você abria a sua caixa de spam ou seu scrapbook no Orkut e lá estava a malfadada mensagem: amores eternos, amizades duradouras, salvação da alma, salvação da humanidade, fim do aquecimento global, maldições, ad infinitum. Era praticamente impossível não ser pego por uma dessas correntes que te obrigava a passar a mensagem para um número determinado de pessoas na esperança de que todos os seus desejos fossem realizados.

Valendo-se dessas mensagens um tanto quanto incômodas e subestimadas por quem as recebe, Estevão Ribeiro compõe o seu novo thriller, “A Corrente” (editora Draco, 184 págs). Na história, somos apresentados a Roberto, um hacker que, após receber (mais) uma corrente na sua caixa de spam, decide gastar o seu tempo livre escolhendo para quem repassá-la. O que ele sequer desconfia é que essa não é uma corrente normal. Nela, uma menina de dezesseis anos chamada Bruna diz que consequências muito graves aguardam Roberto e qualquer um que se negar a enviar a corrente para sete pessoas. Ele obviamente não leva a sério (quem levaria?), mas acha legal passar a corrente só para perturbar amigos, conhecidos, desafetos e até mesmo uma ex-namorada.

Logo, somos apresentados à vida de cada uma dessas sete pessoas para as quais Roberto passa a mensagem. Uma grande jogada do autor foi ter conseguido dar a profundidade necessária para cada um dos personagens que aparece na narrativa, mesmo que não gaste muito tempo com isso. Somos apresentados a um dançarino narcisista, uma blogueira descendente de orientais que se empolga com cada novo comentário em seu blog, um entusiasta em música que turbina o seu carro com o melhor equipamento de som da cidade, a atendente de uma locadora cheia de sonhos não realizados, enfim, toda uma gama de personagens e sensações que, mesmo sendo tão diferentes, conseguem ser encaixados sem perder a sua riqueza ou sua relevância necessária.

O objetivo do livro é divertir, e nisso ele cumpre muito bem o seu papel. Aos amantes de filmes gore cheios de tripas e vísceras voando câmera afora e sujando a lente com respingos de sangue, o livro é uma ótima pedida. Fraturas expostas, carbonizações e objetos perfurantes são apenas alguns dos apetrechos utilizados por Estevão para a composição de suas cenas de morte ao melhor estilo ‘Premonição’ (e sim, eu adoro esse filme – o primeiro).

Uma coisa, porém, não me agradou muito na narrativa: o seu estilo, narrado em terceira pessoa do presente, em alguns momentos me pareceu um pouco frio demais e não conseguiu me envolver, principalmente nas cenas em que Roberto é o centro das atenções. Parece mais uma descrição subsequente de fatos, sem explorar as sensações do personagem. No entanto, isso não prejudica o livro como um todo: essa frieza às vezes é positiva, dando um clima de solidão e aquela sensação de frio na espinha, principalmente nas cenas em que Bruna aparece e naquelas em que os personagens secundários encontram o seu destino trágico nas mãos dela. É aquele esquema de prejudicar certas partes para o benefício de outras.

Antes de fechar essa resenha, tenho que destacar um parágrafo especial para a construção da personagem Bruna. Alternadamente cálida e assustadora, o fantasma da menininha negra rodeada por pombos consegue o que dificilmente se vê por aí nos livros de terror: assustar. As cenas em que Estevão descreve a frieza nos olhos dela ou todo o ódio que a menina nutre dentro de si dão uma maior profundidade a ela. Para mim, Bruna é a melhor personagem do livro (e sim, eu tenho carinho e empatia por vilões, ainda mais após descobrir as suas motivações e objetivos).

“A Corrente” é isso: um romance que você lê rápido, se empolga com as cenas de morte e se intriga até descobrir o que raios todos os acontecimentos têm a ver com uma menina que mata qualquer um que se negue a perpetuar seu terror cibernético. Uma história que te prende até as últimas páginas e revelações, daquelas que você não vai conseguir largar pela metade. E então, o que você está esperando?

PS1) Você nunca olhará para sua caixa de spam com os mesmos olhos;
PS2) Você nunca olhará para os pombos na rua com os mesmos olhos;
PS3) Vai logo ler esse livro!

Até a próxima!
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Evandro Luiz 23/03/2011

Atende espectativas
Gostei muito do livro e do tema abordado.
Quando li a descrição do livro vi que o autor estava mexendo com um assunto de um universo muito grande e que facilmente se perderia na história.
Mas diferente disso Estevão consegue arquitetar uma sequência de fatos e explicações em seus devidos momentos mantendo o livro no mesmo ritmo sem se perder em lembranças ou sonhos.

