Ricardo 16/03/2020
Poemas malditos, gozosos e devotos
Hilda Hilst, em "poemas malditos, gozosos e devotos", é, virtuosamente emblemático. Tarefa dada, desafio cumprido. O clube leia mulheres @leiamulhereslimeira, em enquete realizada em Fevereiro, estabeleceu para o mês de Março, a leitura das obras desta contagiante é enigmática escritora brasileira, nascida em Jaú, mas radicada em Campinas/SP.
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Pois bem, passamos para breves considerações sobre esta obra. Não se propõe a fazer reflexões doxológicas sobre Deus, mas a obra está toda dedicado à especulação de um sentido para o nome de Deus -, enxague, oculto ou indiferente.
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Quem se propuser a ler Hilda, terá que se despir da reflexão teológica transcendental ou dogmática.
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Estas apóstrofes, são construídas e pensadas a partir da perspectiva "Deus". Na hipótese menos negativa, a ideia de Deus toma a forma de um "mistério"..., como bem explícita Alcir Pécora, seu prefaciador.
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Partido deste princípio, a leitura de Hilda, é uma caliente provocação imaginativa, enigmática e cheia de surpresas. Vejamos:
"Para um Deus, que singular prazer.
Ser o dono de ossos, ser o dono de carnes
Ser o Senhor de um breve Nada: o homem:
Equação sinistra
Tentando parecença contigo, Executor".
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Assim concluo, sabedor do valor inigualável e da tamanha facilidade criativa com que Hilda, teve, tem e terá sobre nós e sua obra, alcançou, alcança e ainda alcançará. Valeu e até a próxima curva poética de Hilda Hilst.