Tubarão

Tubarão Peter Benchley




Resenhas - Tubarão


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Paulo 05/06/2021

Antes de começar a resenha queria deixar um aviso básico: tem algumas cenas logo no começo da história que são bastante fortes. De um ataque de tubarão. Então aqueles que não se sentem à vontade lerem cenas mais descritivas, sugiro que não o façam.

O homem contra a natureza. Alguma força mortal movida por seus instintos que sobrepuja a capacidade do homem de derrotá-lo. Vários autores já se debruçaram sobre esse tema: Herman Mellville em seu clássico Moby Dick nos mostra um marinheiro obcecado por uma baleia branca; Jack London explorou o tema em várias de suas obras; Stephen King nos traz um cachorro possuído por uma força maligna. É isso o que vamos encontrar em Tubarão: um animal o qual os personagens não conseguem compreender. E lidar com a natureza pode nos colocar em uma situação capaz de nos fazer sentir humildes diante de seu enorme poder. Peter Benchley consegue nos fazer pensar isso em vários momentos de sua história, demonstrando que ela possui várias camadas não tão aparentes. E o mais legal de tudo: é só uma história sobre um tubarão aterrorizando uma cidade. Mas, é tão mais do que isso.

A cidade de Amity é um balneário turístico que sobrevive da grande procura que existe durante o verão. Quando as pessoas vão gastar seu dinheiro em bebidas, praia, diversão. Nos outros meses do ano, a cidade fica parada. Todos estão ansiosos pela chegada do verão já que as vendas do ano anterior não foram muito satisfatórias. Mas, às vésperas dos grandes feriados uma série de mortes começam a ocorrer na praia. Todas atribuídas a um tubarão. O chefe Brody precisa lidar com essa criatura, algo para o qual ele não foi treinado para lidar. E essa criatura parece não mais sair da baía que circunda a região, algo atípico para seres de sua espécie. Para salvar a população, Brody decide fechar a praia, mas bate de frente com os desejos do prefeito Vaughan que não quer ver a cidade empobrecida diante da falta de turistas. Mas, Brody desconfia que existe um motivo mais sombrio para a resistência do prefeito em fechar a praia. Além de lidar com um tubarão assassino e com políticas escusas, Brody vai enfrentar um desafio maior: o seu próprio casamento colocado em risco com a sua esposa insatisfeita com a sua atual situação.

Para um livro escrito em 1974, ele até que envelheceu bem. A escrita de Benchley é acima da média. Esse é um livro muito veloz de ser lido. Daquelas escritas que você não deseja parar antes de terminar. Os ganchos que Benchley deixa entre os capítulos são daqueles suculentos, que fazem você continuar para saber o que vai acontecer a seguir. A narrativa é contada em terceira pessoa e ela começa sendo bastante descritiva até que passa para um tom mais narrativo propriamente dito. A narrativa segue um estilo cinematográfico, ou seja, se passa em três atos. Primeiramente o perigo é apresentado, depois seguem-se os complicadores para na última parte termos o clímax e o desfecho. O autor chega a dividir o livro em três partes o que facilita essa compreensão. A tradução feita por Carla Madeira está muito boa e o texto não apresenta quaisquer dificuldades. Temos algumas notas de rodapé deixadas em alguns trechos, mas nada que atrapalhe a fruição do leitor. Achei o texto bem adaptado e não apresenta quaisquer desafios. A boa tradução somada à habilidade de escrita do autor criam um livro bem gostoso de ser lido. Devorei o livro em dois dias como um verdadeiro tubarão.

O autor não idealizou personagens. Brody, o protagonista, não é nenhum herói virtuoso. Ele é um policial justo que faz o seu serviço com dedicação. Tem os seus problemas familiares e quando o seu casamento é colocado em jogo, vemos em parte o quanto o personagem fica mexido. Tem alguns momentos em que Brody demonstra sua fraqueza e vemos um lado mais ciumento, invejoso e até violento dele. Mas, no fundo, o protagonista é uma boa pessoa e acabamos torcendo por ele até certo ponto. A narrativa acaba nos conduzindo rumo a essa direção. Até porque ele fica perdido diante do poder de um ser o qual ele não é capaz de lidar. Suas tentativas de acabar com a ameaça se veem infrutíferas o que o frustra. Mais tarde ele se vê obrigado a lidar com Matt Hooper, um ictiologista (especialista em peixes) o qual ele tem um problema claro. Sem entregar a história, Hooper e Brody em um barco no meio do oceano não pode dar certo. Mas, Brody faz o possível para dar certo pensando na população de Amity. Tudo parece se mover contra o personagem, e ele é levado ao limite para encontrar uma solução à ameaça que assola a cidade.