Recomendo

Para quem se interessar comprei o livro no site MedoB por R$28 com frete grátis.... ( http://bit.ly/ekmRJ9 )
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gabriela 11/08/2011

Leia e passe adiante... se tiver coragem
Sinopse: Roberto é um hacker à beira dos 30 anos que, certo dia, recebe um e-mail prometendo a felicidade, caso repassasse a 7 pessoas, ou a danação, caso ignorasse a mensagem e a apagasse. Não levando a sério o que lê, resolve encaminhá-la para pregar um susto em alguns de seus amigos e contatos, sem saber que assim condenaria a vida e a alma de todos… Agora, ele precisa correr contra o tempo para salvar seus amigos e impedir que a maldição da corrente se espalhe!

As referências mais imediatas que podem vir à mente, com base nas imagens, tema e estrutura narrativa, são filmes como “Premonição” e “O Chamado”: uma lista de vítimas em potencial ameaçadas por alguém que usa uma figura infantil.

As boas cenas gore (grotescas) não deixam de marcar presença, sem deixar de lado o terror psicológico onde não se sabe em que ou em quem confiar.

Para quem não tem muita familiaridade com literatura de horror (como eu), é um ótimo título para iniciação nesse gênero. A leitura flui muito bem, em capítulos curtos que incitam e sustentam a curiosidade causada, com direito a um eventual momento em que é preciso se lembrar de voltar a respirar…

A leitura é bem rápida, com capítulos curtos, e é mais um livro recomendado para leitura no trajeto casa-trabalho em coletivos.

http://medodespoiler.wordpress.com/2011/02/24/a-corrente-estevao-ribeiro/
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Eliane Raye 18/06/2011

Fazia muito tempo que não lia uma obra do gênero. O livro me prendeu até o fim, em meio à arrepios e muito suspense. Recomendo o livro para quem gosta de sentir um friozinho na barriga. Amei!
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MEDO B 11/12/2010

Oi, Meu nome é Samara tenho 14 anos(Teria se estivesse viva)...
Quando descobri o livro "A Corrente" me lembrei na hora dessa corrente da Samara que dominou email, orkut... Ninguém acreditava mas todo mundo repassou e ela lotou a internet, duvido que você não conheça ela ?

A Corrente é muito original, pegou um MEDO subconsciente das pessoas e transformou ele em realidade... O que aconteceria se uma dessas correntes que você deleta todo dia fosse real ? É melhor pensar bem quando clicar em "excluir" uma.
O livro não enrola, é terror, suspense e sobrenatural o tempo inteiro. Cada vez vc fica mais curioso querendo saber o que vai acontecer e como pode acabar uma história dessas...

Roberto é um Hacker que recebe a corrente de uma garota chamada Bruna, e resolve passar ela de brincadeira para mais 7 amigos...
Ele não imaginava que essa corrente poderia ser verdade...
A Bruna não é nada boazinha.

A Corrente é um livro de terror bem atual, assustador, com mortes detalhadas, muito sangue, e foge do padrão de livros de terror Brasileiros que sempre trazem vampiros...
Ousado, Estevão Ribeiro foi muito bem nesse seu primeiro livro de terror, e criou um MEDO que estava morrendo pela internet...
Sim, a partir de agora vou dar uma filtrada nas correntes que recebo antes de sair deletando elas por ai... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Então vocês querem saber o que acontece se não passar essa corrente ???


http://medob.blogspot.com
Alba 19/12/2010minha estante
Nunca mais ignoro os emails da Samara!! =´) Vai que ela vem me assombrar!!

Achei meio "O Chamado"... Mas é ler para ver e avaliar!

Vou te passar meu endereço e vc manda aqui pra casa! =D





Tânia Souza 05/12/2010

A Corrente
A corrente! Receba a mensagem.
Passe adiante... mantenha-se vivo.

A capa impressiona: um teclado retorcido, aparentemente queimado, com sangue coagulado derramando-se por cima das teclas derretidas causa impacto. E para quem gosta de terror, desperta a curiosidade mesmo. A primeira vez que ouvi falar sobre o thriller de Estevão Ribeiro, foi lendo um comentário sobre a capa, por sinal, muito bonita. Desde então, esperei ansiosamente para ler e não me decepcionei. Li alguns comentários apontando as semelhanças com o filme O Chamado, mas o enredo apresenta identidade e características próprias, gosto da variação narrativa quando apresenta trechos de linguagem virtual. A narrativa transita do repugnante ao melancólico de forma bem interessante, é assombrar-se e ao mesmo tempo, talvez se comover com alguns fatos narrados. Mas não se engane, o desespero em busca da sobrevivência traz um ritmo angustiante na maior parte do tempo.

