Falso espelho

Falso espelho Jia Tolentino




Resenhas - Falso espelho


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Rosangela Max 04/11/2022

Ótimos ensaios.
Achei que nem todos os ensaios tiveram coerência com o tema do livro. Alguns tinham relação com a manipulação da imagem pessoal, mas feita por terceiros e não pela própria pessoa. Independente disso, achei todos interessantes.
Os que mais gostei foram : ?A otimização constante?, ?Heroínas puras?, ?O golpe das redes sociais?, ?Os disruptores?, ?A eleição?, ?Viemos da velha Virgínia? e ?O culto de mulher difícil?.
A autora desenvolveu alguns textos usando como base histórias autobiográficas e cabe mencionar que o livro está cheio de spoilers de outros livros, filmes e séries.
Recomendo a leitura.
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Claudia 12/09/2020

REFLEXÕES SOBRE A AUTOILUSÃO
Através do espelho é uma coleção de ensaios que apesar de terem assuntos variados, se conectam pela mesma busca: encontrar o verdadeiro eu. Quem nós realmente somos como pessoas, como mulheres, como geração?

Por trás de toda essa exposição, em uma sociedade em que as marcas pessoais tem tanto protagonismo, quem são realmente esses indivíduos? Com uma linguagem despojada e irônica, um olhar crítico e afiado, Jia Tolentino mostra neste 9 ensaios como nos enganamos, representamos e praticamos a hipocrisia em grupo ou individualmente.

Alguns capítulos são muito pessoais sobre vida da autora, como "Entrando em um reality show", e nos levam a refletir em um nível pessoal, como representamos em sociedade e como até nossa memória pode ser influenciada pela visão que temos de nós mesmos.

Outros ensaios tem uma abordagem mais ampla, analisando a geração millennial, o feminismo, as drogas, etc. Apesar de terem sem sempre claros o ponto se vista de Tolentino e suas experiências.

O último ensaio foi o único que não gostei, fala sobre as pressões da sociedade sobre o casamento. Achei um repetitivo este capítulo.

Mas os demais recomendo muito a leitura. Ah e achei a capa genial!
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Yeda 18/08/2022

!!!!!!!!!!!!!!!!!
Jia Tolentino trouxe uma visão sagaz e fresca sobre os assuntos que ela se propôs a escrever em seu livro. Eu nunca havia lido conjuntos de ensaios dos quais eu não gostasse, mas esse foi revigorante.

Em "Falso Espelho" os assuntos tratados são aqueles que interessam à sociedade, mais especificamente mulheres: dependência da internet, feminismo, roupas de ginástica, política, casamento, e outros temas que são desenvolvidos sob a perspectiva pós Y2K. Suas opiniões são revigorantes, adequadas e modernas. Suas citações para embasar um argumento vão de Emma Bovary à Miley Cyrus, passando por artigos e pesquisas que enriquecem a leitura.
Apesar de ser uma leitura densa e um pouco mais lenta devido à enorme quantidade de informações que precisam ser absorvidas, a leitura não é maçante. Ao invés de parecer que alguém está tentando mostrar que sabe mais do que você, ou que são apenas opiniões que surgiram na cabeça de alguém e foram escritas sem nenhuma supervisão(como vários ensaios que eu já li), a sensação é de que você está conversando com uma amiga, que conversa sobre os assuntos que te interessam, e que traz pontos de vista interessantes.

Em nenhum momento a autora se colocar em uma posição moralmente superior ou julga as mulheres que fazem parte do que ela critica, já que ela se insere no mesmo grupo que todas nós. Então, quando ela critica o uso indiscriminado da internet e o fato de que hoje as pessoas não se importam se você é ativista, contanto que você dê RT em conteúdo ativista, ela sabe que também faz parte da sociedade que depende da internet para ter uma personalidade, das pessoas que têm distorção de imagem por causa das fotos retocadas no instagram.


