Paraíso Perdido

Paraíso Perdido John Milton




Resenhas - Paraíso Perdido


11 encontrados | exibindo 1 a 11


@aprendilendo_ 22/05/2022

Resenha de Paraíso Perdido
Publicado pela primeira vez em 1667 e escrito por John Milton, Paraíso Perdido é um dos grandes clássicos literários da história, sendo considerado o ápice da poesia épica de língua inglesa até os dias de hoje. Nesse contexto, mesmo com o conturbado momento político na Inglaterra, bem como o fato de estar completamente cego, nada impediu Milton de escrever o livro composto por 12 cantos divididos em cerca de 10.500 versos, o qual tem, como inspiração, a gênesis cristã.

Em síntese, o poema épico, narrado pelo próprio John Milton, conduz o leitor por todo o processo de queda do ser humano, desde a criação do inferno até a conversa entre o Diabo e Eva e a derradeira expulsão do ser humano do Éden. Nesse sentido, o grande charme da história está na forma como o escritor preenche algumas lacunas temporais do livro inicial da bíblia. Isso, pois, de forma magistral, acompanha-se momentos épicos que sempre imaginamos, como a batalha dos Anjos de Deus contra Lúcifer e a discussão entre e Adão e Eva após a queda. Assim, estruturada em 12 cantos, cada um com uma média de 850 versos, a obra não se perde em momento nenhum naquilo que promete, conseguindo entregar uma história singularmente complexa, sem deixar nada a desejar.

Paraíso Perdido certamente não é um livro fácil, principalmente para aqueles que não estão acostumados com poesias ou literaturas épicas. No entanto, com um grau de dificuldade bem menor que Divina Comédia por exemplo, a obra consegue manter um ótimo e fluido desenvolvimento, caracterizado pela envolvente narrativa e extraordinária criatividade do autor. Como consequência, com o passar dos cantos, o leitor acaba por acostumar-se com a escrita e ser imergido por completo na história, o que torna tudo muito mais fácil de se acompanhar e compreender. Por isso, a obra inspirada no gênesis cristão certamente é uma das melhores escolhas para aqueles em busca de entrar no mundo da poesia ou simplesmente conhecer uma das grandes demonstrações de criatividades narrativas da humanidade.

Paraíso Perdido beira a perfeição e mostra, do início ao fim, o motivo de ser considerada uma das grandes obras de todos os tempos. Com uma criatividade singular, além de uma das escritas mais belas já desenvolvidas, o livro está na curta lista dos clássicos que todo amante da literatura deveria tentar ler pelo menos uma vez na vida.

Nota: 10
Instagram: @aprendilendo_
almeidalewis 23/05/2022minha estante
Gostei da resenha ????




Saulo115 05/11/2020

Redenção...
[...]"Sei de hoje em diante que me cumpre à risca
Obedecer a Deus, com susto amá-lo;
Portar-me sempre como estando ante ele;
Ouvir-lhe a voz que soa íntima na alma;
Confiar só nele que piedoso estima
Das suas mãos os portentosos feitos,
Que co'a força do bem o mal destrói,
Que faz com poucos meios coisas grandes,
Que pelos fracos aniquila os fortes,
E que por meio de simpleza humilde
Confunde a fátua ciência dos mundanos.
Sei que sofrer por sustentar verdades
É valor que me ganha alta vitória,
E que os olhos do justo a morte encaram
Como porta por onde entrar lhe incumbe
Na vida tão ditosamente eterna.
Essas lições me deu co'o próprio exemplo
Esse meu Redentor sempre bendito"[...]

...Canto XII
comentários(0)comente



Edson Lima 19/06/2022

A principal obra de Milton (1608-1674), é também uma obra muito importante para a literatura ocidental.

Poema formado por 12 livros; Milton escolheu um verso não rimado, sendo a rima para ele apenas uma decoração. A história que começa logo após a batalha entre Satanás e suas tropas e as legiões divinas. a história terminará quando Adão e Eva deixarem o paraíso terrestre para reconstruir um paraíso interior muito mais feliz. Obra salva pelos Românticos, Milton torna Satã em seu verdadeiro protagonista e sua imagem se deteriora à medida que ele se metamorfoseia durante o texto: querubim, depois cormorão, depois sapo, depois cobra. Particularmente comovente a passagem em que Adão renuncia ao paraíso para compartilhar o destino de Eva. Um grande clássico.

