Ponto Cardeal

Ponto Cardeal Léonor de Récondo




Resenhas - Ponto Cardeal


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Adonai 29/04/2020

Acertou, porém, errou.
Temos nesse breve livro a história de uma mulher trans, a qual após anos sobrevivendo em um padrão de vida baseado em uma sociedade machista, inicia seu período de transição para enfim ter o corpo que deseja e que a constitui. Além das consequências pessoais, Lauren se depara com as (re)ações das pessoas que a cercam, inclusive seus dois filhos e a esposa.

É muito bom poder ler um livro com uma personagem que escapa de algumas normas, principalmente pensando que foi enviado por um clube de assinatura de livros, onde muitos que talvez nunca leriam um texto com essa temática tiveram acesso. No entanto, a narrativa vai se mostrando fraca, com uma personagem que representa uma parcela mínima de pessoas da comunidade T, já que Lauren parece ser decidida o suficiente da noite para o dia, parece também não se abalar com os ataques e muito menos se deixar afetar pelas atitudes da família.

O que torna menos palpável a história é a falta de sensibilidade do texto em relação a uma personagem trans que passa por inúmeras questões e que, no livro, isso pouco é abordado, ou então é feito de maneira complicada, quase desleixada, como reforçar alguns estereótipos de que uma mulher trans quer ter um “corpo feminino”, que o processo médico-hormonal é realizado aparentemente de maneira simples e quem não aceita sua condição deve ser facilmente ignorado, como Lauren tratou a reação transfóbica de seu filho.

Por ter sido escrito por uma mulher cisgênero (é aquela pessoa que se identifica com o sexo o qual lhe foi designado ao nascer), talvez essas questões levantadas poderiam ser executadas de maneira diferente por uma pessoa que vive tudo isso. O livro não é tão ruim para quem nunca teve contato com histórias de pessoas assim, o ideal poderia ter sido a mudança do ângulo, como por exemplo, toda essa situação vista a partir do olhar da esposa de Lauren, mas se a ideia é ler sobre especificamente a transição de gênero, o melhor a se fazer é ler um livro sobre a vida de uma personagem trans escrita por uma pessoa trans.
Gorette 17/06/2020minha estante
Eu gostei da leitura, mas a achei egoísta. Entendo que ela é uma mulher que cumpriu uma papel que não era ela , mas era... Foi o tempo dela, mas as outras pessoas não tiveram seu tempo. Foi tudo muito rápido.


Gorette 17/06/2020minha estante
Talvez nunca haja um tempo certo.. Mas, fiquei triste por aquela Família.


Nency0 20/06/2020minha estante
Concordo. A temática é maravilhosa, mas achei tudo muito raso e cheio de clichês.


Margô 05/08/2020minha estante
Adonai, gostei demais, de tudo que você tão bem relatou... Veja bem, eu acabei de ler a obra, e senti uma facilidade enorme no processo vivido pela personagem T, porém, por uma total ausência de informação ou vivência com situações afins, comentei como a autora pela conseguiu simplificar uma atitude sofrida e complexa, como a de Laurent, como se fosse uma corrida de obstáculos.

Aí vem você, e disse tudo que eu intuía, mas não tinha convicção pra dizer...
Agradecida.


Linda 03/12/2020minha estante
Concordo com você, Adonai. O livro é bem superficial ao abordar a problemática da descoberta da transexualidade. Não deve ser tão fácil para um marido e pai de dois adolescentes descobrir-se mulher trans. Me fiei na curadoria do Contardo Calligaris aos leitores da TAG Curadoria e dei um voto de confiança, atribuindo nota 4,0 para o livro, em nome da necessidade de tratar desse tema tão atual e relevante. Penso que a violinista e escritora poderia ter aprofundado a pesquisa e a escrita. Mas ela deve ter tido suas razões para manter-se na superficialidade, como o público jovem (leve e livre de preconceitos) para o qual destinou o livro e também para não chocar muito àqueles que não estão habituados ao tema.


