O Santo e a Porca

O Santo e a Porca Ariano Suassuna




Resenhas - O Santo e a Porca


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lívia 27/03/2024

Apesar do título da resenha for decepção eu não me decepcionei pq eu não coloquei expectativa nenhuma. Li esse livro para fazer uma prova. Livro bem chatinho, mas a leitura é rápida o final é engraçadinho mas mesmo assim me decepcionou
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Gabriela.Steindorf 20/03/2024

Leve, cômico e gostoso de ler
Esse foi meu primeiro contato com um livro de Suassuna. Há muito tempo queria ler algo, já sabendo que ia gostar porque é impossível a mente por trás de Auto da Compadecida escrever algo ruim.

O santo e a porca trás o causo de uma família que é gerida por um velho extremamente avarento, onde as únicas coisas que lhe importam são a porca que guarda seu dinheiro e seu Santo Antônio, pra quem ele pede que proteja seu dinheiro. E o que aconteceria se essa porca fosse ameaçada, ou pior, sumisse? Sobra até pro santo, pra filha, pra empregada, pro capataz. É desconfiança que não acaba mais.

As descrições de cenário são suficientes pra você se ver bem ali na casa simples do sertão, no cemitério da cidade pequena. Me senti sentada num canto da sala assistindo o povo arengar na minha frente!
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Andreia Santana 06/03/2024

Duas leituras armoriais
O Movimento Armorial foi criado pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna em 1970 para valorizar a autêntica arte brasileira com base nas raízes populares, abrindo espaço para a apreciação da cultura do Nordeste com seu teatro de rua, mamulengos, cheganças, cordéis e outras expressões típicas sertanejas.

Lisbela e o prisioneiro, de Osman Lins, e O santo e a porca, do próprio Suassuna, embora escritos antes do movimento, em 1964 e 1957, respectivamente, representam uma 'literatura armorial' ou com forte inspiração nesse caldo cultural diverso.

Ambos foram concebidos para o teatro e encenados dezenas de vezes. Também adaptados para o cinema e a televisão, sempre com grande sucesso, muito por conta do carisma das personagens e da força dessas histórias criadas há décadas, mas atemporais.

Lisbela e o prisioneiro e O Santo e a porca podem ser também definidos como dramas de amor. Embora o centro da trama da história de Suassuna seja o avarento Euricão Engole Cobra e sua porca de madeira, onde ele guarda uma suposta fortuna, é o casamento de Margarida, filha de Engole Cobra, com Dodó, filho do rico coronel Eudoro, que ajuda a tecer a narrativa. Já Lisbela e seu amado Leléu são o ponto central da história de Osman Lins. Todos os outros personagens giram em torno do casal.

Lisbela e Margarida são típicas mocinhas do interior de antigamente, casadoiras, belas, inocentes, mas nem tanto. Pois, enquanto Lisbela quer "queimar sua vida em um fogo muito forte" por amor ao artista errante Leléu, seguindo-o pelas estradas de sua existência torta; Margarida não hesita em aderir a uma trama engendrada por Caroba, uma das empregadas de seu pai, para que ela consiga, por fim, realizar o desejo de casar com Dodó. De quebra, Caroba ainda quer garantir o próprio casamento com Pinhão, empregado do coronel, e de dona Benona, irmã de Euricão, com Eudoro, de quem foi noiva no passado, antes de uma rusga botar fim no compromisso.

Para atrapalhar o enlace dos pombinhos nas duas histórias, aparecem Frederico Evandro, assassino de aluguel que tem contas a acertar com Leléu; e o coronel Eudoro, pai de Dodó, que deseja desposar Margarida por não saber que o filho ama a moça.

Esses dois textos que despertam riso pelo absurdo e pelo burlesco de algumas situações, futuca nas entranhas da nossa nordestinidade e brasilidade, remontando a um período histórico onde pistoleiros brabos conviviam ao lado de homens santos e mulheres "sonhosas e de colo macio".

