Frankenstein

Frankenstein Mary Shelley




Resenhas - Frankenstein


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Mateus 30/09/2010

Frankenstein sempre foi para mim sinônimo de terror e monstruosidade. Quando alguém dizia o nome, ligava a um monstro aterrorizante e sanguinário, com o corpo grotesco e deformado. Tal foi minha surpresa ao ler o livro quando descobri que na verdade o monstro não se chamava Frankenstein e nem era aterrorizante como eu imaginava.

Sinceramente, Frankenstein está mais para drama do que para terror. Entrei no mundo de Mary Shelley achando que estava entrando em um mundo assustador e bizarro, mas acabei entrando mesmo num universo triste, melancólica e de proporções graves. Foi uma decepção? Em certos aspectos sim. Mas mesmo não sendo o grande terror que eu imaginava, se mostrou um livro dramático excelente e que nos faz pensar na vida.

O Dr. Frankenstein tentou aquilo que muita gente sonha: vencer a morte. Mas tudo o que conseguiu foi criar um monstro horrível, que amedronta todos aqueles que passam por perto. E o monstro é malvado, como sua aparência leva a crer? Absolutamente não. Tem o coração mole, é bondoso e está pronto a ajudar os outros. Mas o mundo acaba tornando-o abominável, por ser excluído de tudo. Quem não se tornaria assim em tal situação?

O monstro, que a primeira vista deveria me amedrontar, acabou me conquistando. Comecei o livro achando-o bizarro, e terminei achando-o a criatura mais sofrida e solitária do planeta. Tudo o que fez ou deixou de fazer foi pelo fato de ter sido abandonado e desamparado por seu criador. Seu criador o abandonou, deixou-o a mercê do mundo, para que todos fizessem o que queriam com ele. Quando ele percebe em que situação está é que começam seus assassinatos e mortes. Todo sangue derramado não foi nada mais nada menos do que a consequência de tudo o que o mesquinho Dr. Frankenstein fez.

Se analisarmos bem, veremos que o monstro é uma metáfora para todos os excluídos da sociedade, todos aqueles que as pessoas tentam se distanciar e que acham horríveis. Mesmo essas pessoas denominadas horríveis possuem sentimentos, e não tem o coração de pedra. Enfim, é um ótimo livro, com uma história excelente e um dos melhores personagens da literatura. Mas não caiam na bobagem de achar que o livro é de terror como eu pensei. Talvez esse pensamento seja fatal para a leitura.
Milena Karla - Mika 25/03/2012minha estante
Acho que quem era o malvado de verdade foi o Dr. Frankenstein que acabou criando um monstro.


Isabela 03/04/2012minha estante
Ótima resenha! Resumiu tudo que pensei enquanto li o livro. Acho que entendo Victor Frankenstein, ele errou quando criou e abandonou o monstro, mas o monstro só foi procurá-lo depois estragar sua vida!


Milena Karla - Mika 15/06/2012minha estante
Depois que li sua resenha resolvi ler esse livro e... achei bizarro também, e chato, tanto que abandonei ele. Não consegui continuar por que tinha Livros melhores para ler. Mas o tanto que li pude perceber e concordar com tudo que você falou aqui nessa resenha.


Lohan 25/08/2012minha estante
Um dos melhores livros que já li, concordo plenamente com você. Um dos poucos livros que li e senti uma tristeza e um abandono tão grandes como a que os personagens sentem. No fundo, no fundo acho que o Dr. Frankenstein não foi mal, só não sabia o que fazia e tomou atitudes desesperadas. O livro mostra a nossa essência, e brincando com o nome de outro livro, somos como o médico e o monstro.


Londongui 29/12/2012minha estante
Tanto que o nome do livro deveria ser "O monstro de Frankenstein" acho que algumas edições trazem o titulo assim. Talvez seja culpa dos filmes a atribuição de nome de Frankenstein a criatura. Tanto que ela não tem esse nome e é tratada em todo o livro como criatura ou monstro.


Rossana 05/07/2013minha estante
Ótima resenha! Até me arrependi de ter abandonado o livro. Fui até a metade, não insisti pois achei a história muito triste e parada. Mas a simbologia apresentada pelo livro realmente é de se admirar.


Giu 23/06/2014minha estante
Acabei de terminar a leitura e pra mim, é um dos melhores livros que já li. A curiosa história do Dr. Frankenstein mostra que a ambição em excesso desgraça vidas. E a criatura não é o centro da narrativa, é sim Victor na sua cruel insanidade e ações desmedidas, ele é o vilão de toda a a trama.


