Resenhas - Bartleby, o escrituário

Sílvia 31/12/2021

Nada da saga da baleia, mas a saga diária de quem trabalha
Que texto triste! Imagina outra coisa de um pobre coitado que trabalha como copista num escritório de advocacia e que se recusa a realizar certas tarefas.

Emanuele 11/04/2020

É um livro curtinho, leitura rápida, uma novela de Melville. Foi o primeiro livro que li do autor, pessoalmente, esperava mais do enredo. Quanto à escrita, é impecável: boa caracterização dos personagens, narrativa que te envolve, o leitor deseja devorar o livro, chegar ao final. Todavia, a história em si, pra mim, deixou um pouco a desejar quanto ao conteúdo, quanto ao que a narrativa oferece ao leitor. É claro que exercitando podemos tirar muitas reflexões do livro, porém, ao finalizar o livro o Bartleby ainda continua sendo um mistério para os leitores. Vale a experiência!

Quel Ratajczyk 24/01/2022

Imposição e recuo: narrador e protagonista se complementam
Ambos, narrador e bartlebly, se complementam como ponto central da história.
Se por um lado o narrador e dono do escritório escontra caminhos para agir diante do posicionamento do colaborador, do outro lado bartlebly é decisivo e impõe sua vontade no patrão.
Esse jogo de ceder e não ceder conquista. Não teve alguém com quem eu falei durante a leitura que ouviu sobre a leitura e o poder do "prefiro não fazer" (e se fizessemos isso, como seria?).
Intrigante desde o início, é uma leitura rápida e fluída. Confesso que esperava que o bartlebly virasse um arquivo no escritório rsrsrrsa - acho que fui contaminada por outras leituras.

Auristela 05/01/2024

São menos de cem páginas. Leitura agradabilíssima de poucas horas, este livro vai te surpreender em mais de um sentido. É importante, na busca pelo autoconhecimento, saber se você se identifica mais com o personagem principal – é o narrador! -, mais com o próprio Bartleby, ou mais com os outros envolvidos. Prefiro não dizer mais nada.

Laura Regina - @IndicaLaura 09/09/2019

um Livro para rir muito
Bartleby é um escriturário que faz cópias de documentos burocráticos, e se recusa a realizar qualquer outra atividade, até mesmo descansar. De um empregado modelo, vai se tornando um problemão para seus colegas e chefe.
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Livrinho fino, menos de 90 páginas. Eu peguei numa tarde de domingo, fui lendo, rindo muito dos absurdos, as páginas foram passando... acabei! E o que ficou foi a reflexão sobre como a gente julga os outros pelas aparências...
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A história sobre o escriturário Bartleby é narrada por seu chefe, o dono do escritório. Ele nos fala sobre o que sabe e o que imagina sobre o homem, e é somente isto que conhecemos. Daí vai minha pergunta: o que realmente sabemos? Sem a palavra do Bartleby...
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A narração é muito engraçada, o chefe é uma pessoa sem noção, com atitudes e conclusões extremamente toscas! A escrita de Meville é gostosa, sedutora e viciante, rapidinho entramos e nos perdemos nas peripécias dos personagens.
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Ahh Livro da Biblioteca pública Clodomir Silva, do bairro Siqueira Campos (Aracaju/SE)

site: https://www.instagram.com/indicalaura/?hl=pt-br

Luiz 06/06/2015

Eu preferiria não...
Em um mundo sem espaço para preferências, exceto as do mercado, um escriturário se insurge ressuscitando o verbo preferir conjugado em primeira pessoa quando solicitado a fazer algumas tarefas. Esta revolta pelo livre-arbítrio contraposto ao poder tornou "I would prefer not to..." uma frase clássica na literatura.
Um conto curto, mas com margem a diversas interpretações, esta é apenas uma delas

Alcinéia_az 16/07/2015

Bartleby, o escriturário.
“Ainda hoje sou capaz de visualizá-lo — palidamente limpo, tristemente respeitável, incuravelmente pobre! Era Bartleby... E Bartleby prefere não.”
Bartleby é o protagonista de uma história intrigante, onde seu patrão pretende ajuda-lo e para todas as propostas feitas a resposta é sempre não. Isso desestabiliza o local de trabalho e a sociedade em volta, mas o que mais chama atenção é a resposta de Bartleby, por não ser um não de recusa, mas simplesmente por preferência dele mesmo, pois ele prefere não. O livro deixa claro que é inútil tentarmos ajudar uma pessoa se não soubermos o que ela realmente precisa ou quer.
Uma emocionante reflexão, pois o não de Bartleby era um não a vida.

