Contágio Social

Contágio Social Coletivo Chuang




Resenhas - Contágio Social


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marcooscaioo 25/11/2020

Uma Análise Marxista da Epidemiologia
O Coletivo Chuang trás a tona uma leitura marxista da epidemiologia, o grupo faz uma análise crítica da doença. Para isso, conhecemos um panorama da realidade do Estado chinês, suas políticas produtivas que mais se assemelham ao capitalismo, assim como sua eficiência em lidar com a pandemia do Coronavírus. O livro ainda comenta as várias teorias da conspiração racistas que as extremas-direitas promoveram com a situação, de jornais da grande mídia a posts pagos nas redes. O ponto chave do escrito, é o quanto o vírus criou ainda mais contradições sobre o capital, como a quarentena se assemelha as situações de greves dos trabalhadores. Vêem como uma possibilidade de radicalização e politização dos trabalhadores, mesmo que sem a possibilidade da tomada dos meios de produção.

Os capítulos que se seguem perpassam pela cidade de Wuhan, umas das capitais indústrias da china. A atual produção agrícola de massa que favorece a seleção e proliferação de doenças cada vez mais potentes e letais, é paralelamente as epidemias modernas, como: gripe espanhola, pestes bovinas em África, gripes suína e aviária na América. Pragas do capitalismo que foram letais aos proletários. A degradação de cuidados básicos com a saúde entre a população, é justamente a precariedade causada por meio de um crescimento econômico espetacular. Não se tem mais uma região selvagem, o capitalismo já tomou todos os lugares, é através da expansão e extração capitalistas
nas áreas ainda não cultivadas, onde vírus anteriormente desconhecidos são colhidos da fauna selvagem e distribuídos nos circuitos globais.

A contenção estadista do PCCh, nunca antes realizada nessa escala em uma megacidade desse tipo. A conduta oferece um estranhamento para aqueles que desejam uma revolução global. A demora de autoridades locais admitir a existência do vírus, atrasou em princípio as ações anti-virais. A tensão causada pelo surto, provocou fissuras em relação a confiança da população chinesa sobre o Estado. A desajeitada resposta inicial ao vírus, medidas repressivas e a inabilidade por parte do controle da situação, apresenta uma certa fragilidade do governo da China. Em um país de quarentena, a maneira mais eficiente é evitar a propagação do Covid-19, o contato
social. Portanto, é surreal ver o governo travar uma batalha invisível contra o trânsito do próprio povo para que não se provoque maior caos.

O texto do coletivo é muito interessante, trás uma análise marxista sobre o capital para além do biopoder. Como também faz um apanhado histórico dos vírus, as classes que historicamente sofrem maiores perdas e privações. Uma análise de conjuntura no calor do momento, vindo de dentro do país que identificou a proliferação do patógeno, o rápido contágio e sua letalidade frente ao desconhecimento do mesmo. Apesar das diversas contradições do governo chinês até a realização de ações concretas para conter a proliferação causada pelo contágio social.
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ataliba 16/03/2022

Muito bom
Um livro que me abriu a mente para outras leituras. Independente da posição política o grupo consegue nos mostrar uma visão interna do que aconteceu na China e, ainda, navegar pela história e como nós estamos mudando o meio em que vivemos, nos causando mais e mais problemas. Uma ótima leitura.
Indico para qualquer pessoa que queria ter contato com visões diferentes do que ocorreu na pandemia.
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Camila 06/08/2020

Análise bem objetiva e lúcida sobre a pandemia (na época em que foi escrito ainda era uma epidemia) de COVID-19 e o Estado chinês.
Críticas extremamente pertinentes nesse momento e explicações peremptórias sobre a inegável relação entre as pragas modernas e o capitalismo.
As críticas, principalmente ao PCCh, são tão importantes justamente por apontarem o real problema deste: a assimilação capitalista no Estado -- e não o seu caráter comunista, como a mídia ocidental adora apontar, inclusive porque o próprio texto expõe as diferenças de posicionamento do Estado em épocas distintas, quando ainda não tão corrompido pelo sistema capitalista.
Enfim, texto bem importante pra entendermos melhor como tudo começou (para além de um morcego em Wuhan e para além da China), mas enquanto sociedades capitalistas globais e indissociáveis.
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