Vitor Hugo 28/08/2015minha estante
Exatamente como pensei, Mateus.


kitsune1977 20/02/2016minha estante
bom, era terror na época em q foi escrito...e por mais incrível q possa parecer pra alguns gostei muito mais de frankenstein q de drácula de bram stoker(li os 2 seguidos). esse livro é maravilhoso. e, sim, frankenstein é o verdadeiro monstro e não a criatura.


Agnaldo Alexandre 05/02/2020minha estante
Olá. Frankensteinnao é terror, nem foi pensado dessa forma


Lenicio 21/03/2020minha estante
Não obstante os contornos midiáticos e superficiais que o Frankestein ganhou no cinema, o livro apresenta singularidade profunda e carregada de sentido.
Interpretei o ?demônio? como o lado sombrio do Dr. Victor; a personalidade atormentada do protagonista, e sua indiscutível genialidade, levou-me a identificar um transtorno dissociativo de personalidade (dupla personalidade). Repare que, volta e meia, as pessoas próximas ao Dr. Victor percebiam alguns acessos de loucura.
O ?demônio?, a criação de Dr. Victor, nada mais é do que uma alegoria da autora para estampar o lado sombrio e maligno do cientista.
O Dr. Victor, nas suas pesquisas, se tornou antissocial, deixou de comunicar com a família, trancafiou-se no quarto tento um objetivo por demais pretensioso: fazer as vezes de Criador, gerar a vida. Era o seu único objetivo. A sua ambição e luxúria de conhecimento o levou à loucura, a ponto de idealizar, como criatura, aquela figura horrenda. O ?demônio?, a outra personalidade gestada, leva


Alê 25/03/2020minha estante
Ainda não finalizei a leitura mas tive as mesmas impressões descritas acima. Também não conhecia a história e estou surpresa com a maneira que ela vem se desenvolvendo, relatando sentimentos presente nas relações humanas. Busquei a leitura após assistir ao filme sob a vida de Mary Shelley, na Netflix, lançado por esses dias.


Nai 14/04/2020minha estante
Essa edição é boa ?tipo é arrastada ?


Alipio 07/05/2020minha estante
a sua tesenha me despertou para lê-lo tb.....a visão que eu " tinha" era a mesma, mas pela sua rezenha, parece bem interessante???


Ruth.Pimenta 19/06/2020minha estante
Excelente resenha! ????????


Cleber.Rios 20/10/2020minha estante
Mas eu não entendo o porque as pessoas associam o Frankenstein com terror sendo que até os filmes não são de terror (eu digo os primeiros etc)


d.grzn 18/12/2020minha estante
Concordo. É um livro sobre a condição humana, sobre os enjeitados. E eu tenho raiva do Victor.


Jéssica 13/02/2021minha estante
Concordo com você, Lenicio. Durante a leitura fiquei me questionando se o "demon" n era o próprio Victor Frankenstein, se ele n tinha outra personalidade assim como o personagem do filme clube da luta. Mas minha teoria caiu por terra quando o Capitão Walton viu a criatura.


Isadora.Cristina 30/05/2021minha estante
Meu favorito por me surpreender em cada detalhe. Me apeguei na doçura da criatura e a descoberta de que o vilão é o humano "perfeito" foi incrível.


Tiago 04/07/2021minha estante
Fiquei surpreso quando descobri que o nome do monstro não era Frankenstein.dei 4 estrela ao livro pois depois de um tempo a leitura ficou cansativa mais foi coisa de 10 páginas depois não parava mais de ler.


Isa Montela 04/09/2021minha estante
Terminei de ler o livro agorinha. Concordo com tudo isso que você escreveu! Quem não conhece a figura de Frankenstein? Mas são poucos os que conhecem a real estória contada por Mary Shelley no livro. Crescemos com uma visão de Frankenstein que acredito ser mais adaptada do que a que a autora queria transmitir. Eu amei o livro de verdade! Vale a pena mergulhar nesse clássico.


Dorian 17/10/2021minha estante
É o meu livro favorito. O jeito que Mary Shelley lida com os temas de luto, abandono e morte no livro são tão humanos, e ao mesmo tempo monstruosos! A criatura me deixa triste, porque ela não pediu para ser trazida à este mundo. Foi rejeitada por seu criador e negado tudo que desejava. É definitivamente uma obra de arte.


