A consciência de Zeno

A consciência de Zeno Italo Svevo...




Resenhas - A Consciência de Zeno


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Dávila 04/04/2021

Um verme, nosso parente.
Um incapaz.
Nada de dourar a pílula.
O livro diz o que se passa ou poderia se passsar no nosso inconsciente -e tb dos que nos cercam- através desse sujeito de nome Zeno. Não é bom ficar de frente a esse espelho e de um protagonista longe de ser um herói numa vida comum e nada épica.
Zeno não é um exemplo do mundo corporativo e empreendedor pré e pós pandemia.
Não vale ler? Vale sim. E muito.
Em alguns momentos lembra um pouco "Memórias póstumas de Brás Cubas" (que é melhor pra mim, embora nem isso esteja em questão aqui).
Mas se vc está nessa de distopias ou sagas lacrimosas é melhor passar ao largo.
Imagine uma consulta com seu atual ou futuro psicanalista e embarque.
Não custa tentar.
Eu curti.
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renanlp 03/02/2021

Consciente, atento e neurótico!
Italo Svevo, por meio dos relatos das aventuras e desventuras de Zeno Cosini consegue nos fazer mergulhar por inteiro na vida desse nosso anti-herói. Zeno é um homem ordinário vivendo sua vida da melhor maneira que seu funcionamento neurótico permite. Um dos pontos altos do livro está na forma como os pensamento, situações e personagens são explorados e descritos de forma rica, detalhada e essencial, sem tornar a leitura maçante.
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Deghety 30/11/2020

A Consciência de Zeno
As oscilações de caráter moral do personagem faz com que Zeno seja um anti-herói, no entanto, analisando suas "esquizofrenias", ele poderia representar quase todo ser humano autocrítico.
Percebe-se narrativa, um amadurecimento do personagem, algo que achei um pouco estranho por ser uma narrativa de memórias.
O começo e o fim do relato tem aspecto de consciência, já o miolo do livro se dá mais à uma espécie de diário.
A ideia do personagem sobre a vida é quase como uma resignação ou talvez inércia, a sua luta contra o fumo e infidelidade demonstra isso.
No geral, a história do personagem, assim como suas reflexões, principalmente onde há as oscilações de caráter que mencionei no início, é uma filosofia de humanificação dos erros, mostrando-nos que nossos julgamentos para com os outros não possuem a compreensão de nossos autojulgamentos.
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Allisson 13/09/2020

Indicação: A Consciência de Zeno.
Romance de Italo Svevo publicado em 1923. É considerada sua obra-prima. Nela, Zeno Cosini, burguês, rico comerciante de Trieste, já em sua velhice, tratando de seu vício e doença que o perturba a anos decide ir a um psicanalista que o indica como remédio relatar sua vida nos papéis. Este livro é considerado um dos mais importantes romances do século XX.
Li uma edição de 2001, de 400 páginas. É possível encontrar versões mais atualizadas e com preço bastante acessível na @estantevirtual_oficial (R$10,00, por exemplo).
O livro mostra um protagonista sensível e em constante conflito. A história é complexa e construída em várias camadas sedimentadas nos sentimentos, comportamentos, impressões e relações.
Os 65 anos de vida de Zeno meticulosamente construídos nos faz sentir de cara que o livro é quase uma autobiografia. Ele é alocado na contemporaneidade do autor e assim se torna atemporal (afinal, parece que não evoluímos nunca!). Ademais, para entender algumas situações é importante pesquisar sobre o autor, o período de escrita e a história da cidade (Trieste).
Para quem já está ?descendo a ladeira? na leitura, Leia! É uma obra essencial. Um livro atordoante ao mostrar como as aparências a serem mantidas e os sentimentos em revolução dentro de cada um podem transformar o concreto, a vida, as posses, as relações e o absoluto, finalizando com um ?exposed? do que precisa ser ?cancelado? da sociedade.
Pra quem não tem o costume de ler, indico procurar uma edição mais atual. Pra quem gosta de celeridade, o autor não é tão ágil em algumas resoluções, a ponto de em alguns momentos se tornar cansativo. Contudo, isto é muito bem equilibrado com o humor, que é muito bem empregado e constante.
Pra quem gosta de cinema, o drama italiano ?The Words of My Father? de 2001 é a versão em filme.
Passa pro próximo post pra ver a resenha completa
Boa leitura!
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Cdmm 12/09/2020

