O Processo

O Processo Franz Kafka




Resenhas - O Processo


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Letícia 24/01/2011

Eu leio Kafka e passo mal
Não é que o livro seja ruim, comecei a ler e gostei muito. Mas chega num certo momento que a leitura começa a me deixar mal, claustrofóbica, e eu abandono.

Gostaria de terminá-lo.
Léo Araújo 26/01/2011minha estante
A intenção de Kafka é exatamente essa: passar através de situações extremamente difíceis como ele se sentia: mal, claustrofóbico, indesejado e impotente.


Rener 16/05/2011minha estante
li "A metamorfose" e me senti peçonhento.


almeidarenato91 24/06/2011minha estante
As descrições dos ambientes são fantáticas.


Guilherme 16/09/2011minha estante
Quando alcanço um grau alto de abstração ao ler Kafka, sinto o mesmo que você. É uma qualidade para quem o escreveu, esta de transmitir sesações, e quem vai lê-lo deve superar os obstáculos que o autor lhe impôs para ler ou que ele próprio transpôs para escrever; mas são sentimentos que devemos guardar para momentos certos, específicos. No meu caso, este meu momento é quando me sentir mais maduro.


Rogerio 02/04/2012minha estante
Confesso que quando li "A Metamorfose" passei algum tempo para me recuperar. É uma leitura carregada com uma atmosfera triste e claustrofóbica mesmo.A obra mostra bem as inquietudes desse genial autor


Castro 02/08/2013minha estante
Realmente a obra produz esse tipo de sensação. Nota-se aí a maestria do escritor. Outra obra que li, de outro autor, e que me produziu enorme mal-estar foi Arquipélago Gulag, de Alexander Soljenitzen. Porém, ainda assim, sempre vale a pena ler esses aurores.


Bruno Oliveira 21/08/2014minha estante
Isso é bastante comum na leitura do Kafka, mas acho interessante que você pare o livro, pois, pela minha experiência, as pessoas terminam a obra e se convencem de que entenderam alguma coisa. O mais comum, e talvez o mais condizente com a obra, seja esse sentimento de querer largar, essa coisa que a obra suscita em quem o lê com atenção.


Rafa 06/01/2016minha estante
Demorei muito para terminar de ler esse livro, li por partes, é muito difícil imaginar os cenários que ele descreve, em muitas partes não consegui, tem muitas digressões na escrita...não me senti mal mas talvez claustrofóbica também...mas não abandonei o livro, terminar de lê-lo se tornou questão de honra rs.


Adriano 10/02/2017minha estante
Tive este problema lendo A Náusea. Fiz um intervalo de 2 anos, li outros autores e outras obras mais palatáveis e quando retomei, retrocedi uma parte, tomei impulso e li em uma semana.
Há certos livros que nos caem no colo no momento inadequado. Aí só nos resta colocá-lo de volta na estante e lermos outras coisas enquanto aguardamos pelo chamado.


Robert 29/03/2017minha estante
Então, por isso o livro se chama O processo, pois é um livro burocrático. Eu demorei uns 5 meses pra acabar de ler. Toda vez eu pensava: "Cara, o que ta acontecendo?"


Pinheiro 17/04/2017minha estante
Estou passando pela mesma situação. Já é a terceira vez que eu tento ler esse livro. e li pouco mais de 1/3 dele, mas tenho muita dificuldade para avançar na leitura. Mas hei de terminar essa leitura, nem que seja de forma parcelada.


Cami 13/04/2018minha estante
também me senti assim Letícia, por isso que não terminei haha


Letícia 03/05/2019minha estante
Pessoal, vi um comentário no twitter que traduz bem essa minha angústia ao ler Kafka. A @zatiere definiu assim:

"só acha que Kafka é escritor de fantasia quem nunca foi mandado de um canto a outro da cidade na tentativa de resolver o pepino de tirar uma (1) nota fiscal"

Ele descreve bem os pesadelos que tenho acordada.


Grazi 21/02/2020minha estante
Minha relação com Kafka é muito estranha. Ele é o meu autor preferido mas me causa sensações horríveis. Quando li O Processo tive pesadelos e conseguia ouvir sons que me davam perturbações. Ele é genial e não consigo deixar de ler mesmo com sentimentos ruins.


Rafa 26/02/2020minha estante
@Grazi vc relembrou este post aqui que comentei 4 anos atrás rs, é um livro que ficou no meu inconsciente e pretendo reler ainda. Não sei se já leu mas recomendo o conto O Artista da Fome.