Thais.Randall 31/07/2017

Tudo pode ser transformado por apenas uma palavra.
Bartleby, quanta coragem, não! Ou seria covárdia? Não sei ao certo. Porém, o livro foi surpreendente a cada evolução. Um funcionário exemplar, que nunca se queixava de nada e estava sempre disposto a realizar tarefas diárias e, simplesmente,em um belo dia, cansa de tudo isso e prefere não fazer as atividades habituais como todo mundo.Nem mesmo ir para casa, achei isso muita louca. O pior de tudo não foi ter optado por não mais fazer as coisas como "manda o figurino", mas não admitir que aquilo seria a sua ruína e persistir no erro.
No entanto, parei para pensar algumas horas depois que é exatamente isso que fazemos na vida. Nos cansamos de ser agradavél, exemplar, cordial e blá blá blá e resolvemos agradar a nos mesmos. E entramos em um circulo vicioso que, sem se dar conta, nos leva para a ruína como aconteceu a Bartleby. Sendo que, como tudo na vida, o que resolveria os seus problemas era fazer uma balança do que ele deveria fazer ou o que ele queria fazer de fato.
Ao chegar no desfecho do destino de Bartbleby nada mudou, ele continuava pior.E acabou afundando nos seus pensamentos. Ele poderia ser apenas um personagem criado para dar uma lição de vida, mas não. O escriturário era real, gente como a gente. Será que ele não tinha para onde ir mesmo? Ninguém? Porque ele surtou? O que o fez ficar assim? O que nos faz perder o peso e a medida?
Preferir não fazer é uma escolha, mas será que estamos preparados para a consequência dos fatos?

kunstsara 06/04/2020

Citação
Pense num homem que, por natureza e infortúnio, era propenso ao desamparo; poderia haver um trabalho mais adequado para aguçar o seu desamparo do que lidar o tempo todo com cartas mortas, separando-as para jogá-las ao fogo? Pois elas são queimadas todos os anos, aos montes. Por vezes, entre os papéis dobrados, o funcionário lívido encontrava um anel ? o dedo ao qual estava destinado talvez estivesse apodrecendo na sepultura ?; algum dinheiro, enviado por caridade ? aquele que teria sido ajudado talvez já não estivesse sentindo fome; um perdão para os que morreram em desespero; esperança para os que morreram sem nada esperar; notícias boas para os que morreram sufocados por calamidades insuportáveis. Com recados de vida, essas cartas aceleram a morte.

Gabriel841 13/02/2024

Bela surpresa com um final triste
Escrita fluída e suficiente. É como se ele escrevesse todo o necessário pra você entender, não sobra e nem falta, é na medida certa e quantidade exata. Sinceramente? Gostei demais.

De início pensei que poderia ser uma sátira sobre a relação entre patrão e empregado (o que pode não deixar de ser, mas não é o propósito e ultrapassa isso sem preocupações). Convenhamos que em alguns momentos percebe-se que o patrão se considera digno de ser um grande homem, de caráter ótimo e esclarecimento surpreendente, segundo ele mesmo. O que é um tanto suspeito e muito prepotente. Mas no decorrer das coisas o patrão é uma boa pessoa. Surtado e atormentado por aquele sujeito em pé no seu escritório que nem um cadáver, estático, continua sendo um homem preocupado.
Não acho que tenha mistério, muito menos moral da história ou trocentas interpretações diferentes, mas acho que bartleby era um cara meio depressivo. A dúvida sempre fica.