glauco.freitas.3 05/10/2020
Muito bom!
Se tratando do primogênito da SABEDORIA, esse menino é meio lento...
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Depois das obras de Eduardo Spohr, é difícil não comparar obras que tratem da mitologia cristã com A Batalha do Apocalipse, mas é o mesmo que comparar Percy Jackson com God of War só pq é mitologia grega. Não só é burrice, como é... Enfim, é burrice.
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O livro foi escrito pela tsunderê da Editora Pendragon , que usou a já conhecida mitologia dos anjos banidos pra criar uma trama quase política bastante interessante, com mais ardil que pancadaria franca (num primeiro momento), traições, tramoias e anjo filhadaputa a rodo.
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Tenho alguns problemas com a narrativa, infelizmente. Primeiro: o livro tem uma linguagem mais prolixa, e sendo narrado em primeira pessoa, o personagem me escapa a suspensão de descrença, pq se um moleque de 19 anos fala assim eu já quero dar uma bicuda na glande... Segundo: fico meio dividido com as descrições dos locais porque não sou muito fã desse estilo de escrita, porém, ao mesmo tempo que eu não acho que precise saber quantos corredores o protagonista virou pra chegar no refeitório, parece que eu tô vendo a porra da Notredame na minha frente (isso antes de ter virado uma bola de fogo/o calor tá de matar) de tão precisa que samenina consegue ser. De novo, como a história é em primeira pessoa, essas descrições de monumentos e tal fazem parte do desenvolvimento do personagem, por ser aficionado por história e saber a origem das parada tudo. No fim, acho que é bem equilibrado, mas acaba atrasando a trama um pouco.
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Apesar de toda essa inteligência, Nataniel, o personagem principal, me parece meio... Conformado com tudo que acontece com ele. Digo, ele quer respostas, mas não parece muito ativo na busca por elas, só quer que os outros digam o que tá acontecendo. Por exemplo, ele vê um ser capirotesco desde criança, e nunca fez nada sobre isso... Em compensação, a contraparte feminina, é quem corre atrás das coisas, é quem busca respostas, é quem dá as bicudas quando precisa, é quem defende aquilo que acredita, MAS tem momentos de vulnerabilidade, como qualquer um, o que humaniza a personagem.
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Um ótimo livro, que peca um pouco no ritmo do primeiro terço, mas depois engrena e que vale muito a pena ser lido, principalmente por quem já gosta da mitologia cristã, de anjos e etc.
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Ps. Amitiel é um bunda mole/Haziel melhor personagem!