O Segredo de Lady Audley

O Segredo de Lady Audley Wilkie Collins
Mary E. Braddon




Resenhas - A Pobre Senhorita Finch


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Natália | @tracandolivros 01/02/2023

O Segredo de Lady Audley
Em "O Segredo de Lady Audley" iremos acompanhar a história de uma jovem linda e encantadora que acabou de se casar com um velho rico. Na superfície ela não parece ter nada de errado, mas esconde um grande segredo.

Quando o sobrinho de Mr. Audley, Robert Audley, vai visitá-lo com seu amigo George Talboys, ele se encanta com a nova esposa de seu tio, Lucy. Porém quando seu amigo George desaparece, ele começa a investigar o passado misterioso de sua nova tia.

Inspirada por crimes da época Mary E. Braddon escreve a história de Lucy, uma mulher que não é como as outras mulheres, longe disso, ela se passa por inocente, mas traz com ela uma história de muito pesar, além de uma força enorme de querer fazer tudo que puder para nunca mais viver na pobreza.

Hoje "O Segredo de Lady Audley" pode não ser um livro surpreendente, pois muitos que vieram depois se inspiraram nessa história, acaba que para o leitor o mistério se torna fácil de adivinhar, e senti que de o narrador não dá muito espaço para imaginar, já que o personagem aponta diretamente todas as suspeitas dele. Porém, é com certeza uma história interessante, que prende bastante e vale a pena ser lida.

A trama toda em si é muito bem trabalhada e fechada, sem dar espaços para furos, contudo tem uma cena no final que a explicação não me convenceu 100% e eu não senti necessidade do final ser tão feliz como foi (eu gosto é do estrago hahahah).

Essa foi uma leitura de entretenimento ótima, que me fez ficar intrigada e ler sem parar por vários capítulos, mesmo sendo um livro clássico e com uma escrita mais detalhada (que eu gostei, tirando o fato de a tradução ficar usando a palavra bêbedo toda hora o que me deu um nervoso).

"O Segredo de Lady Audley" foi meu primeiro contato com a Mary E. Braddon, foi uma experiência muito positiva e que me abriu as portas para procurar mais títulos da autora e me deixou com muita vontade de ler mais dela.

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Tuca 10/11/2022

Desculpa se essa resenha está parecendo um fluxo de consciência, esse livro me deixou meio perturbada.

Mary Elizabeth Braddon não é um nome muito conhecido no Brasil, principalmente pelo vácuo de traduções de suas obras, mas ela foi uma autora bem-sucedida do século XIX. Sua obra costumava ser classificada como romances de sensação, mas parte dela também trazia características do gótico, como em “O segredo de Lady Audley” (1862), narrativa que marcou o auge de sua carreira.

Um livro complicado de comentar, pois o mistério é parte essencial dele, apesar de que de início já sabemos qual seria o tal segredo de Lady Audley. Assim, vou tentar ao máximo fugir de qualquer possibilidade de spoiler. Mas fica o aviso de não ler a introdução presente na edição antes do livro, porque a partir dela e de onde a autora se baseou para escrever a trama já dá para compreender o que será dessa narrativa. Ele é complicado também pelo surgimento de sentimentos controversos e pela dificuldade de eu compreender se havia uma crítica ou uma mera reprodução social que me tirou do sério (pesquisando, eu consegui descobrir que o último parágrafo em especial foi aparentemente uma conclusão irônica da autora – coisa que eu tenho dificuldade de entender – então no quesito: “vou questionar essa sociedade vitoriana”, ela ganhou pontos comigo, depois que eu finalmente consegui raciocinar o que foi feito).

Quem era Lady Audley afinal? Esposa inocente de Sir Michael ou uma fria alpinista social? Quando o melhor amigo de Richard Audley, sobrinho de Sir Michael, some, o jovem começa a desconfiar que a esposa do tio tenha alguma coisa a ver com o sumiço. Esse é o básico da história e o máximo de enredo a se saber antes de começar a lê-la.

Em termos de linguagem, “O segredo de Lady Audley” é muito bom e de fácil compreensão (palmas para tradução aqui também), porém eu não consigo me deleitar com o foco em um personagem que ao longo do livro é claramente misógino, e que é pintado na trama como um mocinho baluarte da honestidade, da moral e dos bons costumes. E por mais que haja a justificativa da época em que foi escrito, a análise de uma obra passa pela compreensão do pensamento do período, mas se alia aos olhos do pensamento do leitor. Todos os personagens masculinos são insuportáveis, não tem UM que se salve. Mas todos são vistos como inocentes vítimas. É uma história que tenta jogar uma interpretação mais acinzentada no início ao brincar com a empatia do leitor, mas que termina na obviedade, e na dualidade do bem contra o mal, possivelmente, de propósito, porque é assim que a sociedade julga seus membros.

