Brenda.Narf 22/03/2024
Difícil dizer adeus ao universo de Avalon
ATENÇÃO: CONTÉM SPOILER
Este foi o último livro da saga de As Brumas de Avalon.
A saga toda foi sensacional. A escritora entrelaçou habilmente os aspectos mágicos da mitologia do Rei Artur com as tradições pagãs, incorporando contos célticos na obra. Além disso, ela fundiu esses elementos com narrativas históricas, capturando eventos significativos, como as invasões dos saxões e a influência crescente do cristianismo.
A respeito deste último livro da saga, foi um desfecho sangrento, comovente e triste.
Foi um final amargo e me perguntei "será que tudo foi em vão?" Para minha surpresa foi a mesma pergunta que Arthur fez à Morgana no livro, pergunta a qual ela respondeu da seguinte maneira: "Não, você não falhou. Você manteve esta terra em paz por muitos anos; por isso os saxões não a destruíram. Afastou a escuridão de uma geração inteira."
E esse foi um grande alívio para mim, porque me fez observar tudo por essa mesma óptica. Me faz pensar em uma frase conhecida: "Não é que não deu certo. Deu certo sim, durante o tempo que tinha que dar, durante o tempo que durou."
Além disso ela nos deixa um recado no final do livro: "Não, não falhamos. Não falhei. Cumpri a tarefa da Mãe em Avalon até que o último daqueles que vieram depois de nós pôde trazê-la para o mundo. Não precisava mais chamar a barca só precisava caminhar através das brumas e chegar a Avalon. Sua tarefa estava cumprida."
O principal foi cumprido, Avalon não desapareceria.
Achei interessante descobrir durante a leitura, o motivo do livro se chamar O Prisioneiro da Árvore. Foi muito ingenioso associar esse acontecimento ao título.
Gostei também que no final Morgana, percebe que a Deusa não deixou de ser adorada fora de Avalon, ela apenas é conhecida como Maria Santíssima entre os cristãos.
Durante a saga todos os personagens são muito bem trabalhados, conseguimos explorar seus sentimentos, motivações e sua história. O que geralmente não acontece, pois, a narrativa da maioria dos livros possui a tendência de focar mais nos protagonistas.
Acompanhar esta saga foi uma viagem encantadora e cheia de surpresa.
Para os entusiastas das lendas do Rei Artur, a obra de Marion oferece uma abordagem única, repleta de elementos mágicos que se entrelaçam com temas humanistas e históricos, proporcionando uma leitura cativante e enriquecedora. Recomendo!