Snatch 27/02/2020minha estante
Muito difícil imaginar as situações esdrúxulas que o Kafka descreve nessa história e que são aceitas de uma maneira muito natural pelos personagens.


Lenicio 27/02/2020minha estante
Kafka consegue idealizar o que seria certo estado de ?injustiça extrema?.
O Senhor K., em certa manhã, é arbitrariamente enquadrado como acusado em um processo confuso, obscuro, omisso, contraditório, ineficaz e moroso.
Passa a lidar, dessa forma, com um funcionalismo desleixado, corrupto, burocrático e desinformado.
O Tribunal, além de simbolizar o Judiciário e suas mazelas, representa também todas as estruturas de poder tirânico, desde o Governo Ditatorial, passando pelo patrão assediador e desaguando em relações familiares abusivas.
Estruturas de poder que, pela injustiça e desinformação, subjugam e azucrinam, impiedosamente, quem manifesta oposição ou os que, simplesmente, apenas desejam viver em paz.


Rafa 28/02/2020minha estante
É o Contrato Social ao qual apesar de não termos assinado, estamos sujeitos à suas injustiças...


Grazi 05/03/2020minha estante
Já li sim Rafa. Mas o meu preferido é Na Colonia Penal


Ilza 18/03/2020minha estante
No meu primeiro contato com Kafka tbm não fique muito bem não


Dira 25/05/2020minha estante
Tive a mesma sensação em Carta ao pai, também dele.


Grazi 30/05/2020minha estante
Leiam "Kafka e a Marca do Corvo"
da Janette Rozsas. Muito bom!


Rafa 02/06/2020minha estante
Pondo na minha lista Grazi, obrigada :)


Emanuele 12/07/2020minha estante
Senti o mesmo, mas não quero abandonar! Será que consigo?


Léo Araújo 12/07/2020minha estante
Só posso dizer que o diálogo entre K e o eclesiástico é fantástico... É como Neo conversando com o arquiteto da Matrix...não desistam...


Grazi 12/07/2020minha estante
Emanuele, consegue sim! Chega uma hora que a leitura fica um pouco difícil (acho que lá pro cap 7, se ñ me engano, o qual é o maior). Ficar agoniada é um sentimento inerente à Kafka rsrs. Mas é uma leitura surpreendente!


Deyse 14/07/2020minha estante
Também acabei abandonando


Emanuele 14/07/2020minha estante
Oi Grazi!
Vou até o fim! O livro com passar dos capítulos ficou mais fluido.


Letícia 24/07/2020minha estante
Nove anos depois e esse livro é impossível pra mim. O termo atual é "gatilho", né? Fico ansiosa demais.


Victor.Valente 20/10/2020minha estante
É assim mesmo que se lê Kafka, Letícia haha


Susu 01/11/2020minha estante
Também me sinto assim. O livro que mais me causou incômodo foi "a metamorfose", achei ele bem pesado.


Amme 16/02/2021minha estante
O engraçado é que eu sinto o perfeito oposto. Não importa o quanto ele me deixe agoniada, eu simplesmente preciso continuar lendo kkkkk


wilsucker 18/02/2021minha estante
Nossa, me sinto bem assim. Já comecei duas vezes e não consigo terminar. Li "A Metamorfose" e foi uma experiência completamente diferente para mim.


João Augusto Limeira 23/04/2021minha estante
Comecei hoje a leitura e tá me batendo um sentimento tipo ?será que melhora? ?


Grazi 06/05/2021minha estante
Também tive esse sentimento, João. Sempre melhora pode continuar. Kafka é intrigante e O processo é um dos seus romances mais complexos.


karinna adad 20/08/2021minha estante
Se alguém gostar dessa escrita mais incômoda vai uma sugestão de livro: Os que bebem como cães, de Assis Brasil. O livro é divido em 3 capítulos que se repetem e acompanha os dias de um prisioneiro. Assis Brasil é um escritor piauiense maravilhoso, com uma escrita simples, mas extremamente profunda. Quem se interessar em adquirir o livro procura em livrarias de Teresina, como a Entrelivros.


Maria 19/04/2022minha estante
Me sinto da mesma forma!


She Ey 08/01/2023minha estante
Pra mim esse livro todo é uma eterna confusão mental, parecia tudo tão desconexo na época que li. Talvez eu devesse reler novamente, agora com outra mentalidade porque eu realmente não consegui captar muito da obra


gabi 13/04/2023minha estante
eu também! é uma agonia não conseguir terminar os livros dele, me sufoca demais.


