Resenhas - Criancinhas

Grazie A. 19/09/2021

Leria uma continuação tranquilamente! As personagens (e seus dilemas) e toda a hipocrisia dessa cidade são muito palpáveis e humanas. Livro muito bom! Desnuda a vida adulta, suas expectativas e triste realidade. Sarah e Todd dão uma apimentada no que já é legal.

Amanda Alexandr 11/09/2011

Pessoas decentes, cuidado
Criancinhas está longe de ser uma obra moralista. Aliás, Tom Perrotta pouco se preocupa em imprimir verdades morais em seus livros. O que ele quer mesmo é desnudar a vida adulta, em seu lado mais íntimo inseguro e constrangedor.
A implacabilidade do texto mostram que o mundo realmente não é um conto de fadas. Mas a ironia te faz ler com um sorriso no rosto.
Contra-indicado para quem gosta de histórias água-com-açúcar, Criancinhas é um dos melhores livros que já li, logo ao lado de Os Miseráveis, Crime e Castigo, Contraponto (Huxley) e Angústia (Graciliano), todas obras que não tem medo de dar um tapa na cara do leitor. E de fazê-lo exultar depois.

Juliana Mendes 03/02/2019

Bom livro, mas pede continuação.
Gostei bastante da forma que o autor escreveu o livro, descrevendo todas as histórias detalhadamente em pouco mais de 2/3 dele. E ao final, desfecha cada história em breves passagens nos deixando presos, querendo sempre saber o que irá acontecer a seguir. Fiquei um pouco descontente com alguns desfechos, confesso, pois achei que ficaram sem um ponto final ou mesmo uma breve ideia de como terminaria e gosto de, pelo menos, ter um norte para imaginar um final ou ter o final propriamente dito, mas é um gosto pessoal e, no geral, gostei do livro. Indico!

Cris 23/07/2010

"Há momentos em que você sabe que está acordado,mas não consegue se livrar da sensação de que deve estar sonhando,porque o mundo subitamente mostra a você alguma coisa que não fz sentido algum." - M. Ann
essa passagem traduziu o livro com verdade.Ela é uma daquelas estórias fictícias que podem ser consideradas relatos sobre a rotina de familias comuns,de vidas comuns,de transformações antes do prórpio experimento como família, filhos, carreira carregados das mesmas espectativas,sonhos e desejos que nós mesmos esperamos da vida, aguardando dela respostas e realizações comuns a todos nós.
explicar a vida é como decifrar um código secreto e diverso como o próprio universo é,cada pessoa,cada constelação possui ligações comuns e incomuns,acontecimentos absurdos e fantásticos,previsíveis e completamente fora de um controle dito lógico,óbvio.
que a Vida não é uma tarefa fácil de entender ,isso todos nós sabemos, mas ela se bifurca de tais maneiras ,com detalhes e nuances que não cabem catalogações ou definições certas e perfeitas.é a imperfeição da expectativa,de poli sonhos com mesclas de sinceridades e verdades brutais,inventadas,justas e injustas que atropelam até os mais previnidos,ás vezes ela carrega o sinônimo do surpreendente com maestria.

Leo 31/01/2012

Tive o azar de ver o filme antes...
...de ler o livro. Tirando o final são quase idênticos, embora não tenha visto grande coisa em ambos, independente dos respectivos finais.

Paula 01/12/2013

Criancinhas
"Os personagens que o autor criou para seu romance são homens e mulheres na faixa dos trinta anos, pais de filhos pequenos, cujas vidas previsíveis os tornam extremamente vulneráveis a qualquer elemento inesperado. Há Todd, o pai bonitão que não trabalha fora e foi apelidado de 'Rei do Baile de Formatura' pelas mães do parquinho, e sua mulher, Kathy, cineasta que faz documentários e inveja a relação que Todd conseguiu estabelecer com o filho. Há Sarah, uma feminista decadente surpresa ao constatar que se tornou uma esposa típica num casamento tradicional, e seu marido, Richard, que se torna cada vez mais envolvido com uma vida de fantasia na internet do que com sua própria mulher e filha. E há ainda Mary Ann, que tem toda sua vida organizada, incluindo o sexo com o marido, agendado para as terças às nove da noite. Todos criam seus filhos na tranqüilidade de um típico subúrbio americano rico, onde nada jamais parece acontecer - até que um pedófilo recém-libertado da prisão volta para a cidade e espelha uma onde de paranóia pelo bairro. Ao mesmo tempo, Sarah e Todd começam um caso extraconjugal que vai além do que qualquer um dos dois teria imaginado."

Gabriel Leite 28/01/2014

Os personagens de Tom Perrota são tão humanos e verdadeiros, que fica difícil julgar seus pecados. O enredo parece simples e a maioria dos temas discutidos (adultério, pedofilia, pornografia) não chega de fato a ser dissecada, mas só exibida. Criancinhas é um panorama muito bem feito de uma gente péssima. E isso já é coisa demais.

Viviane 06/05/2016

Criancinhas
O subúrbio de Beeligton é o local ideal para uma família morar, cuidar dos  filhos e poder relaxar em parques e campos de futebol nos finais de semana. Os  parques são frequentados por criancinhas de 03 a 06 anos de idade sempre acompanhadas por suas mães zelosas e abnegadas,( e às vezes por algum pai) .Tudo parecia em ordem até que  um caso extraconjugal e a mudança de um pedófilo para a vizinhança gera inquietação entre os moradores. Tudo acaba por revelar a imperfeição de cada família, de cada morador. O que parecia ser perfeito e imaculado revela traços da vulnerabilidade das relações humanas, e que, quando os adultos desejam algo que os satisfaçam, eles são tão egocêntricos (ou egoístas)  quanto qualquer criança.


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O livro é uma novela com vários núcleos e histórias que se entrelaçam. O autor coloca o dedo na ferida das relações humanas e vai fundo. São apresentados vários temas: infidelidade, pedofilia, fetiches, violência, temas bem adultos para um título que remete a inocência da infância. Com um estilo direto e recheado de humor negro, Tom Perrotta subverte as convenções e já deixa o leitor de sobreaviso : "Pessoas decentes, cuidado".


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Sarah é mãe de Lucy e casada com Richard. Uma mulher, que quando jovem era liberal, culta e impetuosa, torna-se uma adulta frustrada no casamento,  impotente no papel de mãe e com uma baixa auto-estima. Seu marido Richard, é um homem que alterna seu tempo entre os ofícios do escritório e seu fetiche por cheirar calcinhas usadas. Um casamento sem companheirismo e sem amor.

No inocente parquinho,Sarah conhece  Todd. Casado com Kathy e pai de Aaron, o casamento de Todd representa a família moderna. Enquanto sua esposa trabalha fora, ele é o responsável pelos afazeres domésticos e os cuidados com o filho pequeno.  Kathy sonha , na verdade, com que Todd possa advogar em grandes causas e ganhe muito dinheiro e status; e desse modo, ela mesma possa trabalhar pontualmente em projetos que lhe dêem prazer em vez de se dedicar àqueles que garantam à sua subsistência. O que Kathy não sabe  

é que Todd nao quer ser advogado, o que ele mais quer é viver sem as pressões de uma profissão estressante. Um casamento sem comunicação mas com amor.


Sarah e Todd iniciam um caso amoroso, meio que por acidente. Nao havia uma intenção real , mas aconteceu. Encontros furtivos e beijos roubados e coisa toda foi perdendo o controle.