Herdeiras do mar

Herdeiras do mar Mary Lynn Bracht




Resenhas - Herdeiras do Mar


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Cassio Kendi 14/08/2021

As vezes é fácil esquecer que existe a palavra 'Mundial' em "2a Guerra Mundial". O currículo escolar e os filmes e livros mais populares sobre o assunto no Brasil tendem a orbitar em torno do Norte/Ocidente.

Antes de ler "Herdeiras do Mar" e acompanhar a história das irmãs Hana e Emi, eu não sabia sobre as "haenyeo", mulheres que sustentavam toda uma comunidade em Jeju por meio da colheita marítima; não sabia que o Japão tinha dominado a Coreia por tanto tempo, chegando a proibir a língua coreana no país; não sabia que 100 mil coreanas e 100 mil mulheres de outros países asiáticos, como Indonésia, Filipinas e Malásia, haviam sido escravizadas e abusadas sexualmente por militares japoneses durante a 2a Guerra, e seriam conhecidas pelo eufemismo 'mulheres de conforto'.

Fechado o livro, fui saber mais. Digitei 'Comfort Women' no Youtube, e assisti um vídeo após o outro. As entrevistas com as sobreviventes foram as mais desoladoras. Todas já idosas, beirando os 80, 90 anos, e todas, sem exceção, desabavam ao contar seu passado.

Em 14 de agosto de 1991, Kim Hak-sun foi a primeira delas a tornar sua história pública. Até hoje, exatos 30 anos depois, o Japão não fez um pedido de desculpas formal, e não admitiu ou tomou responsabilidade legal pelo que elas passaram. 'Não foi escravidão, foi prostituição profissional e voluntária', chegaram a afirmar.

Hoje restam 14 'mulheres de conforto' coreanas vivas. "Herdeiras do Mar" é mais que um livro bem escrito, é um memorial do sofrimento coletivo e uma forma de não deixar apagar a história destas mulheres mesmo depois que todas elas se forem.

ps: Dois trechos de duas entrevistas
"Life as a Comfort Woman" - www.youtube.com/watch?v=qsT97ax_Xb0 - possível habilitar legendas em português

"Você pode estar escutando isso pela primeira vez, mas para mim, é tão doloroso. Nesta idade (92 anos), quando eu deveria estar em paz, o governo japonês continua arrastando este assunto. Sempre que eu tenho que falar sobre isso, meu coração se parte além do que se pode imaginar."

"My wish is" - www.youtube.com/watch?v=BAKT6lZPT4E - legendas em inglês
"É tão injusto. Eu estou tão brava e furiosa, eu não sei como eu vou aliviar esta raiva. Quanto mais eu penso sobre isso, mais forte minha raiva e ressentimento se tornam (...) É por isso provavelmente que eu tenho dificuldades para respirar de tempos em tempos. Tudo o que eu quero é que esses desgraçados (Japão) se desculpem pelo que eles fizeram de errado. Esse é meu único desejo antes de morrer."

ps2: Um documentário brasileiro sobre as "haenyo" muito bom que recomendo assistir antes de ler o livro, para ter uma referência, é "Haenyeo, a força do mar": https://www.youtube.com/watch?v=1oASFsXXLDY

ps3: se quiser o livro emprestado, só me mandar mensagem.
Marina.Castro.F 14/08/2021minha estante
Ótima resenha ! Já tinha vontade de ler esse livro mas agora estou com mais ainda. Dizem que é incrível.


Laura Gariani 14/08/2021minha estante
?? arrasou como sempre, lindo


Bells 14/08/2021minha estante
Conhecia o livro apenas dr capa, mas não sabia do que se tratava. Adorei a resenha, vou salvar a recomendação para ler


Paola 14/08/2021minha estante
Esse livro é angustiante de ler


Jeane Nunes 14/08/2021minha estante
Como sempre suas resenhas são muito ricas de informações externas(entrevistas, vídeos informativos ...) e tocantes.


@Mi 14/08/2021minha estante
Esse livro é urgente! Foi o livro que mais me impactou esse ano...


dani 14/08/2021minha estante
Resenha incrível! Enquanto estava lendo "Pachinko", me recomendaram esse livro. Vou ler em breve.


Priscilla 15/08/2021minha estante
Eu terminei de ler recentemente. Pra mim, não foi uma leitura rápida por causa das cenas pesadíssimas com riqueza de detalhes e que jogam o leitor pra dentro do livro.
Enfim, uma obra necessária.


Cleber 16/08/2021minha estante
Gostei da resenha, obrigado pelas dicas.


rlaris 16/08/2021minha estante
Esse livro é perfeito, forte e comovente.


