Resenhas - Como Ler Livros

Gustavo Lima 26/06/2014

O melhor livro que já li na vida!
COMO LER LIVROS

Tomei conhecimento desse livro através de um dos blogs que existem na internet. Lembro que, nesse blog, seu dono fez uma resenha desse livro e, em suas palavras, considerava “How to read a book”(Como ler um livro) um marco em sua vida. Interessado, rapidamente procurei na internet pra ver se tinha alguma edição dele em português. Para minha grande satisfação, sim.

Meu interesse nesse livro partiu de um questionamento que fiz a mim mesmo sobre a qualidade do meu conhecimento. Desde 2005 pra cá, tenho tido o propósito de cultivar o hábito de ler vários livros por ano visando o aperfeiçoamento de minhas qualidades intelectuais. Por causa disso, cheguei a ler mais de 100 livros só nos últimos 10 anos. Geralmente, quem se aventura numa empreitada como essa, assim como eu, acaba lendo tanto livros bons como muita porcaria também devido à inexperiência de leitor de primeiras viagens para selecionar bons livros.

Pois é, apesar de ter lido bastante na vida até então, em meados de 2011, comecei a me perguntar o que realmente eu sabia. Eu percebi que não me sentia capaz o suficiente para discutir com outras pessoas aquilo que eu tinha lido. Em algumas conversas, meus comentários sobre os livros que eu tinha lido eram muito superficiais. Eu sentia que, para o tanto que eu já tinha lido, sabia muito pouco. Percebi que alguma coisa estava errada com minhas leituras. Foi a partir daí que comecei a buscar algum meio que me ajudasse a melhorar a qualidade daquilo que eu lia. Procurando na internet, encontrei esse livro fantástico.

“COMO LER LIVROS” foi escrito por Mortimer Jerome Adler (1902-2001), um professor de filosofia norte-americano que, em sua época, se notabilizou por, entre outras coisas, sua habilidade admirável de discutir temas filosóficos baseados em grandes clássicos da literatura ocidental, numa linguagem simples e acessível para o homem comum (esta é, aliás, uma das ótimas características desse livro: linguagem claríssima!). A experiência de Adler com a leitura dos clássicos o levou a escrever seu best-seller “How to read a books” (Como Ler Livros, Editora É Realizações).

A LEITURA ATIVA E OS NÍVEIS DE LEITURA

Nesse livro, é mostrado em primeiro lugar que um leitor possui basicamente três objetivos quando vai ler um livro. O primeiro deles é o entretenimento, o segundo é a informação e o terceiro é a elevação, o crescimento espiritual e intelectual. No primeiro objetivo, a leitura exige pouco do leitor, trata-se apenas de uma leitura relaxante. Já a leitura para a informação é mais exigente que a primeira, pois se trata de ler para aprender fatos importantes. Já o terceiro objetivo é mais exigente ainda, pois é o tipo de leitura onde se está em contato com grandes idéias.

O real propósito de “COMO LER LIVROS” é ensinar aos leitores fazer esse terceiro tipo de leitura para que possam ter condições de crescer intelectualmente enquanto lêem. Esse crescimento significa sair de um nível inferior de entendimento para um nível superior de entendimento. Para isso, devemos praticar o que ele chama de “leitura ativa”. Cada leitor pode ler um livro mais ou menos ativamente. No entanto, quanto mais ativa a leitura for, melhor será o entendimento do leitor.

As chaves da leitura ativa são fazer perguntas ao livro enquanto o lê e tentar respondê-las da melhor forma possível. Para isso, devemos fazer registros a lápis no livro, registros das perguntas, respostas, observações, palavras-chave, argumentos e problemas do livro. Aliás, este foi um dos preconceitos que abandonei: riscar o livro. Sempre tive pena de riscar meus livros. Achava que fazer isso era praticar uma espécie de violação. Hoje, graças a Adler, não tenho mais pena de riscar livros, desde que sejam meus, é claro.

