Tiago Ribeiro Santos 17/04/2009
Não existe melhor sensação literária como a de julgar um livro, discriminadamente, pela capa, e no final descobrir que ele é totalmente o oposto do que se pensava.
Este poderoso livrinho, simplesmente A Crônica, não é um manual de ensinamentos técnicos sobre a dita cuja. Aliás, quem disse que crônica é técnica? Ninguém neste livro.
Jorge de Sá explora as características de grandes cronistas brasileiros como Rubem Braga, Ponte Preta e Carlos Drummond, esclarecendo que, apesar de fazer parte da rotina diária de um jornal, a crônica pode ser a poesia do cotidiano. Pode ser a mágica em transformar o dia-a-dia banal e perecível, só e nada mais, num relato capaz de se transcender a equivalência de todos os outros dias de nossas vidas.