Resenhas - A Ilha Sob o Mar

Ellen609 01/03/2024

Ilha sob o mar
Fala sobre a desgraça da escravidão no Haiti e sobre quanto sangue aquela terra absorveu pela colonização brutal, mas sem que a pessoa entre em franco desespero pelas descrições de maus-tratos e inúmeras 'desumanidades' contra uma cor de pele distinta. É ficção, mas tem tanta verdade...

amanda.sousa.33 04/02/2024

Eu tô apaixonada pela escrita dessa mulher. Leiam livros dela! É diferente de tudo que já li, a história é construída com diversos focos narrativos de modo que os personagens secundários acabam não sendo tão secundários como normalmente seriam. Nesse livro ela se baseia em um fato histórico para construir a história de seus personagens muito bem, ninguém foi mal construído ou raso. Vale demais a leitura.

Lerica 29/11/2023

Uma combinação de história e literatura
Nunca tinha lido nada de Isabel Allende, mas já vi diversos de seus livros, "A ilha sob o mar" me interessou logo que me recomendaram, por se tratar de um romance narrado por uma escrava e, principalmente, por ser ambientado em São Domingos, antiga colônia francesa que hoje se denomina Haiti.

Tomei conhecimento das histórias tristes e violentas desse pequeno país ao cursar História, pude observar a crueldade dos brancos e sua ganância que eram capazes de produzir as mais diversas atrocidades contra os escravizados.

Nessa obra, a autora se usa de elementos históricos, a crueldade, a desumanidade e o sofrimento dos negros é muito presente, na figura de Zarité, acompanhamos de perto a vida de uma mulher negra, que foi violentada pelo "dono" aos onze anos, que teve seus filhos arrancados por pura vaidade de seu "dono" e a proibição de viver seu único amor, além disso, vemos também que as mulheres brancas também faziam parte desse sistema patriarcal, dominado pelos homens, mas claro, não eram estupradas nem tinham seus filhos arrancados.

Conhecer a história de Zarité, apesar de uma ficção é imaginar todo o sofrimento que a escravidão obrigou algumas pessoas a passarem, por pura vaidade humana.

Sem dúvidas, uma obra que precisa ser lida por todos nós!

Daniel Andrade 28/11/2023

Gigantesco
Que livro espetacular, talvez dos melhores que já li na minha vida. É muito forte, traz toda uma revolta e uma resistência dissolvida em diversas atitudes simples. Zarité e Maurice são personagens que jamais vou esquecer. E esse final..... estou completamente destruído. Leiam. Consegue ser melhor que A Casa dos Espíritos, que já tinha sido uma das melhores leituras de 2023.

Silvia Schiefler 18/11/2023

Uma viagem...
Cada livro é uma viagem... Dessa vez viajei para as Antilhas na época de sua colonização... Lá onde hoje está o que conhecemos por Haiti, desenrolou-se essa história. A colonização... a mistura de espanhóis, africanos e franceses, num território constantemente devastado pelas tragédias naturais vai se descortinando na escrita majestosa de Isabel Allende. A Ilha Sob o Mar conta a trajetória de uma gente que luta por liberdade... igualdade, enfrentando toda sorte de sofrimentos, lutas, derrotas... mas também mostra a trajetória dos que foram vitoriosos. Tempos difíceis, histórias fortes, sentimentos à flor sa pele. Belíssima história...

Jackv 31/10/2023

Contexto histórico impressionante
Sabia vagamente a história do Haiti , mas através deste livro percebi o quanto o sistema capitalista conta a história à seu próprio benefício. Que povo forte , corajoso e guerreiro, uma colônia de escravizados se rebelar e constituir sua própria república foi incrível. Seria inspiração pra tantas outras colônias e povos , por isso é tão abafado historicamente. Confesso que não foi fácil ler , a escravidão é pra mim o pior tema que existe, acho inconcebível como era legalizado e aprovado religiosamente uma atrocidade dessas . Se tivéssemos mais museus e livros como temos do holocausto ( que é comove mais pq foi com brancos ) que apresentassem esses fatos seria mais fácil a sociedade perceber pq ainda somos uma sociedade tão desigual . O final poderia ser mais feliz porém a ficção só imita s realidade .

Fabiana 08/09/2023

Historico
A mescla de fatos históricos com um romance sofrido, Isabel sempre entrega qualidade de primeira, não tem erro!

Gabriel 15/07/2023

Histórico e emocionante
Acho incrível o trabalho da Isabel em contar suas histórias, imagino o trabalho que teve em estudar sobre a revolução do Haiti e a francesa para escrever esse livro.
Por conta desse caráter histórico nos livros dela, convém pesquisar sobre os eventos narrados por ela, torna a experiência de leitura mais proveitosa, são muitos nomes estranhos, nomenclaturas "affrachis, grand blancs, petit blancs"... Não é uma leitura difícil, mas sem uma base sobre o que foi a revolução francesa e do Haiti e até uma pesquisada sobre esses termos usados, fica uma leitura não tão proveitosa.