Afinal, o que esperar de um livro denominado A corrente? Correntes são comuns na atualidade, espalhando-se por meio de e-mails diversos, alguns disfarçados de atos de generosidade, outros, amaldiçoando declaradamente. Mas não são criações do universo virtual, apenas ganharam impulso por meio dele. Na minha adolescência, lembro que a visão de um envelope sem remetente me arrepiava. Era mais uma maldita corrente. A melhor opção era não abrir e se livrar o mais rápido possível da peça. Aos incautos que abriam, tirar tantas cópias e passar adiante, e naquela época, copiar era tarefa manuscrita. Afinal, Smith, o fazendeiro americano não repassou a corrente e... Lá na França, Ana não sei das quantas estava pronta para se casar, mas... Na Itália, uma dona de casa repassou e... a lista era criativa e cada local citado comprovava que a corrente havia atravessado o mundo com sua maldição. Era repassar ou sofrer as conseqüências. Desde então, as cartas sem remetente deram espaço ao correio eletrônico e as correntes proliferam. Com a diferença que conhecemos, alguns apenas virtualmente, os remetentes.

Pois é justamente esse o argumento narrativo de A corrente. Um email que traz consigo uma maldição tão terrível que parece ser impossível de acreditar. O autor trouxe a lenda, ou mito, ao momento contemporâneo e escreveu uma história de terror muito interessante. Em cenas que o leitor não consegue identificar de imediato se fazem parte do plano da realidade ou da alucinação, todos os elementos do fantástico estão presentes: a insanidade, o medo, a imaginação e a aparente impossibilidade de fuga. Qual o mistério que as correntes trazem?

Mas a narrativa vai além de uma história de terror. Em meio a maldições, espectros, mortes violentas, tentativas para se livrar da maldição e desvendar o mistério da corrente, o autor nos oferece um painel no qual cada personagem representa uma faceta da sociedade: as faces por trás dos teclados pertencem a pessoas comuns nesse cenário contemporâneo tão preso à tecnologia. Assim como as relações desgastadas ou fortalecidas pelo meio virtual. A solidão oculta em cada palavra teclada. Os riscos e perigos escondidos. Os amores, amigos e inimigos que surgem inesperadamente. Os sonhos abandonados e a necessidade de simplesmente, sobreviver. Roberto Morate, Bruna, Laura, Fábio, Plínio, Gésser, André, Lidia, Ingrid, Leda, entre outros, são pessoas que poderiam estar, nesse momento, na sua lista de amigos . Ainda que a narrativa não apresente profundidade na caracterização de alguns personagens, a verossimilhança da narrativa ganha muito com esse painel social.

Bruna chega aos personagens por meio de uma corrente aparentemente aleatória e inofensiva como todas as outras, mas com um diferencial: ignorar essa corrente não significa salvação! Não abrir o envelope não vai adiantar e, para que alguém se salve, outras pessoas devem ser condenadas. O que você faria? Leia e descubra!
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danilo_barbosa 27/04/2011

O terror cibernético toma novas formas
Uma vez ouvi um comentário que uma verdadeira história de terror cria o medo no leitor não quando o monstro por fim se revela, mas sim a tensão que antecede este momento... Eu completo de forma diferente - o que assusta a gente é quando o terror é baseado em um fato corriqueiro que já fizemos milhares de vezes. Neste momento você se indaga, no escuro do seu quarto, se aquela livro tem um fundo de verdade.
Conhecia Estevão Ribeiro pelos seus adoráveis Passarinhos e pelo drama Enquanto ele estava morto. Nunca imaginei aquele autor com jeito pacato escrevendo histórias de terror. E A Corrente (Editora Draco, 184 páginas) só me comprovou que ele é um autor poligênero (e dos bons).
Quem aqui nunca recebeu aqueles emails chatos de corrente (passe para mais sete pessoas e seja feliz!) que acaba deletando sem perder o tempo de ler?
Todo mundo que está lendo isso, fez esta arte pelo menos uma vez! Pois é, o autor pega este simples gesto e transforma numa maldição eterna...
Aqui acompanhamos Roberto Morate, um hacker que ganha a vida roubando dinheiro dos outros pela net. Um dia ele recebe uma corrente misteriosa vinda de uma tal de Bruna e ele, querendo zoar os amigos, a reenvia. Mal sabe ele que esta corrente de internet é uma maldição e todos os que se recusam a envia-la, são mortos de maneira trágica por um espírito em chamas. Quando Roberto descobre, seus amigos já começaram a morrer e ele tem de lutar contra o tempo para salvá-los.
Só que, de uma forma ou de outra, quem repassa a mensagem não está livre desta presença maligna e Roberto, entre sustos e medo, se torna o principal suspeito desta empreitada. Como sobreviver a isso?
O autor consegue captar o melhor dos filmes de terror no gênero como O chamado e Uma chamada perdida, sem perder a brasilidade da trama. O ritmo é desenfreado e a maneira que ele conduz a história faz você levar sustos a todos instante, porque você não tem ideia de onde a história vai terminar.