Agora, quais são as perguntas que se deve fazer ao livro? Isso depende fundamentalmente de duas coisas: dos Níveis de Leitura e dos Tipos de Livros que se está lendo. Cada tipo e cada nível vão determinar o tipo de pergunta que se fará.

Com relação aos Níveis de Leitura, existem quatro níveis: Leitura Elementar, Leitura Inspecional, Leitura Analítica e Leitura Sintópica. Ele fala em “níveis” porque um determinado nível engloba um anterior e é pré-requisito para o posterior. Entendido dessa forma, a Leitura Elementar é aquela em que o indivíduo passou a ser alfabetizado. A Leitura Inspecional é aquela em que extraímos o máximo de informações de um livro num curto prazo de tempo. A Leitura Analítica é a leitura propriamente dia, a leitura por excelência. É por meio dela que o leitor vai crescer intelectualmente, segundo a proposta de Adler. Esse nível de leitura é mais exigente que os dois anteriores. Já a leitura Sintópica é a “leitura comparada”, nela o leitor vai fazer uma análise de um mesmo assunto usando livros distintos. Essa é a mais exigente de todas as leituras, porém, a mais recompensadora.

A LEITURA ANALÍTICA

Para todos os níveis de leitura, Adler dá dicas precisas e detalhadas de como proceder em cada um deles. Entretanto, no nível de leitura analítica ele dedica uma atenção especial. Esse nível é o mais extensamente discutido no decorrer do livro. Nele existem regras para descobrir, interpretar e criticar o conteúdo do livro. Resumidamente, podemos organizar as regras da leitura analítica da seguinte maneira:

- Descobrir que tipo de livro se está lendo.

- Descobrir quais os problemas que o autor levantou.

- Assinalar quais são as palavras-chave do autor e como ele as define.

- Aprender as proposições do autor mediante as frases-chave.

- Encontrar ou construir os argumentos do autor.

- Verificar quais problemas ele resolveu, quais ele não resolveu e quais ele pode ter criado.

- Expor para si mesmo as partes do livro, como elas estão divididas, do que trata cada uma delas e como elas estão integradas ao todo do livro.

- Saber explicar em poucas palavras do que trata o livro.

Para se criticar um livro, deve-se antes ter garantias de que você realmente o entendeu. Não adianta criticar um livro que não entendemos o conteúdo. Mas como podemos saber se realmente entendemos o livro? Basicamente, aplicando as regras acima. Segundo Adler, se executarmos corretamente essas regras, poderemos saber, com razoável certeza, que entendemos o livro. No livro, Adler ensina como executar essas regras de modo correto.

A parte mais interessante da leitura analítica, a meu ver, é como se faz a crítica. Muitos leitores acham (inclusive, eu achava) que a leitura de um livro termina depois que o entendemos. Adler afirma que isso é apenas parte do trabalho. Para ele, o leitor tem obrigação de dar a sua palavra a respeito do livro lido. Para isso, antes de explicar as regras para a crítica de um livro, ele dá e explica algumas sugestões de “etiqueta intelectual”. Essas sugestões são:

1) Não criticar o livro antes de entendê-lo realmente.

2) Não ler o livro com o objetivo predisposto de discordar do autor.

3) Reconhecer a diferença entre conhecimento e opinião, oferecendo razões, caso discorde do autor.

Depois de explicar cada um desses preceitos, ele expõe e explica as regras para uma boa crítica:

1) Mostre onde o autor está desinformado.

2) Mostre onde o autor está mal informado.

3) Mostre onde o autor foi ilógico.

4) Mostre onde a análise do autor está incompleta.

Se não pudermos mostrar, com boas razões, onde o autor está desinformado, mal informado, onde ele foi ilógico, ou onde a análise está incompleta, então teremos necessariamente que concordar com o autor. É claro que pode haver o caso onde nós não gostemos das conclusões do autor. Nesse caso, se discordarmos dele sem razões, nossa discordância será meramente emocional e não racional.