Bruno 10/11/2021minha estante
Cara, vc colocou em palavras os meus pensamentos agora q acabei esse livro




Rodrigo | @muitacoisaescrita 23/04/2020

Convidativo e extremamente necessário!
Ler este livro foi como levar um soco na cara. E isso pode ser interpretado em dois sentidos: primeiro, os fatos aconteceram muito rápido (isso pode ser bom e ruim), similar à rapidez de um soco; em segundo, a intensidade deste soco, em mim, não foi fraca.
Em “Ponto Cardeal” temos a vida de Laurent, sua esposa Solange, seu filho Thomas e sua filha Claire. Laurent, ao decorrer do romance, descobre-se Lauren. Laurent conheceu sua esposa ainda quando eram jovens e, desde então, meio que sabiam que seriam “felizes para sempre”. A questão da transsexualidade é o foco principal da narrativa: como se abrir para sua família, já construída, estruturada, etc, e dizer que, na verdade, você é uma mulher?
Não desejo fazer um resumo do livro, pois acredito que, apesar das minhas críticas, ele merece ser lido por todas, todes e todos. Ao que diz respeito à minha primeira interpretação e que ela tem um lado positivo e outro negativo, acredito que, em parte, foi devido aos capítulos pequenos. A intenção da autora, creio eu, não foi fazer uma análise psicológica das personagens, tampouco entregar um livro “exaustivo”, mas, penso eu, trazer um romance “introdutório” para quem não sabe nada ou quase nada sobre a transsexualidade. Os livros têm uma capacidade de atuar sobre nossa alteridade e, desta forma, nos faz pensar sobre o outro; até porque nós, enquanto pessoas cisgênero, raramente questionamos as normas cisheterossexistas de nossa sociedade. Por outro lado, o romance pode parecer “raso”, por conta da falta de mais detalhes, mais descrições, etc. Ora, vejamos isso com um convite! Um convite para pesquisar mais, ler mais, se informar mais... A literatura e cultura trans é vasta, mesmo que invisibilizada. Na própria revistinha da TAG que acompanha o livro do mês de Abril temos algumas indicações – e já comprei algumas, rs.
Sobre a intensidade do soco, mesmo tendo capítulos curtos, me peguei fissurado na história. De fato é um livro que se lê rapidamente e, por isso, você deseja lê-lo mais e mais para saber o que vai acontecer no próximo capítulo. Em um desses capítulos, mais especificamente quando Laurent usa o dinheiro guardado por seus pais e que era designado aos estudos de seus filhos (guardado, inclusive, sem sua esposa nem ninguém saber) para realizar sua transição, peguei-me chorando. “Quer símbolo mais bonito do que usar a herança de meus pais para nascer de novo?”. Nascer de novo – essa é a questão. Os últimos capítulos são emocionantes, especialmente a atitude de Claire – não vou dar spoiler, leiam!

site: www.instagram.com/muitacoisaescrita
Aleska Lemos 14/05/2020minha estante
Olha eu adorei sua resenha. Vi muita gente dizendo que era raso, mas também acredito que era um livro introdutório, para chamar atenção para o tema, e sendo a autora cis, acho que ela fez como um convite para outras pessoas cis exercitarem a empatia, pois como foi mostrado em cenas do próprio livro, a incompreensão é tão grande que quem é trans acaba bombardeado de perguntas ofensivas. Achei muito bonita a atitude da Claire também, que apesar de ser afetada pela decisão do pai, digeriu bem melhor a novidade.




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-Lá- 12/04/2020

"É uma rede discreta e sólida de pessoas que compreendem, não cedem nem ao pânico nem aos preconceitos no caminho tortuoso da troca de sexo".

"Quanto tempo é preciso para a gente ser a gente mesmo?".
Aleska Lemos 14/05/2020minha estante
Essa segunda citação me marcou bastante também. E não serve apena para esse contexto, às vezes a gente não se aceita por motivos bem menos sérios.