Coelho 17/10/2021minha estante
Nossa, estou bem no início e a minha ideia até agora sobre o Victor é bem essa, achei ele um covarde, me deixou até desanimada de ler.


neide.euzebio 17/11/2021minha estante
Concordo com Vc Mateus, tive tbm a mesma impressão q vc teve antes de iniciar a leitura desse livro, no entanto, vi outra realidade, uma história impactante que trazendo p a realidade atual, vimos a genialidade da autora nos mostrando um ficção tão atemporal.


Duda.Gomes 19/12/2021minha estante
Também comecei o livro acreditando ser de terror e me surpreendi com ele, o final é surpreendente e confesso que durante a leitura muitas vezes fiquei indignada com Frankenstein que é tido por todos como um gênio brilhante um nobre de boa alma mas ao meu vê é um mimado mesquinho sem nenhuma responsabilidade que vive de se vitimizar e o final do livro é surpreendente, confesso que não imaginava mas amei a leitura


Jplima 14/09/2022minha estante
Como que lê


Daniel 22/09/2022minha estante
Coitado do " monstro" esse livro revela como se um ser humano tivesse esse poder de fazer uma nova criatura mais esquece que essa criatura precisa de coisas basica que ser humano precisa dar.


Ster.dias 02/10/2022minha estante
Sim , eu chorei na história do monstro e na história realmente do Frankenstein eu fiquei 'ok' porque não é nada demais para mim


Marcio 03/11/2022minha estante
Estou terminando de ler, e o sentimento é de muita melancolia, bem dramático. Muito bom.


Rebecca.Jane 08/01/2023minha estante
amo o livro mas q viagem q aconteceu nisso ai pra o maluco invadir um monte de cemiterio roubar parte de defunto 2 VEZES e criar um novo ser??? COMO NINGUEM VIU ISSO??? "ah era de noite" e os goticos q tocam pagode em cemitério gente, onde estavam???


clara 08/01/2023minha estante
Muita dó do monstro,o Frankenstein não tinha maturidade para criar ele,e infelizmente quando se é jogado no mundo dessa forma (principalmente quando vc tem uma aparência HORRÍVEL e ninguém conseguia nem ajudar ele,só um cego mesmo) ele não ficaria só escondido pra sempre,queria viver bem,queria ser igual aos outros queria ser amado,e já que não conseguiu nada disso quis se vingar do doutor (e ainda por cima de arrependeu)


Bruna2272 11/05/2023minha estante
Como que eu faço pra mim ler?


marimaresias 28/05/2023minha estante
Mateus, concordo com você em tudo. Minha frustração veio menos em relação à escrita, e mais em relação às expectativas que eu tinha criado antes de iniciar a leitura. Esperava sentir medo e agora estou apenas muito triste e depressiva com a história do monstro.


ana:) 19/07/2023minha estante
resenha incrível


Tiesco.Andrade 26/09/2023minha estante
Estou há meses lendo de tão parado que o livro é. Sua resenha deu um gás, mas que o livro é chato, isso é


Lucianna.Arruda 31/10/2023minha estante
Pra mim não existe terror maior que a crueldade humana em abandonar e julgar uma vida simplesmente por sua aparência, condenando ao inferno na Terra um ser que nem se quer pediu pra nascer!!


Kaa 11/04/2024minha estante
O livro é muito bom vale sobre questões sociais que temos até hoje, mesmo sendo um livro 1818 ele apresenta questão como a condição humana, solidão, vingança e luto confesso que um meio parado demorei pra ler ele mais vale a pena ler.




Paulo.Ratz 09/09/2022

Uma confusão... mas... gostei?
Eu demorei a engrenar nessa leitura, achei muito denso e uma escrita complexa pra mim, porém é aquilo, escrito há TANTOS ANOS atrás que lógico que seria fora da minha realidade. Mas aos poucos fui me acostumando com a história e os personagens e a mensagem final é tão foda que independente da leitura não ter sido tão prazerosa, eu achei ela importante de ser feita, porque sinto que sempre vai ser algo "atual"
Julia Romão 09/09/2022minha estante
Por enquanto to achando a leitura cansativa, mas vou me agarrar a sua resenha e ler até o final ??


Viviane @resenhasdaviviane 09/09/2022minha estante
Esse livro foi o meu favorito do ano passado, amei demais!


Sabrina 14/09/2022minha estante
esse livro me prendeu demais, mesmo que seja total fora da minha bolha de gêneros de livros e ainda dei 5 estrelas


Viviane @resenhasdaviviane 15/09/2022minha estante
Eu não cheguei a achar a história cansativa mas, achei muito lenta em várias partes. Espero que você goste do final?


