Tuca 21/07/2020A madrasta má não é exclusiva da Branca de Neve, e Siena Bolton tem a sua própria. Após a morte de seu pai, ela descobre que lady Louise, a desprezível esposa do seu pai, planeja casa-la com o irmão, e assim, para Siena ficar na sua propriedade à mercê dos desmandos alheios não é mais uma opção. Siena, sua prima Deméter, além de sua amiga Laurel e vários criados partem para o Vale dos Ecos, um lugar misterioso, onde a jovem é dona de uma terra herdada de seus tios.
O porém é que os habitantes do vale estão desconfiados da chegada desses forasteiros, e assim, propõem que Siena escolha entre três de seus lordes Guardiões pra se casar. Dessa forma, não haveria risco de ela unir-se em matrimônio com alguém que não fosse capaz de guardar os segredos da região. Siena via no casamento uma prisão, e não pretendia escapar de uma pra entrar em outra. Entretanto, seu coração parece não concordar com sua mente quando ele passa a bater descompassado na presença do Lorde Royce.
Vale dos Ecos é o primeiro livro de uma série, e portanto, muito dele foca na construção de mundo, na apresentação dos personagens e no estabelecimento deles em seu novo lar. O romance acaba se montando e aparecendo mais para o final, eu acredito que nos próximos livros, a estrutura já não seja essa. Uma mulher buscando sua liberdade e sua independência e encontrando junto dela um amor é uma combinação perfeita, principalmente em um romance medieval, onde dificilmente as mulheres podiam decidir acerca do seu futuro. O senso de união intrínseco aos moradores do Vale é lindo, mas nasce de uma necessidade de sobrevivência pesarosa. E acredito que isso seja algo que os fortalece enquanto indivíduos e mais ainda enquanto comunidade, assim Siena não se apaixona apenas pelo homem, mas por tudo aquilo que compõe o seu lar. O vale dos ecos é um refúgio e uma cura para os personagens, e um alento para o/a leitor/a que se aventura nele, como a leitura de um conto de fadas.
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