De certa forma, a 'literatura armorial' é shakespeariana, "epopeica e embandeirada", como diria Pedro Diniz Quaderna, protagonista de O Romance d'A Pedra do Reino, a obra-prima de Suassuna, na minha modesta opinião, e uma leitura que requer fôlego e mente aberta do leitor, como já escrevi aqui no Skoob, em resenha de 2012.

A beleza dessas tramas está também na representação de tipos característicos como o delegado e a força policial atrapalhada e simplória das cidadezinhas empoeiradas e perdidas do sertão. Em Lisbela, a delegacia é o principal cenário da história, com seus cabos, sargentos, soldados rasos e carcereiros que gravitam em torno dos protagonistas ao mesmo tempo que vivem seus pequenos dramas pessoais.

Mas, são os empregados ou outros personagens subalternos e mais espertos que seus patrões que representam o imaginário do sertanejo 'malasartiano', em referência à figura tradicional dos contos populares ibéricos, Pedro Malasartes, o burlão cheio de astúcia que aparece em histórias desde o século XII.

A cultura do nordeste tem traços de muitas culturas dos povos formadores do Brasil e a figura de Malasartes é recriada com maestria em diversas histórias nordestinas inspiradas nas tradições ibéricas e temperadas com as culturas africana e indígena.

Para sobreviver onde a terra é esturricada como no sertão nordestino, é preciso engenho. Caroba, em O santo e a porca, e Citonho, em Lisbela, mais do que alívios cômicos desses espetáculos, são como Malasartes, cheios de expedientes para enganar os figurões, quase sem querer, mas querendo, e sem perder o carisma, o que garante a cumplicidade da plateia (ou, no caso da publicação dessas peças, do leitor).

As duas histórias tão simples, divertidas e irônicas ao desfiar os preconceitos do sertão brabo dos tempos idos, são também ingênuas no seu desfile de tipos quase caricatos, mas que quem nasceu no Nordeste ou tem familiares dessa região, vai reconhecer com ternura.

A ideia, nesses textos, não é estereotipar, mas representar uma cultura única, peculiar e multifacetada, forjada na lida e no lúdico...

Fichas Técnicas:
Lisbela e o prisioneiro
Autor: Osman Lins
Editora Tusquets, 2023
128 páginas
R$ 40,56 (livro físico, Amazon) ou para assinantes do Leer+ no aplicativo Skeelo

O santo e a porca
Autor: Ariano Suassuna
Editora Nova Fronteira, 2000
224 páginas
R$ 50,29 (livro físico, Amazon) ou para assinantes do Leer+ no app Skeelo
*O Kindle Unlimited também tem para empréstimo para assinantes do serviço

***************

*Livros lidos para o desafio #50livrosate50anos, uma brincadeira que criei para comemorar meu aniversário. Em abril de 2024 eu faço 50 anos. A ideia é ler 50 livros até lá e, se possível, resenhar ou fazer algum breve comentário aqui no Skoob e no Instagram, sobre cada um deles. Lisbela e o prisioneiro e O santo e a porca são os livros 20 e 21, respectivamente, do desafio.

Resenha única e comparativa sobre Lisbela e o prisioneiro e O santo e a porca



site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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Déh 01/03/2024

Muito bom
Primeira vez que leio Ariano Suassuna e gostei bastante. Super tranquilo de ler, muito fluído e leve. A história é engraçada e deixa uma lição sobre como a boa comunicação é importante.
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Leandro.Castelan 28/02/2024

Suassuna é um gênio...
... Isso é um fato!

Mas confesso que tive dificuldade de me concentrar neste molde de escrita. No geral, a história é muito bacana, trazendo uma visão divertida sobre a avareza. Vale a insistência na leitura.
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Maria19642 27/02/2024

Ele não é autor de um livro só
A fama de Ariano Suassuna precede, mas não supera, a sua qualidade literária. A forma como ele escreve, o que ele escreve, o uso dele da língua e os regionalismos são apenas algumas características da literatura desse mestre.