Benchley criou uma criatura aterradora. E não é nenhum monstro sobrenatural, nenhuma criatura vinda de outra época. É só um tubarão branco que deixa aqueles que o caçam desarmado diante de seu poder. Por vezes, o autor dá um ar de inteligência primitiva ao ser, mas ele é essa criatura marítima que encontramos no mundo real. O ar de tensão e de que nossas vidas estão em perigo permeia toda a história. O tubarão é aquele inimigo que não pode ser derrotado. A terceira parte da narrativa me fez lembrar demais Moby Dick. Quando a caça ao animal deixa de ser algo para salvar a cidade e se torna obsessão. Principalmente quando somos apresentados a Clint, um marinheiro especializado na caça de tubarões que é contratado pela cidade. A dinâmica entre Clint, Hooper e Brody é reveladora em relação à personalidade deles. Clint é o homem do mar solitário que busca a sua caça perfeita e o dinheiro no bolso; Brody representa a cidade amedrontada por uma ameaça poderosa e Hooper é o biólogo que parece uma criança empolgada com um ser monstruoso. O que representa, no fim das contas, a morte da criatura?

Achei a narrativa repleta de buracos. O que eu posso elogiar da escrita do autor, tenho só a criticar em relação à narrativa. Vários plots ele deixa sem qualquer solução aparente ou sem um desfecho satisfatório. O final foi abrupto demais. Por exemplo, um dos elementos de enredo é a existência de um grupo de mafiosos que realizavam especulação imobiliária em Amity e pressionavam o prefeito para manter a cidade aberta. Estou ando esse spoiler pequeno porque esse plot não leva a lugar algum. Benchley os apresenta na história na segunda parte e depois eles nunca mais são citados. O que aconteceu? Eles desistiram? Mataram o prefeito? Outro plot que não tem um desfecho satisfatório é o sobre a relação entre Brody e Ellen. Acontecem determinadas situações na história que demandam algum tipo de reação de Brody. No entanto, não sabemos se ele aceita, se ele se enfurece... enfim, o que ele vai fazer dali em diante? São muitas falhas de roteiro se formos pensar em todo o entorno que Benchley cria para a narrativa do tubarão. Se formos pensar só na história principal, ela é boa e consegue ser interessante. Só que o autor insistiu em criar problemas secundários. E isso foi o que baixou muito o nível entregue ao final. E prejudicou também no desenvolvimento dos personagens que ficou incompleto.

Tubarão é uma história clássica de terror que coloco o homem frente a frente com uma criatura mortal. Criatura essa que é verossímil, que existe em nosso mundo. Que podemos encontrar em uma praia. Parte da história do livro é inspirada em acontecimentos reais pelo que Benchley comenta na introdução ao livro. A escrita é muito boa, mas o fato de ele ter criado subplots ao qual não soube conduzir adequadamente fez a história cair bastante. Mesmo com tudo isso, recomendo aos leitores que deem uma oportunidade a este livro. Vai ser uma leitura bastante divertida.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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sigma 01/10/2016

Minha visão sobre a obra Tubarão de Peter Benchley
Como primeira resenha de um livro, e já me sentindo pronto para escrever sobre um, confesso que ao adquirir a obra, pensei que a cada parágrafo, cada capítulo, iria conseguir visualizar cada cena do filme homônimo. Engano total. Como o próprio autor deixa claro em sua introdução, a adaptação para o cinema foi tida em linha reta, ou seja, sem romances, máfia, entre outros. Esta decisão para a adaptação aos cinemas mudou muita coisa da história. História que, no livro, se torna bem mais oscilante, uma vez que não é centrada apenas no tubarão, mas também nos personagens, já que também há, de uma forma bem colocada, uma mixagem de romance, adultério, política e máfia.
A história simplesmente se passa numa cidade litorânea fictícia dos EUA que vive de turismo em época de veraneio e de uma hora para outra é aterrorizada pela "ilustre" presença de um tubarão. A partir daí, a história com todos os subtemas acima citados se desenrola de uma forma brilhante, escrita por Peter Benchley.
O autor consegue manter o leitor preso às suas páginas justamente pela oscilação da história, entre as aparições do tubarão e as histórias dos personagens, bem como ações completamente inesperadas, principalmente se for ler o livro lembrando do filme. Confesso que fiquei surpreso em vários detalhes ocorridos na obra. A leitura é rápida, de fácil compreensão e consta de algumas notas de rodapé para explicação de alguns termos.
Sobre a Limited Edition da Darkside Books, uma obra prima muito bem feita, assim como outros da editora.
Recomendo tanto a história, como também a editora.

