Claudinei 19/01/2022
1984 mais high tech
Algo muito bom pra paz de espirito é não se deixar levar por nenhum viés político, ao menos não de forma extrema ou fanática, sendo assim é possível ler tranquilamente um quadrinho como esse. Por que estou dizendo isso? Pelo fato do autor dizer que esse é um “quadrinho de direita” e isso ter gerado muitas polêmicas e discussões nos grupos de gibis, como não tomei partido nenhum (isso rende até um trocadilho, rs) eu pude ler sem culpa.
Esse quadrinho começa de forma alarmante, com uma citação da obra de George Orwel 1984, além de alguns recortes de notícias sobre política e tecnologia, preparando o terreno para o que vem a seguir no futuro, mais precisamente em 2045, num mundo regido por um Governo Global, com bases “Marxistas” que fizeram o oposto do que é pregado no então socialismo, onde ao invés de igualdade e liberdade, há ainda maior desigualdade, fome e miséria para a maioria, e luxo e fartura para uma minoria dominante, que além de tudo controla a população através da tecnologia, nesse cenário, numa São Paulo apocalíptica vive João Destro, um resistente dessa “nova ordem”, que mesmo em condições miseráveis ainda não se rendeu, e após ser salvo por uma “lenda urbana” da resistência, se junta a um grupo rebelde, liderado por um garoto gênio, João com seu conhecimento militar resolver preparar esses “rebeldes” para revolução contra o sistema global, o que imediatamente suas ações incomodam os chefões que farão de tudo para que essa revolta morra antes que se espalhe pelo restante do Brasil e do mundo. Com roteiro de Luciano Cunha, recheado de teorias conspiratórias e referências ao nosso mundo atual, ele conduziu bem a narrativa, claro que, sempre direcionando o “bem” para a direita e o “mal” para a esquerda, isso as claras, sem mascarar nada, a arte do Michel Gomes, essa sim está perfeita, um traço bem próximo do realista, ótima ambientação.
Como citei, ler de forma apartidária, diversão garantida, de maneira ideológica, pode não agradar muito.
@Leitor1986