Ígor Peter 26/03/2024
Um começo promessor que deixa dúvida
Estou alguns meses atrasado nessa resenha, mas aqui vamos nós. Correr ou Morrer é o primeiro livro da série Maze Runner de James Dashner, o qual começa a trilogia de maneira promissora. Antes de mais nada devo notar que a minha experiência com o livro é afetada pelo fato de eu já ter visto os 3 filmes da série, os quais gosto bastante (com exceção do terceiro filme) e me inspiraram a ler o livro.
Maze Runner Correr ou Morrer conta a história de um grupo de jovens que estão presos em uma clareira dentro de um labirinto mortal enquanto tentam sobreviver e, quem sabe, arrumar uma saída. Ninguém sabe ao certo porque estão lá ou quem os colocou lá, alguns não se lembram nem do próprio nome, mas periodicamente são enviados mantimentos para o grupo sobreviver.
De tempos em tempos novas pessoas são enviadas à clareira, sendo o protagonista, que inicialmente não lembra o próprio nome, o novato mais recente, o qual acompanhamos enquanto o mesmo aprende como a clareira funciona e se relaciona com os demais, enquanto tentam achar uma saída deste lugar mortal.
Apresentando uma premissa muito interessante, Maze Runner Correr ou Morrer apresenta vários personagens interessantes e um mundo cheio de mistério. Sendo o primeiro livro da trilogia, não espere que tudo seja respondido logo de cara, pois parte do que faz deste um bom livro é o mistério que se desenrola em um bom ritmo.
Acompanhar o protagonista enquanto o mesmo aprende do zero o funcionamento da clareira funciona como uma janela para o leitor, que está igualmente sem saber o que está acontecendo. Qual o objetivo da clareira? O que há no labirinto? Porque os portões se fecham a noite? Quem nos mandou pra cá? São perguntas que ficam na cabeça do leitor ao longo do livro, que apresenta uma boa narrativa e ritmo.
Dito isso, existem alguns aspectos do livro que me incomodaram. Por exemplo, eu não fui tão fã do protagonista que em certos momentos age de maneira desnecessariamente antagonista com outras pessoas. Parte desse comportamento pode ser perdoado pela situação atípica e estressante que o mesmo se encontra, mas também é um comportamento que não gera muita simpatia do leitor.
Um outro aspecto da história se trata de uma peculiaridade que o protagonista apresenta mais pra frente junto a outro personagem, o qual, na minha opinião, não faz muito sentido. Quem leu talvez saiba do que eu estou falando. Talvez lendo os próximos livros da trilogia contextualizem melhor este aspecto, mas durante o primeiro livro me gerou mais estranheza do que qualquer outra coisa.
É inevitável comparações com o filme. Na minha opinião o filme não é melhor, nem pior, que o livro. Obviamente que o livro é bem mais detalhado que o filme em vários aspectos e há algumas mudanças desnecessárias na adaptação. Por outro lado, há também algumas mudanças em que a adaptação para filme fez melhor que o livro na minha opinião, incluindo a remoção do aspecto que mencionei no parágrafo anterior. Desta maneira, digo que a adaptação poderia ter sido melhor, mas considero uma boa adaptação.
É difícil também fazer uma análise de Maze Runner sem comentar um pouco sobre o autor, James Dashner. Não quero me estender sobre esse assunto, pois não me considero a pessoa apropriada para tal. Dito isso, a quem tiver interesse nos livros do autor, recomendo pesquisar um pouco sobre o mesmo, sobre as acusações e formar a sua própria opinião.
Por fim, se você assistiu o filme e gostou do que viu, ou se você é fã deste tipo de premissa, você provavelmente irá gostar de Maze Runner Correr ou Morrer.