Manu 08/08/2021
Será que a sairemos melhores da pandemia?
Há mais de um ano estamos sob a mira de um vírus. Invisível ao nossos olhos, mas perceptível nas consequências que ele traz. Algumas pessoas ainda insistem em negar a existência do coronavírus e não tomam as devidas cautelas de prevenção à propagação do vírus.
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Não é bem esse debate que Boaventura traz em a cruel pedagogia do vírus, mas nas entrelinhas, dá para se extrair bastante coisa. O autor desenvolve este texto em 5 capítulos, quais sejam: 1. Vírus: tudo o que é sólido desmancha no ar; 2. A trágica transparência do vírus; 3. A sul da quarentena; 4. A intensa pedagogia do vírus: as primeiras lições e 5. O futuro pode começar hoje.
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Destes 5 pontos, sem dúvidas o 3 e o 4 são explicitados de uma maneira extremamente necessária. A sul da quarentena representa alguns grupos que diante da pandemia ficaram ainda mais vulneráveis, a exemplo de mulheres, idosos, pessoas periféricas. A intensa pedagogia do vírus: as primeiras lições, o nome já diz, né?! Vem nos demonstrar as lições que a pandemia nos deixou/deixará(ou não, né?).
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O autor não tem nenhuma pretensão de esgotar a discussão sobre os impactos do coronavírus na sociedade, inclusive, ele bem faz ressalva sobre a necessidade de que os intelectuais ponderem as suas "definições", afinal, muitos falam sobre, mas não com a sociedade.
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Não obstante, em o futuro pode começar hoje, ele traz diversos questionamentos (preconizando o que foi dito acima, não há pretensão de esgotar o tema), inclusive porque, para ele, estamos na iminência de outras pandemias. Saindo desta do coronavírus, deveremos ter o mínimo de respiro até o surgimento de outras pandemias.
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Assim como, ele preconiza neste capítulo final, a importância de compreendermos que somos apenas 0.01% de vida na terra, e precisamos entender que o planeta não precisa de nós, mas do contrário, sim. Nós precisamos do planeta. Por isso mesmo, recomendo a leitura em conjunto com "o amanhã não está à venda" de Ailton Krenak.