Analita.Bastos 03/05/2023minha estante
Me sinto exatamente igual.


1sefirot1 19/05/2023minha estante
Jesus.. q exagero. E me refiro aos comentários no geral. E não apenas ao da moça.

Li em 3 dias. Ótima leitura.


Felipe Alado 02/07/2023minha estante
Talvez o caso aqui seja de objetivo atingido com sucesso. Haha


Cristerlan 05/12/2023minha estante
Denso, pessimista, um labirinto sem saída. Não é livro pra quem tá querendo relaxar! Mas eu gostei.


Gabis 28/01/2024minha estante
Que legal ver que várias pessoas se sentem como eu! Queria muito terminar esse livro, mas me sinto completamente claustrofóbica com ele.




Clio0 27/11/2022

A Burocracia e a Ignorância.

Ler Kafka é antes de tudo, um ensaio existencial. Não que o livro esteja aqui para conjecturar sobre o significado da Vida, o Universo e Tudo Mais. Pelo contrário. O autor está plenamente ciente na inutilidade, do vazio, da implausibilidade que rege o mecanismo que coordena os nossos atos na vida social, seja cotidiana ou pública.

Joseph K., o personagem que se vê processado sabe-se lá por quê e por quem, apresenta passo a passo a máquina burocrática que tece a regulamentação do código cívil de sua sociedade e como a ignorância, por lei não cabível como justificativa ou atenuante, transforma o "cidadão-de-bem" em algo além de vítima, um refém.

Os personagens secondários são caricatos e o motivo é justo, permitir que sejam espelhos, 🤬 #$%!& mplices dessa alegoria. Do carrasco à testemunha que não quer ser idenficada.

Não é uma leitura fácil. O estilo é pesado, claustrofóbico, uma simulação do que seria a vida numa selva de concreto.

Recomendo.
Cristiane 30/11/2022minha estante
Eu gostei muito deste livro. Foi o primeiro Kafka que li, em 2023 quero ler na Colônia Penal.


preta velha 08/10/2023minha estante
minha amiga me presenteou com este livro e pretendo lê-lo no próximo ano.




mpettrus 14/12/2022

?Ambivalência Contraditória?
??O Processo? de Kafka foi à leitura mais perturbadora e surpreendente que eu li em 2022. Fiquei na dúvida onde situar esse romance, qual seu gênero. Cheguei a um resultado inconclusivo dos meus questionamentos de que se trata de um romance distópico, não necessariamente de ficção-científica, mas uma espécie de subgênero da própria distopia. A famosa frase de abertura do romance inicia a narrativa com um tom de suspeita que permanecerá impregnado na visão do protagonista ao longo do livro.

O romance conta a história do bancário Josef K. que se vê, de súbito, processado pelo Estado sem saber o motivo. Tal fato inaugural do romance se dá quando Josef K. acaba de completar 30 anos, sendo detido em seu próprio quarto por dois guardas, e neste momento começa o pesadelo do personagem, que cai numa situação absurda na qual teria que tentar descobrir as motivações desse processo, haja vista, ele não ter feito ?mal algum?.

Interessante notar que K., como será comumente chamado no decorrer da narrativa, ao indagar os guardas do porquê de sua prisão, estes não conseguem responder. A apresentação dura e direta por parte dos guardas se reveste de um autoritarismo cego. Patente em sua fala, a estupidez da ação policial obediente acata a uma ordem constituída por um liame hierárquico de cujos vínculos nem mesmo os seus subordinados fazem ideia.

Agentes de um sistema que não entendem, mas a que se submete por força de uma entidade quase mítica chamada Lei, os guardas são mostrados como uma espécie de cães de caça: são fiéis não ao que compreendem, mas ao que obedecem por pura crença na bondade formal de sua obediência à Lei. Já nas primeiras páginas do livro, percebemos a crítica de Kafka ao Estado.

Pela sequência de absurdos que compõe já a primeira cena do romance, fica nítido ao leitor que o paradoxo se estabelece como motivação do procedimento narrativo básico. A ambiguidade presente na gênese formal da história, verificada no estabelecimento do paradoxo como princípio narrativo básico encaminha a articulação de dois parâmetros principais de interpretação da obra. Um fundado no viés histórico, tendo como área a degeneração do Estado de Direito, e outro cuja base se estende na crise existencial do indivíduo em busca de uma via de redenção.


