Amanda 20/08/2020
Queria dedicar as palavras iniciais dessa resenha para a Gwenhwyfar:
"Que Deus te elimine"
Agora podemos prosseguir.
Neste terceiro livro da série, a minha opinião inicial sobre a Gwen se confirmou, ela é uma hipócrita do caralh*! Ela usa a religião como uma muleta para absolver seus pecados para em seguida continuar pecando, ela é o cidadão de bem, conservador nos costumes e liberal na cama com o primo do marido. Gwenhwyfar é um personagem incoerente e inconsistente, que me estressa em toda a aparição.
"Deus não me recompensou pela minha virtude. O que me faz pensar que ele poderia castigar?"
Se tiver alguma frase nojenta, polêmica ou de mau gosto, pode ter certeza que em seguida vem "— exclamou Gwenhwyfar...", "— comentou Gwenhwyfar...", "— respondeu Gwenhwyfar...". Ela acha que o reino da Bretanha gira ao redor dela, que o que acontece de bom é em reflexo ao que ela faz, mas se acontece algo de ruim é culpa dos outros, que são pecadores.
Gwen é muito baixa, e a gente percebe isso quando a história é contada no ponto de vista dela. Os pensamentos que ela tem revelam a pessoa que realmente é, desprezível. Ela não perde uma oportunidade de falar mal e julgar a Morgana. Desejou que a cunhada estivesse no inferno, a chama de feiticeira pagã e prostituta, menospreza o Kevin de forma constrangedora, sente orgulho por ser a única a ter visto Lancelote chorar, porque "Quem, senão ela, tinha visto Lancelote chorar?". Que pessoa é baixa a ponto de sentir lisonjeada porque alguém teve que se humilhar na frente dela? Ou quando ela pede que Artur se humilhe perante a igreja para confessar o seu pecado?
Artur continua atendendo todos os desejos da esposa, continua colocando ela acima do reino, continua fechando os olhos para a hipocrisia da mesma e ele não se impõe em nenhum momento.
"Será digno de reinar o homem que, por sua mulher, esquece seu juramento?"
Esse livro só não foi um desastre como o anterior, porque a autora resolveu desenrolar a história dos outros personagens. Um livro com muito mais movimentações dentro do enredo, descoberta de segredos, mortes, manipulação, personagens saindo da zona de conforto. E finalmente a introdução de Mordred.
"O que acontecerá com o Gamo Rei quando o Gamo Novo crescer?"
Sinto pela mudança da Morgana ter demorado tanto para acontecer, ela poderia ter reencontrado seu lado sacerdotisa bem antes para nos poupar de tantas tramas inúteis na corte.
Espero que a conclusão da história no próximo livro valha a pena, para que toda essa raiva que passei não seja gratuita.
OBS: Descobri, quando já estava no meio do livro 2, que a autora dessa saga está envolvida em sérias acusações de estupro e pedofilia (feitas pela própria filha). Ainda estou pensando sobre o tópico de separar ou não a obra do autor, mas enquanto não chego à conclusão alguma, fica o alerta para futuros leitores. Acho que se eu soubesse disso antes, teria repensado a escolha desse livro para ler e não sei quanto isso influenciou minha percepção sobre a obra.