Anti herói italiano?
Um livro tão bem escrito, com reflexões excelentes fazem uma experiência incrível o pensamento de um homem absolutamente banal, digo até desagradável. Adorei.
Renata1004 12/09/2020minha estante
Sim! Kk.




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Ygor Gouvêa 07/08/2020

Humano, demasiado humano.
Grande obra. Seu grande mérito está em sua estrutura narrativa, em sua riqueza psicológica, não só do personagem mas no que diz respeito a todo o jogo de relações sociais e suas contradições, nos mais mínimos detalhes, vícios e manias, na "psicopatologia da vida cotidiana", pra citar Joyce. Toda a história é contada pelo prisma narrativo de Zeno, que é o narrador personagem. Ele busca se analisar, valendo destacar que tudo é contado anos depois do ocorrido, o que naturalmente acarreta maiores distorções e valorações, para além de simples perspectivismos. Zeno tenta se entender a partir de suas relações, do que ele consegue colocar em palavras e muitas vezes não entende bem os motivos de suas ações acometidas por impulsos, mas por outro lado expõe brilhantemente suas contradições, fugas e autoenganos. O relato possui seu natural caráter de incerteza, exigindo que o leitor seja mais ativo durante toda a leitura. É realmente brilhante. Através de suas relações Zeno também faz uma grande exposição dos absurdos e hipocrisias da vida burguesa, da qual faz parte. Ele é de fato humano, demasiado humano.
Silvana (@delivroemlivro) 07/08/2020minha estante
Coincidência: também usei Nietzsche em comentário no Twitter quando li (em 2016): "Zeno: tão humano, demasiado humano. Livro bem interessante, recomendo!"


Ygor Gouvêa 07/08/2020minha estante
Coincidência mesmo! Não tinha como não usar.




Renata1004 31/07/2020

"O Romance é o diário de um universo obsolescente colhido pela via humorística da autoexibição" - Alfredo Bosi
Na Obra " A Consciência de Zeno", livro em que o personagem narra as memórias da sua vida, das quais são contadas como plano de fundo. São escritas, e assim destacadas da sua consciência, o auto julgamento e juízo de valor sobre as suas ações, pensamentos, intenções e decisões de forma jocosa e hilária. Sem se desviar do propósito que guiou o personagem a escrever sua própria narrativa: o vício do fumo.

No Romance de Ettore Schmitz, ou Italo Svevo como é conhecido, o personagem Zeno Cosini se afirma como um doente, viciado pelo fumo, e incapaz de largar o hábito. Que constantemente se designa a deixar. Anotando em seu diário datas definidas como o "último dia do uso do cigarro".

Esta biografia do personagem foi inusitadamente incentivada pelo seu psicanalista. Que por vingança à Zeno, pelo fato de este abandonar o "tratamento", (ponho essa palavra em aspas, consoante a crítica narrativa acerca da psicanálise, e da sociedade em geral, da qual o livro abarca, e da qual explicarei adiante) publica seu manuscrito com expectativa de que Cosini, volte às suas consultas, mesmo depois de este receber o veredicto de "curado" pelo próprio médico.