É claro que o livro é escrito sob o viés feminista, mas ele também critica o feminismo em seus pontos mais vulneráveis e mais controversos; por exemplo, ela critica arduamente o fato de mulheres se esconderem atrás do feminismo para tomar decisões que impactam o coletivo:

"E o feminismo reiteradamente tentou deixar certos aspectos da discussão fora dos limites da crítica. Ele valorizou tanto o sucesso individual, enfatizou tanto as decisões pessoais, que criticar qualquer coisa que uma mulher escolha para se tornar mais bem-sucedida é visto como uma atitude não feminista, mesmo em situações como essa em que as escolhas das mulheres são ditadas tanto pelas expectativas sociais quanto pelos arbitrários custos da busca pela beleza, busca que é mais gratificante se você for, para começar, jovem, rica e convencionalmente atraente."


A mulher ideal, a modelo de instagram que reforça a pressão estética ao mesmo tempo em que é vítima mas também se beneficia desse padrão foram debatidos de maneira muito, muito sensata. Também há algumas páginas que se dedicam a explorar o conceito mais obscuro do feminismo, as "girlbosses", e dentro dessa parte, ela mostra a incongruência do "feminismo capitalista":


"E então, numa época de liberdade e poder feminino sem precedentes, numa época em que estamos mais preparadas do que nunca para enxergar nossa vida sob um viés político, nós temos, em vez de mais direitos reprodutivos, igualdade de salários, licença de assistência familiar obrigatória, cresches subsidiadas e um aumento no salário mínimo, apenas o tipo de empoderamento feminista autocongratulatório que as empresas podem apoiar, o tipo que vem com as mercadorias ? canecas com as palavras 'Lágrimas Masculinas', camisetas com as palavras 'Feminista Fodástica'.(Em 2017, a Dior vendeu por 710 dólares uma camiseta que dizia 'Sejamos todos feministas'.)"


A autora me surpreendeu ao definir as gerações pós-internet por golpes famosos. O que o Fyre Festival dizia sobre a nossa condição atual em termos de sociedade? Como o Facebook nos isolou mais do que nunca ao passar uma sensação falsa de conexão? Por que as girlbosses são vendidas como feministas e por que elas não são?


Outro ensaio muito interessante é a heroína trágica das histórias adultas. Sim, aquela personagem que está presa a um casamento, não tem direitos, trai o marido e se suicida no final. Aquela personagem que na verdade são várias! Qual o motivo de Bovary, Karenina e Pontellier terem um caminho tão parecido? E afinal, como essas histórias pavimentaram as novas heroínas que apesar de terem fins diferentes, passam por situações muito parecidas daquelas escritas nos séculos passados?


"As heroínas das últimas décadas têm se preocupado com as mesmas questões relacionadas a amor e constrição social; elas apenas respondem a essas perguntas de maneira diferente. A ficção contemporânea sobre as mulheres não reflete ou subverte o texto da heroína; ela, na verdade, explode o conceito, recriando e manipulando a maneira pela qual a construção narrativa influencia a ideia de individualidade feminina."


Uma das coisas que mais me agradaram nesse livro foi o fato dela ter escrito sobre sua bolha , reconhecido isso e expandido para um número maior de pessoas, como situações que são recorrentes e vividas por inúmeras mulheres, mesmo que possuam detalhes diferentes. O exemplo mais claro disso é o ensaio sobre um estupro na Univerdade da Virgínia, instituição em que ela se formou. Tolentino denunciou a incolumidade das fraternidades e os estupros cometidos por homens que saíram ilesos. Apesar do caso citado ter acontecido nessa universidade, não é difícil relacionar com casos que aconteceram em todo o mundo: a negligência da polícia, a suspeita em relação a vítima, as punições piores aos homens negros e a impunidade dos homens brancos. Além disso, ela traz informações antigas para comparar com a situação atual e formar um raciocínio se as coisas mudaram tanto como acreditamos, ou se na verdade estamos mais perto das décadas em que as mulheres não podiam nem votar se não tivessem o sobrenome do marido.


