Necrópolis

Necrópolis Douglas MCT




Resenhas - Necrópolis


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Ogha 08/11/2010

Necrópolis- resenha
Meu primeiro contato com o termo “Dark-Fantasy” se deu por meio da série “A Torre Negra”, de Stephen King. Confesso que naquela época eu não gostei muito do livro e larguei “O Pistoleiro” em uma pilha de livros para ler depois.
Grande engano o meu, não?
A “Dark-Fantasy”, em resumo, é uma variação da Fantasia convencional com retoques sombrios e elementos mais adultos, como a morte, o esquecimento e demais elementos que muitas vezes são associados ao Gótico ou às escolas literárias Românticas. Entretanto, cabe a cada escritor criar em seu mundo as características que o tornam singular.
Stephen King fez isso na “Torre Negra”, ao misturar elementos de Western com Cavalaria, o velho oeste com a lenda do Rei Arthur. Está tudo lá, uma Ordem de pistoleiros que têm tanta ou até mais diretrizes que cavaleiros de armadura, profecias, magos e uma busca. Além, é claro, de toda sorte de estranhos monstros…
Eu sempre achei que o Brasil precisava de uma obra à altura, algo que pudesse se vangloriar de fazer parte da “Dark-Fantasy”, que pudesse ser diferente, apresentar a fantasia e elementos sombrios em um mesmo mundo. Confesso, que no auge de minha arrogância, tentei ser este autor.
Também confesso que não consegui.
Mas existe a Editora Draco.
Existe Douglas MCT.
E Necrópolis.
Meu primeiro contato com o autor foi durante o lançamento do livro “Anno Domini – Manuscritos Medievais”, conversamos pouco naquela época, mas ele me apresentou a trilha sonora de seu livro. Fiquei surpreso com aquilo, ouvi o CD umas duas vezes, gravei no PC, perdi o arquivo e me arrependo disso até hoje.
Necrópolis, por sorte, veio suprir esta lacuna da “Dark-fantasy” no mercado brasileiro. Recém-lançado pela editora Draco o livro conta a história de Verne Vipero em busca do nyian (a alma) de seu irmão no mundo dos mortos. Em sua jornada Verne faz diversos amigos e inimigos, enfrenta vilões aterrorizantes e desafios incríveis em busca daquilo que acredita.
De modo geral Necrópolis fala de evolução, de enfrentar desafios, lutar por aquilo que se ama, descobrimento. Pois em sua busca por Vítor, Verne acaba por descobrir muito sobre si mesmo e evolui como pessoa e personagem. Fica uma pontinha de esperança no leitor ao fim de cada capítulo, para que Verne consiga salvar o seu irmão e voltar feliz para casa.
Mas, como eu disse lá no começo, a “Dark-Fantasy” não é colorida e animada como a fantasia convencional. A jornada de Verne é caracterizada por todos os elementos que se espera em uma fantasia, tribos nômades, seres alados, vampiros, engenhocas de tecnologia duvidosa e caçadoras de recompensa usando trajes sumários (Sim!!!). Mas, muito além de qualquer destes elementos, está a escuridão, o vazio e a desesperança que o mundo de Necrópolis insiste em oprimir no coração de seus moradores e leitores.
A linguagem do livro é fácil, lembra muito “A Bússola de Ouro”, sem grandes novidades neste aspecto. A história é envolvente, os personagens carismáticos, e o enredo cheio de mistérios (que serão revelados, eu espero, nos próximos livros).
Em resumo, se você está procurando uma história com fadas, duendes e raios de sol, vá ler outra coisa. Necrópolis não é o seu livro.
Mas, se você está buscando uma história de verdade…
Bem-vindo à Necrópolis…
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Mi Cherubim 03/01/2011

Necrópolis – A Fronteira da Alma
Esse livro quando eu descobri pela internet, não sei mais como porque faz algum tempo, fiquei super curiosa com a história. Como já disse em alguns posts o que me chama a atenção em um livro é o título e a capa. E vamos combinar. A capa está maravilhosa. Era para ser lançado no dia 31/10 um dia depois do meu aniversário. Ainda brinquei com o Douglas que eu queria e a resposta: “Pede para quem te ama” rsrsrsr O único problema é que a pessoa que me ama não curte o gênero fantástico. Por isso eu mesma me dei rsrrs.


Fui no lançamento do livro na Martins Fontes, muitas pessoas queridas estavam por lá. Erick Sama, Erick Novello, Walter Tierno, amigos escritores do Douglas, amigos blogueiros – que agora são meus amigos também – vários convidados e o melhor público, imagino eu que seja, a família. Que apoiou inteiramente o sonho dele.


O autor contou um pouco sobre o livro, como surgiu a ideia de fazer essa história. Tudo começou com a neura de perder uma pessoa, que até então, não estava com ele desde sempre. O seu irmão caçula. Sim, com o nascimento de seu irmão, Douglas ficou com essa ideia na cabeça “e se”... e disso saiu Necrópolis. Vamos ao livro?


Douglas MCT criou um mundo surreal, onde, seres inimagináveis nasceram. Verne Vipero, um garoto italiano normal, apaixonado por sua amiga Arabella, tem um irmão Victor, mora em um orfanato e adora ouvir as histórias dos ciganos.


Verne ia para um local onde os ciganos, ou melhor, o cigano o Velho Saja contava histórias de fadas, 8 círculos, mundos que para todos nunca existiam. Mas ele e Mister Neagu, seu desafeto, iam sempre ouvi-las.


Verne, como eu disse, morava no orfanato, pois seus pais haviam morrido. Sua mãe ao dar a luz a Victor e seu pai de um acidente. Mas Sophie Lacet cuidava das crianças do orfanato como se fossem seus filhos.