DEA 16/08/2021minha estante
Adorei sua resenha, esse livro é um dos meus preferidos e assim como você também nunca tinha ouvido falar sobre as mulheres de consolo ou sobre as haenyeo. É triste demais a postura do Japão diante disso. E obrigada pelas indicações, eu também fiz viárias pesquisas sobre o assunto!


CPF1964 16/08/2021minha estante
Excelente resenha, Cassio. Um dos melhores que li ano passado.


Ana Paula 16/08/2021minha estante
Esse livro é muito bom


Stelinha5 16/08/2021minha estante
Amei sua resenha, obrigada.


Lais Macambira 17/08/2021minha estante
Que livro incrível


After the books 19/08/2021minha estante
Eu senti tanta raiva, tanta revolta lendo esse livro ?


Pathy 19/08/2021minha estante
Sua resenha ficou perfeita. Pretendo ler esse livro quando possível, obrigada pela bela colocação sobre o assunto.


Maholive 20/08/2021minha estante
Gostei demais da sua resenha, espero um dia ter coragem de ler essa história


Drika |@floreios.e_borroes 22/08/2021minha estante
Esse livro me destruiu. Mas amei a leitura. ??


Kel 22/08/2021minha estante
Cássio do céu comprei o meu ontem! Ansiosa pra começar a ler!!


Laura.Bianchini 29/08/2021minha estante
Gostei muito desse livro, muito impactante!! Indico muito a HQ ''Grama'', que trata sobre o mesmo tema, mas com uma história real; os desenhos são mais sutis do que a narrativa de Herdeiras, por isso mesmo acho que se complementam demais.


Volnice.Flausino 29/08/2021minha estante
Parabéns pela resenha. Como você, também não tinha conhecimento de mais essa atrocidades contra as mulheres na Segunda Guerra Mundial, e principalmente dessa especifica envolvendo mulheres asiáticas. Impossível não terminar a leitura sem sentir um aperto no coração. Um livro necessário e recomendado sempre.


Razuki 29/08/2021minha estante
Tive o mesmo susto e desespero ao ler essa história, como desejei que fosse apenas ficção, loucuras atroz da humanidade que só deveriam existir em livros ou filmes. Mas não o é. Uma história necessário p/ ampliar nosso cenário do que aconteceu na Guerra Mundial. Eu recomendaria "Pachinko" que fala dessa dominação japonesa sobre a Coreia e suas diversas consequências.


MalcolmX77 29/08/2021minha estante
Nossa! Um triste, mas necessário relato.


Cassio Kendi 30/08/2021minha estante
Obrigado pelas recomendações, Laura, Razuki e Dani! Pachinko está na lista dos próximos que quero ler, e quanto ao Grama, me arrependi de não ter comprado antes. A editora da edição em português parou de publicar cópias, agora o livro está beeeeem caro. Torcendo pra que voltem a publicar de novo


Amanda 27/10/2021minha estante
Estou lendo o livro nesse momento e só queria dizer que a sua resenha ficou incrível! Me identifiquei totalmente com o que você relatou no segundo parágrafo.


alinemelissa 03/01/2023minha estante
Cheio de gatilhos


Laignier 05/08/2023minha estante
Tem uma série coreana que em 1 capítulo (cap. 13) conta a história dessas mulheres também, chama ?Amanhã?, conheci a história delas ali, fiquei com vontade de ler o livro também.


Gonçalves 15/08/2023minha estante
Ótima resenha!




Bookster Pedro Pacifico 22/12/2020

Herdeiras do mar, de Mary Lynn Bracht
Uma das maiores surpresas do ano, a obra é, em parte, ambientada na Coréia sob ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial - um período que conhecia muito pouco.

Hana, a personagem principal, nasceu em uma comunidade de mulheres que seguem uma tradição muito antiga, que remonta ao ano 434. Desde criança , as meninas aprendem a mergulhar no mar e retirar dali a sua fonte de sobrevivência. As mulheres são chamadas de “haenyeo”, as mulheres do mar. Confesso que nunca havia escutado a história das “haenyeo”, mas fiquei muito impressionado em ver como a tradição segue por tantos anos e a forma de organização dessa sociedade semi-matriarcal.

Mas apesar de estar destinada a seguir a mesma vida que sua mãe e avó viveu, Hana é capturada pelo exército japonês. A partir disso, a personagem encara um período triste e violento em sua vida. Isso porque, a personagem foi capturada para servir como uma “mulher de consolo”, a serviço dos soldados em bordéis, o que foi uma realidade muito comum durante a ocupação japonesa na Coréia.