Em sua biografia, Zeno divide as experiências da sua vida em 7 partes, tirando o prefácio do qual o próprio psicanalista se encarrega de escrever. Eis tais capítulos: O primeiro é o "Preâmbulo", em que Zeno aborda e descreve memórias da sua infância, à luz da sua consciência. No segundo, "O Fumo", Zeno inicia a narrativa de como começou sua trajetória com o vício. Nesta tem a participação de memórias sobre o pai do personagem, com o qual tem uma relação afetuosa porém distante, das quais são descritas de forma irônica e sempre autocritica. Em seguida o capítulo " A Morte de Meu Pai", no qual Zeno descreve os seus últimos momentos com o pai, este que se despede de sua vida ao filho, da forma mais hilária possível. ( eu ri muito com a cena descrita ). Na quarta parte, o protagonista conta a história do seu casamento. Em que conheceu a família Malfenti: seu Giovanni, esposa, e suas quatro filhas. Que dentre estas, Zeno escolhe para casar, ou melhor, é escolhido, visto que em seu anseio pelas duas filhas, bem afeiçoadas de seu amigo Giovanni: Ada e Alberta , se atropela em suas próprias decisões, e da forma mais hesitante e aleatória, é escolhido por Augusta a segunda filha mais velha.

Nos capítulos posteriores, Zeno Cosini, aborda acerca da sua relação com sua esposa e amante. Seu envolvimento comercial com Guido: cunhado, amigo, e rival pelo qual, Zeno é convidado a estabelecer uma sociedade comercial. E por fim, o mesmo descreve suas experiências e suas opiniões pessoais, acerca da Psicanálise, esta que o levou a narrar fatos da sua própria vida, e que o fez fazer reflexões, da bondade ou maldade inerentes a si próprio, a partir da análise de sua consciência e memória.

A obra como já dita antes, é basicamente hilária, em algumas partes. Visto que Zeno, se analisa e se percebe, em suas memórias, como um doente. Mesmo já tendo visitado um médico e comprovado sua sanidade. Desta forma, ao longo da sua vida, segue-se Inventado doenças. Sendo considerado por si mesmo, alguém dominado pelo fumo, e intoxicado. E como um último acesso de designação a abandonar o vício, busca ainda na velhice consultas ao psicanalista.

A partir da narração do protagonista, podemos perceber o quão dissimulado, volúvel, frágil e desiludido Zeno é. Ao longo da sua vida o personagem descreve ações, intenções e decisões que são avaliadas pela sua própria consciência e que são atribuídas, por si mesmo, à sua fraqueza de espírito, porém, a partir de seu estilo de vida. O autor, ao final da obra, nos traz alguns questionamentos, acerca da vida, da mente humana, e do seu comportamento. Afinal, tudo é doença?

Após receber a cura do dito médico, é incentivado por ele, a passar por um processo de reeducação. Neste último procedimento, Cosini, já não acreditava mas no profissional, que após afirmar sua cura, disse-lhe, que a doença e a cura, eram basicamente coisa da mente, e em quê Zeno acreditasse, assim aconteceria. Com cômica revolta, o fumante afirma: " No entanto o idiota nem sempre me tratou como se estivesse intoxicado. A prova está inclusive na reeducação preconizada por ele para curar-me da doença que atribuía ao fumo. Eis as suas palavras: o fumo não me fazia mal e, se me convencesse que era inócuo ele realmente passaria a sê-lo."

Para este, a psicanálise se tornou basicamente, uma piada auto dita. E em sua biografia seu senso crítico sobre si mesmo,em que se pergunta já em sua velhice, sobre a moral e da bondade ou maldade inerente a seu ser. Sua forma infantilizada, e suas reflexões sobre sua própria consciência, nos faz rever o comportamento humano, com outros olhos. Não pelos comportamentos predeterminados como bons, pela civilização. Mas por um humano tão atual, e cheio de erros, que é o persona protagonizado por Zeno Cosine, do qual o autor se utiliza para trazer um senso de reflexão, não apenas da psicanálise, mas a comportamentos humanos desde a sociedade da época. Que nos limita, e nos enquadra, a uma constante evolução: da inteligência e do uso de artifícios, que objetivam nos "melhorar".