Vipero tinha um amigo, o Ivo. Sempre saia com ele. Conversava, brincava, amava Arabella, sua colega do colégio, mas a garota não dava a mínima para ele. A vida não era perfeita, mas ainda era boa. Contudo seu irmão Victor e mais seis crianças saíram para brincar na Catedral.


As crianças tinham A.I. Amigos Imaginários. E adoravam brincar entre elas com um jogo de tabuleiro, testando as qualidades dos seus A.I.’s. O engraçado é que só os donos viam e ouviam . Victor e seus amigos tinham os seus. Verne também. Victor tinha o Grilo e Verne Chax. Mesmo Verne sendo mais velho ele ainda tinha o seu amigo.


Bom, uma desgraça assolou a cidade de Paradizo. Crianças morreram inexplicavelmente. Victor era um deles. Verne ficou desolado. Mas surge alguém que diz poder ajudá-lo. Elói Munyr. Ele vivia com os ciganos. Principalmente com o Velho Saja.


Explicou para Verne que todas as histórias são reais. Necrópolis era o destino que Verne tinha que tomar para ter o seu irmão de volta. Sim Victor havia morrido, mas ainda existia a possibilidade de salvar seu niyan e Verne foi para Necrópolis.


Muitos desafios. Muitas pessoas, ou seres, a se conhecer. Muito a descobrir. O único pedido que Elói fez a Verne era um passe. Elói foi mandado a Terra por ter feito algo em seu mundo, mas ele queria voltar e precisava do passe.


Verne assentiu. O que ele precisava era ter o irmão de volta. E foi isso que Verne fez. Uma semana para ter o resultado, não o esperado. Mas havia uma esperança. Victor não iria mais não existir. Ele esperaria por seu irmão!

Nota da Milena: Achei por ser uma história que terá 6 livros eu iria me enfurecer e querer comprá-lo só quando estivessem todos, como fiz com Harry Potter, mas felizmente eu me enganei. Bem, bem... o que dizer desse livro? Cenários perfeitos, descrições maravilhosas, consegui fazer um filme na minha mente durante a batalha. Soluções para questionamentos surgiram após a leitura, mas isso é spoiler e acho que ninguém precisa saber agora. Recomendo e espero que saia logo os livros, não agüentarei a ansiedade, tenho um defeito terrível. Não sou paciente rsrsrsrsr. Para quem curte RPG, acredito que seja basicamente igual eu nunca joguei, mas acho se parece muito. Se eu estiver errada, por favor me corrijam. Para conher os trabalhos do Douglas MCT é só clicar no site ^__^
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Junior Cazeri 17/11/2010

Um mundo fantástico em ritmo de anime
Necrópolis – A Fronteira das Almas é o romance de estréia de Douglas MCT, e primeiro volume de uma série de seis livros ambientados no universo fantástico criado pelo autor.

Verne Vipero é um jovem que perde o irmão em circunstâncias misteriosas e acaba descobrindo mundos que se estendem muito além do nosso, onde a alma do caçula avança para o esquecimento eterno. Inconformado, Verne inicia sua jornada para Necrópolis com o intuito de resgatar seu irmão, mesmo que tenha que enfrentar duendes e bárbaros, se aliar a ladrões e mercenários e buscar o castelo de um Conde Vampiro.

Entre situações que revelam o mundo de Necrópolis, apresentam heróis e vilões, alianças e traições, acompanhamos Verne em sua jornada rumo ao Abismo.

Divido em 3 partes, o livro começa apresentando os irmãos Verne eVictor, que levam uma vida comum, vivendo em um orfanato na cidade de Paradizo. São muito diferentes um do outro, Verne é um jovem adulto que não amadureceu e, no início, é fácil tomá-lo por criança, tanto pelas atitudes como pelo comportamento. Antes um rebelde, Verne agora é um pacato rapaz que cuida do irmão e sofre com um amor não correspondido. Victor é mais alegre, mas pouco o conhecemos, pois logo ele é vitimado por uma trágica e misteriosa doença.

Após a morte do irmão, Verne se torna introspectivo e inconformado e logo é confrontado por uma figura enigmática que tenta fazer o rapaz acreditar na existência de outros mundos, onde a alma de Victor caminha para um Abismo que leva à inexistência. Entre a dor da perda e coisas nas quais não acredita, Verne é convencido a enfrentar uma jornada para o mundo de Necrópolis e resgatar a alma do irmão.

A primeira parte é a que mais próxima da literatura infanto juvenil, com amigos imaginários (que considero totalmente descartáveis e destoantes do clima sombrio da obra), amores não resolvidos, crises familiares e uma abertura para um mundo fantástico. Douglas mostra que sabe para onde quer conduzir o leitor, com uma linguagem simples e funcional, mas também exagera em certas passagens, como a leitura de tarô, que se prolonga demais e acaba cansativa. Felizmente, tudo isso fica esquecido quando, finalmente, a jornada para o outro mundo se inicia.

Acompanhar as andanças de Verne por Necrópolis é quase como acompanhar um anime, vamos conhecendo o mundo e encontrando novos personagens, que vão se juntando e formando um grupo, com conflitos entre eles, rápidas aventuras e uma dose de humor.

Necrópolis é um mundo habitado por humanos, nascidos ali, e criaturas fantásticas, como duendes, vampiros, zumbis, lobisomens e outras, saídas da imaginação do autor e que não vou revelar (leia o livro, oras). Em seus campos inóspitos, Verne encontra aliados que darão suporte à sua busca pelo irmão, entre eles o ladrão velocista Simas, de longe o personagem mais interessante do livro, e a mercenária Karolina Kirsanoff com seu planador escarlate. Acontece que coisas estranhas estão acontecendo em Necrópolis, duendes liderados por bárbaros atacam ladrões e uma agitação nas terras de Érebus pode indicar problemas para os aventureiros. A busca de Verne se mistura com as histórias antigas de Necrópolis e revelações indicam que nem tudo é o que parece ser.