A leitura é muito sofrida, muito mesmo. Mas mesmo assim a história e a força da personagem mantém o leitor nas páginas que estão por vir. Em algumas passagens precisei parar um pouco e recuperar o fôlego. E o mais triste é saber que até hoje as sobreviventes desse período tão sofrido lutam para que os crimes sejam reconhecidos pelo governo Japonês.

Em paralelo à história de Hana, a autora traz para o presente a narrativa de Emiko, irmã de Hana e que nunca soube o que realmente aconteceu após a captura pelo exército japonês. É uma busca por uma mínima verdade do passado...

O sofrimento das "mulheres consolo” me marcou muito e me deixou com a historia de Hana por muito tempo em minha cabeça. Apesar disso, a leitura é muito interessante, pois retrata momentos da história pouco divulgados ao mesmo tempo em que constrói uma narrativa envolvente e com personagens bem desenvolvidas. Recomendo demais!

Nota 10/10

site: http://instagram.com/book.ster
Luisa Jordana 22/12/2020minha estante
Quero muito fazer essa leitura! Excelente resenha! Me lembrou a narrativa do quadrinho Grama, que fala sobre a vida das "mulheres de consolo" coreanas nas mãos dos japoneses.


AnaPaula 26/12/2020minha estante
Um livro que me impactou, pois não tinha conhecimento sobre esse triste fato da Coreia. Vi que sabemos pouco sobre outras culturas e os seus sofrimentos.




Adriana 24/08/2021

4,5
O livro Herdeiras do Mar nos conta a história de duas irmãs, Hana de 16 anos e Emiko de 9 anos.
Hana é uma "haenyeo" assim como sua mãe e outras mulheres da comunidade onde vive; as haenyeos são mergulhadoras que sustentam suas famílias através da pesca.
Hana e sua família vivem em uma ilha na Coréia durante a Segunda Guerra. Com a ocupação japonesa, Hana um certo dia, se deixa ser levada por um soldado japonês, para salvar sua irmã caçula de um terrível destino. Hana é levada para a região da Manchúria onde servirá de escrava sexual aos soldados japoneses, "mulheres de consolo" como eram chamadas.
A narrativa intercala então a história de Hana, vivendo em seu martírio em 1943 e a história de sua irmã Emiko em 2011, em como sua vida se encaminhou desde o sequestro da irmã e o seu desejo de reencontrá-la.
A autora consegue intercalar bem momentos que mostram o sofrimento brutal a que Hana é submetida e a doçura de suas lembranças de casa, da família, mãe, pai e especialmente de sua irmã.
Um livro muito bonito, comovente e triste, principalmente quando pensamos nas histórias como a de Hana, apesar de ser um personagem fictício, elas, as "mulheres de consolo" realmente existiram e seus sofrimentos foram reais.
Pedro 24/08/2021minha estante
Excelente resenha. Parabéns!


Adriana 24/08/2021minha estante
Obrigada ?


Fr4nc15Knbrro 24/08/2021minha estante
Suas resenhas são um convite à leitura : )


Adriana 24/08/2021minha estante
Muito obrigada!?


B.norte 30/08/2021minha estante
Fiquei com vontade de ler!




Lenas 19/06/2021

Eu definitivamente colocaria Herdeiras do Mar em uma lista de livros para se ler quando se quer chorar. Foi uma leitura terrivelmente triste.

Uma ficção histórica, ambientada na Coreia de 1943 durante a 2ª Guerra Mundial, sobre duas irmãs, Hana e Emi, que foram separadas quando Hana foi sequestrada pelo exército japonês. Os capítulos são alternados entre as irmãs e foi muito difícil para mim escolher qual ponto de vista eu gostei mais.

Eu não tinha ideia da história da guerra entre a Coreia e o Japão e as coisas com que o povo coreano teve que lidar naquela época.

Um aviso que eu daria é que tem alguns eventos no livro que são horríveis. Por mais que eu tenha gostado na maior parte, foi um bem brutal. Não acho que tenha lidado bem com isso e não acho que poderia lê-lo novamente e passar por todas as emoções que foram desencadeadas.

Mas eu recomendo. É uma história realmente cativante. O estilo de escrita é simplesmente impecável e você não pode deixar de se apaixonar pelas tradições das mulheres Haenyeo que vivem como mergulhadoras no mar coreano.

Por fim, duas partes do que a autora trouxe nas notas dela no fim do livro:

?A lista de mulheres que são estupradas em tempos de guerra é longa e vai continuar crescendo a menos que nós incluamos o sofrimento das mulheres em tempos de guerra em livros de história, que recordemos em museus as atrocidades cometidas contra elas e que lembremos das mulheres e garotas que perdemos com a construção de monumentos em sua honra, como a Estátua da Paz.

[?]

