Anhangá - A Fúria do Demônio

Anhangá - A Fúria do Demônio J. Modesto




Resenhas - Anhangá - A Fúria do Demônio


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Escriba 09/07/2011

Fuja deste livro!
OBS.: esta resenha também foi postada em meu blog, onde listo referências (links) interessantes a respeito. Confira em: http://escribaencapuzado.wordpress.com


Saiba antes de ler: não sou crítico literário nem detentor da verdade absoluta. O texto abaixo relata as impressões que tive após a leitura deste livro e não traz quaisquer revelações quanto ao enredo.


Eu nunca havia ouvido falar de J. Modesto (ou Joaquim Modesto de Oliveira Junior) até deparar, acidentalmente, com uma ocorrência deste livro na rede social de leitores Skoob. A bela arte da capa e as informações presentes ali despertaram meu interesse: tratava-se de um romance ambientado 300 anos antes do descobrimento do Brasil, envolvendo mitos indígenas e seres sobrenaturais. Embora não fosse uma ideia completamente inovadora – Roberto de Souza Causo fez algo semelhante no excelente “A Sombra dos Homens” -, eu resolvi pagar para ver (literalmente).


Infelizmente, o autor não correspondeu à expectativa, desperdiçando uma ideia que, se tivesse sido trabalhada com mais cuidado, poderia ter produzido uma história infinitamente mais cativante. O primeiro grande problema do livro se destaca logo no início: a escrita está repleta de erros crassos de concordância e ortografia. Nota-se, claramente, a falta de cuidado na revisão e finalização do livro, e o desconforto inicial será uma companhia constante do leitor que for obstinado o bastante para superar as muitas outras falhas da narrativa e chegar ao final desta.


O livro narra a história de como um feiticeiro mouro, um pajé e guerreiros de tribos indígenas se unem para combater um poderoso demônio que veio dar no litoral brasileiro após um naufrágio. Embora o prólogo seja interessante – o leitor é apresentado à figura histórica de José de Anchieta na recém-fundada Vila de São Paulo de Piratininga –, os capítulos seguintes não são bem desenvolvidos e, frequentemente, tornam a leitura monótona. A história não é empolgante e parece resumir-se a uma sucessão de cenas de ação. Não parece haver muita preocupação com o perfil psicológico dos personagens, o que torna difícil afeiçoar-se a estes ou mesmo preocupar-se com seus destinos – ora, um dos personagens principais sequer tem nome!


A ambientação sofre deste mesmo problema, já que os cenários são descritos de modo muito superficial. Justiça seja feita, o autor parece ter feito um trabalho de pesquisa razoável (sobre os costumes indígenas principalmente), porém, demonstra isso nos momentos mais inapropriados, muitas vezes impondo um ritmo mais lento à leitura – como exemplo, há a conversa entre dois personagens sobre hábitos alimentares indígenas enquanto uma batalha ferrenha e decisiva se desenrola a alguns metros dali. Os diálogos são outro problema: alguns são chavões tão batidos que beiram o ridículo, outros são tremendamente infantis – especialmente, aqueles proferidos pelos dois principais seres sobrenaturais, dos quais eu esperava um pouco mais de maturidade devido à própria natureza destes.


A história ainda apresenta situações que soam forçadas ou falsas demais, em especial pelo excesso de explicações em momentos bem inoportunos. Eis um exemplo perfeito disto: enquanto uma terrível batalha se desenrola diante de seus olhos, um personagem explica para outro alguns fatos (completamente irrelevantes) que já eram de conhecimento do leitor; como se não bastasse, um terceiro personagem insiste (três vezes) para que a explicação seja mais rápida, pois o tempo está contra eles – ora, se é assim, deixasse as explicações para depois, afinal, elas não contribuíam em nada para a batalha que viria.


A propósito, este é o segundo maior problema do livro: o autor parece não confiar no leitor. Em diversos pontos, o texto se torna repetitivo ou explicativo demais, por exemplo: o autor coloca o tal demônio pensando que "poder manipular as águas tem muitas vantagens" para justificar o fato deste ser capaz de andar sobre as águas; ora, a esta altura o leitor já sabe que o demônio pode dobrar o elemento à vontade, logo, não seria surpresa alguma aquele andar sobre a água.


Não me agradou também o modo como o autor aborda um mesmo acontecimento dos diferentes pontos de vista dos personagens e isto pela seguinte razão: aqui, tal estratégia nada agrega para o desenvolvimento ou enriquecimento da narrativa (ou mesmo da personalidade dos personagens). Em especial, quase todos os trechos referentes ao ponto de vista do tal demônio são enfadonhos, repetitivos e desnecessários: é um tal de "macacos falantes" para cá, "não encontro ninguém a minha altura" para lá, "este lugar é ideal para meu novo reino". Tudo parece estar lá apenas para deixar o livro com mais páginas. E, ao contrário do que li em outra resenha do livro, a narrativa segundo os pontos de vista de diferentes personagens nada tem de inovador.


