Eva 05/02/2022Quase essa resenha não sai, porque gostei médio desse livro. Mas a culpa não é da narrativa e sim das minhas expectativas sobre ela.
Achei que me encontraria com uma narrativa que iria descrever a viagem de forma a ressaltar os lugares e culturas encontradas na passagem, mas não é assim, é um livro de aventura, afinal como poderia ser narrado com tantos detalhes se o personagem principal decide fazer uma volta ao mundo em 80 dias em pleno século XIX? Apesar de não ser narrado em primeira pessoa, não teria como o personagem se ater a detalhes nas suas passagens, tinha que ser mesmo uma corrida no tempo.
A estória é narrada de forma a ressaltar a grande e ousada aventura que Phileas Fogg se propõe, muito obstinadamente, a cumprir após fazer uma aposta com cavaleiros que, igualmente ele, frequentavam um club de gentleman em Londres.
Phileas Fogg é um cavalheiro londrino que leva a vida de forma metódica com tudo sendo calculado muito milimetricamente. E durante toda a narrativa nada, absolutamente, nada lhe tira sua calma e certeza sobre as coisas. Apesar de ser o principal o narrador não foca nas ações e pensamentos desse personagem, e sim de seu criado o francês Passepartout que acabara de ser contratado no dia em que Phileas aceita a aposta e parti em viagem. Passepartout sim é um personagem divertido e atrapalhado que dá alguma emoção a viagem e que logo se afeiçoa ao patrão e torce pela sua vitória na aposta.
A narrativa conta com outros personagens secundários que acompanham toda a viagem como o detetive Fix e Mrs. Alda.
A viagem se passa por poucos países e como já foi citado não se atém a narrar detalhes dessas passagens, mas em algumas poucas partes ainda é possível perceber um pouco dos costumes e cultura da época naqueles lugares.
Sem expectativas, dá para se divertir e se pegar torcendo durante a leitura.
Não sei ainda irei me entusiasmar para procurar outro livro de Jules Verne para ler.