Karen202 19/12/2022minha estante
Comecei a ler o livro depois do vídeo que você fez sobre livros que abriram sua mente. Eu já queria ler, mas já tinha esquecido dele


Clara 07/01/2023minha estante
Mds, nem sabia que tinha resenha sua desse livro


Meire 12/04/2024minha estante
Que bom que você leu esse livro que é um dos meus favoritos! É considerado o primeiro livro de ficção científica escrito e, além disso, repleto de reflexões importantes!




Bookster Pedro Pacifico 20/04/2020

“Frankenstein - o Prometeu moderno”, de Mary Shelley – Nota 10/10
Pioneiro da literatura de horror e ficção científica, o livro publicado em 1818 ganhou diversas adaptações para as telas. E é aí que acaba vindo a surpresa para quem resolve ler o original: a narrativa é muito diferente daquele senso comum sobre a história que é reproduzida até hoje para um entretenimento mais infanto-juvenil. Já começa pelo título: assim como eu, muitos leitores também achavam que Frankenstein é o nome do “monstro”, quando, na verdade, é do cientista que o criou.

Mas esse detalhe está longe de ser causador de grandes surpresas no leitor. Isso porque, diferentemente do que imaginamos, não se trata de uma “historinha de terror”. Mary Shelley conseguiu, com apenas 19 anos, construir uma narrativa profunda e instigante sobre os “monstros” que habitam em todos os seres humanos.

De fato, a obra já começa com um médico ambicioso – Dr. Frankenstein – que consegue um feito inédito: dar vida a uma criatura. Mas o arrependimento é imediato e o horror de sua atitude o leva a abandonar a sua criação. Mas as consequências dessa rejeição serão sentidas pelo médico. Seria essa uma forma de vingança? Teria o “monstro” sentimentos? Quem seria o culpado? Na minha opinião, a parte mais interessante é justamente quando acompanhamos os conflitos e descobertas de um ser humano recém-criado, a partir de sua própria perspectiva. É um verdadeiro mergulho nos pensamentos da “criatura”!

Além disso, a autora cria um enredo que nos leva a questionar o que seria o certo ou o errado. Aqui não há uma visão maniqueísta de bem ou mal, mas sim conseguimos perceber que esses dois extremos se misturam e se confundem em cada um dos personagens.

Na semana da mulher, postar essa resenha é uma tentativa de homenagear uma autora brilhante que conseguiu, tão jovem e em uma época com tantos obstáculos às mulheres, publicar um livro de merecido destaque na literatura mundial.

site: https://www.instagram.com/book.ster
book.joys por Joyce Urbano 04/06/2020minha estante
um dos melhores de sci-fi


Vivi 29/12/2020minha estante
Excelente resenha. Li recentemente e recomendo à todos que leiam.




RenanDuarte 14/03/2023

"Angústia e desespero haviam penetrado o âmago de meu coração; eu carregava o inferno dentro de mim e nada era capaz extingui-lo"
Ler algo como Frankenstein, uma obra tão famosa e referenciada na cultura é algo impressionante. A experiência de leitura me despertou diversos sentimentos, achei uma obra interessante de ler, Mary Shelley escreve muito bem, e o livro é todo dividido em capítulos pequenos, o que torna a leitura mais dinâmica. Optei por ler primeiro a história para depois ler o prefácio e o material complementar (recomendo fazer isso a quem não quer "spoilers" da trama). Meus contatos anteriores com a obra são diversos pois ela está pulverizada na cultura pop, mas mais diretamente lembro muito do filme “Frankenstein de Mary Shelley“ (1994) que assisti na TV uma vez e essa encarnação da Criatura, vivida por Robert de Niro, me marcou muito, lembro de ter ficado assustado e impressionado com a violência e a humanidade do filme. Também havia lido uma adaptação simplificada, “Frankenstein”- Ruy Castro”, quando eu era pré-adolescente, e da qual eu não lembrava nada. Mas sim, Frankenstein está presente praticamente em nosso dia a dia, de forma escancarada ou sutil, no filme da sessão da tarde Edward Mãos de Tesoura, nas máscaras de Halloween do monstro verde com parafusos, ou nos avanços da ciência que nos leva a questionar as implicações éticas da clonagem e transgênicos e dizer, “Nossa, isso é tão Black Mirror”… De qualquer forma é bom entrar em contato com o texto original.
Sobre a edição da Penguini, a capa é uma das capas de livro mais bonitas que já vi, os textos auxiliarem em geral enriquecem muito a leitura (com exceção do posfácio do Ruy Castro, que não gostei muito do tom), temos um conto do Lorde Byron e outro do Polidori.
Sobre a história, ela é bastante impressionante e comovente, eu fiquei bastante incomodado com o egocentrismo e a falta de empatia de Victor e minha compaixão fez meu coração se partir em pedaços com o relato da Criatura e sua existência solitária e triste. Que doloroso viver, ser criado, renegado por seu criador e não ter um propósito ou uma companhia para dividir a falta de sentido que é estar vivo e viver.
Como a solidão e a falta de afeto e amparo, mas também a ambição sem humanidade e empatia, podem levar à destruição e à ruína.
Fechei o livro e fiquei pensando na Criatura, ela está comigo ainda.