Tendo isso em mente, Adler observa bem no início do livro que o ideal é que os alunos do ensino médio já saiam da escola dominando as regras da leitura analítica para poder praticar a leitura sintópica na faculdade, mas o que é ocorre é que os alunos vão para a universidade dominando apenas o nível elementar de leitura e os alunos universitários só vão dominar a leitura sintópica numa fase bem avançada da pós-graduação, geralmente no doutorado.

TIPOS DE LIVROS

Agora quais são os tipos de livros que se deve ler para o crescimento intelectual? Primeiramente devemos saber classificá-los. Adler facilita essa tarefa mostrando que existem Livros Imaginativos e Livros Expositivos. Os livros imaginativos são aqueles comumente chamados de ficção. Já os livros expositivos são os de não-ficção, cujo propósito é ensinar alguma coisa. Isso não quer dizer que não se possa aprender com livros imaginativos, nem que não se use a imaginação ao ler um livro expositivo. Adler deixa isso bem claro. O que está em jogo aqui é apenas a questão da classificação dos livros.

Quais são os livros imaginativos? São os romances, poemas, poesias, épicos etc. Os livros expositivos por sua vez dividem-se em livros práticos e livros teóricos. Exemplos de livros práticos: livros de oratória, manuais técnicos, livros que contem preceitos éticos, em suma, todo tipo de livro que ensina como fazer algo. O próprio livro de Adler é um exemplo de livro prático, pois ele ensina como fazer algo, no caso, como ler um livro.

Já os livros teóricos têm por objetivo transmitir um saber. Esses livros estão classicamente divididos no que conhecemos como História, Ciência e Filosofia, mas existem outros também. Como Adler era professor de filosofia, ele elaborou as regras da leitura analítica para se ler livros de Filosofia. No entanto, ele faz algumas adaptações necessárias e também explica regras mais específicas para se ler obras de consulta, livros práticos, livros imaginativos, livros de história, de ciência, de matemática, ciências sociais etc. Saber o tipo de livro que está lendo vai determinar o modo como deveremos lê-lo.

Ao final do livro, Adler relaciona uma lista com mais de cem autores e suas obras essenciais; autores que são universalmente reconhecidos como grandes expoentes da filosofia, ciência, história, literatura etc. São autores como Platão, Aristóteles, Locke, Rousseau, Kant, Sartre, Euclides, Newton, Darwin, Freud, Einstein, Homero, Virgilio, Dante, Shakespeare, Dostoievski, Tucídides, Tácito, Gibbon e outros. Adler recomenda esses autores devido à enorme influência de suas obras em nossa cultura. Logo, trata-se de obras cujo conhecimento vai ampliar nosso entendimento do mundo, pois estão acima da nossa compreensão e que, portanto, suas leituras vão nos ajudar a melhorar nossa percepção da realidade; são obras que não podem faltar na biblioteca de nossos lares, obras que devem ser lidas por todo aquele que pretende ter uma formação humanística de primeira linha.

Aqui, ao sugerir essa lista, o objetivo de Adler é mostrar que não basta apenas saber as regras da leitura analítica, é necessário também ter conhecimento de onde deveremos aplicar nossa leitura, pois nem todo livro vai merecer uma leitura analítica. Apenas os bons livros merecem esse tipo de leitura. Portanto, não basta apenas saber como ler, é preciso saber o que se deve ler também. É claro que a lista oferecida por ele não é exaustiva, ela é apenas sugestiva; existem muitos bons livros que não estão nessa lista e, no fim das contas, vai caber ao leitor decidir o que vai ler. Mas, pessoalmente falando, não deixa de ser uma boa idéia seguir as sugestões de Adler tendo em vista sua vasta experiência na leitura desses livros.

CONCLUSÃO

Posso dizer com toda a convicção que esse é o melhor livro que já li na vida. É através dele que resolvi, teoricamente, meu problema de como ler eficientemente e que, o mais importante não é a quantidade que se lê, mas a qualidade aplicada na leitura e que tipo de coisa vale a pena ser lida; além disso, me senti mais confiante para ler qualquer tipo de texto. Esse é o tipo de livro que a gente lamenta por não ter conhecido antes, mas me contento com o fato de que ainda não é tarde, para mim, aprender a ler corretamente. Recomendo-o de modo veemente a todos os estudantes de filosofia ou todos aqueles que simplesmente querem saber como educar-se por meio de livros.

