Rafaela (@exlibris_sc) 11/06/2020Uma trilogia para a todos apaixonar!Após mais de uma década que conheci a literatura tolkieniana, releio essa obra prima cuja edição se encontra espetacular! A experiência não poderia ter sido mais perfeita e ainda com gosto de primeira vez; me surpreendi demais com a quantidade de eventos que eu havia esquecido, mas que acabou sendo bom afinal, vivo tudo outra vez ao lado de Bilbo e Gandalf, Frodo e Sam, Aragorn e Boromir, Legolas e Gimli, Merry e Pippin, os anãos e os elfos em Valfenda, Elrond e Arwën, e até os orques de Moria e o infame Balrog das profundezas de Khazad-dûm.
Que espetacular ter em mãos uma estória que vai muito além de uma ?mera fantasia?; Tolkien era e para sempre será um mestre com as palavras. Resgatando significados profundos e fazendo o leitor adentrar de corpo e alma na Terra Média e na Demanda do Anel, aprendemos o significado da verdadeira amizade, da lealdade, da força e da coragem, mas também vemos que até nos lugares mais belos e pacíficos a treva pode entrar, se a levarmos conosco. ?A Sociedade do Anel? é um marco, contendo dois livros em sua composição irá narrar as aventuras, os avanços, as perdas e o passado de uma turma que mescla humanos, hobbits, elfos e anãos de uma forma tão primorosa, intensa e bem detalhada que logo nos sentimos parte da família e largar o livro seria impossível não fosse suas geniais continuações.
O que posso falar? Você irá se apiedar de Frodo, rir com os Pequenos, se apaixonar por Aragorn, querer ficar em Valfenda, fazer algazarra com anãos e sentir o coração palpitando com a sapiência dos elfos.
Um salve para o mestre @ronald_kyrmse pela primorosa tradução.
Leitor, após sua jornada comecar, você não será mais o mesmo. Como dizia mestre Bilbo: ?É perigoso sair porta afora, Frodo. Você pisa na Estrada e se não controlar os pés, não há como saber até onde você pode ser levado...?
Dando continuidade à Saga do Anel, na parte dois de “O Senhor dos Anéis: As Duas Torres”, uma presença escura e opressora se avizinha dos povos da Terra Média em especial da Sociedade agora em frangalhos.
Aqui temos os livros 3 e 4, onde é narrado neste primeiro o que se sucedeu após a morte de Boromir, a caçada aos Uruk-hai pelo trio mais badass da literatura - Aragorn, Legolas e Gimli - e vários eventos épicos que me deixaram sem fôlego, como os Ents e Fangorn; já no livro 4, temos o retorno de Frodo e Sam após se separarem da Comitiva e seguirem em direção à Mordor, encontrando a criatura Gollum que, apesar de tremenda malícia, se mostra curiosamente útil à Demanda.
Cada relato e cenário é mais eletrizante que o anterior, já falei uma vez e retorno a exaltar o quão excepcional era o mestre Tolkien em nos fazer sentir profundamente as vivências dos personagens e até respirar o ar carregado de Rohan, bem como o de toda a Terra Média.
Relembrar Éowyn e Faramir com toda sua força, sabedoria e semblantes nobres feito a luz das estrelas foi incrível!
Mais uma vez me surpreendi com os pequenos detalhes esquecidos por mim nesta releitura e também me abismei com as diferenças que encontrei do livro para a adaptação do cinema, apesar desta ser também uma obra prima. O Faramir dos filmes deixa a desejar e quem leu e assistiu vai concordar comigo.
Com o coração batendo forte no peito e a espada na mão, sigo agora para Gondor pois há muito “O Retorno do Rei” foi postergado e afinal “o amanhecer é sempre a esperança dos homens” como disse o próprio Elessar.
“[...] na verdade creio que é muito mais confortável ficar sentado aqui ouvindo a respeito de tudo. Aqui a lareira é muito aconchegante, a comida é muito boa e há Elfos quando se precisa deles. O que mais se poderia querer?”
3 meses e 1678 paginas depois, a Demanda do Anel chega ao fim. Sorrisos, lagrimas, mortes, amores e com o coração destroçado... Foi assim e com outras emoções que terminei a releitura do ultimo volume de O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei, mês passado.
Fazia mais de 10 anos que li OSDA pela primeira vez e, apesar de ter esquecido algumas coisas, porque muitas delas divergem do que apareceu nos filmes, a leitura sucedeu com o bom e velho tom familiar de uma conversa com um tio distante. Tolkien me mostrou mais uma vez porque ele e sua obra são preciosos pra mim, ajudando a me definir como leitora e pessoa.
Neste volume, que possui os livros V e VI da Demanda, acompanhamos o “desenrolar da carruagem” para os membros da Sociedade esfacelada e outros personagens igualmente importantes e envolventes. Eowyn sem duvida é a heroína que toda garotinha sonhava ser quando crescesse, sei que eu queria, com sua beleza nobre e gélida, sua coragem e determinação que abalaram todos os preceitos da época.
Acompanhar cada milha percorrida por Gandalf, agora o Branco, Merry e Pippin, Aragorn que passa a aceitar cada vez mais seu lugar de direito como herdeiro de Isildur, o destino de Saruman e Grima, a volta da forcç e nobreza dos Eorlingas, e sentir o sangue pulsar junto aos tambores de guerra dos orques na batalha nos campos de Pelennor.
Sofri a cada passo dado em falso por Frodo e Sam junto à seu guia duplo Smeagol-Gollum, o ar preso nos pulmões com o exército dos mortos em marcha, as lágrimas no rosto e o coração na mão a cada vez que a esperança parecia findar. Apesar de saber o final, ainda me surpreendi quando gritei com Frodo para jogar o anel no fogo da Montanha da Perdição, e outros tantos momentos que agora passam feito um filme na minha cabeça.
Quase tão enriquecedora quanto os livros em si, foi a leitura dos Apêndices que colocou os pingos nos i’s. Afinal OSDA termina como uma espécie de contos de fadas onde o bordão “e foram felizes para sempre” é a última frase contemplada pelo leitor; aqui sabemos o que acontece após o Anel do Poder ser destruído e os elfos partirem para o Mar. Cada membro da Sociedade tem seu desfecho único, belo, nobre e triste ao mesmo tempo. Conhecemos um pouco mais do passado de Aragorn e Arwen e que beleza de presente foram essas páginas!
Além da edição em si que contém índice remissivo, guia de pronúncias e escrita, algumas explicações referentes as ilustrações das capas... enfim, eu poderia passar uma Era inteira falando para vocês do porque OSDA é o livro da minha vida e porque vocês deveriam ler, reler e sorver até a última palavra.
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Mas, deixo-os agora porque: “A Estrada segue sempre avante
Da porta onde é seu começo.
Já longe a Estrada vai, constante,
Outros a sigam com apreço!
Comecem já nova jornada,
Mas eu, exausto, em abandono,
Me volto para a boa pousada,
O meu descanso e o meu sono.”
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