Provocações pós leitura:
Fiquei com vontade de ler “Paraíso Perdido”de Milton (muito citado e referenciado na obra), quem sabe num futuro próximo, ou então a versão de quadrinhos do mestre do horror japonês Juni Ito.
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@aprendilendo_ 25/07/2021

Resenha de Frankenstein
Com a grande ambição de vencer a morte, Victor Frankenstein, um jovem estudante, consegue o feito de, a partir de pedaços de pessoas falecidas, dar vida a um ser. No entanto, pela aparência horrenda de sua invenção, o criador acaba por abandonar a criatura e deixá-la sozinha no mundo, sem qualquer auxílio. A partir disso, tem-se o início de uma história de rancor e vingança entre os protagonistas da obra. Frankenstein, escrito por Mary Shelley e publicado em 1817, é considerado o grande romance gótico de todos os tempos e a primeira narrativa de ficção científica, sendo, até os dias de hoje, uma grande inspiração em histórias de todo o mundo.

De início, com uma narrativa em terceira pessoa, acompanhamos a história por meio de Robert Walton, explorador, o qual, durante uma viagem, acaba por encontrar Victor à beira da morte. Nesse sentido, tem-se o prosseguir de uma escrita meticulosa acerca dos acontecimentos e sentimentos dos personagens, a qual pode dar a sensação de uma contextualização devagar e desnecessária. No entanto, tal característica detalhista acaba por auxiliar na profundidade das atitudes dos indivíduos, bem como em destrinchar a mudança de suas personalidades no decorrer do tempo. Como consequência, apesar de o livro apresentar-se, em um primeiro momento, como um terror, há aqui, muito mais, um romance dramático acerca da solidão e das ambições do ser humano.

Em um segundo momento, sobre o desenrolar do enredo, há uma boa estrutura narrativa, na qual é demonstrado todo o caminho dos protagonistas, tanto de Victor, quanto da “criatura”. Nesse contexto, a história realmente consegue prender o leitor e gerar curiosidade acerca das consequências das atitudes de cada um dos sujeitos, bem como, de certa forma, surpreende pelos eventos decorrentes de certas atitudes, os quais ocorrem no tempo certo. Dessa forma, a história entrega todos os pontos de uma narrativa concisa e bem desenvolvida, enquanto gera bons momentos de reflexão existencialista.

“Frankenstein” é um livro intrigante e muito bem escrito, o qual desenvolve uma trama fortemente reflexiva e marcante no decorrer de suas páginas.
Nota: 9,2
Instagram: @aprendilendo_
Fabi 01/08/2021minha estante
Exato! Já ouvi muita gente reclamando da prolixidade da narrativa. Mas é isso mesmo que vc escreveu! Senti a mesma coisa. Excelente resenha ??


@aprendilendo_ 01/08/2021minha estante
Muito obrigado!




Raquel 11/04/2024

Frankenstein
"Se os nossos impulsos se juntassem à fome, à sede e ao desejo, poderíamos ser quase livres, mas agora movidos por todo vento que sopra e por qualquer palavra ou cena casual que essa palavra possa nos transmitir."

É interessante como a história é contada dentro de várias histórias que se entrelaçam. Criatura e criador possuem uma relação complexa que os levará a um destino cruel. Recomendo a leitura.
alice1816 11/04/2024minha estante
Quando eu li Frankenstein pela primeira vez,me acabei de chorar no final,A Criatura não merecia isso ? mas acredito que tomar a iniciativa de acabar com o próprio sofrimento era a única coisa que ele podia fazer.


