caio.lobo. 07/08/2020
Encontro agradável entre índios e portugueses.
Muito interessante o clima amistoso entre portugueses e índios no primeiro encontro, contando inclusive com música, dança e brincadeiras de ambas as partes. Pero Vaz de Caminha faz descrição minunciosa e se ele tivesse sido escritor literário teria tido muito sucesso, além de transparecer em sua carta a preocupação que sentia em salvar a alma dos índios de acordo com sua fé. Ele ficou fascinado pela natureza e pela beleza dos índios e índias, sendo todos bem limpos e com boa saúde. Um ponto que achei muito interessante foi o exílio de dois condenados por crimes em Portugal deixados aqui para cumprir pena, sendo talvez buscados de volta um dia (um deles realmente retornou para portugal); são os chamados degredados e tinham a função de observar os índios e moraram com eles nas tribos. Mais interessante é que outros 2 marinheiros fugiram da frota de Cabral para morarem voluntariamente na floresta.
Muito se fala das crueldades dos portugueses com os índios, mas não é esse o caso supostos primeiros portugueses a pisarem aqui. Também não seria possível essa terra ficar por muito tempo sem dono, se não fossem os portugueses teriam sido os espanhóis, ingleses, holandeses que o fariam, e se mesmo que não fosse os europeus uma dia os árabes, orientais ou qualquer outro povo sairia colonizado o mundo. Infelizmente houveram momentos tristes em toda a colonização, mas qual grande população que formava grandes reinos não era bruta com os próximos? A maldade não é privilégio de um povo, mas é parte da humanidade, assim como os momentos de bondade humana também o são. Então não há necessidade de ressentimento eterno, pois além de não mudar nada da moral do passado, também não muda o fato de que somos igualmente humanos como os índios e portugueses.
Eu só tenho a agradecer a Pero Vaz de Caminha por ter escrito um relato tão minuncioso e ter deixado transparecer em seu relato a sua amizade com os índios.