? A narrativa, então, nos proporciona toda uma gama de situações que flertam com fatos surreais e aporéticos, pois Kafka nos narra tudo sem nos dar explicações. A desorientação de Josef K. diante do absurdo é o tema dominante de toda a narrativa do romance. Aqui a ambiguidade onírica do universo sui generis de Kafka, junto com as situações de absurdo existencial, chega ao limite. Limite esse muito bem colocado numa narrativa fragmentária, porque a obra toda é um fragmento.

E é nesse ponto que a ambivalência contraditória do processo de Kafka atinge seu ápice, pois é inquestionável a percepção de uma ordem, de uma organicidade, a reger esse mundo, mas daí a conseguir penetrá-la e compreendê-la, já se abre o trajeto de um necessário passo ao qual as pernas da razão vacilam. E ao contrário do que de maneira otimista podíamos ter apostado a princípio, o fim do absurdo não chega com o tropeço do pensamento em seu corpo.

A obra salienta os problemas dos mais diversos cunhos, mas não encaminha soluções. A solução ou a fórmula do que se nos apresenta como desafio (seja ele a luta pela vida em uma sociedade justa, seja a viabilidade de uma redenção do ponto de vista existencial) estão descoladas desse romance claustrofóbico de Kafka.

Para tornar mais compreensível à ambivalência contraditória presente nessa história, devemos nos atentar também ao modo da representação do cotidiano. Aqui o lar é compreendido como um verdadeiro refúgio para o protagonista perseguido pelo ambiente público reificado. É impensável para Josef K. a situação vivida em ser abordado, ainda de pijamas, em sua própria casa, por dois guardas, compartilhando seu lar com a intrusão de alguns vários funcionários do Tribunal, representando uma riqueza de pormenores a serem figurados. Aqui, Kafka põe com maestria o leitor em contato com o complexo cotidiano de Josef K., rodeado de um bom número de personagens em sua vida particular, sem, no entanto, cair na descrição exagerada e superficial dos fenômenos.

E para finalizar, comento também sobre a parábola ?Diante da Lei?, que se encontra no capítulo nono ?Na Cadetral?, onde podemos perceber mais uma vez essa ambivalente contradição narrativa kafkaniana. Essa parábola é narrada por um sacerdote a Josef K., e traz duas personagens, o camponês, que deseja entrar na lei, e o porteiro, o guardião de entrada da lei. Tanto um quanto o outro revelam sua ignorância sobre essa estrutura que vigora, mas que nada significa para eles, sobretudo, para o porteiro, que em tese deveria conhecer os significados das leis.

Conclui-se então, que a inevitabilidade supera o eventual, ao mesmo tempo em que, em uma relação dialética, o eventual se compõe a partir da própria fatalidade. Daqui nasce um aspecto formal de extrema relevância da história que é a tensão da ação que é fruto de uma interação mútua entre o inesperado e o inevitável. No desenlace da narrativa, quando a realização dos destinos concretos dos personagens kafkianos dá sentido ao enredo, todo o complexo de situações que antes possuíam uma aparência de estrutura solta, de ?fabulação acidental? e desarticulada, passa a representar, em determinada medida, uma lógica articulada, uma unidade. E por conta disso, um fim trágico.
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Rosangela Max 16/08/2022

Uma leitura interessante, porém, arrastada.
É uma crítica ao sistema jurídico e achei curiosa a forma que o autor escolheu para fazer isso.
A história não é fluída, talvez seja assim para combinar com o tema, já que o andamento dos processos também não o são.
O protagonista, embora tivesse pressa para resolver logo a situação e recuperar sua imagem, apresentava uma certa apatia emocional.
A história teve momentos ?sem pé e nem cabeça? e o final também seguiu essa linha.
Tem um enredo bem diferente e não irá agradar a todos, mas é inegável que a escrita é autor é sensacional.
Recomendo a leitura.
Bruno Oliveira 17/08/2022minha estante
Eh, Kafka é assim mesmo. Uma escrita truncada que te nocauteia no final. :)


Rosangela Max 17/08/2022minha estante
Verdade. Acho que ele deu um clima diferente para cada história que ele criou. Por exemplo, eu amei ?A metamorfose?. Achei a leitura muito fluída enquanto ?O processo? teve zero fluidez pra mim. Mas valeu a pena a experiência de leitura. ??


Bruno Oliveira 17/08/2022minha estante
Né? Bons leitores se adaptam ao texto de cada autor/a lido; uns conseguem isso com mais facilidade, outros não. Acho surpreendente essa "elasticidade"; questão de hábito, certo? :)


Rosangela Max 17/08/2022minha estante
O importante é ser um leitor, independente de gostos. ?