O passeio por Necrópolis e suas lendas é encantador, faz o leitor realmente mergulhar na trama, deixando para trás os elementos infantis e investindo em uma fantasia sombria, criativa e que, agora sim, foge dos clichês. Em ritmo frenético somos arrastados de um lado para outro do continente fantástico e a força dos personagens vai se revelando. Bom… de quase todos.

Aquela que devia ser a musa do livro, acaba por se mostrar seu calcanhar de Aquiles. Os dotes físicos de Karolina Kirsanoff são descritos de forma tão exagerada e repetitiva que a personagem acaba se tornando “a mercenária gostosa”, sem vida e brilho. Como já falei, cinco livros ainda virão, portanto, não faltará espaço para o autor soprar uma sobrevida mais colorida à personagem, e ela não enfraquece a história, apesar de chegar bem perto disso, e fica aqui a crítica por ela desempenhar um papel importantíssimo nesse primeiro volume, e ficar devendo em personalidade.

Para compensar isso, temos Simas. Ladrão, inconsequente, bem humorado e beberrão, que mostra mais profundidade do que todos os demais personagens juntos. Colocado ao lado de Verne como um grande amigo, torna a viagem muito mais agradável, humana e divertida.

Os coadjuvantes também dão um show à parte, como os aprendizes de mercenário, Ícaro, o Conde Vampiro e, claro, os vilões. Num mundo vasto como o de Necrópolis, as figuras se unem para criar um painel único de interesses e motivações.

Em seu trabalho de estréia como romancista, Douglas MCT provou que tem fôlego para conduzir uma história complexa sem mergulhar nos clichês, com muita energia nas cenas de ação e que vai agradar os fãs de fantasia. Falta amadurecer um pouco mais a linguagem, pois o autor provou em seu conto publicado na antologia Imaginários 3 que possui talento para uma escrita mais elaborada que, provavelmente, vai aparecer nos próximos volumes. As motivações dos personagens também merecem uma lapidada, pois Verne, um personagem simpático, ainda é só um adulto disfarçado de criança birrenta e alguns de seus aliados não tinham razões plausíveis para prestar auxilio a ele só por ele ter pedido (o Conde, mais notadamente).

Enfim, são situações que serão resolvidas em um futuro próximo, com a continuação da saga e só quem acompanhar a primeira etapa da aventura de Verne Vípero terá o prazer de saber para onde o Abismo nos levará.
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Vitor 07/09/2011

A dark fantasy... agora brasileira!
O designer, roteirista e escritor Douglas MCT apresenta-nos o fantástico e sombrio mundo de Necrópolis, lugar habitado por seres tanto mágicos quanto perigosos. É para esse local que o jovem adulto Verne Vípero parte em busca da alma de seu recém-falecido irmão, Victor, que caminha em direção a escuridão do Abismo. Determinado a salvá-lo a qualquer custo, Verne fará amizades improváveis, lutará lutas mortais e enfrentará perigos além do alcance mundano.

A mescla de elementos da fantasia clássica com os do terror são sensíveis desde o início, num primeiro ato emocionante e tenso. O único paralelo popular seria a saga de dark fantasy de Stephen King, a Torre Negra. A mistura dos elementos é muito boa em ambas as obras, diga-se logo. Nada mais terrorífico do que algo que está
além da nossa compreensão, no plano do fantástico.

Na estreia de sua saga, Douglas acerta em cheio em muitos pontos. A carga emocional implantada logo no início é perfeita. A criatividade em criar diversos elementos em um mundo totalmente novo é sensacional, além de seus personagens: errôneos, ambíguos, originais. Tudo isso regado a pinceladas dark bem dosadas.

Elementos dos famosos RPGs são sensíveis ao longo de todo o livro, especialmente na invasão dos domínios de Astaroth. Algunsautores, no entanto, entram demais nessa linha e esquecem de pensar na sua obra como literatura. Não é o caso, felizmente, do livro do Doulglas. A narrativa é bem escrita, tem um bom ritmo e despeja ação ao longo de suas páginas – destaque para a sequência final, que entrega uma luta das mais épicas.

Infelizmente, é impossível fechar os olhos para os erros do livro. Alguns personagens ficam amigos de Verne de forma muito rápida e precipitada, inverossímil. Algumas resoluções e acontecimentos geram estranhamento, ao menos numa leitura mais atenta. Além disso, a conclusão do livro que não conclui coisa alguma pode irritar. Mesmo se
tratando de uma saga, torna-se algo arriscado deixar a história tão indefinida e tantas coisas para se resolver no futuro. Ainda assim, o leitor é instigado a ler o restante da série.

Douglas MCT é uma adição mais que bem-vinda ao quadro da fantasia nacional e o primeiro a se enveredar nos caminhos obscuros da dark fantasy. Com muitos acertos e alguns erros, sua obra de ficção mostra-se consistente, bem-escrita e com um potencial imenso.

Recomendado!

Essa resenha completa e muitas outras no meu blog literário:
http://litterismundi.wordpress.com/

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Guto Fernandes 24/08/2011

Verne e Victor Vipero eram irmãos e órfãos que viviam sob a tutela de Sophie Lacet que possuía grande estima pela falecida mãe destes. Assim tendo na vida somente um ao outro, os irmãos acabaram por fortes criar laços de amizade e companheirismo, algo transcendental, simbolizado por um par de frascos onde cada um deles mantinha o seu sangue misturado ao do outro e os usavam pendurados como cordões.