A beleza formal da obra me prendeu e a sua importância contextual e histórica é interessantíssima. Não há como não ser seduzido por sua muitas imagens evocativas: o inumerável exército de demônios com suas bandeiras balançando ao vento, O Olho que observa e vê tudo em cima de uma torre (olha aí uma possível inspiração para Tolkien), os demônios de repente se transformaram em serpentes sibilantes e rastejantes, Noite e Caos, Sin, a filha de Satanás, devorada por cães que saem de suas entranhas. Cheio de referências mitológicas gregas e latinas - notadamente à Ilíada e à Odisseia, à própria Musa de Homero, mas também comparações mais inesperadas em um poema bíblico como a evocação dos planetas ou o telescópio astronômico de Galileu. Extremamente rico, muito evocativo, mas também às vezes bastante longo e cansativo.

O início é a melhor parte, contando sobre a queda de Satanás e seu longo caminho para escapar e voltar para tentar e corromper o mundo e os primeiros homens. Satanás é uma figura complexa, monstruosa e fascinante no sentido literal, ou seja, não podemos desviar o olhar dele: sedutor, carismático, orador, inteligente. Fui surpreendido porque há muita sensualidade no texto. Amor e desejo físico são evocados.

Não tenho todas as referências bíblicas, mas essa história é tão fundamental em nossa cultura que eu conhecia os eventos e não é muito importante saber todos os nomes de demônios ou anjos.

É preciso lê-lo como um poema do século XVI, sem lançar um olhar muito atual sobre ele, para ver todas as suas ricas imagens evocativas.
comentários(0)comente



Mel Fernandes 06/12/2021

Explica muita coisa...
O livro faz um recorte interessante do pensamento religioso da época, pela ótica de um crítico da Igreja e da monarquia, mas ainda assim crente fervoroso. Pra mim que não sou grande conhecedora da Biblia, despertou curiosidade de ir aos escritos originais e comparar até que ponto o autor criou sua própria interpretação das escrituras. Permite também compreender como o Gênesis influenciou e facilitou o patriarcado a se estabelecer, através da visão religiosa sobre a culpa e a propensão à transgressão da mulher, herdada pela "fraqueza" de Eva. A mulher posta como a criatura a ser controlada, guiada, feita para servir e obedecer sem contestação ao homem... e até como ameaça à natureza pura e divina do homem criado à imagem e semelhança de Deus... chega a dar raiva pensar em quanto sofrimento isso causa até hoje...
comentários(0)comente



andyelivros 08/01/2021

Um épico inglês!!
Um dos maiores poemas épicos da literatura ocidental - de uma tradição que inclui a Ilíada e a Odisseia de Homero, a Eneida de Virgílio e a Divina Comédia de Dante -, o Paraíso perdido foi publicado originalmente em 1667, na Inglaterra, em um período especialmente turbulento daquela nação. Seu autor, John Milton (1608-1674), foi um dos grandes intelectuais de seu tempo e destemido apoiador da Revolução Puritana inglesa, que depôs e executou o rei Carlos I e proclamou a República em 1649. 
comentários(0)comente



Ramalho 21/06/2021

Não é lírico, mas é épico: grandioso
Paraíso Perdido é uma obra pouca lida dentre os poemas épicos do mundo ociedental; tendo lido agora eu acredito saber o porque: é uma obra com um teor incrivelmente biblico, e diferente de Dante, aqui acontece um relato quase todo conhecido das pessoas: a queda do homem do Éden junto com a queda de Satã do Céu. Aquele caído por influencia de Satã, e este caído por sua própria desgraça.
É uma pena que seja pouco lida, pois até o momento é minha epopeia favorita; isso não pelo tema e nem pela demonologia gigantesca que Milton apresenta em versos livres (sem rimas), mas sim pelas analogias construídas pela queda de um filho primogênito (Lúcifer) sofrido pela inveja do irmão mais novo (Jesus) e consequentemente sua vontade de matar o pai e tomar seu lugar. Freudiano né? Exatamente. A história biblica tem muito disso, assim como a queda dos filhos primogênitos de Deus, Adão e Eva, duas desgraças humanas que caem na desgraça. essa é uma pura leitura epica, e a edição ajuda muito com as notas de rodapé, sem duvida é grandioso, cheio de guerras e trajetórias grandiosas, como a guerra dos arcanjos e com o nascimento do inferno.
comentários(0)comente