No geral, eu consigo lidar com o maniqueísmo das histórias clássicas britânicas, porém isso acontece porque o enredo tende a construir os personagens de forma a direcionar a empatia do leitor para aqueles considerados bonzinhos e fazer a gente odiar os maus. Não foi o que aconteceu comigo em “O segredo de Lady Audley”, situação que eu também passei em “O pecado de lady Isabel”. A trama me leva a ter empatia pelo personagem considerado vilão, e a minha visão de mulher do século XXI me faz detestar todos os homens nessa trama, principalmente o protagonista que é muito misógino. E que eu acredito, por evidências do próprio enredo, que talvez sua misoginia possa vir também de uma paixão secreta do protagonista pelo melhor amigo (algo que eu ao ler algumas resenhas e artigos científicos, descobri que é compartilhado por outros leitores e estudiosos do livro). Assim como “O pecado de Lady Isabel”, considero “O segredo de Lady Audley”, uma narrativa bem escrita, mas que feita em séculos posteriores teria resoluções diferentes, e que trata personagens complexos com um recorte simplório de preto no branco. Talvez porque a sociedade vitoriana não estivesse preparada para dar de cara com essa complexidade. Quem o enredo nos leva a entender como grande vilão para mim é um ser humano de caráter duvidoso (e não muito inteligente), mas desesperado (e obrigada, Nolan Boyd, por me fazer entender que isso não foi uma ilusão minha); além disso, outros envolvidos têm sua parcela de erros e pecados e não são julgados de maneira alguma. Eventualmente, comecei a entender que o livro foi escrito para ser incômodo, mas não acho que os leitores da época o tenham compreendido de tal forma. Parte da ironia que a autora propõe é extremamente sutil, e apesar dos meus questionamentos, ela pode ter vindo de um olhar mais moderno. Será?

Não penso que a trama deveria ter o final de família feliz de propaganda de margarina que teve (apesar de entender, que talvez, para aquele momento histórico não houvesse outra saída, e que a autora o propôs de forma irônica, mesmo assim, ele me desestabilizou), e nem penso que Robert fosse o herói que o narrador quis parecer que ele era. Porém, é interessante o fato de a obra ser considerada como subversiva aos padrões de gênero pela construção de personagens masculinos fracos, enquanto cria algumas personagens femininas manipuladoras (e vale destacar que o “baluarte da honestidade” tem seus momentos de manipulação também). O que eu não concordo, uma vez que as mulheres são vistas como as manipuladoras dos “pobres homens ingênuos” em vários romances anteriores e posteriores a esse (já começando por Adão e Eva na Bíblia). Tá mais para perpetuador de padrão de gênero mesmo, com a exceção de que nessa história a manipulação era real. O que podemos falar aqui em quebras de padrões é o fato de Lady Audley não ser o modelo de conduta da mulher vitoriana, entretanto, ela também não é modelo de conduta de nada.
“O segredo de Lady Audley” é um romance bem relevante do século XIX, mas para mim é uma obra cujas discussões são mais interessantes ao pensar as teorias de gêneros atuais, em especial quando se teoriza sobre os comportamentos de Lady Audley e Robert como fugas da heteronormatividade (existe estudos sobre isso) do que a historinha do bem contra o mal. Além de ter muito pano para manga para debates quando nos afastamos desse dualismo também. É um romance muito complexo na sua narração principalmente. A experiência de leitura foi desgastante pela reprodução social de certos comportamentos masculinos abomináveis que por fim foram exaltados, e também pela previsibilidade. Mas essa é uma obra que vai agradar vários leitores dos romances de sensação, especialmente os fãs de Wilkie Collins (o que eu também não sou rs, os livros de Collins são uma verdadeira roleta russa para mim). Mesmo assim, eu leria outros trabalhos da autora, em especial para observar se ela permanece na mesma fórmula de construção de personagens e da ironia sutil.