E esta relação é abalada quando o jovem Victor e mais seis crianças morrem de maneira cruel e misteriosa. Verne comovido pela perda então se vê diante de uma proposta feita por um estranho que poderá trazer seu irmão de volta a vida. Cético e amargurado o rapaz somente acredita no homem quando este por fim prova de uma vez por todas a verdade de suas palavras. Desta forma Verne Vipero começa a se preparar para partir a Necrópolis e retirar o nyian de seu irmão da Fronteira das Almas, salvando-o do esquecimento eterno.

Eis os primeiros acontecimentos do livro Necrópolis – A Fronteira das Almas do autor Douglas MCT e publicado no ano passado pela Editora Draco. Desde o anúncio do lançamento do livro tive interesse em conhecê-lo, primeiramente por conta da arte da capa (que transmite bem o clima do enredo e tem um ótimo acabamento) e depois pela sinopse assim como o gênero como ele era descrito (dark fantasy), e com o passar dos meses entre uma compra e outra nunca o encontrava na loja onde tinha costume de adquirir livros. Por fim ao variar um pouco de vendedor o comprei junto de outros volumes da editora e me coloquei a lê-lo no mesmo dia em que recebi a entrega.

À primeira vista o enredo de Necrópolis – A Fronteira das Almas se desenvolve de maneira lenta e gradual, apresentando o dia a dia de Verne assim como suas amizades, desejos e lembranças. Logo começam a surgir as partes que marcam o encontro do jovem, de personalidade firme e cética, com um mundo sobrenatural e sombrio muito além de sua compreensão e fé. Nesse ponto o autor começa a introduzir os vários conceitos criados e adaptados por ele de várias culturas e de algumas obras clássicas. Algo marcante é a divisão da existência em círculos, que pode lembrar um pouco a mitologia nórdica, assim como as diversas referências diretas aos mitos gregos assim como criações inspiradas nos mesmos. Para os leitores de Fronteiras do Universo não será difícil notar uma semelhança entre os dimons de Philip Pullman e os Amigos Imaginários, ou AI, de Douglas.

Todo o universo criado por Douglas MCT é de uma complexidade memorável, tendo seus locais definidos e com características próprias e distintas dos outros. O mesmo ocorre com a criação dos personagens, habitantes e criaturas de Necrópolis. Alguns deles são como versões modificadas de seres já existentes, ganhando somente uma aparência mais sombria para se enquadrarem no proposto pela trama. Outras tantas raças foram adaptadas ou criadas por Douglas, mas prefiro me ater as três a seguir por se mostrarem as mais interessantes a meu ver. Virleonos me lembraram em muito os leoninos de Magic The Gathering, os oaiprocses são os clássicos homens-escorpião, trazidos para um lado ainda mais violento e os corujeiros foram uma criação muito interessante.

Quanto ao desenvolvimento do mundo não há pontos que entrem em conflito ou se mostrem infundados com a evolução do enredo. Porém, infelizmente, a descrição dos cenários e ambientes por vezes se mostrou muito rápida, não permitindo uma maior construção da cena ou paisagem. Porém a personalidade dos personagens carece de melhoras em certos aspectos. Verne cuja motivação é salvar o irmão o mais rápido possível por algumas vezes desvia-se do objetivo principal de sua busca sem motivos convincentes além dos coadjuvantes que tendem a ajuda-lo na busca sem que haja algo em contrapartida ou alguma reflexão mais profunda.

Outro ponto negativo com relação à narração e descrição que observei foram alguns flashbacks usados no decorrer da trama que pareceram não dar continuidade ao ritmo normal do enredo, parecendo que foram colocados naquele momento somente para cobrir um espaço que o autor não conseguiu encaixar a frente. E há uma passagem nos momentos finais do livro que fugiu ao que estava sendo narrado de maneira gritante – quando o protagonista Verne recebe uma mensagem de outro personagem e comenta a respeito de fatos que tecnicamente não foram citados como conhecidos por ele.

No final também senti um pouco de estranhamento quanto à velocidade dos acontecimentos. Em alguns destes as coisas pareceram acontecer mais rapidamente, causando uma sensação de que foram forçadas a serem daquela maneira mais corrida e superficial. Creio que um pouco do clima de tensão e mistério que o autor gostaria de passar nos momentos decisivos deste primeiro volume, acabaram por perder a força com a pouca descrição dos mesmos.

Em relação à narrativa também houve alguns momentos em que o modo do autor apresentar os pontos de vistas dos personagens acabou por me confundir. Nos primeiros capítulos enquanto é alternado o ponto de vista somente entre Verne e seu irmão Victor em situações isoladas é possível ter uma maior noção de quem detém as impressões, porém ao apresentar mais personagens a situação mudou. Em alguns momentos a narração se iniciava dando a entender que o foco era em determinado personagem, mas ao longo da cena acabávamos tendo também as sensações e impressões de outros personagens e com isso a mudança para uma narração em terceira pessoa praticamente onisciente que não se casava bem com o texto apresentado.

Para finalizar gostaria de frisar que os ganchos deixados por Douglas MCT para os próximos livros se mostraram interessantes, podendo ser uma aposta de ótimas aventuras para os anos seguintes. Creio que todo o conceito criado pelo autor neste primeiro livro tem potencial para crescer ainda mais e se desenvolver de maneira satisfatória uma vez que os pontos acima mencionados fossem sanados.