Quando eu gosto de um livro, sempre me vem um desejo de poder dar um exemplar dele para cada conhecido meu. Se eu tivesse condições, faria isso, mas como não tenho, recomendo a todos sua aquisição. E nem adianta vir até mim porque eu não vou emprestar o meu exemplar. rs... Só espero que com esta resenha eu tenha conseguido chamar a atenção de todos sobre a importância dessa obra para se adquirir uma educação de verdade, no seu sentido mais elevado.

Para concluir, quero ressaltar que além de saber como ler corretamente e o que se deve ler, é necessário estar sempre praticando a leitura nos termos da proposta desse livro. Para crescer-mos intelectualmente, devemos aplicar as regras da leitura analítica sempre que formos ler; e fazer isso não é uma coisa fácil. O domínio dessas regras requer tempo, paciência e se adquire apenas com a prática constante. Portanto, conhecer essas regras é apenas o começo da vida intelectual.

DAN LIMA 28/02/2021

Um livro precioso e diferenciado, que aborda de fato como se deve ler seja um livro, revista, jornal etc. Lamentável não aprender na escola esses ensinamentos indispensáveis.
Uma narrativa que convida o leitor aprender a absorver qualquer livro que a gente deseja da melhor maneira possível. É excepcional!!!
É surpreendente quando se está lendo a obra. Chega-se a conclusão que temos muito o que aprender sobre a leitura no seu substrato. Sabe-se pouco.
Percebe-se ao final do livro o porquê do brasileiro tem dificuldade de ler e de interpretar. Realmente, não se aprende a ler de verdade na escola. É uma percepção falsa.
Os tipos e as técnicas de leitura desde à básica até a avançada do livro evidenciam fatalmente de que não sabemos ler. É impressionante!!!
É uma aquisição que qualquer pessoa tem que possuir na sua estante obrigatoriamente. E consultar sempre como forma de praticar, fixar e aprender de fato. Motivo: há muitas informações, ensinamentos valiosos e a prática.
A temática é tão encantadora que ela consegue conversa com o leitor de uma maneira gostosa, envolvente, quebrando paradigmas e comprovando por meio da ciência que ler é mais do que o próprio ato em si. :-)
Um dos melhores livros que já li em toda a minha vida! Ameiiiiiiiii...!!!
Merece 10 estrelas!!! ;-)

Obs:

-As escolar deveriam indicar o livro como referência. É libertador!!!

Diogo Ramos 02/10/2023

Criticando o livro de Mortimer Adler a sua maneira.
Criticando o livro de Mortimer Adler como ele nos ensina a criticar um livro.

Como Ler Livros foi publicado pela primeira vez no primeiro semestre de 1940, imediatamente se tornou um best-seller e se manteve no topo da lista dos mais vendidos nos Esta­dos Unidos por mais de um ano. Desde então, o livro continuou a ter ampla circulação, em numerosas tiragens, em brochura e capa dura, e foi traduzido para outros idiomas: francês, sueco, alemão, espanhol e italiano por exemplo.

O livro é escrito por Mortimer Jeromer Adler em parceira com Mark Van Doren, uma dupla ímpar: um dos maiores filósofos da educação do século XX e o outro um gênio por natureza, ganhador do Pulitzer.
Na versão brasileira o livro é prefaciado brilhantemente pelo grande professor José Monir Nasser, escrito de maneira condizente com a obra, sua descrição do que veremos no livro é fabulosa, intimidora e instigante.
Nasser analiza sistematicamente obras que abordam o tema do livro, que é a leitura. O professor explicita que nenhum outro livro sobre o tema foi escrito de forma sistemática e completa (no que se propõem) como essa obra, tivemos grandes obras no passado sobre tal arte, citamos a exemplo: Didascálicon (Hugo de São Vitor), A Vida Intelecutal (Sertillanges), Convito (Dante) e outros são comparados. Apesar de obras com elevadíssima contribuição tais são oriundas de ideias de resoluções particulares, isto é: não apresenta uma obra sistemática ou completa (esse não é o objetivo desses livros) pois com exceção do livro de São Vitor os mesmo tratam a leitura de forma colateral, o de Hugo por outro lado abordar a leitura de forma bastante eficaz, contudo não abordar os níveis de leitura e como alcançar ás mesmas, em Adler encontramos isso e muito além.