Gigio 10/05/2022

Teria potencial para mais
Uma narrativa bonitinha de aceitação e transformação de de Laurent em Lauren. Um texto simples para um assunto complexo e cheio de nuances. A leitura é prazerosa e os personagens cativantes. Muito bom para quem nunca teve contato com essa realidade começar a conhecer um pouco as dificuldades e o preconceito envolvidos no processo. Gera empatia.
Pouco drama e descolado da realidade da maior parte dos transexuais que passam por esse processo.
Finalizado com várias pontas soltas e temas que deveriam ser mais explorados.
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Valerya insta @leslivres_ 31/05/2020

Lauren.... o tempo
Um livro de uma sensibilidade ímpar aflorando vários sentimento após a tomada de uma importante decisão.
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Dani Gazaniga 15/06/2020

Ponto Cardeal
Uma leitura que nos envolve com a história de Laurent e Mathilda e sua rotina que aos poucos vai se modificando.
O livro nos faz refletir sobre o quanto estamos dispostos a seguir em busca de nossos objetivos e nos convida a fazer como Laurent e Mathilda, e sair de nossa zona de conforto para traçar o caminho que nos leva até a nossa verdadeira felicidade.

"A vida nos apressa, nos molda, nos empurra, nos mata." P. 170
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Fran Ferreira 05/10/2023

Meu resumo, resumidamente resumido sobre Ponto Cardeal:
- Senti dor, raiva, compaixão, tristeza, nó na garganta.
No começo estava entrando na vibe, conhecendo o personagem, sua história, mas com o passar da leitura, os sentimentos deixaram de ser confusos e fui sentido cada capítulo. Todos os sentimentos eu senti por todos os personagens, foi bem estranho.
Foi uma leitura meio difícil pra mim e pesada de fazer. Não deve ser nada fácil passar pelo que o/A personagem passou, a forma como tudo veio a tona e as suas consequências.
A dor e não dor do relacionamento e família e tals, mas não sei se foi a época que eu li ou foi a escrita que me deu a entender que o que mais importa é o EGO, que se danem as pessoas, que minhas vontades e ações podem passar por cima de tudo e todos sem que eu me importe com as consequência, porque simplesmente essas consequências não vale de nada, somente o "meu eu, meu ego valioso".
Não gosto de livros, filmes e etc que coloquem o Eu pessoal, seu ego como primordial/essencial, é arrogante e prepotente, e isso não tem nada haver com alto estima ou amor próprio, tem haver com evolução e maturidade.
Demorou uns meses pra eu ter algo concreto sobre a leitura e até baixar a nota, enfim, não rolou pra mim.
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Celia.Mattos 09/01/2021

O que define quem nós somos? O sexo registrado em nossos documentos, desde que nascemos? Os gostos, ideias e atitudes que desenvolvemos ao longo de uma vida? A aparência do corpo no qual nascemos? Nossos desejos e necessidades? Somos o aglomerado de tantas particularidades, que acredito não haver resposta única, nem certa a essa questão.
Em Ponto Cardeal, Léonor de Récondo, narra a história de Lauren, mulher trans que durante a maior parte de sua vida escondeu dentro de si quem realmente era, como verdadeiramente se sentiu. Durante um bom tempo ela foi Laurent Duthillac, bom filho, marido de Solange, e pai de Thomas e Claire, homem calmo e tranquilo, mas que guardava escondido dentro de si, quem na verdade ele sempre sentiu que era, uma mulher. Mas em determinado momento a vida “perfeita” que construiu já não bastava, era necessário se libertar da prisão a que se impunha, então, Laurent diz à mesa do jantar: “... eu sou uma mulher.”
Deste ponto em diante a autora nos mostra, através do ponto de vista de cada personagem, como a revelação de Lauren, e sua decisão de assumir sua verdadeira identidade, por meio da mudança de sexo, reflete em seus relacionamentos, com a família, com os colegas de trabalho, vizinhos e consigo mesma.
A escrita é leve, ágil e fácil de acompanhar, mas me pareceu superficial, deixou em mim tantas perguntas, e a impressão de que diversos pontos mereciam ser mais bem desenvolvidos. Pode ser um bom ponto de partida para se começar a refletir sobre questões de gênero, mas é somente uma pontinha, de uma imensa montanha.
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Daniel 23/05/2020