Necrópolis – A Fronteira das Almas te proporciona uma leitura agradável para passar longas noites entre um capítulo e alguns minutos numa campanha de Diablo II, como eu próprio fiz. As inconsistências citadas não prejudicaram a evolução da minha leitura, embora acredito que sem elas poderia ter desfrutado ainda mais deste universo vasto e sombrio.
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changkwr 30/11/2010

História Fantástica!
Realmente os autores brasileiros de livros deveriam ter mais oportunidades de escreverem livros e esses livros serem publicados.
Um bom exemplo disso é o livro que vos resenho:
Necropolis realmente diferente de tudo que já li, mas com temas e personagens que você se identifica, e todas as reviravoltas que a trama traz.
Uma coisa que lendo o livro pensei, imaginando essa história em quadrinhos e mais real ainda uma história perfeita para um filme.
Como nunca resenhei nada na vida ainda não sei os termos técnicos para dizer se um livro é bom ou não, mas recomendo a leitura para todos que gostem ou não de um livro de dark-fantasy.
Só esperando a continuação das histórias de Verne Vipero, seu irmão Victor, Elói, Simas - o ladrão e claro a mercenária Karol. E o que será que astaroth quer com Verne?
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Flauberth 10/12/2010

Será que é apenas um vendedor de charutos mesmo?
Li há muito tempo que para um filme ser bom e chamar a atenção do espectador, os primeiros 10 minutos são fundamentais, é onde a história será amarrada e amarrará o espectador.
Bom, Necrópolis fez isso comigo. Ao ler o prólogo, e imediatamente entrarmos na história de Verne, você se pergunta, o que o prólogo e Verne Vipero tem haver? E aí estava a armadilha. Fui pego. Não tinha mais saída, precisava terminar o livro. E terminar o livro foi uma delícia.

Não sei escrever resenhas, então vou colocar em tópicos o que achei e dizer tudo como o Martius Oly:

- as personagens e suas histórias paralelas foram um presente do Douglas. Simas, Karolina, Ícaro e a história dos Cinco fazem você passear pelas terras de Necrópolis.

- Os AI foi um ponto a dar mais brilho a história. Me fez lembrar Pullman.

- Criar um mundo ou um universo nunca foi tão difícil na minha opinião, mas fazer o que Douglas fez com Necropólis é muito difícil. Ele deixou as personagens caminhar pelo mundo, explorar seus detalhes, e ainda deixar muito para a imaginação.

- Preciso falar um pouco do final, mas sem spoiler. Me deixou sem ar. Fiquei com um nó na garganta. E só conseguirei resolver esse problema ao ler as próximas aventuras de Verne Vipero. "Maldita hora que resolvi ler Necrópolis".

Vale muito apena ler Necropólis e principalmente indicar para seus amigos e inimigos.
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Liêvin 18/02/2011

Necrópolis - Douglas MCT (resenha originalmente publicada em www.sobrelivros.com.br)
Já tive oportunidade de prestigiar um trabalho editorial da Draco com o livro “Selva Brasil” e comentei bastante sobre o investimento na edição e formatação do livro. Agora, com mais uma oportunidade e responsabilidade de trazer a vocês uma obra interessantíssima, transparecerei Necrópolis, do brasileiro Douglas MCT.

Douglas MCT já escreveu para os quadrinhos da turma da Mônica, teve contos publicados nas coletâneas Anno Domini, Território V e Imaginários vol. 3, já ganhou vários prêmios e muito mais. Enfim, o currículo do cara é bom. Começou a escrever Necrópolis graças a uma paranóia de perder o irmão caçula (paranóia que também tenho, mas não possuo a habilidade de criar um mundo e publicar em livro). E tem alguns escritores, super conhecidos, como fontes inesgotáveis de inspiração (Leonel Caldela, Stephen King, Neil Gaiman e Philip Pullman).

O livro já começa mostrando que quer trazer algo a você e no mínino você ganhará algo, MEDO. Somos levados a uma região chamada Condado de Barçov, no ano de 1910, onde um Sacerdote é chamado para exorcizar um demônio do corpo de um garoto (logo após ler esse prólogo comentei em meu twitter que havia sido um dos melhores prólogos que li).

A sessão de exorcismo tem um desfecho que só será trazido à tona bem mais tarde, o que por sinal ficou algo muito bem bolado para a continuação da saga. Após esse frenético e, para uns, amedrontador prólogo viramos a página já na região da Calábria, Itália, já no ano de 2005.

Verne Vipero é nosso protagonista. Uma pessoa cética, órfão de pai e mãe, mas que adora ouvir contos de fadas recitadas pelos ciganos. Verne vive no vilarejo Paradizo e todas as crianças têm um Amigo Imaginário ou AI, uma espécie de manifestação imaterial de suas almas, um conselheiro até que a adolescência chegasse (uma espécie de Dimons, que os fãs de Phillip Pullman devem muito bem conhecer, mas ao contrários dos Dimons, os AI’s são vistos por ninguém além do dono e desaparecem na adolescência).

Não tarda muito para sermos tragados pela história, pois tudo se inicia quando uma “pedra esfumacenta” é lançada da catedral, afetando e matando várias crianças de forma misteriosa e extremamente dolorosa (não vou revelar, mas é algo agonizante). Entre as vítimas está o irmão caçula de Verne, Victor. Desconsolado com a perda traumática do irmão, Verne deixa o ceticismo de lado e, com algumas ajudas misteriosas, resolve salvar a vida do irmão em Necrópolis, a cidade dos mortos.