Eu ri horrores durante a minha leitura e consegui convencer minha mãe a ler "O santo e a porca" também. "Pedra do reino" vai ser o próximo? Talvez quando eu terminar de ler os livros que já estou lendo.

Enfim, esse livro é engraçadíssimo, mas também fala de um assunto bem sério, a solidão auto imposta.
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TarciGuizi 16/02/2024

Leiam!!
O Santo e a Porca é um dos livros mais famosos de Ariano Suassuna.  Sua história é marcada pela sátira àqueles que se escondem atrás da pobreza para alimentar a avareza e o amor ao dinheiro e bens materiais. O personagem principal desta peça teatral é um senhor estrangeiro que recomeça a vida em uma mercearia no nordeste do Brasil. Após muitos anos, já estabelecido na região, esta peça teatral nos mostra os acontecimentos de duas noites específicas que fazem com que a vida e a paixão de Eurico seja revelada à todos habitantes e visitantes de sua casa. Visando sempre seu bem maior - o dinheiro – em cada pensamento, em cada decisão a ser tomada e acontecimento que se sucede, tudo é dominado pelo medo de perder tudo o que ele mais presa: uma porca de madeira, recheada de dinheiro que foi guardado por gerações em sua família. A comédia acontece quando todos pensam que o "roubo do seu maior tesouro" está no eminente casamento de sua filha, Margarida. Contudo, Eurico é muito devoto de Santo Antônio, e é esta imagem que ele aprecia passar aos seus amigos, parentes e funcionários: um beato, devoto ao santo, seguidor da carestia que dispõe de humildade e poucos recursos. O desfecho da história vale a leitura. Trata-se de um texto bem humorado, com personagens que se destacam por sua individualidade e perspicácia (principalmente nas falas e astúcia da Caroba). Uma reflexão importante sobre dinheiro e valor muito útil para os relacionamentos em qualquer época.
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de.ler.eu.gosto 06/02/2024

"O fato é que a peça é um tumulto, e as opiniões que se formam em torno dela é outro; o que, de certa forma, nos autoriza a procurar, na medida do possível, um sentido para aquilo que talvez nenhum sentido claro possua"

Palavras dita pelo próprio autor....

Que delícia é esse caminho de O Santo e a Porca, um verdadeiro deleite de risos, uma pitada de ansiedade mas muita e muita reflexão a respeito dos personagens inigualáveis tais como Caroba, que nada tem e tanto almeja e dentro de seu conhecimento popular e esperteza vai muito além do que " lhe deram"

Euricão um estrangeiro , explorador, angustiado , sovina que coloca os bens acima de sua própria vida, na verdade é um homem sofrido.

Em todo o contexto percebemos fatos que até os dias de hoje nos assolam ou seja, o trabalho análogo a escravidão, as ambições que exterminam as amizades, a mesquinharia

Um livro a ser lindo num respiro só, mas sugiro que o deguste, acompanhado de um café, lugar aconchegante e viaje. Você nunca mais será o mesmo(a) depois de O Santo e a Porca.
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Drika 04/02/2024

Ariano semipresencial nessa leitura
Ariano não decepciona. E o gostoso dessa leitura é que mesmo sendo mineira o sotaque mental da minha leitura é de Ariano. Leitura leve, divertida, com o humor verdadeiro e com uma grande lição de vida. Ou seja, simplesmente, Suassuna.
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Andrecruz.psi 31/01/2024

Rir faz bem para a alma
Essa história escrita por Ariano Suassuna é um clássico.

Ele consegue trazer humor um tema muito sério, o materialismo.