Raquel 11/04/2024minha estante
Siiim! Sem seu criador e também com tanto remorso era o único final possível pra ele, já que ninguém o veria com bons olhos.




bibis 23/11/2021

me surpreendeu!?

eu não esperava muito do livro, não sei direito o que eu esperava, pra ser sincera.

a escrita é muito boa, de verdade, por mais que pudesse ter umas boas páginas a menos por culpa de narrativa desnecessária.

sobre a história, quem lê esperando um monstro verde impiedoso chamado Frankenstein não vai encontrar nada disso KSKSK, eu acabei simplesmente me perguntando se eu tinha lido o livro certo KKKK

eu achei um livro muito bonito e recomendo pra todo mundo, dêem uma chance ??
camii 23/11/2021minha estante
GOSTEI MT MT DA RESENHA ???


topilotstyles 23/11/2021minha estante
tambem fiquei super chocado que o Frankenstein nao era oq eu esperava


bibis 24/11/2021minha estante
OBRIGADA CAMII ??


bibis 24/11/2021minha estante
@topilotstyles
eu fiquei só "mas ué?"


Alex 02/04/2022minha estante
Obrigada pela recomendação, fiquei com uma leve depressão adorei


bibis 03/04/2022minha estante
KWKDKALSMSMKS de nada?




miri.miri 25/10/2023

O que difere o monstro do homem e o homem do monstro?
Frankenstein é um livro com uma história mais densa do que parece ser, o ponto de vista e narração da criatura é realmente tocante, e sem essas partes eu não daria essas estrelas para a obra. São vários sofrimentos e tragédias expostas dos pontos de vista do criador e de sua criatura, dores e sentimentos totalmente compreensíveis e quase palpáveis.

Este é um dos clássicos mais sombrios! A falta de aceitação e maldade humana juntamente com a solidão e sensação de rejeição da criatura são os detalhes mais marcantes dessa obra para mim.
Kimberly 25/10/2023minha estante
eu também gostei mais por causa da criatura; os capítulos dele narrando quando saiu do laboratório até chegar a genebra foram de longe os melhoressss!




nana 16/02/2021

despertando os monstros que habitam dentro de cada um
um presente de Mary Shelley que merece ser admirado, lido e enaltecido!

Aqui acompanhamos a vida e as ambições do intelecto de Victor Frankenstein, um estudante alucinado pela ciência que almeja e consegue criar um ser humano e dar origem à vida. Contudo, por sua inconsequência ele é frustado com o contraste das suas expectativas e a realidade alcançada, abandona sua criação e a deixa solitária, sem saber sequer sua origem e lugar no planeta.

Assim, temos uma nova perspectiva: a luta da nova criatura pela sua sobrevivência e vingança, ao mesmo tempo em que tenta se encaixar na realidade comum, adquirindo conhecimento e conhecendo também a si mesmo.

Com uma personalidade singular, descrita nessa edição como "dócil e cruel", é impossível não ser tocado pela amargura, desejos e solidão de um ser incompreendido que, por todos, foi considerado um verdadeiro monstro insensível. suas novas percepções da vida, seus ideais e conflitos internos nos fazem mergulhar em sua mente e imaginar os seus mesmos sentimentos inquietos e inconstantes.

Um livro sobre a natureza humana, seus desafios e falhas, mostrados de maneira intensa porém muito fluída, com direito a debates filosóficos..
Narrativa instigante sem perder sua profundidade, que nos questiona a todo momento a respeito do que é certo e errado.
Quem pode ser considerado o verdadeiro monstro?
Eduardo313 16/02/2021minha estante
Boa análise, Mari. Acho que vc captou a questão fundamental de Shelley! Parabéns pela resenha.


Isac 16/02/2021minha estante
Tava esperando essa resenha faz tempo kkkk Muito bom!


nana 19/02/2021minha estante
Eduardo, muito obrigada!! essa obra é repleta de pormenores que podem ser muito discutidos, é difícil ser breve hahah


nana 19/02/2021minha estante
fico muito agradecida, Isac! espero que esteja tendo uma boa leitura!


Eduardo313 19/02/2021minha estante
Verdade, Mari. Não é a toa que é um clássico e ainda muito atual. Fora a história da própria Mary, que é fascinante.