A guerra é terrível, brutal e injusta e, quando termina, é necessário que haja pedidos de perdão, reparações, e que a experiência dos sobreviventes seja lembrada. A Alemanha deu um bom exemplo ao admitir e se responsabilizar pelos crimes do governo perpetrados contra os judeus durante a Segunda Guerra e, da mesma maneira, comprometer-se com a memória dessa parte sombria de sua história. A minha esperança é que os governos subsequentes sigam esse mesmo caminho. É nosso dever educar as futuras gerações a respeito das terríveis e reais verdades cometidas durante guerras, não escondê-las ou fingir que nunca aconteceram. Devemos lembrá-las para que os erros do passado não se repitam. Livros de história, canções, romances, peças de teatro, filmes e monumentos são essenciais para nos ajudar a nunca esquecer, enquanto também nos ajudam a prosseguir em paz.?
Kenia Diógenes 19/06/2021minha estante
Está na minha meta deste ano, lerei com um dos meus clubes de leitura.


Marcianeysa 19/06/2021minha estante
Triste demais


Lenas 19/06/2021minha estante
Prepare os lencinhos, Kenia ?


Lenas 19/06/2021minha estante
Ai Márcia, é triste mesmo? Sofri.


Marcianeysa 20/06/2021minha estante
Teve horas que tive que parar de ler pq não aguentava




Rosangela Max 27/07/2022

Esplendoroso e excruciante.
Sem palavras para este romance. Mereceu 5 estrelas e entrou para os meus favoritos.
É tão triste ver como as mulheres vem sofrendo ao longo dos tempos, fadadas a humilhações, violência e desprezo de um mundo patriarcal, machista e injusto. Ainda há pessoas que condenam a luta incansável das mulheres em busca de dignidade, respeito e justiça.
A história das mulheres de consolo retrata uma atrocidade sem tamanho e fico me perguntando quantas outras ainda estão em vigor em outros países.
A escrita dessa autora é maravilhosa! Retratou muito o bem o terror e o sofrimento dessas mulheres, ao mesmo tempo que prestou o devido respeito que elas merecem e criticou os governos japonês e coreano por não fazerem o mesmo.
Recomendo a leitura.
jdelisiario 27/07/2022minha estante
Sem palavras para esse livro! ??


Beka 27/07/2022minha estante
Recomendo As Boas mulheres da China


Rosangela Max 27/07/2022minha estante
Obrigada pela sugestão! Já entrou na minha wishlist. ??


Beka 27/07/2022minha estante
Espero que goste! Tem a mesma vibe desse livro, além de contar muito sobre a China, foi escrito por uma jornalista


28/07/2022minha estante
Livro excelente


Simone 18/01/2023minha estante
Comprei...deve ser um bom livro?




Camilla 03/07/2020

Herdeiras do mar e heroínas de suas próprias histórias
Fazia muito tempo que eu não me sentia tão desconfortável com o conteúdo de um livro, mas geralmente acontece com ficções históricas baseadas em fatos reais.
Herdeiras do Mar tem duas narradoras em tempos diferentes: Hana (em 1943) e Emiko (em 2011). Ambas são haenyeo, mulheres mergulhadoras da Ilha de Jeju. A história se concentra nos impactos da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia nos cidadãos comuns do país, mas não é o tipo de coisa que se ensina na escola: o livro foca no psicológico das mulheres durante guerras, e como a bestialidade dos homens recai sobre elas. Também demonstra como algumas tragédias são "varridas para debaixo do tapete" e muitos nunca encontram a justiça que merecem, tudo escrito de um jeito muito bonito e impactante, trazendo perspectiva do cenário ao leitor.
Um dos livros mais imersivos e necessários que li nos últimos tempos.
(NetGalley ARC)
Amanda 03/07/2020minha estante
Caramba, eu não sabia que esse livro existia! Eu vi uma exposição no MIS ano passado sobre as haenyeo e fiquei encantada com a história delas.


Camilla 03/07/2020minha estante
Então você vai amar esse livro, sério. Só lê.


Amanda 03/07/2020minha estante
Já coloquei na lista de desejados da amazon! kkkkk


Camilla 03/07/2020minha estante
HAHAHA issooo


Djamila.MagalhAes 03/07/2020minha estante
Esse livro é desconfortável de ler mas é incrível!!! Traz uma reflexão necessária.


Cris.Peixoto 04/07/2020minha estante
Amei a resenha, vou tentar ler ainda este ano.


Camilla 05/07/2020minha estante
Obrigada Cris, você não vai se arrepender, é um livro bem enriquecedor :)


Clara 26/08/2020minha estante
É um livro difícil de ler, me trouxe alguns pesadelos e a cada página eu sofria mais por ter que encarar as atrocidades que o ser humano é capaz de fazer. Mas é um livro necessário. A história dessas mulheres precisa ser contada pra jamais ser esquecida.