Helder Medeiros
Radam 04/10/2016minha estante
Rapaz, Heldão, agora me deu vontade de ler esse belo livro. O filme já gostei (e sem saber que tinha sido em 'linha reta'), mas possivelmente gostarei MUUUITO mais do livro.


sigma 05/10/2016minha estante
Valeu, meu caro. Essa foi minha primeira resenha e nem sei se ficou tão boa assim. Tentei salvar a história do livro. Como foi dito, me surpreendi em algumas informações passadas no livro, justamente pelas diferenças ao filme. Acho que você também vai gostar da leitura, também por essas diferenças. E também pela forma como são descritos os ataques do tubarão. Achei muito massa. E obrigado.




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Bruna Maria 12/11/2021

O problema não é o tubarão
Primeiro de tudo, obrigada pelo presente miga Helena!
Segundo: nas primeiras paginas do livro há uma nota do autor dizendo que, em 2005, com a consciência ecológica renovada dos anos 2000, ele jamais escreveria um livro desse colocando o tubarão como vilão. Com passagens bem racistas e misóginas, digo como uma apaixonada por esse bicho que o problema do livro não é o tubarão ou os humanos sem noção que transformaram um bicho magníficonum monstro: é a época da escrita e a falta de percepção com esses temas delicados (diria que o mínimo possível de mulheres tem um fetiche em serem estupradas - vide casos onde elas já foram abusadas e isso se torna um desejo indesejado). A escolha do filme de focar na aventura e deixar de lado essas besteiras foi certeira. Vale a leitura demais! Mas deve-se saber criticar alguns pontos.
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Vinicius 24/11/2021

Suspense realista
Ao contrário dos gerais livros de terror que apelam ao sobrenatural, esse simplesmente usa da natureza. Tubarão mostra terror realista e convincente, além de um suspense psicológico incrível. Mérito à edição da Darkside.
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Rafael 02/10/2021

Tubarão
Como seu filme, pode ser considerado como terror, e como no filme (mesmo por motivos diferentes) não aparece tanto, mas quando aparece é bem impactante, a escrita e simples com pequenas partes de comédia duvidosa.
Por ser escrita por um homem achei alguns momentos meio estranhos passados pela esposa do xerife com um antigo amigo...
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Alexandre 11/02/2020

Comecei sem pretensão alguma, só queria ler o primeiro capítulo mas me surpreendeu demais! Leitura fascinante, curti muito o momento todo e até os defeitos eu entendo. Sem contar que é brutal, lindo e com personagens ótimos
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Gabriela 23/02/2020

Bom...
O filme inspirado nesse livro é um clássico que marcou gerações. O livro, apesar de muito bom, não traz tanto medo ou tensão quanto o filme. Mas ainda assim vale a pena ser lido. Ele não trata apenas da história do Tubarão em si, mas de uma cidade inteira, envolvendo casamentos ruídos, envolvimento com a máfia e luta pelo poder. É uma distração para dias monótonos, mas que não vai dar sustos nos leitores acostumados com o gênero.
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Pequena M 15/01/2024

Quase lá
Sem dúvidas que causou altas emoções, consegui visualizar muitas das cenas de tensão como se tivesse vendo um filme, em alguns momentos eu sentia tédio e começava a me irritar com o livro, com os personagens e tudo sendo chato, porém ao mesmo tempo que as emoções estavam toda loucura, em outro a história parecia besta e repetindo falas, demonstrando também uma precariedade no desenvolvimento de plots nos quais iniciou, me incomodou e não me incomodou, não sei dizer.
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Nerd Geek Feeli 12/06/2015

“Tubarão” de Peter Benchley (resenha)
O que se destaca no início do livro é o pleno domínio de Benchley sobre a narrativa. Nos dois primeiros capítulos ele apresenta o antagonista e o elenco principal, fluindo entre as subtramas de cada personagem com desenvoltura e elegância, ao mesmo tempo em que apresenta breves “biografias” deles, sem prolongar-se ao ponto de prejudicar o ritmo, que é bem agradável.

[...]