Alê | @alexandrejjr 06/04/2021minha estante
Excelente resenha, Mari.


nana 11/04/2021minha estante
Eduardo, com certeza! a Mary foi genial!


nana 11/04/2021minha estante
obrigada, Alê!




annacsfraccaro 07/04/2023

Quem é o monstro?
Mais um clássico que li esse ano.
Gostei bastante desse livro (o audiobook me ajudou muito a terminar). A escrita é muito boa e envolvente.
É aquele clássico que todo mundo deveria ler.
aku. 07/04/2023minha estante
Quero ler esse


annacsfraccaro 07/04/2023minha estante
Eu gostei bastante




Elfa 08/11/2023

Apenas leia ?
A história é um clássico, não há muito o que acrescentar. Eu gostaria apenas de não ter me sensibilizado pelas palavras do monstro, que ao meu ver foram as melhores de todo o livro
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i.need.books 19/02/2023

O livro é muito bom. Mesmo sendo um clássico, a leitura foi fluída.
Esperava sentir medo e saí com crise existencial.
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gabytes 03/08/2023

Sobre a humanidade de um monstro.
Esqueça tudo o que sabe sobre o "Frankenstein" da cultura pop: aquele monstro verde, criado por um cientista maluco naquela famosa cena do raio e a exclamação "Está vivo... está vivo!!!".
Também não é uma fantasia nem terror, é mais um drama trágico com pitadas de ficção cientifica. Digo "pitadas" pois não se prolonga muito nos detalhes dos experimentos, e nem chega a revelar a misteriosa descoberta do Victor, afinal isso é o de menos importância. Essa é uma história que trata pouco sobre "A" criação do monstro em si, e tudo sobre cometer erros irreversíveis e como lidar com a culpa e consequências derivadas disso.

É muito triste e injusto que um personagem moralmente tão complexo como a Criatura de Frankenstein tenha sido simplificado a um vilão clássico de Halloween. Na verdade, se há de escolher um antagonista, eu diria que é o próprio Victor, que na sua ambição cometeu o erro de "brincar de Deus" e não assumiu a responsabilidade de ensinar sua criação sobre o mundo e como sobreviver. Pelo contrário, o abandonou à própria sorte em agonia física e psicológica. Mesmo assim, independente de sua aparência grotesca, o monstro ainda possuía características puramente humanas: capaz de amor e bondade, mas também de ódio e violência ao enfrentar rejeição. Sem haver alguém que o ensinasse a lidar com essas emoções, não é uma surpresa que ele por fim aceitasse o rótulo de monstro que lhe foi imposto por todas as pessoas que o conheceram.

"O maior paradoxo e a mais espantosa realização da novela de Mary Shelley é que o monstro é mais humano que seu criador. Este ser, sem nome, é mais digno de amor que seu criador, e mais odioso; mais digno de pena, e mais temível." -Harold Bloom

A leitura é bem pouco acessível, como é esperado de uma obra escrita em outro século, ainda mais por ser repleta de descrições da natureza e monólogos melancólicos sobre arrependimento e sofrimento (choradeira) mas ao mesmo tempo é extremamente poético e filosófico, com fortes mensagens morais que ressoam com o leitor.
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Diego Lima 15/09/2021

O livro foi escrito por Mary Shelley, conhecida como a mãe da ficção cientifica, pois foi precursora do gênero. A ideia surgiu quando estava passando suas férias de verão em Genebra, junto com familiares, seu namorado (também escritor), e outros dois amigos escritores. Essa temporada na Suíça não foi como planejada devido as condições climáticas, surgindo a aposta de escreverem histórias nesse meio tempo. Mary criou o Frankenstein há mais de 200 anos.

O enredo se passa entre a troca de cartas de Robert Wilson e sua irmã Margaret. Wilson encontra-se no ártico fazendo suas pesquisas e vai narrando todos seus dramas para Margaret. Até que um dia encontra Doutor Victor em um trenó, cujo estado de saúde era preocupante. Com a aproximação dos dois, Wilson resolve fazer registro da jornada do Victor até o momento do seu resgate. Vamos ficar sabendo todo o pecado cometido pelo Doutor, todo seu sofrimento nos últimos tempos e a faísca à qual motiva a não sucumbir a morte.

Doutor Victor nasceu em família com condições financeiras elevadas, teve a melhor educação, sendo influenciado intelectualmente por Albertus Magnus, Agrippa e Paracelsus (cientistas não muito bem-vistos pela academia). Mudou-se para aprofundar seus conhecimentos em outra cidade, onde estudou a fundo as ciências da natureza, tendo grande destaque entre os alunos. Não conseguindo se desvincular de seus autores favoritos, resolveu experimentar campos proibidos da bioética, e cria ...