Tamara 19/09/2020minha estante
Camila, terei de me apropriar da sua expressão, desconfortável. Durante toda a leitura, senti um grand incômodo no peito para o qual não havia achado a palavra certa ainda, mas ao ler sua resenha a encontrei. Mas nossa, o livro é impactante e necessário também. Estou ainda muito mexida.


Camilla 19/09/2020minha estante
Acho que pra mulheres é uma leitura ainda mais difícil, a gente consegue sentir na pele o que as protagonistas passam. Eu li o livro há 3 meses e ainda me apego a todos os detalhes.


R. K. 26/09/2020minha estante
A resenha do livro já me motivou mas sei desconforto...


R. K. 26/09/2020minha estante
O comentário não foi completo. Cliquei em enviar antes de completar. O que quis dizer é que seu desconforto me motivou ainda mais. Terminei recentemente O conto da Aia, depois de um hiato de 3 anos. Foi isso que ele me causou: desconforto. Mas entendi, nessa pandemia, que não podemos fugir dessas leituras (e existência) desconfortáveis, que sair da nossa zona de conforto que nos faz encarar melhor quem fomos e quem nos tornamos nessa eterno luta de aceitação do mundo e de nos mesmos. Vou atrás dessa história.


Camilla 26/09/2020minha estante
Oi Rossana, que bom que minha resenha conseguiu te interessar! É um livro incrível, espero que goste :)


Glenda Valverde 06/11/2020minha estante
Concordo com exatamente tudo o que você escreveu sobre o livro. A gente lê e pensa: não acredita que a autora vai descrever isso: o que é perturbador, mas necessário.




Michela Wakami 15/08/2021

Quanto sofrimento!
Um livro com um tipo de gatilho, que eu geralmente evito. Mas esse foi inevitável, morando aqui no Japão a tantos anos, e sabendo vagamente sobre o assunto, decidi que estava na hora de me aprofundar, e saber melhor sobre esse conflito entre o Japão e a Coreia.
Eu fiquei horrorizada, e a questão vai muito além do que eu imagina.
Através desse livro, me dediquei a pesquisar mais sobre o assunto, consultei meu filho sobre outros detalhes, uma vez que ele estudou em escola japonesa.
Quis saber o que eles ensinam sobre isso na escola e o que é relatado em sites japoneses que falam do assunto.
Terminei o livro e as minhas pesquisas, chocada.
Um livro maravilhoso, mas difícil de ser digerido.
Por muitas vezes eu tive que parar a leitura e respirar fundo, antes de dar continuidade a leitura.
Clara 18/08/2021minha estante
Depois dessa resenha, impossível não ficar com vontade!! Já coloquei na lista


Michela Wakami 18/08/2021minha estante
Obrigada, Clara. Prepare o coração.?


Beatriz 08/09/2021minha estante
Eita, e o que seus filhos contaram? O que você leu por aí? Eu também fiquei muito curiosa pra saber como essa ocupação forçada foi/é retratada aí no Japão, por qual viés essa história é contada nas escolas (apesar de imaginar, já que o imperador se manteve no trono até sua morte, em 1989...). Vi que ainda hoje há muitas feridas abertas em relação a isso, mas não descobri muita coisa além disso.


Letícia 13/09/2021minha estante
Oi, Michela! Também gostaria de saber o que seu filho compartilhou.


Michela Wakami 13/09/2021minha estante
Oi Letícia, não é uma opinião geral, mas eles falam que o Japão ajudou muito a Coreia, que fizeram muitas melhorias no país, durante a guerra. Como se isso apagasse os erros gravíssimos.
Opinião minha: talvez seja por isso a resistência em pedir perdão.
Mas sabemos que todas as melhorias feitas, não foram por eles serem bonzinhos, mas porque, a intenção deles era tomar a Coreia para si.
Tanto que nessa época, os coreanos não podiam falar a sua própria língua, tiveram que aprender japonês e seus nomes foram trocados, por nomes japoneses.
Os professores coreanos foram substituídos por professores japoneses etc.


Michela Wakami 13/09/2021minha estante
Oi Beatriz, desculpa só vi sua mensagem agora.
Como eu estava contando para Letícia, pelas minhas pesquisas aqui é pelo que meu filho falou, acredito que eles não se sintam tão culpados assim, por conta de toda melhoria feita no país.
Mas como disse para Letícia, não é uma opinião unânime.
Mas é algo absurdo, pois sabemos que eles fizeram muito mais mau, do que bem e como disse para Letícia, tudo que fizeram de bem, foi para benefício próprio, pois eles acreditavam que já eram dono da Coreia.