Terminei este livro com muito esforço e o que me levou a fazê-lo não foi a história nem os personagens, mas sim a obstinação de nunca largar um livro pelo metade. Devo confessar, porém, que este quase quebrou minha determinação em diversos momentos. O final não traz nenhuma satisfação e nem mesmo a revelação do Pajé agrega qualquer valor à narrativa, mostrando-se forçada e sem propósito.
Eu não recomendaria este livro nem para aqueles que têm tempo livre de sobra. Quer ler uma boa história ambientada no Brasil, repleta de folclore, fantasia e personagens com alma? Leiam "A Sombra dos Homens" de Roberto de Souza Causo.

E esta é a humilde opinião de um escriba.


Nota: J. Modesto é também autor de "Trevas", seu primeiro romance, publicado também pela Giz Editorial. Talvez este livro seja melhor acabado, mas depois de "Anhangá" eu não me arriscaria.
Ramiro Catelan 01/09/2010minha estante
Ótima resenha. Hoje em dia eu tomo muito cuidado ao comprar obras de novos autores brasileiros, já que são poucos que realmente valem a pena.




Daniel Pedrosa 24/10/2009

Uma grata surpresa

Quando decidi ler este livro, não imaginei realmente com qual estória poderia me deparar. Pensava encontrar entre as linhas de suas páginas um demônio maléfico que buscava suas vítimas, no escuro da noite, simplesmente aterrorizando a antiga Pindorama.

Grato engano !

O livro na verdade, traz uma aventura recheada de magia, seres misticos, deuses do folclore brasileiro e batalhas dignas de grandes estórias.

O cenário de um Brasil anterior ao descobrimento foi muito bem explorado para receber esta aventura e seus personagens. Uma pitada de assombro, descrevendo de forma macabra mortes e personagens, traz ao título a classificação de uma obra de terror, mas a proposta vai bem além.

Um bom livro, recomendo a leitura !

Daniel Pedrosa







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ThIaGoMF 26/07/2009

Interessante
O livro é bem interessante, apesar de ser um pouco monótono. Também notei muitos erros na escrita, o que nos obriga a reler a frase para poder entender. Fica a dica pro autor sempre reler quando está escrevendo e para a editora também observar antes de lançar o livro.

Mas recomendo a leitura do mesmo. Parabéns ao J.Modesto por tamanha criatividade.
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Nelson Magrini 02/07/2009

O Brasil antes do Brasil
Mais uma obra, que tive prazer em prefaciar, muito embora, tenha sido publicado na orelha do livro. Vindo de sua estréia, com o também ótimo, Trevas, e já tendo passado por Amor Vampiro, J.Modesto nos presenteia com um livro fascinante, exatamente por ser ambientado trezentos anos antes de Cabral ter aportado por aqui. Mais uma vez, temos a presença de um demônio elemental, agora às voltas com os habitantes originários desta terra, em meio a florestas virgens e amplas. Se as armas modernas nada podiam contra um demônio de tal porte, o que poderão fazer índios, com seus arcos e flechas? Mas eles possuíam outros recursos, e aqueles que detém a magia passam a ser preponderantes no equilíbrio da balança.

Nelson Magrini
Autor de Os Guardiões do Tempo
(pré-lançamento na FANTASTICON)
Relâmpagos de Sangue
ANJO A face do Mal
Isabella, em Amor Vampiro
O Portador da Luz – minissérie em 10 partes
em http://fontesdaficcao.wordpress.com/category/nelson-magrini/
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Fimbrethil Call 22/09/2011

Boa surpresa
Devo confessar que tive medo de ler esse livro, principalmente por causa das resenhas que li no skoob e da opinião de outros amigos que o leram e não gostaram.

Estava temendo que o livro fosse ruim, mas eu estou agradavelmente surpreendida, achei o livro bom, nada monótono, cheio de magia e de ação, misturada a fatos históricos, muito bem escrito.

Só uma coisa que disseram nas resenhas e eu concordo, muitos erros grosseiros de português, que seriam facilmente eliminados com um trabalho de revisão melhor e mais apurado.