Bruno Oliveira 17/08/2022minha estante
Isso aí! Concordo 100% com isso. Ler sempre. :)




Vênus_Alice 02/05/2023

O processo
Ler o Processo é como estar dentro de um labirinto, não saber como ir, se vai chegar, se conseguirá entender alguma lógica, mas é possível reconhecer padrões da história.
É um enredo maluco, sem sentido, em que a justiça não faz sentido, o mundo está revirado e a liberdade é ilusória, até porque a prisão sempre acontecerá, mesmo que conquiste uma liberdade.
Aqui temos uma rotina angustiante, nenhuma resposta para mil perguntas, perseguição, corrupção, desorganização e insanidade.
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Pedróviz 08/05/2021

Contra os (maus) ungidos da Justiça
Li O Processo duas vezes até agora e tenho vontade de ler mais para melhor destrinchá-lo. A história se desenvolve em torno de um processo inexplicavelmente aberto pelo Estado contra o protagonista. Vários capítulos desdobram-se, então, na busca por uma solução para o impasse. A ambientaçao que Kafka cria é frequentemente claustrofóbica. Situações de nonsense são a tônica no enredo, já que o próprio motor do romance, o tal processo, é algo absurdo. Se Kafka escreveu O Processo como crítica ao sistema jurídico, foi das mais duras e bem elaboradas que já li. De fato, poucos têm a coragem de enfrentar os (maus) ungidos da Justiça. Kafka merece nossa homenagem.
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Francisco.Guimaraes 26/08/2023

Um livro duro
A dureza a que me refiro está nos diálogos perdidos no meio de parágrafos densos, carregados de descrições de salas e tribunas de repartições públicas.

Os personagens parecem esmagados por uma grande bota que representa um Judiciário não tão fictício . A Justiça que prende e depois interroga, que acusa e depois apura.

Longe de ser ruim, Kafka joga o leitor nas entranhas do tal ?sistema?, e dele só conseguimos sair com dúvidas e nenhuma certeza.
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laxxal 17/11/2021

Esse é um livro diferenciado, ele nunca foi finalizado e nem organizado pelo autor, então os capítulos estão na ordem que acreditam ser a correta, e nessa edição (Antofágica, perfeita por sinal) aparecem vários textos riscados no meio da história, como feito originalmente por Kafka em seus rascunhos e no final ainda somos apresentados aos capítulos inacabados, que ajudam a dar mais sentido para alguns pontos do livro.

Conta a história de K. que sofre um processo e não sabe nada sobre isso, acredita ser inocente e quer provar sua inocência. Achei muito interessante a forma que as situações são apresentadas, onde o leitor não sabe nada sobre quem os personagens são ou o que eles estão pensando e se podemos confiar nas informações passadas, que são muitas vezes contraditórias então acabamos ficando tão confusos quanto o protagonista.

Só vi comentários negativos enquanto lia esse livro, então fiquei receoso de como seria seu desenvolvimento depois dos primeiros capítulos. Acabou que me surpreendi muito positivamente, talvez pela expectativa baixa, e gostei muito dessa história.

Ia dar três estrelas, mas quatro combina mais depois dos posfácios e as vídeo aulas dessa edição, que são excelentes e esclarecem diversas situações trazendo a história para os dias de hoje e ainda fazendo paralelos com textos de Foucault, Freud e Marx.
kiwtty_z 17/11/2021minha estante
amoo o Kafka, quero ler mais obras dele




edisik 26/09/2023

Não deu. Pensei que ia continuar a leitura. Prefiro deixar para uma outra oportunidade, talvez com uma cabeça mais focada numa leitura dificil.
Tiago.Guedes 27/09/2023minha estante
Franz Kafka tem que ter um certo momento mesmo. O Castelo iria começar, mas senti que vou precisar de um momento para encarar a obra.


Vania.Cristina 24/10/2023minha estante
Tudo tem sua hora certa




Johnny Blue Heart 23/01/2022

Josef K.
?Alguém certamente havia caluniado Josef K. pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum.? E? Uau!
Rafael Kerr 23/01/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Me chamo Rafael Kerr e sou escritor. Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria - O oráculo. Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.


Kamilla.Andrade 23/01/2022minha estante
Esse livro é sensacional.