Se eu tratar de todos os assuntos que ela trouxe nos ensaios, seriam inúmeras páginas. Tudo que eu posso dizer é que me senti contemplada, compreendida e com mais informação depois dessa leitura. Discordei em alguns pontos(na verdade só um) da autora, mas mesmo assim ela não estava com um raciocínio absurdo. Não diria que esse livro é um manual da mulher moderna, mas que é um livro que precisa ser lido pelas pessoas, especialmente pelas mulheres; vários dos assuntos que ela trata não são novidades, mas o formato usado para expressar esses temas conhecidos são revitalizantes e detalhados.
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João 15/09/2022

Esperava mais
Não que o livro seja ruim, ele trata de muitas questões polêmicas até e que precisam ser debatidas e questionadas, mas ficou meio repetitivo acho que poderia ter sido trabalhado de uma forma melhor.

Mas o conteúdo é bom, da pra tirar várias coisas do livro e pensar um pouco sobre mas não me prendeu
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Aléxia 26/06/2021

Uma pílula concentrada de autoconsciência millenial. Me deu saudades da época do frozen yogurt.
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Aline | @42.books 13/04/2022

Os ensaios desse livro são absurdamente atuais e relevantes. A percepção apurada da autora sobre temas modernos do cotidiano é o que enriquece o livro de boas reflexões. Gostei muito da leitura e do que ela despertou.
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gabrielleabr_ 21/11/2021

Reflexões para além da leitura
Gostei muito dos ensaios apresentados no livro. São reflexões que eu, intimamente, sempre me fiz, mas não saberia sintetizar em um texto tão bem quanto a autora fez. Ela traz seu ponto de vista, referências do entretenimento e exemplos reais, tudo para mostrar que a mulher sofre tantas pequenas (e grandes) violências que às vezes nem se dá conta.

Me vi na sua crítica ao casamento, visto que nutro aversão a comportamentos masculinos que submetem a mulher casada a um papel pré-definido: dona de casa, mãe e esposa. Às vezes mãe também do marido (como se a carga já não fosse pesada demais).

Me vi na sua descrição da geração millenium, que anda tão sobrecarregada que parece que na verdade somos multitarefas (não, só estamos tentando sobreviver ao capitalismo).

Mais do que reafirmar pensamentos que você pode já ter, o livro expande o debate para além de suas páginas, e convida o leitor a questionar cada vez mais o contexto que estamos inseridos e pensar alternativas de como mudar uma realidade da qual não nos identificamos.
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Maraisa.Marques 12/02/2021

Uma amostra do senso crítico da geração millennium!
Gosto muito do jeito que Lia pensa e escreve, misturando pensamentos complexos e cultura popular. Seus textos tem uma concretude invejável, que ao meu ver, se deve ao fato de ela sempre se colocar em cena. Não se comporta como alguém de fora que analisa as coisas com o olhar superior - não, seus textos a colocam como a que analisa e é analisada ao mesmo tempo. São nove ensaios que tem como subtexto a autoilusão, mas destaco três: ?O eu na internet? que fala sobretudo sobre exposição no ambiente virtual, ?A otimização constante? onde ela avalia o quanto parte do discurso feminista se dissolveu na lógica capitalista e ?A história de uma geração a sete golpes?, o melhor, na minha opinião: faz um apanhado de fenômenos que aconteceram nas últimas 4 décadas que simbolizam a internalização do discurso capitalista (e neoliberal) que incentivam a ilusão do sucesso acima de qualquer coisa.
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vick 23/03/2021

É que Narciso acha feio o que não é espelho
Ensaios muito bem escritos que versam, de uma forma ou de outra, sobre as diversas perfomances em atividade na sociedade. Depois dele a cada comportamento meu eu me pergunto “eu quero fazer isso ou isso é perfomance?” Uma atitude que é outra performance por si só, mostrando pra mim mesma que eu entendi o livro. Seguimos.
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LER ETERNO PRAZER 20/10/2021