Veja resenha completa no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/dWzmEc
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Ogha 27/12/2010

Passe adiante ou morra!
Por algum motivo nunca fui fã do gênero literário de horror / terror. Não sei, acho que é influência do cinema ou da televisão, pois, por diversos motivos, não acredito em inimigos invencíveis.
É isso que mais me irrita neste gênero: os adversários são criaturas poderosas que matam todo mundo e são destruídos pelo herói, mas voltam dos mortos na última cena antes ou depois dos créditos. Mesmo que não sejam monstros, mas psicopatas humanos, eles sempre arranjam um jeito de voltar.
Confesso que comecei a ler "A Corrente" do Estevão Ribeiro com algum preconceito, sabendo o que viria pela frente. Mas, por sorte e habilidade do escritor, fui surpreendido em vários pontos. E acabei devorando o livro em 2 dias!
A Corrente conta a história de Roberto Morate, um hacker, que aplica golpes em vítimas incautas para conseguir dinheiro. Até que um dia recebe a mensagem de uma garota chamada Bruna - ele deve repassar o e-mail para sete pessoas ou sofrerá as consequências!
Não acreditando, ele repassa o tal e-mail. Então, uma série de assassinatos começam a acontecer ao seu redor.
Em uma terrível corrida contra o tempo, Roberto tem que salvar a vida daqueles que o cercam e impedir Bruna de cometer uma chacina. Como uma força da natureza, o pequeno espírito atormentado destrói tudo aquilo que o hacker mais ama.
Aí, meu amigo, só lendo o livro para saber como as coisas se resolvem.
O que mais chama a atenção é a linguagem: simples, rápida, certeira. O texto não fica te enrolando com palavras difíceis ou artimanhas literárias inúteis. Ele vai direto ao ponto (como a Bruna, heh). Pode haver um deslize ou outro, mas nada que desagrade o leitor comum.
O enredo é bem simples, com personagens cativantes e ligados entre si por pequenos detalhes, como amizade, ex-namoro ou sendo frequentadores de um mesmo ambiente. Ao decorrer da história você vai percebendo as ligações entre eles e as relações que deixaram para trás.
Em resumo, A Corrente é mais um ponto positivo na literatura brasileira que vem se mostrando cada vez mais forte e disputando de igual para igual espaço com autores estrangeiros.
Nem preciso falar da capa, né?
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jan 01/04/2013

Mais uma decepção
Segundo livro nacional lido em sequencia....segunda decepção!

O que era para ser uma historia de terror, se torna algo tão sem pé nem cabeça, tão mal construído, que absolutamente nada faz sentido! Nem a descrição basica dos personagens é compreensivel!

Sinceramente, é tudo tão ruim que nem tenho como fazer uma real resenha sobre o livro. Uma pena!
Estevão Ribeiro 22/01/2014minha estante
Uma pena, Jan.


Danniki 13/12/2018minha estante
Qual foi o primeiro livro nacional decepcionante?




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Cristiano Rosa 13/02/2012

Diário CT: A Corrente
Fato: não tem como olhar a capa de A Corrente e não desejar ler, principalmente se você for amante de thrillers. O livro de Estevão Ribeiro, lançado pela Editora Draco em outubro de 2010, prende o leitor. A base da trama é lançada pelo próprio título, porém os acontecimentos da história surpreendem durante a leitura.

A obra, que possui uma capa original e chamativa e uma diagramação simples, apresenta diversos personagens, que com suas particularidades, conseguem se unir com fatos em comum. O principal deles é Roberto, um hacker que usa seus conhecimentos na internet para roubar dinheiro de descuidados por meio de sites de bancos, mantendo a atividade como o seu trabalho.