“E por fim, o mundo mais terrível! O território que nenhum ser deste planeta conhece, mas que todos temem. É chamado de Necrópolis, o mundo dos mortos. [...] Necrópolis é uma ilha- continente com lugares estranhos, repleta de criaturas. Saibam que todas as histórias de vampiros, lobisomens, fantasmas, centauros e faunos são reais! É de lá que elas vêm. E eles existem, podem crer.” Velho Cigano Saja



Em Necrópolis o mundo tomas novas formas e cores. A areia é azul, a noite é guardada pelo satélite Nixx e o dia por Sollux. Os seres mais curiosos e criados pelo autor vivem e atormentam a sobrevida (como a vida é chamada) dos moradores de Necrópolis. Lá, Verne faz novas amizades para conseguir seu objetivo. O Ladrão super veloz, atrapalhado e beberrão, Simas Tales, a Mercenária sensual e carmesin, Karolina Kirsannoff e o Corujeiro (uma raça criada pelo autor) , Ícaro Zíngaro.

Gostei muito do mundo criado por Douglas. O trabalho editorial da Draco é excelente e muito bem visto não só na capa do livro, mas também em seu interior. O livro possui um mapa de Necrópolis, o que nos deixa situado em todas as passagens de Verne pela ilha-continente macabra. Os capítulos são curtos e nada chatos e muito bem entitulados, por sinal. As grandes criações do autor me impressionaram. A raça dos corujeiros foi muito bem bolada e os locais da terra dos mortos e a explicação de como podem existir humanos que vivem lá é algo bastante criativo.

A única ressalva que tenho do livro é o carisma das personagens. Não consegui sentir amor por eles. Afeiçoei-me, é claro, especialmente pelo ladrão Simas e pelo corujeiro Ícaro mais pelas habilidades deles do que pelas atuações na narrativa. Alguns personagens e raça surgem em clímax deixando o leitor na expectativa de uma participação mais marcante, mas isso não acontece (como é o caso dos virleonos, Mister Neagu e Arabella). Não sei se vocês irão ficar com o pensamento que eu tive quando comecei a ler o livro “quem será esse cara da capa?”, mas não me arrependi de pensar e esperar que ele aparecesse.

Por fim, deixei meus pontos de vista a respeito da obra para vocês. Adorei o livro, achei que foi uma criação muito bem bolada e interessante. Indico a todos que acompanham minhas resenhas aqui no Sobre Livros e unam-se a mim no aguardo dessa saga que, de acordo com o autor, serão 6 livros. Boa leitura!
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baunilha 28/02/2011

Necrópolis tem uma narrativa bem dividida, porém não estanque. Narrada em terceira pessoa, a história conta como Verne Vipero atravessa um portal para Necrópolis, um dos três mundos do Moabite, o sétimo dos Oito Círculos do Universo para encontrar e salvar seu irmão.

A primeira das três partes dá conta da relação de Verne com o irmão Victor e situa o leitor no mundo em que eles vivem que nada mais é que o nosso mundo, com algumas peculiaridades como a existência de criaturas como os AIs ou “Amigos Imaginários” que acompanham as crianças e jovens até certa idade, mais ou menos como um grilo falante do Pinóquio.

As duas partes seguintes já acontecem em Necrópolis, com Verne buscando não apenas ao irmão, mas também o “pagamento” para aquele que o proporcionou esta viagem fantástica. Nessa aventura Verne conhece a bela Mercenária Karolina, o veloz Ladrão Simas e o simpático Ícaro, um corujeiro que é prisioneiro da Mercenária, além de outras figuras tão fantásticas quanto. Verne passa por grandes provações, traições e demonstrações de amizade.

Em alguns momentos achei que a história se arrastava um pouco pelo excesso de descrições e acontecimentos que levavam, a meu ver, a lugar nenhum na história. Mas então eu me dava conta de que esse era um livro de fantasia e diferente de outros gêneros que nos perguntamos “por que?”, em fantasia a pergunta correta seria “por que não?”. Se outras possibilidades e histórias podem ser criadas e exploradas, por que não contá-las? Se não fizerem diferença na espinha dorsal da história, ao menos servem de entretenimento. E o que é um livro de fantasia além de puro entretenimento?

O grande problema com este livro é ter uma parte boa demais: o prólogo. Necrópolis começa com um dos melhores prólogos que já li. Tem começo, meio e fim e mais se assemelha a um conto sobre exorcismo. O prólogo me comprou, me fez passar o livro na frente de vários outros e talvez isso tenha prejudicado um pouco as minhas expectativas em relação a história porque passei quase toda a leitura tentando descobrir onde aquele exorcismo se encaixaria.

Em determinados momentos cheguei a desconfiar que ele realmente tivesse ligação com algo na narrativa de Necrópolis e acredite, ele tem. Embora encaixe-se perfeitamente, achei que o prólogo foi mal aproveitado no contexto geral. A ligação entre ele e o todo é mencionada muito rapidamente, explicando de forma superficial as razões do “vilão”.

Além disso, achei que duas perguntas ficaram sem resposta, sendo uma delas a própria busca de Verne que considerei despropositada. A outra fica por conta das razões do vilão para fazer o que faz – que obviamente, se eu explicar mais aqui, a leitura do livro perde o sentido.

O final do livro deixa a entender que haverá uma continuação – embora o próprio autor já tenha afirmado isso – apesar de terminar não exatamente com um cliffhanger, que só acontece, na verdade, no epílogo.