Semelhante ao filme de 1975, o livro também usa como artifício a velha máxima de que o melhor tipo de terror é aquele que pouco mostra do “monstro”, e concentra-se mais do efeito que sua presença causa em suas possíveis vítimas. Além disto, o enorme tubarão branco é um vilão perfeito e odiável, quase um serial killer, cujo único “padrão” é não “escolher” um só tipo de vítima. Isto torna-o até mais temível que a maioria dos assassinos “humanos”.

[...]

Um dos melhores momentos de Benchley é a sequência que precede o fim da parte 2, e envolve Brody, jornalistas, e uma família de turistas na praia, enquanto um adolescente nada no mar, e se vê prestes a ser atacado pelo tubarão. O domínio do autor sobre o ritmo e as transições de cena é tão afinado, que você consegue facilmente imaginá-la como um filme de suspense bem decupado.

[...]

Dá pra dizer que Tubarão é composto de três contos que se conectam pelo tema e os personagens em comum. A 1ª parte é uma história de terror; a 2ª é um drama familiar sobre crise de meia idade e adultério; e a 3ª é uma aventura sobre três homens lutando para sobreviverem a uma força incontrolável da natureza, e eliminá-la (se possível).

site: http://nerdgeekfeelings.com/2015/06/12/livro-tubarao-de-peter-benchley-resenha/
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favero.o 03/08/2023

?Uma das poucas vantagens do homem sobre os outros animais é a sua capacidade de escolher a maneira pela qual vai provocar a sua própria morte.?
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sonia 23/01/2012

ah, o medo
História sensacionalista sobre uma praia turistica invadida por um tubarão;
na época uma amiga ficou tão assustada com o filme que nem queria mais passear na areia da praia...
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Pedro.Inocente 26/10/2023

Livro interessante para se ler depois de ter assistido ao filme, porém pra mim o filme ainda é melhor e dá um pouco mais de tensão, achei que a obra tem um excesso de informações desnecessárias mais ou menos pra metade do livro, o que pra mim acaba quebrando um pouco o ?clima? da obra, porém o final achei bem bom.
Enfim, é legal, mas o filme é bem superior ao meu ver!
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Andre.Crespo 22/06/2010

Ficou a desejar
Não tinha a intenção de ler tal livro agora. Só o peguei pois havia perdido o outro que estava lendo - "Passeio ao Farol", que recuperarei - e me decidi por ler esse. Não tinha nada a perder, e afinal de contas, dizem que o filme é sensacional. Entretanto, o livro não é o que se pode chamar de "sensacional".

Como todo beste seller, "Tubarão", livro lançaado em 1974 por Peter Benchley, é calcado numa história simples - um tubarão que assola uma cidadezinha - e em vários, mas muitos diálogos, tornando a narrativa muitas vezes cansativa, apelativa demais. Claro que se esperam diálogos de um livro - ou filme - mas eles não devem ser o cerne deste; pelo contrário, devem apenas servir como uma "complementação" ao todo do livro.

Suas descrições são também muito mecânicas, feitas como se fossem obrigações. Elas não saem naturalmente, e além disso, são muito repetitivas e superficiais. Não saem muito do lado de como a pessoa é ou como está se vestindo, ou seja, o lado psicológico do personagem, o mais interessante, foi meio que deixado de lado.

Algo que me irritou muito foi a fuga total, as vezes, do assunto principal da história. Por vários momentos esquecia-se completamente do peixe selvagem para se tratar de casos que não interessavam em nada ao leitor. Talvez servisse como uma distração a quem se está lendo, mas penso isso ser totalmente desnecessário.

Os poucos momentos bons do livro se ateram às descrições dos ataques do "maldtito" tubarão branco. Foram descritas como uma certa crueza que me agradou. Se o senhor Benchley se atesse mais aos assuntos "tubaronísticos", a narrativa seria muito mais interessante. É uma pena, pois se melhor tratado, o livro soaria bem melhor do que o foi.

Espero que valha a frase de Hitchcock em que dizia que "Livros ruins fazem bons filmes"; que Steven Spielberg tenha se servido disso e que seu filme, de nome homônimo, de 1975, e que tenha sido tão bom quanto espero ser. Quanto ao livro, com certeza ficou a desejar!
André 22/01/2014minha estante
Estou no final do livro mas já posso concordar plenamente com você. A segunda parte do livro é praticamente inútil para a narrativa. Se perde mais de 100 páginas com um jantar e um "romance" entre personagens que depois não dá em nada. AS partes relativas ao tubarão são muito boas, mas o "miolo" do livro é meio chato.
Quanto ao filme, esse sim é um filmaço e um dos casos em que o livro foi tão bem adaptado que é bem melhor no cinema do que na literatura.




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