Fui surpreendido pelo romance. Não esperava que o rumo seria o tomado. Imaginava um terror de um monstro a solta pela cidade cometendo atrocidades, todavia, recebi o mais refinado da sensibilidade humana, fui levado a pensar questões filosóficas a cerca da moral e bioética e refleti como nossas escolhas podem ser prejudiciais aos nossos próximos.
Vitoria 15/09/2021minha estante
Suas resenhas são muito interessantes! :)


Diego Lima 16/09/2021minha estante
Muito obrigado xD


Cristinacob 16/09/2021minha estante
Amei a leitura, admiro a autora e adorei a sua resenha feita com maestria. Já virei sua fã


imbeingsirius 16/09/2021minha estante
quero mto ler esse livro e as outras obras da autora


imbeingsirius 16/09/2021minha estante
que resenha interessante


Diego Lima 17/09/2021minha estante
Que bom que gostaram. Agradeço. Logo mais tem mais ^^




Queria Estar Lendo 01/07/2020

Resenha: Frankenstein
A resenha de hoje é pra falar sobre o clássico que deu origem a centenas de ficções científicas no decorrer dos anos, desde que foi concebido. Uma das maiores obras da literatura, Frankenstein da Mary Shelley é, sem sombra de dúvidas, um marco histórico.

Victor Frankenstein é um cientista brilhante que tem dedicado sua vida e estudos a gerar vida artificialmente. Depois de tantas tentativas, o sucesso: ele dá vida a uma criatura disforme que ganha consciência e vontades e que se torna, aos olhos de Victor, uma aberração e tormenta. O embate desenvolvido pela trama acontece entre esses dois; criador e criatura, suas vontades e medos e uma perseguição para entender o real significado de estar vivo.

Essa é a história de um homem e de um monstro; mas, parafraseando um dos meus musicais da Disney favoritos: quem é o monstro e o homem quem é?

O brilhantismo de Frankenstein está na simplicidade da sua trama e no quão gigantesca e descomunal ela se transforma com o passar das páginas. Mary Shelley é uma voz que continua ecoando pela literatura contemporânea, uma mente genial e questionadora que abriu portas para incontáveis escritores seguirem seus passos.

O modo como as questões filosóficas e científicas são abordadas no decorrer da história, unido à tensão e ao terror presentes nos pensamentos de Victor e na sensação de que a criatura está sempre acompanhando seus passos, ao mesmo tempo em que foge deles, cria uma atmosfera impossível de se afastar.

"A visão da natureza impressionante e majestosa, de fato, sempre me fizera esquecer as ansiedades passageiras da vida."

O livro é denso, com uma narrativa pesarosa e ao mesmo tempo animada. Victor é dramático e melancólico, um gênio vivendo com o peso de suas descobertas e do que elas podem significar para o mundo e para aqueles que o conhecem. Sua relação com a criatura é familiar, aterrorizada; a criatura, por outro lado, ainda que viva no mistério e nas sombras, raras vezes demonstra ser o monstro que Victor tanto clama.

Ela é provida de consciências e vontades e sonhos. Está tentando entender a vida e suas nuances, assustada diante da realização do que é estar vivo e continuar vivendo. Com a criatura, entendemos sobre a solidão e curiosidade. Com Victor, sobre culpa e arrependimento.

"Nada é tão doloroso à mente humana como uma mudança grande e súbita."

É um livro que questiona e critica e apresenta situações desconfortáveis que vão significar muito com o desenvolvimento da história. É de uma complexidade capaz de te fazer pensar e pensar e nunca parar de pensar a respeito de tudo que foi abordado. Não é uma leitura fácil, também; não venha esperando perseguições e diálogos fluidos. É denso e demorado - e, na minha opinião, por isso é tão bom.

A edição da DarkSide é divina e minha favorita até então deles. Não só pelo acabamento, capa e diagramação impecáveis, mas pela tradução de Márcia Xavier de Brito, que transmite as sensações e o que o texto original fazia de maneira tão perfeita. Essa edição também traz alguns contos extras redigidos pela Shelley, todos a respeito das tentativas de criar vida.

"Mas é assim; o anjo caído torna-se um diabo maligno."

Frankenstein é um "você precisa ler" se gosta e quer entender mais sobre ficção científica, e também se tem curiosidade com clássicos. É a voz de uma mulher brilhante e extraordinária e uma das maiores criações que a literatura já viu.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2020/07/resenha-frankenstein.html
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