Tava me perguntando onde estava a Iara até que ela apareceu! Muito legal esse livro mesmo, com a mitologia Tupi.
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MÁRSON ALQUATI 02/08/2009

EXCELENTE!
RECOMENDADÍSSIMO! Uma história de terror e suspense ambientada no Brasil pré-descobrimento. Por isso só já vale a pena ler, mas para complementar, em Anhangá, J. Modesto nos premia com a sua incrível habilidade de contar histórias fascinantes e irresistíveis. Muito bem pesquisado, envolvente e surpreendente!
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Léo 04/04/2010

Legal
É um livro com uma narrativa simples, nada do tipo Percy Jackson, porém é uma leitura agradável e prazerosa, apesar de ser, em algumas passagens, díficil de prosseguir com a história.
Muitas aventuras, batalhas, cenas cinematográficas... No quesito AÇÃO, não deixa nada a desejar.
No quesito ENREDO, já digo que é bem original e criativo, além de o autor deixar bem claro que pesquisou bastante para escrever tal obra.
Como disse NELSON MAGRINI: O Brasil antes do Brasil!
Nunca tinha lido antes uma história que acontece 300 anos antes do descobrimento do Brasil. Bem original.
Recomendo para fãs da literatura fantástica.

Por fim, gostei.

Sinopse:

Um demônio é liberto logo após um terrível erro cometido pelo feiticeiro Mohamed, porém ambos vão parar em uma ilha no litoral do Brasil. Numa batalha incrível para aprisioná-lo na PEDRA ELEMENTAL DA ÁGUA(Elemento que o demônio tão poderoso quanto Anhangá, o diabo daquela época,pode controlar.), Mohamed recebe a ajuda do Pajé da tribo dos Tupiniquins e alguns guerreiros como Acauã, um valente e poderoso homem da mesma tribo.
O livro, ao mesmo tempo que nos passa momentos prazerosos, também nos traz uma mensagem de união. Adorei,porém dei quatro estrelas por causa de alguns momentos demasiadamente cansativos.
Todos pensavam que o demônio era Anhangá, inimigo de Tupã(Deus),porque era tão poderoso quanto. O primeiro livro que li sobre a mitologia brasileira, onde um dos "protagonistas" é o próprio Curupira, protetor dos animais e das Matas.

RECOMENDADO!
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Magda Attié 11/07/2010

Sensacional
Parabéns ao amigo J.Modesto! Excelente leitura! Nossas raízes, muito bem estudadas, escritas...Ótima história!! Um mistério em nossas matas, poderoso ser das trevas, ser elemental...envolvente!! Adooorei!!!
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Cripta Da Leitura 23/08/2014

Pra ser bem sincera...

...O que mais valeu a pena na minha opinião ao ler o livro foi conhecer mais o nosso folclore, pois logo de cara o que chamou minha atenção e me fez comprar o livro foi o fato de a estória se passar no Brasil 300 anos antes o descobrimento, e eu achei que o livro seria muito interessante!

PORÉM, eu confesso que foi bem sofrido ler o livro até o final, pois embora a estória tivesse de tudo pra ser legal, eu a achei meio chata e cansativa, não sei explicar exatamente o porquê, mas simplesmente não me empolgou.

E eu não sei se alguém pensou o mesmo que eu, mas eu fiquei o livro todo esperando que a estória voltasse para o inicio, quando o anel foi encontrado pelo indiozinho depois de o descobrimento, e simplesmente isso não aconteceu. Juro que fiquei sem entender,pois eu acho que se a intenção fosse deixar a estória com um ar de mistério, esse ocorrido deveria ter sido no fim do livro, como nos filmes de terror quando a gente descobre que "o monstro" não morreu. Mas pra mim isso só deixou livro ainda menos empolgante do final, pois eu fiquei esperando pra saber o que ia acontecer com os personagens do inicio e não aconteceu nada. Parece que o autor se esqueceu do que tinha escrito no começo, sei lá...
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Caronte 22/12/2016

Anhangá... e outras coisas...

"300 anos antes do descobrimento, o mal já caminhava em terras brasileiras" essa é a frase do topo da capa dessa edição do livro, já dá pra ver que vai ter uma pegada "indianista", né? J. Modesto é um escritor brasileiro de terror, que parece curtir umas histórias com sangue e vampiro. Mas, essa não tem vampiros... só o sangue mesmo.

Bora pra uma sinopse: um grupo de templários (cavaleiros), um padre e um feiticeiro mouro estão levando um demônio congelado para jogá-lo da borda do mundo, no entanto... aparece o Brasil no meio do caminho, Surprise! E ainda tem um naufrágio para terminar de estragar a missão.