Mariane 13/01/2021

Que ideia genial! Não imaginava que fosse gostar tanto! A leitura é um pouco arrastada em alguns momentos, mas eu amei muito essa história. Gostaria que o autor tivesse concluído a obra :/
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@shaneingrado 06/04/2021

"O bagulho é loco e o processo é lento"
Gostei bastante da leitura, principalmente da forma que ela instiga e da atmosfera expressionista, quase onírica, onde nada faz sentido, mas parece normal a todos. O livro é uma brisa forte, com uma leitura difícil (essa edição de bolso da Martin Claret não ajudou muito).
Pretendo fazer uma releitura com mais calma e mais analítica num futuro próximo.
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Aelita Lear 31/05/2020

A maior parte julga chato, mas eu...
A maior parte das pessoas até estremece quando ouve falar desse livro. Mas eu achei ele incrível. Não é a toa que é um clássico. A escrita é super envolvente, você passa o livro inteiro querendo descobrir o crime de K. e o que acontecerá com ele. Muitos julgam essa jogada do autor como enrolação, mas achei essa enrolação positiva, por que prende o leitor nas suas páginas.
O final também me surpreendeu e marcou bem o estilo do autor, é no mesmo nível que A Metamorfose. Recomendo muito esse livro!
Carlos Fitzgerald 01/06/2020minha estante
Eu sou uma dessas pessoas. Li o livro. Mas.... Meu Deus


Aelita Lear 01/06/2020minha estante
Uma das pessoas que não gostou? rsrs. Normal. Entendo totalmente kkkk




Alexandre Kovacs / Mundo de K 15/01/2011

Franz Kafka - O Processo
Editora Companhia das Letras - 332 páginas - Tradução e pósfacio de Modesto Carone - Lançamento 1998.

Imagino que existam muito poucas homenagens mais relevantes para um autor do que ter o proprio nome transformado em adjetivo pela importância e característica de sua obra, mesmo que este adjetivo tenha sido imortalizado como designação para situações irreais, desvios mentais ou simplesmente pesadelos. Foi assim que o escritor tcheco Franz Kafka (1883 - 1924), com obras como "A Metamorfose" (1912) e "O Processo" (1914), originou a expressão "kafkiana" que pode ser utilizada para resumir situações como a que vivemos hoje no Rio de Janeiro pela falta de efetividade das açoes políticas governamentais e que ainda, devido à corrupção ou burocracia, não conseguem evitar as tragédias anuais com deslizamentos em áreas de risco habitadas.

A prosa de Kafka é surpreendentemente leve e direta, na verdade, inversamente proporcional à profundidade psicológica de seus romances, sendo que a abertura do Processo é o maior exemplo desta simplicidade narrativa, atraindo o leitor para as espirais sem fim do seu enredo: "Alguém certamente havia caluniado Josef K. pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum". Assim tem início o processo de Josef K., ou simplesmente K., procurador de um banco detido sem nenhum motivo especial e julgado por um tribunal que, "atraído pela culpa" dos pretensos réus, desenvolve incompreensíveis inquéritos. Aos poucos, somos envolvidos pela atmosfera claustrofóbica do romance e percebemos, juntamente com K., que a absolvição é uma esperança muito remota. As semelhanças com Raskólnikov, personagem de Crime e Castigo de Dostoiévski, são muitas e tendo como ligação o sentimento de culpa, mas Kafka tem um elemento de humor (apesar de tudo), sempre presente no seu texto, que é inexistente no mestre russo.

Os textos críticos sobre Kafka ainda estão longe de serem conclusivos para desvendar as verdadeiras intenções deste romance. Seja como alegoria da sua própria vida ou como crítica à inexistência do estado democrático de direito, a verdade é que o autor, que foi influenciado pelas culturas judaica, tcheca e alemã, não viveu para ver a brutalidade dos eventos da Segunda Grande Guerra e de como a sua "ficção" acabou, de certa forma, profetizando o absurdo das detenções sem motivo, perseguições e extermínio em massa do regime nazista. Outra característica interessante sobre este romance é que, afinal, trata-se de uma obra inacabada e que possivelmente não seria publicado por Kafka que entregou os originais para seu amigo Max Brod com a condição de que ele destruísse os manuscritos após sua morte, fato que acabou não ocorrendo já que Brod publicou o livro em 1925.
Nando 16/09/2015minha estante
O início d'O Processo se assemelha ao d'A metamorfose. Logo ao acordar de manhã os dois se encontram em situações surpreendentes. E essa situação passa a escravizá-los durante o livro todo.




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