O valor que as pessoas dão ao dinheiro e se esquecem do que realmente importa.
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debtenorioo 31/01/2024

Grande obra!!
É uma peça teatral, do gênero comédia, de Ariano Suassuna, que foi inspirada na obra "Aulularia", de Plauto. Mas que mantém sua singularidade, representando a cultura nordestina. A história é muito bem ambientada e nos transporta para o cenário em que se passa, se tornando palpável para o leitor. A peça se divide em três atos, o primeiro é a apresentação, o segundo é o desenvolvimento e a complicação dos acontecimentos, e o terceiro é o ápice da narrativa.

A peça conta a história de Eurico Arábe, ou Euricão Engole-Cobra, como também é chamado. Que, certo dia, recebe uma carta de Eudoro Vicente, informando-lhe que tomaria posse de seu bem mais precioso. Euricão logo conclui que ele deseja pedir dinheiro emprestado, supondo que Eudoro sabe de sua porca de madeira cheia de dinheiro, e se desespera, apelando a Santo Antônio. Aqui, Ariano retrata a avareza o apego aos bens materiais, pois essa porca é, para Eudoro, a sua existência. Também demonstra o conflito entre o santo e a porca que Eurico vivência, em que o santo é a esperança e a fé, e a porca é a base e a segurança para a velhice.
Além disso, o autor representa a diferença de classes sociais. Eudoro é um homem muito rico, Euricão possui dinheiro, e Carola é a classe trabalhadora, que sofre injustiças por causa do apego de Eurico, não recebendo pelo seu trabalho. Ao ler essa carta, Carola, sabida e engenhosa como é, percebe que Eudoro não vem pedir dinheiro emprestado, e sim propor casamento a Margarida, filha de Eurico, então faz um plano para casar Eudoro com donata, irmã do protagonista, e Margarida com Dodó, filho de Eudoro, para que assim possa receber seu ordenhado, e então casar-se com Pinhão.
O final da peça se dá, com a solidão de Eurico, depois de perder a filha e a irmã, e ao abrir a porca, vê que o dinheiro não vale mais nada. Então ele se sente morto e desgraçado. Sozinho, se vê num impasse, um absurdo, cuja única saída é Deus. Ao perceber, Eurico se volta ao Santo, do qual se distanciou por causa do apego ao dinheiro.
Ariano fala de sua própria obra no início do livro, em suas palavras: "O santo e a porca representa a traição que a vida, de uma certa forma ou de outra, termina fazendo a todos nós. A vida é uma traição, uma traição contínua. Traição dos acontecimentos a nós, dentro do absurdo de nossa condição, pois, de um ponto de vista meramente humano a morte, por exemplo, não só não tem sentido, como retira toda e qualquer possibilidade de sentido à vida."

Grande livro é esse que, com muito humor, nos faz refletir o que levamos dentro de nós como foco de nossas vidas.
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Gabi 21/01/2024

Que lindeza de peça!
O prólogo desse livro é a coisa mais bonita que já li na vida. O Santo e a Porca é lúdico, leve e divertido. É muito acolhedor ler uma obra com o linguajar do povo brasileiro de verdade, sem requinte, sem frescura e sem estrangeirismo. Os personagens são uma graça e Caroba é, honestamente, genial.
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Gabi 20/01/2024

Ariano é incrível, não tem condições! O primeiro que li dele, apesar de, como qualquer brasileiro, já ter visto mil vezes a adaptação de O auto da compadecida.
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criminAlogaliterAr 17/01/2024

O melhor do Teatro de Ariano Suassuna
Confesso que há anos não lia nada do gênero textual peça teatral e este clássico de Ariano Suassuna, um dos maiores escritores de literatura brasileira, foi uma grata surpresa para continuar minhas leituras de clássicos e me iniciar nas obras super recomendadas de Ariano.

Sobre o livro, os personagens são engraçados e não há como atribuir a alguns deles a mesma personalidade de Chicó e João Grilo ? É uma leitura simples de fazer e que flui do início ao fim, então é perfeito para agregar na sua bagagem cultural e sair daquela ressaca literária danada!
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