O livro é estruturado em quatro partes com subdivisões, totalizando vinte e um capítulos além de dois apêndices, a primeira parte trata da leitura elementar a segunda da leitura inspecional e a terceira da leitura analítica e por fim a quarta abordar a leitura sintópica. O primeiro apêndice traz uma lista de livros essenciais para uma formação clássica, uma lista muito rica (mas muito breve). O segundo apêndice traz alguns exercícios dos quatro diferentes níveis de leitura. As referências bibliográficas são de um valor descomunal, colossal.

Em direção a conclusão devo ainda salientar a quem é indicado essa obra. A obra é indicada para pessoas que desejam elevar seu nível de leitura, para pesquisadores que necessitaram da leitura sintópica, para bibliotecários que precisaram da leitura inspecional, não posso deixar de evidenciar que maior parte da população brasileira não conseguem ler além do nível elementar, se você não reconhece tal linguajar quiçá seja um sinal para ler essa obra fundamental, o contato de forma adequada com essa pérola transformara não apenas a qualidade de leitura mais além disso a forma como interpretamos as substâncias, no sentido empregado por Aristóteles.

lucas wilson 02/12/2020

ok boomer, ou em pt-br, mama eu tiozão
o que eu esperava: um manual com boas dicas para eu tirar mais proveito do meu hábito de leitura.

o que eu li: um guia caga regra e completamente elitista querendo tecer os pilares essenciais para a leitura de uma ?boa obra?. sério, ler isso é exatamente a mesma sensação de ouvir um homem de meia idade que se acha dono da verdade fazendo palestrinha pra você.
o conceito de existir uma ?alta cultura?, que é o princípio desse livro basicamente, é totalmente escrota ao meu ver. eu entendo e compreendo os valores ?objetivos? de todas as artes, mas o valor da arte em si está na sua via subjetiva, ou seja, qualquer obra deveria ser julgada pelo seu fator de impacto pessoal acima de tudo, não pelas regras conjuntas imaginárias feitas por um bando de veio babaca a 200 anos atrás.
minha opinião é: a mona lisa é a pintura mais famosa e apreciada do mundo, mas um desenho da minha irmãzinha de 3 anos é subjetivamente melhor pra mim, e no final isso que importa.
não nego que existe valor nos clássicos, mas fingir que você prefere a Odisseia de Homero do que Harry Potter apenas porque as GRANDES REGRAS DA LITERATURA te dizem isso, é simplesmente estupido.
eu nem consegui ler esse livro inteiro porque tava puto com esse discurso do autor, mas se eu marcar como ?abandonado? não dá pra expressar minha putidão através dessa resenha.
enfim, aprecie o que é arte para você. goste do que você mais goste sem se basear nas regras de ninguém do que você deveria gostar. arte é o que você faz dela. e se vídeo de tartaruga gemendo no youtube ilumina seu coração como ilumina o meu, é ARTE SIM.
e que livros como esse parem de ser publicados, porque isso aqui já era antiquado a 60 anos atrás.

caio.lobo. 16/02/2021

Livro perfeito, o único defeito é a capa feia dessa edição.
Livro importante para quem é leitor, até mesmo para os leitores experientes. O guia gira em torno dos 4 níveis de leitura:

Leitura elementar: o nível básico que é saber ler, a alfabetização, formar as palavras, mas além disso, entender a formação da frase. Parece algo qie todos estão habituados, mas quantas vezes corremos os olhos por uma frase sem entendê-la e já passamos para outra e assim não se forma a unidade de leitura.

