Gildelandio Junim 19/01/2024
Manual de livros de época para iniciantes no gênero
Enola Holmes é um livro curtinho, o que tem lados positivos (ser uma leitura mais leve e mais rápida) e negativos (ter um final um pouco apressado ? na minha opinião).
Ao decorrer da história, nós conhecemos Enola, irmã mais nova do famoso detetive Sherlock Holmes. É uma menina engenhosa, criativa e um tanto atípica para as outras garotas de sua época, caracterizada muitas vezes como "impertinente" e ? erroneamente como ? "tola". Na trama, Enola é designada e corajosa, mas também muito ingênua em relação ao mundo fora da propriedade de sua família.
Ademais, outro ponto controverso e um tanto redundante ao decorrer da obra são suas motivações, que tendem a mudar constantemente (acompanhando o desenvolvimento e amadurecimento da jovem) mas que em certo momento da narrativa tendem a retornar ao que eram antes, causando uma "quebra" na evolução da personagem. Como leitor, digo que as motivações líquidas de Enola podem ser decorrentes de sua imaturidade etária, mas que não condizem com outros engenhosos feitos da jovem durante a obra.
Entretanto, a leitura tem uma tendência a adaptar o dialeto da época ao linguajar atual, de forma que o leitor tenha uma experiência de compreensão e imersão na obra sem quaisqueres dificuldades.
Em relação à adaptação cinematográfica atualmente pertencente à Netflix, gostaria também de deixar um adendo. Foi uma adaptação pouco fiel, com inúmeros elementos da obra trocados ? tanto na personalidade de Enola quanto no enredo da história. Todavia, tem um desenrolar muito fluído, que conseguiu refinar a personalidade da personagem de forma a conseguir trabalhar o seu amadurecimento, ouso dizer que é a melhor adaptação infiel à obra original que eu já assisti, mas que não consegue ? obviamente ? se igualar a experiência etéria de ler.
Eu sugiro que, a quem interessar, primeiro leia a obra original e depois assista à adaptação, pois algumas informações se perdem quando levadas para o mágico mundo dos cinemas e que apenas nós ? leitores ? conseguimos entender e absorver totalmente aquela história. Não vim aqui para contrapor livro e filme, muito pelo contrário: com a coexistência de ambas as obras, podemos entender, absorver e vivenciar com ainda mais vivacidade do que se houvesse apenas uma.
?Obrigado pela atenção, Gildelandio Junim.