Uma ação errada e ele torna sua vida um inferno. Recebe um e-mail de uma tal de Bruna que pede para que ele o repasse a sete pessoas, caso contrário, morrerá. Roberto atende ao pedido e, com isso, envolve conhecidos em uma trama repleta de mistério, pesadelos e reviravoltas.

André, Leda, Gésser, Ingrid, Jeremias, Plínio e Lídia são os sorteados e recebem o e-mail do amigo. Porém, nem todos repetem o feito do protagonista. Ou melhor, quase nenhum deles. A história vai avançando e mortes vão ocorrendo, das mais diversas formas, algumas mais violentas, outras mais comuns e até mesmo um pouco bobas.

Os acidentes começam a chamar atenção até que todos os envolvidos, alguns já não mais vivos, entendem o que acontece, e tentam salvar a última vítima. Impossível não lembrar dos filmes Premonição e O Chamado em certas partes do livro. Mas o interessante é que em meio às mortes, revelações vão sendo feitas, o que colabora com a compreensão da obra no todo.

Entre os oito personagens, sentimentos de raiva, traição, arrependimento, castigo, loucura, desconfiança e ódio fazem com que passem a acreditar no além do que os seus olhos podem ver e sua imaginação pode conduzir. Descobrem que antes de enfrentar a realidade do mundo em que vivem, precisam sobreviver às trevas que existem no interior de si mesmos.

A linguagem simples de A Corrente torna sua leitura rápida, porém as tramas paralelas confundem um pouco; e apesar da classificação “terror” ao livro, ele está longe de gerar sustos aos leitores. A trama não é original, visto que todos já ouviram a história de correntes, mas o que se destaca é nova roupagem e a curiosidade que a obra desperta e como ela sustenta isso.

Dividido em 18 capítulos, entre um prólogo e um epílogo, a trama de 184 páginas enlaça o leitor, tornando-o como parte da corrente, que não pode largar até que tudo acabe. O desfecho da história, não há como prever. Descobre-se a origem de tudo e espanta-se com o término. Um suspense que passa pelo psicológco e vai até o medo real de abrir o seu e-mail e se deparar com uma mensagem da Bruna.

Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=14821
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Angelo Miranda 15/04/2012

A Corrente, Estevão Ribeiro
O livro "A Corrente", do escritor brasileiro Estevão Ribeiro, ficou marcado em minha memória por dois motivos, por ser a primeira obra digital (e-book) que eu li no e-reader (leitor de livros digitais) e pela qualidade apresentada em sua narrativa, bem construída e envolvente.

A obra faz parte de um dos gêneros que eu mais gosto, que é o terror. No caso, "A Corrente" é um terror sobrenatural, cuja história é protagonizada por Roberto Morate, um hacker que vive a custa de aplicar golpes em desavisados usuários da internet. A antagonista Bruna lembra a personagem Samara Morgan, do filme "O Chamado".


A vida de Roberto vira um inferno quando ele recebe um e-mail de Bruna solicitando-o que passe adiante uma corrente. Roberto subestima o e-mail, achando-o que se trata de mais uma dessas correntes que não levam a nada e entopem as nossas caixas postais. O hacker resolve então enviá-las para sete pessoas e isso acaba gerando uma série de mortes espetaculares. Utilizo o adjetivo espetacular pela forma em que ocorrem as mortes ao longo da história, que bem lembram aquelas vistas nos filmes da franquia "Premonição".

A história carrega uma tensão impressionante. O livro, desde o início, já nos insere numa atmosfera de suspense e de aflição e isso nos prende a narrativa. Estevão Ribeiro demonstra uma facilidade de construir ambientes sombrios e situações em que leva o leitor a ficar angustiado com o que pode acontecer.

Na minha visão, o livro inova ao inserir coisas tão comuns em nossas vidas (como o uso do computador, do e-mail e das famigeradas correntes) num universo de terror. Foi, de fato, algo bem criativo do autor e por falar em criativo, aproveito para citar a capa do livro, que é espetacular e foi justamente isso que chamou a minha atenção quando do lançamento do livro (quem disse que não julgamos o livro pela capa, hein?).

Apenas o que me incomodou no livro foram os frequentes erros ortográficos. Não sei se o livro colocado à venda no formato digital acabou não passando por uma revisão mais atenta ou se isso também ocorre no formato impresso, mas é preciso que a Editora Draco, que publicou o livro, verifique isso.

Eu acredito que o escritor Estevão Ribeiro ainda futuramente nos proporcionará mais e mais livros com histórias que nos assustam e nos prendem a atenção da primeira até a última página. Tamanho talento e sucesso da sua obra já se revelaram com a recente notícia que o livro também será publicado na Itália.
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