Letícia 14/09/2021minha estante
Muito obrigada por compartilhar, Michela! Interessante ter uma visão de dentro do Japão. Concordo contigo, eles tinham um olhar de colonizador levando sua cultura, língua...


Michela Wakami 14/09/2021minha estante
Por nada, Letícia! Disponha!?


Ana Brolio 02/11/2021minha estante
Como sempre a sua resenha está presente nas minhas pesquisas né!
Espero que eu consiga concluir o livro.


Michela Wakami 02/11/2021minha estante
Minha querida amiga, Ana, estou sempre a te assombrar kkkkkk.
Esse livro é maravilhoso , mas destrói o nosso coração .
?????


Ana Brolio 03/11/2021minha estante
Hahaha.
É bom que tenho sempre a sua opinião.
Acho que vou alternar ele com um Gibi da Turma da Mônica né.
Pra conseguir respirar.


Michela Wakami 03/11/2021minha estante
Ótima ideia! ????
Obrigada pelo carinho!???




Pam 14/04/2022

O livro mais triste do mundo?
Após ler Pachinko me recomendaram esse livro, que também apresenta a realidade coreana na época da colonização japonesa. E... que livro. As protagonistas são extremamente fortes e cativantes, a história é emocionante e o choque de realidade é de causar comoção e revolta em cada um. Aviso de gatilho na resenha: abuso sexual.

Não tem como amenizar: é um livro que vai falar de perto como foram as vidas das “mulheres de consolo” durante a expansão do Império Japonês: mulheres que os japoneses capturavam e transformavam em escravas sexuais para seus soldados. Acompanhamos a Hana, uma menina de 16 anos, que cresceu para se tornar uma haenyeo (uma mulher do mar, as haenyeo eram mergulhadoras e as principais responsáveis pelo sustento da ilha de Jeju, na Coreia). Ela cresceusob a colonização japonesa, mas ainda assim num lugar em que ela tinha liberdade e esse “poder” no mar, viveu com a perspectiva de importância e liberdade das mulheres… até que a fim de salvar a vida da irmã mais nova, ela é capturada por um soldado japonês e levada para ser escravizada.

Esse livro é muito delicado, é doloroso demais ver a Hana que cresceu na liberdade do mar ser submetida a essa prisão, que além de confiná-la fisicamente (pois ela fica presa no bordel), é uma prisão mental extremamente cruel, com a constante exposição aos estupros e violações em diversos níveis. Não se enganem achando que é um livro pra shock value. A história dessas mulheres foi apagada e só entrou evidência nos anos 1990 (DÉCADAS depois), e mesmo o termo “mulheres de consolo” foi uma tentativa de tentar amenizar a crueldade japonesa. Até hoje não se sabem todos os nomes (nem números) das meninas e mulheres que foram capturadas e a justiça jamais foi feita, pois tanto o governo Japonês quanto o Coreano tentam colocar essa história pra debaixo do tapete. Acredito que isso é o que torna esse livro TÃO importante: ele expõe a crueldade das guerras e dá voz a essas mulheres. É apenas uma leitura que nos causa uma dor que sei que não chega aos pés do que as meninas sentiram, mas ajuda a expor o que aconteceu. Mostrar o sofrimento delas é não subestimar nem apagar o que foi feito. É pra ser dolorido, é pra ser feio, é pra te deixar horrorizado. O livro é explícito principalmente nas sensações, eu senti forte a dor da Hana e toda a tristeza e raiva dela, chorei tantas vezes que perdi as contas. Entrar nos pensamentos dela é uma experiência devastadora.

Além de acompanhar todo o drama da Hana, acompanhamos também no futuro como ficou a irmãzinha dela, sem saber o paradeiro da irmã. Toda essa monstruosidade não arruinou somente as mulheres escravizadas, mas também suas famílias. A dor e a dúvida ultrapassam gerações que ficaram todos esses anos carregando o peso do que ocorreu.

É um clichê dizer isso, mas Herdeiras do Mar é um livro forte e necessário. Uma aula de história e empatia em cada uma de suas páginas. Ele dói muito, ele é cruel, ele te dá raiva, mas ele te ensina e te faz ter vontade de lutar por um mundo melhor. O livro é curto então (teoricamente) dá pra ler rápido, mas eu precisei fazer diversas pausas porque não aguentei o peso do conteúdo. Quem tem gatilhos não deve ler, e mesmo quem não tem vai sentir que é indigesto, mas acreditem, vale a pena. Até o presente momento foi a minha melhor leitura de 2022.