"Estou perdido, enquanto deveria me sentir livre."
"Você é livre, só precisa que se decida por esta liberdade."

Doce e profundo ao mesmo tempo.
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emforest 03/01/2021

O que achei?
Resumindo bastante a história do livro, lemos sobre a autodescoberta de uma mulher trans como pessoa trans. Seus desejos, desafios e vitórias.

A escrita da autora é muito gostosa. Ela descreve muito bem tudo o que a personagem sente ao realizar determinadas ações. Mas achei que faltou desenvolver melhor a relação da personagem com sua família e colegas de trabalho. É que acontecem coisas, mas o contexto não fica muito claro. Também achei muito caricato a ideia do que é ser mulher. Talvez faltou pesquisa por parte da autora, uma melhor vivência com mulheres trans reais.

Mesmo com esses defeitos você apega-se com a personagem e acaba querendo saber um pouco mais sobre ela, e a leitura flui bastante bem.
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Bel * Hygge Library 29/04/2020

Ponto Cardeal (Léonor de Récondo)
Que livro! Ele me tirou o fôlego pela sensibilidade do tema e também pela forma como a autora consegue nos passar tanto com uma escrita direta, sem enrolação alguma. É um livro bem rápido de ser lido e muitos podem pensar que o assunto não é tão aprofundado, mas o assunto em si já é algo denso e profundo, e fica sob nossa responsabilidade refletir sobre ele. Gosto muito dessas histórias que são centradas em personagens que lutam, são corajosos de irem atrás da vida tão sonhada e de encontrarem-se. Um livro que TODO MUNDO deveria ler. TODO MUNDO.
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Gisele @li_trelando 26/04/2020

Faltou profundidade
É um ótimo livro pra apresentar a transsexualidade a alguém que queira se informar, mas achei que faltou profundidade nos personagens, os integrantes da família foram tratados de forma rara, a amiga trans que a ajudou no processo todo, nem sabemos como é.
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Beatriz2371 18/02/2022

Assinatura TAG
Uma leitura rápida, diferente de tudo que eu já vivi na minha vida literária. E muito necessária.

Embora em alguns momentos achei falta de algumas informações, em como o que houve com a filha e o filho ao final. E como ficou seu casamento ou se deu certo a cirurgia.

Mas achei uma mensagem muito importante a ser repassada, e nos fazer pensar na difícil e coragem ao se assumir e se aceitar realmente da forma que se é, sem se importar com os outros.

Entender o processo da transexualidade é algo que exige conhecimento, mas, mais que tudo, empatia.

... " ... Você é livre, só precisa que se decida por esta Liberdade." ...
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Dango Yoshio 17/10/2023

Começou maneiro, mas...sei lá
Quando li a sinopse fiquei muito animado pra ler. É um livro até legal, mas não sei...achei que foi tudo muito simples demais. Não que eu quisesse desastres na vida da protagonista, mas o desenrolar da história acontece sem muita desenvoltura das coisas.

E toda a questão de completude apenas através do órgão genital é muito estereotipado. Sim, há pessoas que querem fazer a redesignação sexual (não mudança de sexo), mas dizer que só assim a pessoa será completa e aceita é um erro enorme.

Lado positivo: tem mensagens bonitas sobre aceitação, sobre família, sobre a felicidade de ser quem você realmente é, e teve final feliz.

Talvez como uma leitura introdutória funcione, mas sei lá. Pelo menos é curtinho.
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