A primeira parte é sensacional, cada personagem é extremamente interessante. Ler sobre a escravidão e a forma como os pretos eram tratados é bem dilacerante.
Já a segunda parte achei um pouco maçante, até chegar nas partes do Maurice e Rosette.
E o final por mais que seja emocionante, eu não entendi a atitude do Maurice em relação a Rosette, achei estranho, mas enfim...

É um livro maravilhoso, como tudo que a Isabel escreve.

Jaqueline.Xavier 18/06/2023

Teté
A Isabel Allende continua me surpreendendo, é uma autora que consegue trabalhar temas pesados sem tirar o peso que a história deve ter na mesma medida que tem uma leitura fluida. Traz nesse romance a trajetória da menina Teté até sua vida adulta em uma sociedade escravagista e do seu amo Valmorin, um homem duro que tenta dar continuidade ao seu sobrenome acima de qualquer coisa. Acompanhamos personagens tão bem construídos que é difícil lembrar que não existiram de verdade. Sem contar os fatos históricos inseridos na trama de forma magnífica. Não é um romance feliz, é um romance real com toda a crueldade da raça humana. E viva as milhares de Teté que existiram ???.

Dani 07/06/2023

Os livros da Isabel Allende são sempre uma boa companhia. Estava afastada das leituras, retornei com esse livro e me senti imersa na história, como quem não vê as letras. Fui transportada pelas fazendas de cana de açúcar, rebeliões e migração para os Estados Unidos.
A perspectiva histórica deixa o livro mais interessante, as descrições permitem que a imaginação crie cenários complexos, a narrativa é leve e a leitura fluída.
O livro também me fez refletir sobre a escravidão no decorrer da história e a mudança lenta da sociedade.

orionnoceu 10/05/2023

A Isabel Allende sempre arrasa na alusão histórica, na qual a ambientação segue sincera ao ponto de nos sentirmos imergidos na época a qual ela descreve. Porém, apesar de trazer pontos super legais dos povos africanos e muito da cultura deles, acho que ainda sim o sentimento de injustiça que senti no final superou tudo. O patrão abusou anos dela e só no final a personagem principal Teté saiu do estupor e começou a sentir raiva dele. Ela em si desistiu de fugir pra rebelião pra cuidar de uma criança do branco, quando o dono dela na época deu o filho legítimo dela pros outros. Entendo que ela sentiu apego pela criança, mas pqp, não existe pra mim que uma escrava se recusa na oportunidade de fugir com sua filha e com o amor da sua vida pra um lugar onde só tem pessoas como você, e melhor ainda, a liberdade. Sinceramente, ela se "sacrificar" por um menino que depois que cresce um pouco foi mandado pra um colégio interno foi de f*der.
Sinceramente, que final patético, esperava mais da história dela.

Cacau 15/04/2023

Zarité
Segundo livro que li de Isabel Allende. Gostei ainda mais deste que de Violeta (que também é muito bom)!

Denize18 29/03/2023

Excelente livro!
A história acontece no final do século XVIII em Saint Domingue( hj Haiti.
O enredo trata da escravidão, plantação de açúcar, amor, liberdade, doenças , traições, mentiras, num enredo de tirar o fôlego do início ao fim?

Mariana 27/03/2023

Teté é uma das personagens mais potentes sobre a qual já li. Sofri demais com ela, até a última página. É difícil achar algo bom nesse período da história, mas alguns personagens foram amáveis, amados, empáticos e viveram da melhor forma que puderam. Para Valmorian (e alguns outros) queria um desfecho mais cruel, mas tiveram em vida seus pequenos infernos.

em tempo: no filme da minha cabeça, Maurice é Timothée Chalamet e pra Rosette estou entre Zendaya e Alycia Pascual-Pena ?

Iolanda 22/02/2023

Liberdade
Mais um livro lido da excelente Isabel Allende. Mais uma história que me pegou logo no início e me fez parecer viver na ilha narrada em sua história.
Os personagens desse livro são tão vívidos e interessantes, que ao avançar no enredo, parece que vamos ficando mais íntimos de suas alegrias, medos e angústias.
Zarité é apaixonante! Mas não é a única. Violetta, Honoré, Adèle, Doutor Parmentier, Dom Sancho, Zacharie e os incríveis padre Père Antoine e Tante Rose. Que personagens maravilhosos!
Acompanhar a trajetória de Zarité é, muitas vezes, sufocante. Uma vida marcada pela escravidão, que traz dor e sofrimento. Mas ela está sempre perto de alguém que a acolhe, entende e se faz presente nos momentos mais difíceis em sua vida.
Seu amor maternal é muito tocante. Em muitos momentos deixa de pensar em si para proteger os pequenos.
Assim como os personagens citados acima nos aquece o coração, os personagens antagonistas são desprezíveis. Em muitos momentos senti muita raiva e desprezo por Valmorain e Hortense Guizot.
Assim é a escrita de Isabel Allende: nos cativa, nos inspira, nos faz refletir e nos preenche!

"Não faça perguntas e não pense no futuro. Para os escravos só o presente conta"