No geral este foi um livro que me encantou por duas razões: o prólogo, como já falei e pela diversidade de criaturas. Além de algumas que já fazem parte de nosso imaginário como zumbis e vampiros – que são até bem pouco explorados – o Douglas criou outras criaturas como corujeiros, equinotrotos e o Planador Escarlate que é parte máquina e parte ser vivo.
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Josué de Olivei 15/06/2011

Um dos melhores momentos de “Necrópolis – A Fronteira das Almas” (Draco, 308 páginas) é o capítulo em que um grupo de ladrões se envolve numa perigosa missão, tendo que invadir uma fortaleza para roubar artefatos mágicos ali escondidos. A estrutura do capítulo lembra a dos jogos de RPG: tem-se um agrupamento de indivíduos com capacidades e especialidades particulares em busca de objetos sagrados que renderão poderes específicos aos seus portadores, aumentando suas atuais aptidões e habilidades.
É extremamente frustrante, portanto, não enxergar nessa empolgante, divertida, bem conduzida e envolvente sequência uma função mais clara e significativa na trama. Desse modo, ela se estabelece como uma boa amostra das qualidades e dos defeitos deste romance de estreia do paulista Douglas MCT.
Após um sombrio prólogo, que trás um clérigo realizando um exorcismo (tentando, ao menos), pulamos no tempo e somos apresentados ao jovem Verne Vipero e a seu irmão caçula Victor, que, após um misterioso incidente, que também envolve outras crianças da pequena cidade no interior da Itália onde vivem, vem a falecer. Mas o cético Verne encontra na enigmática e desconhecida figura de Elói uma esperança: ele lhe propõe viajar até Necrópolis, dimensão de onde poderá impedir a queda do irmão no Abismo e trazê-lo de volta a vida. Verne parte, então, numa jornada a mundo fantástico e inóspito.
De maneira geral, o romance funciona. Trata-se de uma história universal, em que uma pessoa comum precisa sair de seu lugar e enfrentar as mais inimagináveis adversidades de modo a cumprir determinada tarefa, e, durante o processo, vai aprendendo mais sobre si mesma e descobrindo sua própria capacidade de domar o medo e seguir em frente. O herói se envolverá em batalhas que nem sempre serão as suas, descobrirá nos personagens que cruzarem seu caminho inesperados aliados e inimigos cuja motivação nem sempre entenderá de pronto, levantando-se a cada investida do destino, sem nunca desistir. Assim, esse primeiro volume da saga “Necrópolis” (o autor planeja lançar mais cinco continuações) acessa uma memória comum que remete, por exemplo, a obras conhecidíssimas como “O Senhor dos Anéis” (dadas, é claro, as diferenças entre ambas). Trata-se de estrutura algo formulaica, mas não se pode negar que seja extremamente funcional e que ajude a criar boas histórias.
A questão é que uma boa história não é o suficiente, nem mesmo uma de forte apelo com o público. “Necrópolis” tem problemas. O que mais me saltou aos olhos é o que só posso chamar de indecisão. Durante grande parte da leitura, não fica claro no que a história procurava se concentrar: se na busca de Verne pela alma do irmão, na apresentação do universo fantástico no qual esta busca se dá ou nas tramas paralelas que envolvem a grande quantidade de coadjuvantes. A impressão que fica é que o autor não conseguiu aproveitar o fator urgência. O que tinha tudo para ser uma história de corrida contra o tempo, dada a proximidade da queda de Victor no Abismo – reiterada frequentemente –, acaba indo numa direção diferente. Sim, a Necrópolis apresentada por Douglas é um mundo muito bem montado, povoados por criaturas interessantes e elementos mágicos bem integrados àquela realidade, e o autor trabalha bem a imersão de Verne nessa estranha dimensão que ele ceticamente acreditava existir apenas em lendas. Da mesma forma, os personagens que vão se juntando ao protagonista são quase todos divertidos e bem desenvolvidos. Mas não há, a meu ver, um equilíbrio entre todos esses ingredientes e aquele que deveria ser o eixo principal da história: a jornada de Verne para salvar o irmão. Durante a leitura, várias vezes me assaltou o pensamento: “Caramba, por que esse pessoal não se apressa?” São tantos acontecimentos paralelos que desviam o foco do principal. A missão dos ladrões, que citei no início, é apenas um deles – e embora estabeleça ligações com a trama principal, estende-se mais que o necessário e apresenta uma infinidade de informações que não fazem qualquer diferença.
Deve-se ressaltar também a forma como a personagem Karolina é apresentada e desenvolvida. Um dos pontos fortes do romance é justamente a dinâmica entre os personagens, de modo que, nesse eixo, o único ponto fraco fatalmente salta aos olhos. A mercenária que se junta a Verne em sua aventura surge como o mais estereotipado de todos os coadjuvantes: a típica figura da mulher forte, perigosa e sexy que chuta todas as bundas possíveis e arranca suspiros de todos. As referências as seus encantos são tão frequentes que a partir de certo ponto soam como mera repetição, impedindo-a de assumir uma personalidade mais pautada em suas ações, o que seria preferível. Felizmente, um tratamento mais caprichado é dado aos demais coadjuvantes.
Apesar destas falhas, “Necrópolis” nunca se torna uma experiência monótona ou enfadonha, encontrando em seu universo narrativo a força necessária para que a história mantenha um bom ritmo e não saia dos trilhos. Percebe-se que o autor refletiu e investiu fortemente na ambientação, conferindo personalidade e vida a sua Necrópolis, coroando-a com elementos pra lá de criativos – como o Planador Escarlate, espécie de meio de transporte vivo – e criaturas estranhas e curiosas – como o corujeiro Ícaro –, além de se apropriar com competência de outras que já são lugar comum nas histórias de fantasia, como vampiros, fadas e até zumbis. Embora certas passagens estejam ali com o único objetivo de introduzir-nos a tais criaturas – como a visita de Verne e Elói à igreja de Paradizo –, no geral, o autor atua com sobriedade nesse quesito, conseguindo apresenta-las de maneira mais fluida e orgânica.
O autor mostra competência também nas sequências de ação, especialmente as que se desenrolam no caminho para o Alcácer de Dantalion, saindo-se igualmente bem na batalha final de Verne (seria imperdoável que o herói não protagonizasse uma luta épica, certo?). O desfecho, no entanto, tem seus altos e baixos: apesar da boa revelação final e da bem trabalhada conexão entre a trama principal e o misterioso prólogo, muitas lacunas são deixadas em branco, e várias das soluções apresentadas pelo autor não convencem, soando um tanto obscuras e forçada. Da mesma forma, uma reviravolta relacionada a um personagem específico surge de maneira tão inesperada quanto artificial, e causa certa estranheza.
Mas, no conjunto da obra, “Necrópolis – A Fronteira das Almas” convence; trata-se de uma história divertida e ágil, apesar de seus problemas. Deve-se salientar também que não se trata apenas de um livro de estreia, mas também do primeiro volume de uma série, de modo que mudanças e novas abordagens podem ser esperadas. De minha parte, só posso afirmar que gostaria muito de fazer uma nova visita a Necrópolis, de modo que aguardo as continuações.
Boas leituras.