Uma coisa que eu não posso deixar de mencionar, e que foi uma das reflexões mais interessantes que eu “pesquei” ao ler um artigo de Nolan Boyd é o fato (não sei se intencional ou não) de que o final do “vilão” tem mais a ver com a ofensa a uma determinada instituição social do que com atos criminosos mais graves. Isso fez um boom na minha cabeça. Uma vez que proposto como crítica isso é um tapa na cara da sociedade conservadora, nesse ponto consigo enxergar a subversão na história. Então vou morder minha língua sobre meu posicionamento acerca do livro assim que eu o finalizei. Passei raiva pra caramba, foi incômodo, foi previsível, mas é uma narrativa que após uma boa reflexão é possível enxergar como questionadora quanto aos julgamentos sociais. Contudo, parte dessa interpretação que eu trouxe aqui, a qual é abarcada por alguns estudiosos, não é o entendimento que muitos dos leitores têm. O que eu posso dizer é que esse livro me deixou com muitos sentimentos opostos. E que talvez o segredo de Lady Audley torne-se muito mais interessante pela interpretação dúbia do livro do que pelo seu mistério em si.

Caso alguém tenha interesse o artigo de Nolan Boyd citado chama-se: “Queercrip Temporality and the Representation of Disability in Lady Audley's Secret”.



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Luiza 25/10/2022

Maravilhoso
Um dos melhores do ano! Misterioso, divertido, instigante e surpreendente! Com certeza entendemos os motivos de ter sido um dos maiores best-sellers da Era Vitoriana. (E simplesmente não há defeitos!)
PS: no curso de Romance Vitoriano, a Marcela comenta que ?romances franceses? era um código para romances eróticos. Imediatamente me lembrei dos romances franceses que foram mencionados várias vezes nesse livro hahahahaha não sei se seria o código nesse caso (mas acho que sim hahaahaha)
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@livrosumaviagem 05/10/2022

O passado condena - O livro entregou mais do que prometeu
Uma história que prende do primeiro capítulo ao último.

O livro traz a história de um viúvo- George Talboys - que some de uma forma misteriosa e deixa seu único amigo - Robert Audley - de cabeça para baixo tentando entender o que houve. A história inicia de fato no dia 07/09 quando Robert acorda debaixo de uma árvore e não encontra seu amigo, que estava pescando antes dele adormecer.
Daí para frente temos a busca de Robert por George, os segredos são revelados, no começo, somente para o personagem, o que nos deixa mais preso na história.
Em paralelo ao sumiço de George e a busca de Robert, temos a adorável Lady Audley que é descrita com uma beleza incontestável, de fazer qualquer um se apaixonar, e de alguma forma, para Robert, ela sabe mais sobre o sumiço de George do que qualquer um. E com isso em mente ele começa a buscar informações do passado da esposa de seu tio - Sir. Michael - que absolutamente ninguém em Audley Court sabia, nem mesmo seu antigo patrão.
A lição que podemos tirar desse livro é: Até a beleza mais angelical pode esconder uma alma perturbadora e doentia.
O livro ainda narra de forma agradável e deliciosa um romance que nasceu tão inesperadamente que até o próprio apaixonado se surpreende com essa paixão.
Lili 06/10/2022minha estante
?? preciso ler!