Leitura inspecional: é quando "fuçamos" no livro quando acabamos de comprar. Olhar índice, folhear as páginas, ler algus parágrafos aleatórios e absorver a divisão do livro. Infelizmente com o Kindle esse nível fica um pouco prejudicado.

Leitura analítica: é a leitura completa do livro, tentando absorver o máximo seu conteúdo, fazer anotações, "fazer perguntas" ao livro e sempre com foco e com auxílio da leitura inspecional.

Leitura sintópica: o nível mais profundo, onde se busca adentrar no âmago da obra, com pesquisas, ler obras relacionadas, ler obras antagônicas à leitura principal, buscar sentidos profundos ou até mesmo ocultos, meditar sobre as questões e finalmente obter as próprias conclusões racionais.

Há no final do livro exercícios para exercitar cada nível de leitura, com ótimos textos, tirados das obras de Dante, Aristóteles, Rousseau e Darwin.

Interessante também são as dicas de como ler diversos assuntos, como literatura, poesia, épicos, história, ciências, matemática, filosofia e até mesmo livros práticos.

Como José Monir Nasser disse sobre este livro, que "além de manual abrangente de técnicas de leitura, é um estudo ontológico sobre a natureza desta (a leitura)". Uma obra baseada no Trivium e Quadrivium, que segue a tradição aristotélica e escolástica, uma obra que já nasceu clássica.

P.S.: Infelizmente a capa da edição da É Realizações é horrorosa. Este é o livro que cairia bem uma capa dura e com letras douradas.

André 27/08/2020

Como ler livros
O que escrever após a leitura de um livro como esse? Somente aceitar minha ignorância e ficar feliz por ter aprendido um pouco mais com esse autor. Mortmer Adler talvez tenha me feito entender o que significa leitura, um método fantástico para aprender. Estou grato por ter a oportunidade de ler esse livro.

Victor dos Santos 30/11/2015

"Bilhões de pessoas já viveram antes de você; você nunca terá um problema novo. Alguém escreveu a resposta em um livro, em algum lugar".

Li esta frase há quase dois anos, creditada a Will Smith. Seja de sua autoria ou não, é um pensamento que julgo, se não totalmente verdadeiro, bastante válido, e que rege um pouco da minha vida desde então. E, se você pretende extrair resposta, adquirir conhecimento, experiência, aprendizado, enfim, evoluir como um todo (não apenas intelectualmente, acredite), você precisa saber não apenas quais livros ler. Mais importante do que isso, é saber COMO lê-los.

'Como Ler Livros' ('How to Read a Book', no título original) é exatamente um manual sobre como executar esta tarefa. Adler proporciona uma lição a muitos que notam que precisam (aquela impressão de quando se lê um livro, mas não se absorveu integralmente, de que há algo mais ali para ser compreendido) e também para um número maior ainda de pessoas que nem sabem que precisam (que leem sem entender completamente e nem ao menos se dão conta disto).

É o tipo de leitura que poderia facilmente integrar o currículo estudantil de qualquer sistema educacional. O método é bastante didático e de fácil assimilação. Recomendado especialmente para quem já possui o hábito de ler regularmente e gostaria de melhorar sua capacidade nesta atividade.

Giulia.DAria 29/01/2023

EU NÃO AGUENTAVA MAIS.
Nunca demorei tanto pra ler um livro e isso está me deixando agoniada, são muitas informações pra anotar, refletir e analisar.
O livro tem 432, gastei mais tempo anotando (são muitas dicas boas) do que lendo!

Diana Helena 14/03/2020

Uma leitura indispensável para todos que leem para aprender
Fiquei impressionada como o livro tem conteúdo!
Normalmente, livros desse tamanho que expõem um tema são repetitivos e não é o caso desse.

O Mortimer Adler dedicou a vida para o conhecimento, o estudo e a leitura. Isso faz com que todo o conteúdo que ele produziu seja especial.

O ?Como ler livros? é um livro que fala sobre isso: ele ensina a melhor forma de encarar cada leitura.

O Adler fala sobre os diferentes níveis de leitura que se pode realizar ao ler um livro: leitura elementar, inspecional, analítica ou sintópica.
E, claro, ensina a fazer cada uma delas.

