z..... 19/03/2016
Li para ter uma visão, ainda que simplista, da representatividade da obra. Em linhas gerais, é o poema mais famoso do Mahabharata, tem 18 partes, significa "Canção Sublime" e mostra um encontro entre Krishna e o príncipe Ajurna, em um momento de indecisão deste entre o agir e o não agir ao estar envolvido em uma disputa de poder com seus familiares.
O texto filosofa sobre a ação correta a se empregar, chamada de reto agir, alcançada pelo autoconhecimento, domínio das emoções, dos sentidos, do prazer, com determinação e disciplina. A luta que se apresenta e tenta influenciar o príncipe, por extensão a todos, tem duas pontas: a passividade na aceitação das circunstâncias (algo associado ao medo, o não agir) e a agressividade nas ações (o agir impulsivo, sem conhecimento, dominado pela matéria, emoções).
Obviamente, a obra tem muito a revelar nestes aspectos. Foi o que ficou evidente em minha leitura. Particularmente, recebi com interesse essas concepções e acredito que estejam implícitas em todas as religiões, ou deveriam estar. A parte 13 foi a que me chamou mais atenção pela valorização e caracterização do reto agir. Um florescimento na alma que me lembrou algo do capítulo 13 de I Coríntios, na Bíblia.
Por outro lado, não me identifiquei com conceitos referentes a karma, aceitação de Krishna, reencarnação, evolução da alma em processos ancestrais, que pode passar até por "seres inferiores" nos ignorantes. Não tenho entusiasmo ou fé nessas coisas, e que sejamos felizes e respeitosos em nossas escolhas.