E. Dantas 16/06/2010
É SEMPRE BOM.
Tenho um ponto fraco aqui: Qual quer coisa relacionada à infância me emociona.
Se hoje eu leio tanto é porque morria de curiosidades em relação aos infindáveis livros e prateleiras e mais prateleiras de meu vô Tito, que passava as tardes revezando entre a leitura e a árdua tarefa de me entreter. Eu tinha seis.
Daí era matar aula pra ir ao cinema, andar de patins, passear na "rua dos cachorros", tomar cerveja preta no almoço encoberto pela minha vó e ler...ler muito...coleção vagalume, marcos rey, turma do gordo, joão carlos marinho, e lembro-me que nessa época foi que li o meu primeiro best-seller: Menino Maluquinho. O primeiro que ganhei veio pelo meu vô, claro. E fiquei maravilhado de ver como o Ziraldo me conhecia bem! Ele conseguia sintetizar com poucas frases por página tudo o que eu fazia no dia a dia.
Depois eu entendi que a infância de todo mundo, apesar de ser de cada um, guarda valores iguais para todos e essas percepções foram além-Ziraldo.
Na última noite, Os meninos de Kichute me pegaram de jeito. Márcio Américo já me divertia com seus vídeos de stand-up no youtube, mas nesse livro não existe a velocidade e a obrigação da piada, nem os risos obrigatórios e frases prontas. Meninos de Kichute é uma infância a ser degustada, de verdade.
É tudo aquilo que de inédito não tem nada, mas que a gente não cansa de ver por que nós remete a nós mesmos, aos amigos que ficaram, aos que foram, as maldades, merdas, paixões e inocencias que dirigem nosso desenvolvimento para uma vida que a gente nem sonhava em sonhar. A parada era simplesmente brincar, anarquizar, ver mulher pelada, entrar em filme proibido, dar porrada em garoto mais novo, se cagar de medo dos mais velhos, medo de fantasmas e por aí vai.
Tive uma bela surpresa com esse livrinho maravilhoso, e talvez esse seja um dos que eu realmente gostaria que todos lessem, todos mesmo.
Vale muuuito demais-pra-caralho-a-beça, até porque tá vendendo na banca de jornal por 15 pratas!
Beijos e inté!