E ele expõe as classificações dos livros de duas formas:
1. Se o livro é teórico ou prático;
2. Que tipo de leitura é (sobre que tema): imaginativa, narrativas, peças, poemas, história, biografia, ciência, matemática, filósofa ou ciência social.

O foco do livro acaba sendo na leitura analítica, que é a mais voltada para o estudo.
Dessa forma, ele diz como ler analiticamente cada um desses temas do item 2.

Além disso, ensina como criticar um livro e como discordar de um autor. Isso é bastante útil, porque por vezes, não analisamos a construção lógica do livro ao criticarmos ele.

Ao final do livro, ele expõe uma lista de livros, em ordem cronológica dos Autores, que são indispensáveis para a vida. São livros que valem a pena ser lidos por qualquer pessoa e que são eternos.

Depois, apresenta exercícios para cada nível de leitura, o que eu achei sensacional! Terminou com chave de ouro, mostrando o que é um excelente livro prático: que ensina exatamente como fazer o que está exposto.

Recomendo a leitura para todos. Excelente livro!

Miguel.Moreira 04/04/2022

Como ler livros
Não dá pra falar de educação sem citar o fracasso que ela é em nosso país.
Diferentemente de Paulo Freire, Mortimer Adler nos apresenta este livro totalmente prático para melhorar o nosso hábito de leitura.

Para justificar minha crítica ao Paulo Freire, tomo a liberdade de citar um livro dele, intitulado de "A importância do ato de ler", um livro curtinho e totalmente teórico, com argumentos sensacionalistas como "você tem que ler para fazer uma sociedade melhor" (não exatamente nestas palavras), e principalmente atribuindo a leitura como foco principalmente a atividade política (inclusive ao final da resenha cito uma frase de Adler que não é muito diferente de Freire, mas que a carga desta obra a torna diferente pelo caráter prático), que é um fracasso para a pessoa que quer começar a ler (me refiro ao hábito rotineiro de leitura), focando em aprender sobre política (digo por experiência própria).
Adler nos propõe algo diferente de Freire, e que para minha experiência pessoal, foi muito mais proveitosa e ao meu ver, bem-sucedida.

A proposta inicial de Adler é nos fazer ler melhor (e não nos alfabetizar). O autor propõe quatro níveis de leitura, do mais básico ao mais avançado, para um público já alfabetizado, porém com a disposição e vontade de evoluir intelectualmente. Os quatro níveis de leitura são apresentados na seguinte ordem:

I. Leitura Elementar
II. Leitura Inspecional
III. Leitura Analítica
IV. Leitura Sintópica

Estes quatro níveis são cumulativos, ou seja, para ler de forma analítica é preciso saber ler de forma elementar e de forma inspecional, mesmo que de forma inconsciente, mas isso pode prejudicar o nosso entendimento geral sobre o que vamos ler.

A leitura elementar é aquela que se limita às frases e palavras sem questionar o seu sentido; é a leitura de uma criança em processi de alfabetização. Adler não aborda muita coisa sobre este nível de leitura, pois ele presume que já saibamos muito bem como se lê uma frase como "o gato sentou no chapéu".

A leitura inspecional é basicamente a leitura rápida com fim de entender a estrutura do livro, e sobre o que exatamente o livro fala. Um detalhe é que não é a leitura da obra inteira, mas o ato de folhear um livro ou um artigo buscando as idéias principais. É um "raio X" da obra.

A leitura analítica é a leitura completa de uma obra, a fim de entender cada argumento que julgamos ser importante para o assunto que estamos buscando aprender.

A leitura sintópica é o tipo de leitura que fazemos para tirar dúvidas muito específicas sobre um assunto, portanto é uma leitura de dois ou mais livros sobre o mesmo assunto. Aqui é onde vamos comparar um autor com outro e colocá-los para debater sobre determinado tema, a fim de nos tirar dúvidas específicas. Um exemplo é essa introdução à resenha que fiz de forma resumida, sobre educação proposta por Paulo Freire e a educação proposta por Adler, essa é um exemplo de leitura sintópica, de forma bem mastigada.