Celia.Mattos 03/09/2021

Depois de ter lido ?A Divina Comédia?, confesso que comecei este livro com receio de que tivesse a mesma dificuldade, e felizmente me enganei! ?Paraíso Perdido? é um livro fascinante, transformando a narrativa bíblica em poesia, trazendo também referências mitológicas gregas.
Dividido em doze contos, Milton nos apresenta a queda de Lúcifer e a formação do inferno e suas hordas, a criação do mundo e do homem por Deus, a vida no Éden de Adão e Eva e o episódio com a serpente, que origina o banimento do casal, e as consequências deste ato para a humanidade.
A narrativa expande o texto bíblico e nos encanta reconhecer esses personagens que temos tão comuns, devido ao largo alcance que essas histórias religiosas possuem. Um clássico que vale muito a pena a leitura!
Larissa.Peri 22/09/2022minha estante
Olá, como vai? Você poderia me dizer se essa edição tem as ilustrações?


Celia.Mattos 22/09/2022minha estante
Oi, desculpa a demora em responder, só entrei no aplicativo agora a noite. Essa edição não tem ilustrações.




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Henggo 15/12/2023

Beleza, é um clássico, épico, louvado e o diabo a quatro. Mas PQP que porre. Certo, talvez eu não esteja "no clima" para ler algo assim, talvez não seja (ainda) o "momento certo", meus 35 anos como leitor voraz ainda não sejam suficientes para encarar este livro (assim como foi com a versão original de "Dom Quixote"), mesmo assim, haja paciência. Li os três primeiros cantos naquela expectativa de "Urru! Vai melhor! Urru! Bora lá!"... Não deu, amigo. Fica pra próxima. Tchau e benção. Vou pegar o beco.
comentários(0)comente



Talvanes.Faustino 02/02/2023

Tradução boa
Esta edição de #paraisoperdido vem com uma tradução muito comum no #brasil?? que uma já clássica e em #dominiopublico por sua vez a tradução da #editora34 é além de moderna, seu tradutor parece ser mais fiel a intenção de pintar #lucifer em acordo com a intenção de #johnmilton

Então o tradutor não é esse ser imparcial que paira acima das coisas e dos homens? As aspirações, individuais, as crenças e as ideologias de um tradutor influenciam, porque acreditem ou não, os tradutores são seres humanos, não são máquinas, e digo mais, os tradutores não vivem em bolhas, apartados da sociedade do seu tempo.

Sobre isso encontramos em #jorgeluisborges uma leitura cirúrgica, no texto "Os Tradutores das Mil e Uma Noites" onde o poeta argentino discute, como as sutis mudanças, na tradução, motivadas por diferentes perfis dos tradutores e de seus momentos históricos, levaram a obra por caminhos diferentes, porque uma palavra muda tudo, mesmo que sejam sinônimos, dizer que alguém ou uma coisa é bonito ou belo, pode no dicionário dizer coisas iguais, mas diz coisas diferentes no conceito, no contexto e em questões objetivas ou subjetivas de quem está falando.

Então faz diferença ter várias traduções do mesmo livro? SIM.
comentários(0)comente



Nathalia184 30/04/2023

Livro que foi difícil de passar por ele, nos últimos meses eu li e reli - tanto em inglês quanto em português.
Teria gostado mais da experiência se a tradução fosse uma atualizada e não soasse tão literal em diversas passagens.

O poema em si é belíssimo, comunica-se com valores íntimos presente em humanos, a angústia, a ânsia, o orgulho. Um trabalho verdadeiramente único.

Gostaria que recebesse uma tradução foda para poder voltar a ele em breve, mas até esse dia chegar, continuarei namorando com os versos de Paraíso Perdido em inglês.
comentários(0)comente



11 encontrados | exibindo 1 a 11


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR