O Império dos Gibis

O Império dos Gibis Manoel de Souza...




Resenhas - O Império dos Gibis


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Aline 12/05/2022

Um império na ascensão e declínio
Comecei a ler esse livro sem nenhuma pretensão, mas me envolvi completamente. Sabe quando vai passando um filme na cabeça enquanto você está lendo? Foi assim que concluí esse livro lavando os olhos de dentro pra fora... Recomendo!
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Brunífero 02/05/2022

Bomba de lembranças
Por mais que minha condição de (possível-futuro) pesquisador agradeça o distanciamento que eu tenho, sempre tive o fascínio de estar em uma posição de nostalgia. Como seria ter vivido um período X, um fenômeno Y são perguntas que me faço mais pela sensação de se ter múltiplas vidas do que propriamente o desejo por nostalgia ou mesmo por achar que o passado era melhor - aliás, se tem uma coisa que eu abomino é o saque da expressão "bons velhos tempos" e correlatas. Por isso, olhei com muito interesse a empreitada jornalística de Manoel de Souza e Maurício Muniz que resultaria no livro O Império dos Gibis.
Viabilizada por financiamento coletivo, o livro reconstrói a história editorial dos quadrinhos do grupo Abril, que começa desde antes de sua fundação oficial (em 1950) até o encerramento dos Quadrinhos Disney, em 2018 - coincidentemente, pouco tempo depois do começo da escrita deste livro. Portanto, toda a história dos quadrinhos da Abril está coberta nesse livro, e sendo essa uma das mais longevas e significativas presenças do mercado editorial brasileiro, O Império dos Gibis já ganha, logo de cara, uma importância documental tremenda. Os autores, que já tinham experiência prévia (tanto pessoal quanto profissional) no mundo dos quadrinhos, são amparados principalmente por entrevistas com pessoas chave da editora Abril e do selo Abril Jovem (1989-97), como editores, publicitários, profissionais free-lancers, artistas, além dos profissionais dos Estúdios responsáveis pelos quadrinhos Disney e a Maurício de Sousa Produções, além da ajuda de algum estudiosos, aliado a pesquisas em jornais, trabalhos acadêmicos, tabelas de vendas, etc. É um trabalho de fôlego, comunicado por uma escrita tipicamente jornalística: rápida, objetiva e sem rodeios, ainda que com alguns toques literários, que adornam o livro de certa beleza e curiosidade quase infantis. São abordados, por exemplo, o método de impressão das revistas em quadrinhos nos anos 70, com direito até a causos, como quando as gráficas da Abril que imprimiam as revistas do Cebolinha foram paralisadas às pressas quando, durante a revisão de provas da revista, descobriu-se que um colorista da MSP tinha adicionado uma protuberância no Cebolinha em uma cena de banho. É o tipo de estória que está lá para dar personalidade, um rosto aos fatos frios.
Fato é que o livro é dinâmico e sério na mesma medida, e eu achei essa combinação bem legal por parte dos autores. No entanto, sei que, por projeto ou não, o livro acabou muito mirado por colecionadores e por compradores da época. Meu pai mesmo, que leu os gibis da Marvel já pela Abril no fim de sua adolescência, ficou encantado pela proposta do livro. Claro, a nostalgia ataca, ainda que os autores sabiamente não a tornem o foco principal da coisa - eu mesmo, que não peguei essa época, consegui aproveitar bastante o livro do mesmo jeito. Ainda assim, o livro não deixa de evocar o passado das publicações pelas entrelinhas, com o duplo intuito da homenagem-desmistificação. Homenagem quando detalha o processo de letreiramento em uma época anterior ao computador, mas também desmistificação quando relata os casos de censura dos quadrinhos quando estes eram "adultos", em contraposição à ideia do mercado brasileiro e da própria Abril de que quadrinho é algo "infantil". Esse é só um exemplo de vários de um delicado, mas bem-sucedido equilíbrio. Sinto que os autores são bem justos quanto á importância da Editora Abril na história do mercado editorial de quadrinhos aqui no Brasil.
Para mim, porém, a marca que fica é a de uma porta para uma arte perdida. Hoje em dia, os quadrinhos são para (e lido por) poucos, por uma série de razões a qual Manoel e Maurício abordam, visto que essas razões foram, aliadas a erros estratégicos, fatais para o domínio da Abril nos quadrinhos. É um processo histórico, tão complexo quanto delinear a queda da Nova Hollywood e o qual não cabem chavões geracionais ou lamentações superficiais, o que nem por isso deixa de ser lamentável. No fim das contas, os quadrinhos europeus sempre foram de nicho e os americanos, especialmente os de super-heróis (e não só no Brasil) acabaram por ficar restritos a barreiras etárias. Essencialmente, qualquer pessoa com menos de 35 anos tem muito menos chance de se afeiçoar aos bastidores da editora Abril. Faço por interesse de pesquisa, que não vale só para o livro, mas também para os sentimentos que parece despertar. Por que, afinal de contas, o que significa a nostalgia? Normalmente, é um sentimento que diz mais sobre a pessoa do que sobre o objeto o qual se sente nostálgica, mas nesse caso, existiram méritos em se pegar uma época assim.
A Abril, mesmo já tendo passado, teve enorme influência na chegada dessa sempre estranha arte de se desenhar quadros em papéis em uma leitura simultânea. Sem contar que, para uma editora de tão grande porte e com tanta demanda, a sua variedade e seriedade nas publicações é algo poucas vezes visto no mercado. Para cada grupo de revistinhas de super heróis, havia um Watchmen, um Blood, algo que fazia o gosto do consumidor avançar. De certa maneira, dá pra considerar que, conforme o leitor de quadrinhos crescia, a Abril crescia junto com ele. Um hipotético leitor nascido no fim dos anos 60 cresceria com Turma da Mônica e as revistas da Disney; mais tarde, na pré-adolescência e na adolescência propriamente dita, as revistas de super herói davam para o gasto, e já na fase adulta, coisas como o selo Vertigo estariam esperando por ele. Não somente as tiragens são inimagináveis para os dias de hoje; também o são o tamanho da empreitada e a circulação das revistas. O prestígio cultural dos quadrinhos no Ocidente, ganho especialmente no fim dos anos 80, não colaborou para a renovação do público, mas isso não deveria ser tão surpreendente assim - quando se entende que uma arte é valiosa, se cria meios para evitar sua massificação, e já que vivemos em uma realidade capitalista, parte disso significa elitizar o público. Essa certamente não é a única razão para a perda de protagonismo cultural dos quadrinhos (a emergência da televisão e dos videogames e, convenhamos, a cronologia da Marvel e da DC não ajudaram em nada), mas acredito ser uma das razões principais. Mas ainda deixou uma marca, uma que consigo compreender.
Como alguém que leu esse livro pela curiosidade e com um interesse de pesquisa, gostaria de ter falado mais sobre aspectos mais técnicos. No entanto, a dimensão da nostalgia alheia foi bem difícil de evitar na minha avaliação. Para a maioria das pessoas que lerão esse livro, esse livro é mais uma celebração do que propriamente uma investigação, então talvez o choque de descobrir a censura de um beijo lésbico (como foi o caso da edição da Abril de Camelot 3000) possa não ser tão grande. Nem tanto por uma questão de preconceito direto; eram outros tempos, e esse pressuposto autoriza a uma leveza ao qual não se permite na vida adulta. Além do quê, ao final da leitura, notei que estava um pouquinho mais envolvido para além das palavras de "isso é um bom livro". Agora que eu conheço um pouquinho dessa história, e porque é interessante, é como se parte dela fosse minha também. Porém, não como uma viagem ao passado infantil, mas como a trajetória de uma arte. É uma ressignificação, uma das grandes alegrias da existência, e não puramente da história. Por que, se você continua em frente lidando com o mais imediato que existe, não é interessante descobrir e redescobrir algo que o valha?

*Obra de edição única, da Editora Heroica, dos mesmos autores (praticamente uma autopublicação). Além do texto em si, o livro é acrescido de um epílogo, agradecimentos pessoais, agradecimentos dos apoiadores mais proeminentes do financiamento coletivo (além da listagem de cada apoiador individual), lista de fontes, depoimentos (diretos e coletados) reportagens e bibliografia, galeria de fotos, número total de títulos lançados pela Abril e listagem de cada um deles aliado ao número de vendas (!!!), além de prêmios recebidos e os créditos para os profissionais que trabalharam nos quadrinhos lançados pela Abril.
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SuperCaruso 15/07/2021

Imprescindível pro fã da antiga
Esse livro conta a trajetória dos quadrinhos da editora Abril desde os seus primórdios até o último instante. Como eu fui leitor dos anos 90 até 2000, o livro foi uma experiência maravilhosa pra mim, me revi em diversas bancas de jornal do meu passado. Mas pra quem não é leitor de HQs dessa época, talvez essa não seja uma boa pedida!
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Raposo 17/06/2021

A história da gigante Abril
Ler "O Império dos Gibis" me gerou um misto de sensações, pois fica aquela alegria por conhecer mais da era de Ouro da Editora Abril, contudo também fica o amargor por compreender melhor tudo que levou ao fim da área de quadrinhos da empresa (e da empresa, por tabela).

Todo livro trata o assunto de uma maneira que agrega informações e te mostra, de uma maneira bem informativa, toda trajetória da empresa dos Civita no ramo dos quadrinhos. Temos entrevistas, dados que mostram como estava o mercado em cada época e, até mesmo, temos espaço para ver a concorrência.

A forma como tudo é narrado é bem competente e te prende nas páginas seguindo a leitura sem pensar duas vezes, além de conseguir te despertar um olhar mais analítico de como os eventos parecem cíclicos em alguns pontos.

No mais, dá para dizer que o Império dos Gibis é, efetivamente, o primeiro livro em teor mais jornalístico que leio e agregou muito ao meu repertório, além de me apresentar pontos que eu desconhecia totalmente.

É uma excelente pedida para quem deseja conhecer mais sobre a Editora Abril e entender melhor o mercado editorial, pois há informações que são úteis, de forma ampla.
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Rinaldo 18/03/2021

O Império dos Gibis
Uma excelente biografia não de uma pessoa, mas de um aglomerado que fez a história dos quadrinhos no Brasil ser diferente.
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Dudu 15/10/2020

Da Ascenção a queda
Não existe título melhor pra este livro do que o Império que a editora Abril exerceu sobre os quadrinhos Brasileiros durante grande parte de sua atuação no ramo. Vemos relatos e bastidores do que foi a maior editora de quadrinhos e podemos entender, pelo menos um pouco, como se deu a sua queda e pra onde estar indo a edições recentes de HQs já que cada vez mais as edições de bancas morrem e em seu lugar a Amazon e outras gigantes vendem encadernados de editoras para ninchos bem específicos com produtos chegando a quase meio salário mínimo atual.

Uma leitura super recomendada.

A única crítica a se fazer é o acabamento que poderia ser melhor, pois a cola do meu exemplar está soltando.
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Otávio 17/09/2020

Império de papel
É realmente incrível acompanhar a ascensão e queda desse império editorial a que tanto deveu aos quadrinhos. O livro é uma leitura indispensável não somente para os fãs de quadrinhos, especialmente das antigas, como para aqueles que s3 interessam pela história da mídia impressa de nosso país.
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Willian.Lima 22/06/2020

Maravilhoso!
Li e apesar de não ser crítico literário, nem outra coisa... não resisti em postar um breve comentário.

O império dos gibis conta com riqueza de detalhes os bastidores da maior editora de revistas do país, do ponto de vista dos criativos editores (e demais colaboradores), no Brasil, dos quadrinhos da Disney, Marvel e DC (muito antes da moda nos cinemas), além das primeiras publicações da Turma da Mônica e outros.

O livro tem uma narrativa muito interessante, que me lembrou a célebre história de “Marvels”, escrita por Kurt Busiek e lindamente ilustrada por Alex Ross, focando o dia-a-dia do universo daqueles que fariam a história das histórias em quadrinhos no Brasil, contextualizando os momentos que trouxeram Victor Civita ao país, a fundação da Editora Abril e sua derrocada após 68 anos em 2018. E assim como em “Marvels”, mas da vida real, os pobres mortais da equipe de quadrinhos, sentem os reflexos das decisões sobre humanas da diretoria.

Um livro muito bem acabado, muito bem escrito, e não dá para distinguir quem escreve o que dos dois autores Manoel de Souza e Maurício Muniz, pois ambos estão muito bem alinhados, provavelmente graças aos anos de trabalho em conjunto na revista Mundo dos Super-Heróis, da Ed. Europa.

É bem verdade que na revisão passou uma ou duas palavrinhas mal digitadas, que nem chegam a comprometer dentre 544 páginas de conteúdo, apesar de uma palavra, ou variações dela, se revelar recorrente na história da Abril: obscura.

Vale cada centavo investido, uma obra importante, reveladora, didática e um belo presente para quem se interessa por arte, a nona arte no Brasil.

P.S.: Depois de reler novamente a obra, não consegui encontrar os erros mencionados, tornando-o ainda melhor da segunda vez...

site: https://www.editoraheroica.com.br/o-imperio-dos-gibis-a-historia-do-quadrinhos-da-editora-abril
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Mutante X 20/06/2020

Obra Heroica
Um livro que assusta pelo tamanho - são 544 páginas - mas com uma leitura tão fluente e agradável que é devorado em pouco tempo. Os autores Manoel de Souza e Maurício Muniz realizaram um trabalho jornalístico heroico - impossível evitar o trocadilho com o nome da editora - ao resgatar dados inéditos sobre a mais importante editora de quadrinhos do Brasil, que alfabetizou e encantou várias gerações e revelou inúmeros talentos. Uma obra que fazia falta no mercado editorial e que, certamente, se tornará referência em futuros cursos universitários, além de fonte de informações para vários veículos jornalísticos pela excelência na apuração e na impecabilidade do texto, com raríssimos erros que são insignificantes ante o tamanho da obra. Merece todos os aplausos e prêmios jornalísticos do ano.

site: http://mutantexis.wordpress.com
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JCarlos 28/05/2020

Império dos Patos
A novíssima Editora Heróica entrou com o pé direito no mercado editorial e me proporcionou o prazer de ler tudo o que precisava saber sobre a trajetória do Império Abril.
Quem acha que a frase ?tudo começou com um pato? é suficiente para conhecer o início e fim de uma gigante do entretenimento, desconhece todo o mecanismo e revolução cultural de décadas da presença dos quadrinhos em nosso país, geridos pela empresa.
Histórias emocionantes, segredos dissecados e memórias que se misturam com crescimento e amadurecimento de toda uma geração.
De uma pegada só, a leitura de suas mais de 500ps fluiu bem, graças ao texto impecável e a extensa pesquisa exercida pelos autores.
Recomendado para todos aqueles amigos, colecionadores e amantes da nona arte.
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