Tendo a definição de cada nível de leitura, o autor reparte seu livro em algumas frações em cada tipo de leitura, e em cada nível de leitura.
O autor nos apresenta dois tipos de literatura, sendo elas imaginativa e expositiva.
A imaginativa é a literatura de obras de ficção, e a expositiva é a obra que expõe uma idéia, ou propõe um aprendizado teórico ou prático.
E existem livros que abordam os dois tipos de literatura simultaneamente, como alguns livros de história.

Adler se aprofunda em vários tipos de literatura, focando mais em uns do que outros gêneros literários, mas a obra em geral é muito bem organizada e didática, nos fornecendo um passo-a-passo para chegarmos aos níveis mais avançados de leitura e ler os livros mais complicados que podem existir de forma competente.

O foco maior da obra é a leitura analítica, sendo assim gerando muitos tópicos a serem discutidos e apresentados pelo autor.

É um livro recomendado para qualquer pessoa que queira aprimorar a leitura e nas palavras do próprio autor: "[...] Devemos ser uma nação de leitores verdadeiramente competentes, no sentido amplo e profundo da palavra 'competente'. [...]"

Catarina 27/03/2022

Enfadonho, mas bom
O autor repete muito para que se aprenda e apreenda. Por isso demorei para concluir o livro.

O objetivo do livro é que o leitor possa ler melhor crescendo intelectualmente.

Recomendo que não pulem o prefácio do professor Monir Nasser, pois é uma aula introdutória maravilhosa!

São explicados os 4 níveis de leitura: elementar, inspecional, analítica e sintópica. No entanto, é mais trabalhado o nível analítico.

Este é o mais ?interessante? porque é dado um capítulo para cada gênero citado. Como, por exemplo, prático (gênero do livro), ficção (literatura, poesia, teatro), história (incluindo biografias), ciências sociais e outros mais.

O nível sintópico é para quem precisa apresentar TCC, monografias, pesquisas e semelhantes. O escritor ensina como descobrir os livros certos para não perder tempo.

Quem desejar se aventurar minha dica é que não desista. Leia (acompanhado(a) de um lápis para grifar trechos importantes) aos poucos, crie metas diárias pequenas para não se frustrar. Se precisar, pare um pouco, leia algo leve e depois retorne ou leia conjuntamente com outro livro.

Polliana 23/11/2020

Guia de Leitura para Estudantes jovens e adultos
O autor conseguiu neste livro ensinar o passo a passo para fazer a leitura eficiente de qualquer livro, texto, ou qualquer outro escrito.

O que eu, particularmente, mais gostei, foi a parte da leitura inspecional, que me ajudará muito em meus estudos e leituras diárias. Sempre tive o hábito de ler o sumário (quando não era muito grande, agora lerei todos), capa, contracapa e orelhas. Mas achei incrível fazer uma inspeção no conteúdo do livro, identificar partes principais e etc., antes de fazer uma leitura mais detalhada (a analítica).

A leitura analítica, ou interpretativa, é o coração do livro, o autor gasta muitas páginas com esse assunto, que é de extrema importância. Neste ponto, gostei especialmente do primeiro estágio, por possuir algumas regras que eu não seguia, e que também poderei implementar aos meus estudos.

A leitura sintópica ajudará em algum tipo de pesquisa mais específica a ser feita, não será muito útil no dia a dia, mas foi muito bem explicada e certamente seguirei as regras citadas pelo autor quando precisar fazer algo do tipo.

Milena.Coneglian 25/05/2022

Ótimo para o leitor assíduo
Leitura indispensável para quem não somente gosta de ler e, também para obter as ferramentas para praticar a leitura entendendo realmente o conteúdo e despertando o senso crítico.

Thalles 26/07/2020

Um manual de leitura formidável
Basicamente o autor nos toma pela mão e nos ensina que há vários níveis de leitura e que cada nível é necessário para seguinte. É um passo a passo delicioso de ler. As dicas são práticas e certeiras. Vale muito a pena.