Por fim, deixo o trecho mais bonito, para mim, do livro: "Eu nunca fui uma prostituta. Eu sou uma haenyeo. Como a minha mãe, e a sua mãe antes dela, como a minha irmã será um dia, e suas filhas também [...] Eu nunca fui nada além de uma mulher do mar. Nem você nem qualquer outro homem pode me transformar em menos do que isso."
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Daniel Moraes (Irmãos Livreiros) 18/04/2024

Herdeiras do Mar, por Mary Lynn Bracht
"Herdeiras do Mar", da autora Mary Lynn Bracht, publicado pela TAG livros inéditos em parceria com a Editora Paralela, é um romance histórico que tece uma narrativa envolvente e emocionante sobre a vida de duas irmãs coreanas, Hana e Emi, separadas pelas turbulências da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia.

Ambientado na Ilha de Jeju, na Coreia do Sul, o livro nos apresenta à tradição secular das haenyeo, mulheres mergulhadoras que desafiam as profundezas do mar para garantir o sustento de suas famílias. Hana e Emi, herdeiras dessa tradição, desenvolvem uma profunda ligação com o mar, aprendendo desde cedo a mergulhar e a coletar frutos do mar.

Em meio à colonização japonesa e à Segunda Guerra Mundial, Hana é brutalmente separada de sua família e forçada a se tornar uma “mulher de consolo”, sofrendo abusos e humilhações inimagináveis. Sua história é um retrato pungente da crueldade da guerra e da resiliência do espírito humano.

"A guerra é terrível, brutal e injusta e, quando termina, é necessário que haja pedidos de perdão, reparações, e que a experiência dos sobreviventes seja lembrada. É nosso dever educar as futuras gerações a respeito das terríveis e reais verdades cometidas durante guerras, não escondê-las ou fingir que nunca aconteceram. Devemos lembrá-las para que os erros do passado não se repitam."

A história se alterna entre as perspectivas de Hana e Emi, revelando suas lutas individuais e a profunda conexão que as une. Hana, em meio ao sofrimento, encontra força na esperança de reencontrar sua irmã e na lembrança das tradições das haenyeo, as mulheres mergulhadoras da Ilha de Jeju. Emi, por sua vez, busca manter viva a memória de sua irmã e lutar por um futuro melhor para si mesma e para sua comunidade.

Com uma escrita sensível e meticulosa, Mary Lynn Bracht tece um retrato vívido e inesquecível da Coreia durante a guerra. Ela não apenas explora os horrores da guerra e da opressão, mas também celebra a força e a resiliência das mulheres, especialmente das haenyeo, que desafiaram as normas sociais e enfrentaram as adversidades com bravura.

"Herdeiras do Mar" é um livro importante e necessário, que contribui para a preservação da memória das “mulheres de consolo” e para a compreensão das consequências devastadoras da guerra. É uma leitura emocionante, inspiradora e inesquecível que ficará marcada na mente do leitor por muito tempo.

"Eu sou uma haenyeo. Como a minha mãe, e mãe antes dela, como a minha irmã será um dia, e suas filhas também… Eu nunca fui nada além de uma mulher do mar. Nem você nem qualquer outro homem pode me transformar em menos do que isso."



Resenha completa no blog Irmãos Livreiros

site: https://irmaoslivreiros.com.br/herdeiras-do-mar/
qziacoelho 18/04/2024minha estante
Esse livro me marcou tanto. É um dos meus preferidos da vida!




helesnar 06/06/2021

mais detalhes no vlog https://youtu.be/Ipl-udOZYGQ

muito bonito e beem pesado. acho que primeiro livro que me fez soluçar kk
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Joyce429 25/02/2022

Comovente
Uma obra de ficção que aborda uma atividade verídica e pouco conhecida por nós ocidentais, a crueldade praticada pelos japoneses na ocupação da Coréia ao sequestrarem mulheres e meninas, e torná-las escravas sexuais durante a segunda guerra mundial. Fato que o Japão tentou ocultar e demorou 12 anos para reconhecer.

É uma história cruel, revoltante e comovente, escrita com uma delicadeza ímpar. Os trechos retratando os momentos de violência nos faz precisar de uma pausa durante a leitura para digerir os acontecimentos, ainda assim, apesar de ser uma história triste a leitura é simplesmente maravilhosa.
Dhewyd 22/03/2022minha estante
Show de resenha




daijobugirl 10/01/2023

Esse livro me matou e me fez pensar muito, fiquei apaixonada nas personagens e cada capítulo eu queria ler mais sobre elas. Simplesmente perfeito, cruel, triste e realista.
Leia Preta Leia 10/01/2023minha estante
Todas morremos um pouquinho após ler Herdeiras do Mar né


memys 10/01/2023minha estante
depois de ler pachinko a minha vontade de ler esse só cresce




Rafael Pravitz 03/03/2022

Necessário porêm doloroso
Livro incrivel e.muito triste, conta a historia de duas. irmãs separadas com o terror da.guerra e da crueldade humana.
roses in winter 03/03/2022minha estante
recomenda?