Falso espelho foi lançado em 2019, é uma reunião de 9 artigos da escritora Jia Tolentino, que vai tratar de um tema bem complexo, a "digitalização do mundo". E em meio a esse tema tão discutido hoje Tolentino vai inserindo pintada de outros assuntos mas que estarão sempre interligados. Seu primeiro artigo vem aborda o "eu na internet", conectando a 8ndentidade humana à internet. Mostra como hoje é praticamente impossível viver sem a aprovação de uma comunidade digital.
Sua análise dos assuntos abordados é bastante múltipla e ela troca de assunto com a mesma velocidade do universo que critica, sem perder o alvo. Da internet, ela pula para um conceito chamado ?sinalização de virtude?. Segundo ela, um termo usado pelos conservadores para criticar a esquerda. O assunto é menos extremista do que parece. O alvo de Jia é mostrar como toda onda de solidariedade às causas humanas é divulgada pelos usuários apenas para mostrar como são boas pessoas.
Sem muitas vezes darem real importância a causa.
Jia está prontamente certa. Ninguém mais hoje demonstra solidariedade na internet sem se descolar da autopromoção.
Nos outros artigos que completam esse livro Jia vai explanando assuntos que estão totalmente inseridos no nosso dia-a-dia. Artigo que falam sobre Reality Show, sobre a valorização e empoderamento da mulher, sobre economia, um pouco de politica, sobre casamento, Falso espelho é uma leitura cheia de camadas e a cada uma delas vamos absorvendo e refletindo sobre muitas coisas do cotidiano atual!
Não daria para falar aqui sobre cada artigo que compõe o livro, pois para comentar sobre todos acho que daria para escrever um livro.
Resumindo, Falso espelho e um livro bem atual que traz a luz muitos assuntos que muitas vezes são deixados de lado, pois falar sobre esses assuntos muitas vezes gera muita polêmica e acaba-se sendo desgastante, porque ainda há muitas opiniões que não se encaixam ou não são tão verdadeiras.
Falso espelho foi para mim uma ótima leitura. Recomendo!!??
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idkvixo 27/08/2022

Nossa, que genial, sensacional e maravilhoso! Esse livro foi uma viagem, uma experiência e eu amei cada capitulo. O meu preferido foi o capítulo 5: Êxtase, mas em todos os capitulos eu grifava algo ou me identificava com alguma coisa. Traz temas como casamento, redes sociais, feminismo, política e muitos outros que te fazem refletir bastante sobre você. A linguagem e a escrita de Jia me prenderam muito, me fascinaram mesmo e me deixaram realmente imersa na leitura, mesmo que eu tenha enfrentado uma ressaca literária no meio do livro (tipo demorei quase metade do mês pra terminar, mas eu juro que nao foi porque o livro é ruim, muito pelo o contrário!!)
Os ensaios são extremamente modernos e reais, é impossível nao refletir e se identificar com as reflexões de Jia, de verdade, tinha vezes que eu nao acreditava que estava lendo algo que fosse tao relevante pra mim. Recomendo muito muito muito pra todo mundo, ele é super necessário!!
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Laura 25/09/2021

Autoconsciência millenial
Eu amei, embora alguns ensaios sejam repetitivos e a leitura seja pouco fluida (vi alguns problemas de tradução também). Mas é absolutamente contemporâneo e provoca reflexões necessárias.
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Jéssica Fernandes 22/11/2021

É um livro bem millennial com reflexões que vão além da leitura (super necessárias). Achei que alguns ensaios de prolongam demais, tornando a leitura cansativa e pouco fluída (talvez por isso o livro não tenha me prendido tanto).
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anacreola 25/11/2021

O livro traz diversos ensaios com temas variados mas que sempre acabam batendo na questão dos ecrãs, dos espelhos, da imagem que temos de nós mesmos. Principalmente nos mulheres. A maneira certeira e muitas vezes irônica como Jia escreve me pegou e antes mesmo de terminar de ler estava indicando a todas as minhas amigas próximas!
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Mary 05/09/2022

Cansativo
Ótimas reflexões escritas da maneira mais longa possível.

Acredito que seria viável nos apresentar o ?lugar? do qual a autora escreve sem gastar mais da metade do capítulo descrevendo a escola que ela frequentou ou os episódios do reality show que participou.

Os pontos trazidos para discussão são extremamente pertinentes e interessantes, mas se perdem no meio de tantos rodeios.

Já ouvi críticas quanto ao desfecho, por não apresentar nenhuma solução aos problemas levantados, mas nesse ponto acho o livro extremamente coerente. Não existe uma fórmula ou um só caminho que sirva para as inúmeras tendências indesejáveis. O convite é se voltar para o ?eu?.
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