@livrosumaviagem 06/10/2022minha estante
Não vai se arrepender




Alessandro232 15/09/2022

Um clássico das "sensation novels"
No início de 1860, surgiu um sugênero que logo tornou-se muito popular chamado de "sensation novel". Conforme, o título sugere, as chamadas "sensations novels" visavam causar fortes emoções no leitor. Geralmente, elas eram baseadas em eventos reais que envolviam algum fato assustador relacionado com algum ato criminoso.
De acordo com estudiosos, Wilkie Collins deu origem a "sensation novel", com seu romance "A mulher de branco" lançado em 1860. Uma obra que estabeleceu as bases desse sugênero a partir de características específicas tais como: um crime misterioso, falsas identidades e uma algumas reviravoltas surpreendentes e inesperadas.
Collins pode ter criado a "sensation novel", mas é Mary Elizabeth Brandon que torna esse tipo de literatura popular entre os ingleses. Seu romance "O segredo de Lady Audley" é considerado sua obra-prima, e na época de seu lançamento tornou-se literalmente uma sensação, e causou furor entre os leitores.
Assim, como outros livros desse subgênero, o romance de Brandon é livremente inspirado em um crime que abalou à época a sociedade inglesa, o qual envolvia uma jovem aparentemente inocente, mas que parecia esconder um lado bastante sinistro.
Sua trama é aparentemente bem simples. Robert Audley reencontra um amigo George Talboys por acaso. Após um período de três anos longe da Inglaterra, George retorna e é surpreendido por uma notícia que o deixa profundamente abalado. Diante disso, Robert o convida a passar uma temporada em Audley Country, uma propriedade de seu tio, que acabou de se casar com uma jovem muito bonita e misteriosa chamada Lucy.
Em Audely Country, após algum tempo, George misteriosamente desaparece. Sem saber o que aconteceu com o amigo, Robert começa a procura-lo e tenta a todo o custo solucionar o misterioso desaparecimento de George, que pode estar relacionado a um segredo do passado.
A partir deste ponto não se pode revelar mais nada sobre a trama do livro. Somente vou dizer que este segue uma espécie de "fórmula" recorrente nas sensations novels e isso funciona muito bem. Como não pode faltar em uma boa obra deste tipo em "O segredo de Lady Aldley" existem vários atos criminosos que envolvem chantagem, uma boa dose de dissimulação e surpreendentes e inesperadas reviravoltas, principalmente antes de seu desfecho.
Brandon tem um estilo mais direto que outros autores de seu período. Ela descreve o cenário visando essencialmente criar uma espécie de "atmosfera gótica" ´para ressaltar os efeitos de mistério, com matizes de terror. Também em alguns trechos, ela interrompe a narrativa e conversa com leitor, de modo a propor reflexões sobre a condição das mulheres e dos homens dentro da sociedade inglesa,- o que vem a ser um traço inovador neste subgênero.
Mas, o aspecto que mais chama a atenção nessa obra, é a caracterização de uma personagem feminina que revela-se bastante complexa e cheia de nuances de comportamento. É ela que torna "O Segredo de Lady Audley" um livro tão instigante a ponto de suscitar uma discussão sobre até que ponto uma pessoa é má ou louca. É possível que Brandon nesse livro tenha se não inventado, com certeza tornou um tipo de personagem que, posteriormente, seria retomado em obras em que predomina o estilo noir que também está relacionado com a literatura policial ou suspense/ mistério.
"O Segredo de Lady Audley", seja por sua temática, ou pela caracterização de personagens ou ainda os por seus eventos impactantes, é um verdade clássico das "sensation novels" e uma das melhores obras de uma autora menos conhecida, mas muito interessante do período vitoriano. É então inédito, é um livro que vale muito a pena ler e vai agradar os leitores que gostam de uma boa história, que prende nossa atenção do início ao fim.
Sobre a edição: ela segue o padrão de qualidade da Pedrazul. É formato brochura, com boa diagramação. Tem alguns erros de revisão, mas nada que atrapalhe o prazer da leitura.
Com certeza uma ótima aquisição para os leitores apreciam os clássicos ingleses, principalmente aqueles que não foram publicados no Brasil.



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Ana_Elisa_Toledo 08/08/2022

Que livro!

Um romance sensação que prende desde o primeiro capítulo. O segredo não é tão segredo assim, mas o desenrolar é muito envolvente.

O que fica de lição?

Se você fez algo errado e tem a oportunidade de arrepender-se e voltar atrás? Não se demore ....
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Noemy 15/07/2022

Romance sensação - clássicos pra ler
Esse livro trouxe várias lições de vida, de como a ganância e amor ao dinheiro pode destruir uma vida.
Também mostra do que as pessoas estão dispostas a fazer pela vaidade ou pelo luxo.
Li a história que parece um novelão que se passa em 1860, é um romance sensação clássico, isto é, essa autora é pioneira neste estilo sendo uma mulher.
Na época de sua publicação foi o maior alvoroço - chegando a escandalizar a sociedade. E por isso mesmo fez tanto sucesso.
Recomendo a todos a conhecer essa linda obra!!??
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ramiromat 16/06/2022

Uau, esse livro me prendeu do início ao fim. A partir dos relatos do Robert Audley, tu vais desembaraçando o sumiço do melhor amigo George, como um detetive, ao visitar a propriedade do tio: Lord Audley, que recém se casou com a dita cuja do título. De cara eu já sabia o "segredo", só não imaginava o quão fundo ia (spoiler sem dar spoiler). Se é verdade que teve a mesma inspiração que A pedra da Lua, eu confesso que esse me ganhou. De certo modo, achei a história mais limpa (talvez a colocação das palavras deixou a história menos maçante).
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