Em terras brasileiras há alguns núcleos de personagens, e isso cria algo interessante pra história, que vou já falar. Temos Acauã, um guerreiro Tupiniquim; Ibaté, o grande guerreiro Tupinambá; e o Pajé dos Tupiniquins. E canibalismo. '-'

A narrativa do começo até mais ou menos a metade do livro é dividida entre esses personagens mais o demônio, sim, há capítulos cujo o foco é o bichão. Mas o mais interessante não é só essa divisão de perspectivas, os capítulos também ficam voltando no tempo. Como assim? Quando um capítulo acaba, o próximo volta para narrar os "mesmos" fatos, porém do ponto de vista de outro personagem, o que vai somando aos poucos para história. Adorei essas retomadas, essas idas e vindas no tempo, adoro quando a narração faz essas coisas malucas.

Agora sobre o demônio... ele é muito canastrão, sério, muito canastrão. A luta final, o choque de monstros, que começou umas 70 páginas antes do final, foi muito "papo furado". O vilão é muito blá-blá-blá, ele se acha muito diva. '-'

Enfim... A melhor coisa do livro, na minha opinião, foi a chegada do Curupira, que foi bem "vai começar a putaria". Acontece uma espécie de possessão, essa foi sem dúvidas cena mais foda de Anhangá, a fúria do demônio. O que foi aquilo? Teve dente caindo, boca rasgada, combustão espontânea.

Outro ponto alto do livro é o Prólogo com o Padre José de Anchieta e um indiozinho mexendo no que não deve. É tempestade, é um medo rondando pela floresta. É uma catequese que acho ofensiva pra cultura indígena, aí fica difícil: tem de um lado um demônio e do outro um padre. Garoto, só abraça.

Para ler o texto inteiro: Blog Parágrafos Para Grifos.


site: http://paragrafosparagrifos.blogspot.com.br/2016/12/resenha-de-anhanga-j-modesto.html
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Cris 25/06/2018

Deixou a desejar...

“É estranho o sentimento quando conseguimos ouvir os outros seres vivos, não acha?” pág. 55

A história se passa 300 anos antes do descobrimento do Brasil. Um naufrágio no litoral brasileiro traz para o mundo um demônio chamado Anhangá.

O único sobrevivente deste naufrágio é Mohamed, um feiticeiro mouro que conhece a origem do demônio e vai ter que lutar contra ele.

A história é narrada sobre vários pontos de vista. Primeiramente, vemos Mohamed a bordo da embarcação, e como ele escapa do naufrágio com vida, sendo acolhido por um grupo de indígenas que cuida dele.

Em outro ponto da história, alguns guerreiros da tribo que salva o feiticeiro - os tupiniquins, partem pela floresta para caçar. Entre eles está o jovem Acauã, mas acabam sendo capturados pela tribo rival, os tupinambás.

E temos também o ponto de vista do próprio demônio. Nestes trechos vamos percebendo as motivações do bicho ruim, e seus pensamento egoístas e malvados.

Acontece que a tribo dos tupinambás é atacada pelo Demônio e acaba atraindo a atenção de outros habitantes da floresta e a fúria de outros deuses, entre eles, o protetor das Matas, Curupira e a deusa das águas, Iara.

O primeiro capítulo se passa alguns anos à frente, e me deixou empolgada e curiosa com a história que viria.

Eu não gostei da construção dos personagens, especialmente do Demônio dessa história, que é muito caricato, com diálogos horríveis. O livro é curto, mas a história dá muitas voltas e parece que não se desenvolve. A alternação entre os pontos de vista acaba narrando a mesma história sobre a visão de personagens diferentes e eu achei isso muito cansativo.

Sobre o Curupira… Nesta história ele é considerado um deus, mas achei ele tão irritante quanto o próprio vilão da história.

Na batalha final também acontece tanta coisa misturada que eu me perdi na narrativa.

Outra coisa que me irritou muito durante a leitura foram os erros de revisão, que são tão gritantes que chegam a atrapalhar a leitura.

Como pontos positivos, eu posso dizer que eu gostei de ver a cultura indígena representada neste livro. O autor descreve bastante os costumes e o ambiente em que se passa a história é muito interessante.

Eu gosto muito do folclore brasileiro e apesar de não simpatizar muito com os personagens citados, foi legal ver a inserção de personagens tão conhecidos da nossa cultura como o Curupira e Iara nesta história.

Algumas coisas interessantes também foi a união de diferente tipos de magia e religião para combater um mal em comum, e algumas partes da batalha final. O autor também não poupa os personagens e as descrições das mortes são bem cruéis.

Fora os erros de revisão, o trabalho editorial está bem bonito, e a capa é muito linda.

Mas no geral, a história deixou bastante a desejar.

“Pois mesmo quando o amor nos acaricia, ele também nos açoita. Mesmo quando nos ajuda a crescer ele também nos poda.” Pág. 240


site: https://www.instagram.com/li_numlivro/
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