Maira Giosa 16/08/2021O terceiro romance da saga arthuriana, O Gamo-Rei, faz referência a esses animais, usados durante os rituais divinos de Beltane, no Solstício de Verão, para celebrar a fertilidade. É, também, o nome dado ao homem que assume a forma do Galhudo (o Deus) e se deita com a Deusa, simbolizando a união dos corpos com a natureza. E esse homem, no nosso romance, é Arthur.
Mas isso não significa que a história só gire em torno dele. Não. Temos, ainda, as vozes femininas que regem esse universo: Morgana, sua tia Morgause, Niniane (a nova Senhora do Lago) e, claro, a intolerante Gwenhyfar, que a cada página se torna mais nossa própria inimiga. O que é natural, uma vez que ela é a grande antagonista do ciclo, ora aparecendo como uma mulher maligna que enfeitiça e provoca os homens ao seu redor, ora como uma das vítimas do destino, como também é o caso aqui. E mesmo sabendo de seus medos e inseguranças, ainda assim é difícil tragar o personagem, que nos passa a ser nada menos do que odioso - o que, por sua vez, mostra o brilhantismo da escrita de Bradley.
Este volume nos apresenta a Gwydion (chamado pelos saxões de Mordred), a relação que tem com sua mãe de criação, com Avalon e seus fatídicos planos para o futuro. Quem conhece bem a lenda pode imaginar que planos são esses. Ainda não malignos, mas que se mostrarão fatais para a corte de Camelot. Este volume é, sem dúvida, o que li com mais antecipação dos fatos porvir e que me deixou mais angustiada. Prepara o terreno para o grande final! 💕 .
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