Ricardo.Borges 20/11/2023
Ao vencedor, as batatas
O filósofo humanitista ou seu cachorro de mesmo nome? Apesar do enigmático título se referir a qualquer um deles, a trama se desenvolve centrada na figura de Rubião, uma espécie de ?Dom quixote de Barbacena? personagem que herda uma fortuna do ?amigo? filósofo (se cuidar do cão) e se relaciona em uma sociedade parasita, ironicamente repleta de personagens que, de maneira inescrupulosa, procuram, de alguma forma, tirar proveito das situações sociais e acabam, então, mostrando a perversa exploração capitalista que, inclusive, é muito aderente ao Brasil contemporâneo (como Machado sabia disso?!?).
?? porque não há vinho que embriague como a verdade.?
Apesar de mostrar mais sobre lucidez do que loucura, o personagem transita por uma paixão avassaladora em uma sociedade repleta de alpinistas sociais e, delirando, é conduzido para a solidão, exclusão e miséria, talvez a visão oposta do Humanitismo do filósofo que dá nome ao livro, cuja edição da antofagica é maravilhosa.