Diante de suas reflexões, Zeno afirma:

" A vida assemelha-se um pouco à enfermidade, à medida que procede por crises e deslizes e tem seus altos e baixos cotidianos. À diferença das outras moléstias, a vida é sempre mortal. Não admite tratamento. Seria como querer tapar os orifícios que temos no corpo, imaginando que sejam feridas. No fim da cura estaremos sufocados."

"...Qualquer esforço de restabelecer a saúde será em vão. Esta só poderá pertencer ao animal que conhece apenas o progresso de seu próprio organismo. Desde o momento em que a andorinha compreendeu que para ela não havia vida possível senão emigrando, o músculo que move as suas asas engrossou-se, tornando-se parte mais considerável do seu corpo. ...Desconhecemos as transformações por que passaram alguns outros animais, mas elas certamente existiram e nunca lhes puseram em risco a saúde." (Neste trecho, percebemos a tendência ao Lamarckismo da época).

" O homem, porém, este animal de óculos, ao contrário, inventa artefatos alheios ao seu corpo, e se há nobreza e valor em quem os inventa, quase sempre faltam a quem os usa. Os artefatos, se compram, se vendem, se roubam e o homem se torna cada vez mais astuto e fraco ( A consciência de Zeno, p. 390-391)."

" Mas que psicanálise, que nada! Sob a lei do possuidor do maior número de engenhos mecânicos, continuarão a prosperar doenças e doentes (La Conscienza dí Zeno, p. 519)."



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Paula 20/06/2020

Fluxo de consciência
O autor narrador reflete e narra seu passado. Um pouco extenso demais em alguns trechos mas, no geral, uma leitura interessante.
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Filino 08/01/2020

"O melhor romance italiano de todos os tempos"?
Na contracapa dessa edição consta que a obra é "considerada por muitos o melhor romance italiano de todos os tempos". Não conheço a literatura italiana para sustentar algo assim, mas caso isso seja mesmo sustentado por grande parte da crítica literária não seria nada surpreendente. O livro é simplesmente genial.

Graças ao "Doutor S.", que tem consigo as páginas escritas por Zeno Cosini e decide publicá-las (até mesmo por "vingança", como assinalado no prefácio), o leitor é apresentado a pensamentos, medos, fetiches e fraquezas de um personagem inesquecível. Sem maiores pudores, acompanhamos a existência de um homem que, frequentemente, falta com a verdade, trai a esposa e comete outras tantas atitudes que, para um olhar moralista e "politicamente correto", soaria como reprovável. Mas é esse mesmo o encanto e a riqueza do romance: o ser humano nessa dimensão mesquinha, doentia e por aí vai. Ou seja, o humano mesmo.

Zeno divide o seu relato em episódios determinados, tais como o relacionamento e a morte do pai, o casamento, o relacionamento com uma amante, a atividade comercial. Por fim, considerações sobre a psicanálise e um final com sabor de "quero mais". O leitor acompanha tudo isso através de uma narrativa extremamente hipnotizante.

Curioso notar que James Joyce foi um dos responsáveis pela celebridade de Italo Svevo, como revelado logo na primeira página. No mais, além de um livro surpreendente, uma edição impecável. Da capa ao conteúdo.
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Henrique Fendrich 12/09/2019

O livro diverte em vários momentos. Zeno é um personagem complexo, e por isso bem real. Tem um medo absurdo do abandono e do desemparo, e ao mesmo tempo é uma folha levada ao vento, deixando aos outros o controle da sua vida. Na parte final, talvez a fórmula tenha se esgotado um pouco.
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Biblioteca Álvaro Guerra 11/01/2019

Trata-se de uma obra simplesmente hilariante, muito divertida, inventiva, e seu humor aparece na narrativa em um tom de desabafo de Zeno ao seu psicanalista. Essa modernidade inscrita no personagem se mostra através da passividade do herói e da introspecção de um neurótico encantador.

site: http://www.bonslivrosparaler.com.br/livros/resenhas/a-consciencia-de-zeno/2619

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788574024950
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