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Vinícios 28/12/2011

Necrópolis – A Fronteira das Almas conta basicamente a jornada de Verne Vípero em busca de seu irmão, Victor Vípero, em Necrópolis, o mundo dos mortos, como deu para perceber pela sinopse.

Eu tenho que admitir que desde que e criei esse blog no começo do ano, eu venho babando para comprar Necrópolis, e quando finalmente ele chegou em minhas mãos, comecei a ler instantaneamente. Infelizmente eu demorei a lê-lo por alguns capítulos serem grandes demais e alguns, mesmos curtos, são cansativos.
Vou começar falando do prólogo. Eu sabia que o gênero era dark fantasy (fantasia junto com o terror), mas após ver que fala de um exorcismo, eu fiquei imaginando se o livro seria meio pesado. Dei graças a Deus que não. As três partes do livro são tranquilas, apenas têm algumas cenas feias e algumas que dão uma certa aflição.
Para mim, o ponto forte do livro foi a originalidade. Mesmo com seres conhecidos da literatura, o autor conseguiu dar uma repaginada nesses personagens, deixando-os ainda mais atrativos. Além disso, ele decidiu criar criaturas novas. Além de seres, ele criou universos, "criou" os AIs (Amigos Imaginários), a Fronteira das Almas (lógico, dã), o Abismo, etc.
O livro não teve um ponto fraco, mas acho que o livro poderia ter mais ação, mais mortes, até por que é o que se espera depois de ver um cara com uma foice na capa do livro.
Já que toquei no assunto, vou falar sobre a capa. Para mim, foi o que me deu vontade de ler o livro. Vim ver a sinopse apenas no fim do mês passado, quando fui comprar o livro. Não vou revelar que cena é (mas digo que é bem para o final), mas é um dos momentos cruciais.

Se você gosta de livros de ação com aventura, e além disso tudo, com uma pitadinha de terror. Pode ter certeza que Necrópolis – A Fronteira das Almas foi feito para você.

www.yesweread.blogspot.com
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Mig 03/04/2011

Bom começo
O que acontece quando alguém que passou muito de sua vida com RPGs?

A literatura de fantasia acontece.

Em Necrópolis, romance de estréia de Douglas MCT, vemos um autor com uma veia artística proeminente e que deu um grande passo em direção à memória de qualquer geek.

Sendo sincero, enontrei este livro por acaso em uma livraria, olhando em uma estante praticamente escondida. Não entendo como, com autores promissores como Douglas, temos tão pouca mídia no mundo da escrita fantástica brasileira.

Mas voltando ao livro, Necrópolis é um livro grande, porém de rápida leitura. Não é um livro extremamente denso e profundo, ficando num meio termo entre o detalhismo extremo e a falta de detalhes. Nisso, conseguimos compreender os personanges e até nso indentificar com eles sem que o livro se torne massante.

Para todos os que querem uma boa leitura tipicamente brasileira, Necrópolis: A Fronteira das Almas, de Douglas MCT, é uma ótima pedida.
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Mê Giassi 04/07/2011

Dessa vez falaremos de uma obra nacional, onde iremos deixar um pouco o romance de lado e viajar em uma brilhante aventura com os irmãos Vipero à Necrópolis. Eles são inseparáveis e a terrível morte de um deles, Victor, muda completamente a vida de seu irmão, Verne. Este, que apesar de não acreditar no sobrenatural, aceita o desafio de salvar a alma de seu irmão Victor em uma incansável jornada em outro mundo, onde encontra com pessoas que jamais imaginou, formando assim amigos que são essenciais para concluir sua missão que está determinado a cumprir.

Para Verne, é uma luta contra o tempo e os perigos em Necrópolis se tornam cada vez maiores; se ele conseguirá salvar Victor, é um mistério que somente lendo o livro e embarcando nessa trama conseguiremos desvendar.

Necrópolis é um livro incrível e com um conteúdo magnífico, não estamos acostumados a achar bons livros como esse. Surpreendi-me ao ler e ver que está repleto de criaturas e um mundo totalmente diferente ao que estamos acostumados a ler. A obra te prende pelas 307 páginas desse livro mágico com um design lindo. A facilidade de leitura é incrível, pois a história é narrada em terceira pessoa, além de ser dividida em três partes.

No final, o autor dá a entender que haverá uma continuação, o que seria simplesmente maravilhoso, já que o livro nos deixa com gosto de quero mais, despertando a curiosidade do que pode acontecer com os amigos que Verne fez em Necrópolis!!!

O autor, Douglas MCT é de São Paulo, hoje trabalha como designer gráfico e no momento atua como roteirista de games, quadrinhos, animações, filmes e seriados.

Recomendo muito Necrópolis. Na verdade, SUPER recomendo, é uma leitura muito válida, principalmente para quem gosta de livros com aquela pitada de aventura.


Leia mais: http://foforks.com.br/2011/07/fora-de-forks-necropolis/#ixzz1R9NHhfES
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