Rafael Pravitz 03/03/2022minha estante
Com toda certeza, mas cuidado tem diversos gatilhos.




resenhasdajulia 11/01/2022

"Se ainda estão falando sobre nós, não vamos desaparecer."
Seguindo os passos de sua mãe, Hana também é uma haenyeo, ou seja, uma mulher do mar. Elas vivem na Ilha de Jeju, na Coreia, e são responsáveis pelo mergulho marinho, que sustenta a comunidade.

Era mais um dia comum de mergulho, até que Hana percebe um soldado japonês (boa parte do livro se passa durante a ocupação japonesa na Coreia) se aproximando de Emi, sua irmãzinha. Desesperada para salvá-la, Hana nada o mais depressa que pode para tentar escondê-la.

Hana consegue salvar a irmã, mas é capturada pelo soldado, que a leva para um bordel militar, na Manchúria, para ser uma "mulher de consolo", e servir aos homens.

O sonho de Hana é reencontrar sua família, e ela não vai desistir disso.

É um livro muito triste, cruel, e que me fez chorar em diversos momentos. Hana é uma das personagens mais fortes que eu já conheci, e ler a sua história me marcou muito.

Com certeza, esse se tornou um dos meus livros favoritos da vida. Desconfortável de ler mas, ao mesmo tempo, incrível.
comentários(0)comente



cris.leal 15/07/2021

É de cortar o coração...
A ocupação japonesa da Coreia começou em 1910 e durou até o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945. Durante este período, os japoneses impuseram um regime de terror na península coreana, e um exemplo disso, foi a escravização sexual de um enorme número de sul-coreanas. As 'mulheres de consolo' como eram chamadas, foram forçadas a trabalhar como prostitutas para o uso dos militares japoneses. É dentro desta realidade histórica que o enredo de 'Herdeiras do Mar' se desenvolve.

Hana tem 16 anos e vive com a família na ilha sul-coreana de Jeju. Ela e a mãe, seguindo uma tradição secular, são haenyeo, mulheres do mar. Elas mergulham utilizando apenas o ar dos seus pulmões para coletar frutos do mar. A irmã de Hana chama-se Emi e tem 9 anos. Enquanto Hana e a mãe mergulham, Emi fica sentada na areia, protegendo os baldes que contém a pesca do dia. Como irmã mais velha, Hana assume a responsabilidade de sempre proteger Emi. Para tanto, é fundamental mantê-la afastada dos japoneses. Então, quando um soldado japonês surgiu inesperadamente na praia, Hana corajosamente atravessou o seu caminho, impedindo que ele chegasse até Emi. Naquele momento, ela salvou a vida da irmã, mas praticamente perdeu a sua, pois foi capturada e depois enviada para um bordel na Manchúria, região chinesa invadida pelo Japão.

A história alterna capítulos ambientados em 1943, que acompanham a vida penosa de Hana, e capítulos ambientados em 2011, que revelam os efeitos da guerra e do desaparecimento da irmã ao longo da vida de Emi. As irmãs, embora distantes, mantiveram-se unidas pelo amor e pela esperança de um dia se reencontrarem.

'Herdeiras do Mar' é uma ficção, mas aborda uma atividade verídica, injusta, indigna e pouco conhecida. Estima-se que mais de 200.000 mulheres foram retiradas de suas famílias e levadas para prostíbulos, onde foram brutalizadas e humilhadas. Por uma questão cultural, as sobreviventes foram forçadas a sofrer em silêncio por seu passado. Somente em 1991 uma das mulheres encontrou força e espaço para tornar pública sua triste experiência como escrava sexual. Depois, mais mulheres se pronunciaram. Expor esta prática, além de dificultar sua repetição, faz justiça às mulheres vítimas de tamanha crueldade física e psicológica. Para mim, o mérito deste livro está em reverenciar essas mulheres. Vale muito a pena conferir.
Pixlina 16/07/2021minha estante
Que resenha de tirar o fôlego. Preciso desse livro pra ontem!!


cris.leal 16/07/2021minha estante
Oi, Pixlina! Obrigada por ler minha resenha! Tenho uma dica: não deixe de conferir as anotações ao final do livro, elas nos ajudam a conhecer melhor o contexto histórico e a compreender o desfecho que foi dado à história. ?




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