O Homem Do Avesso

O Homem Do Avesso Fred Vargas




Resenhas - O Homem Do Avesso


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Ocelo.Moreira 15/12/2020

Livro Bem Escrito e Original
Com uma boa escrita a autora consegue manter o suspense da primeira até a última página.
É o primeiro livro dela que leio, e já de cara gostei.
Fred Vargas escreve muito bem, cujo livro é de uma escrita fácil, leve, descontraída, crítica e mordaz.
E de uma história cativante, criativa e original.
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Carlozandre 11/01/2010

Lobo em pele de maldição
Lobos só atacam seres humanos quando acuados. Ou quando um mal antigo está em ação. A insegurança dos fazendeiros do Mercantour, nos alpes franceses, por uma grande quantidade de ovelhas degoladas, logo se transforma em pânico quando a vítima é uma mulher, despertando boatos de que o responsável pode ser um lobisomem.
Esse é o clima no vilarejo quando somos apresentados às primeiras páginas de O Homem do Avesso, da escritora francesa Fred Vargas, uma
das vozes mais originais da moderna ficção policial. E, como se sabe, um vilarejo em pânico é um bom imã para o desastre.
Com a suspeita de que um recluso morador do lugar possa estar por trás dos ataques, dois homens ligados à mulher assassinada, o jovem
Soliman – único negro da vila – e o idoso pastor conhecido como Velador caem na estrada em uma perseguição conduzida em um caminhão de galinhas dirigido pela delicada Camille. Uma corrida que o Velador chamará em seu inglês abastardado de “roudi múvi”.
As buscas do trio, inexperiente, logo chegam a um impasse, e será necessária a intervenção de um profissional. O delegado Adamsberg, de Paris, ex-namorado de Camille e personagem recorrente de Fred Vargas. Na melhor tradição do compatriota Maigret, de Simenon, Adamsberg é um policial intuitivo, aéreo, de fala lenta e que raciocina por caminhos tortuosos – nunca em linha reta de um ponto a outro. Para os incautos, pode passar por um palerma. Mas por seu método incomum, conclusões surpreendentes começam a aparecer.
Nascida em Paris, arqueóloga e medievalista, Fred Vargas já teve outros livros estrelados pelo delegado Adamsberg publicados no Brasil pela Companhia das Letras: "O Homem dos Círculos Azuis", "Relíquias Sagradas" e "Fuja Logo e Demore para Voltar".
Em O Homem do Avesso, assim como nos livros anteriores, a trama policial bem urdida foge do tradicional ao trazer para um cenário contemporâneo acontecimentos que despertam medos e ancestrais
– da Idade Média, em Fuja Logo..., e do século 18, em O Homem do Avesso, já que o livro alude a um episódio real ocorrido entre 1764 e 1767, no qual centenas de moradores do Gévaudan, outra região francesa, foram mortos – supostamente por um lobo.
Um questionamento do terror que a selvageria provoca quando parece haver razão em seus atos.
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Claire Scorzi 16/01/2011

Policial francês: estilo mas narrativa frouxa
Não é um mau romance policial. Sou de opinião que o gênero deve ser respeitado - ou seja, num romance policial deve haver crimes,de preferência assassinatos - mas cada escritor do gênero tem de ter a liberdade de contar sua trama do seu jeito particular. Os escritores americanos são ágeis e às vezes apelam para um excesso de violência; os britânicos tem todo um aparato climático para narrar sua história; e os franceses, como é o caso aqui, tem sua própria versão do romance policial - que pode demorar-se em diálogos, em 'tipos', antes de entrar na trama propriamente dita.
Bom, o problema é que as primeiras páginas são boas, até curiosas; e isso até a pág. 88 mais ou menos. Então, atravessa-se cerca de 100 páginas só disso - conversas, descrição de cenas algo gratuitas, mais conversas, um ou outro personagem pensando - e fica lento, perde-se o interesse (pelo menos, eu perdi); depois, lá pela pág. 190, por aí, o interesse volta porque a narrativa ganha agilidade. Vai assim até o desfecho surpreendente.
Se o leitor puder percorrer o segundo terço do livro com coragem malgrado a frouxidão e lerdeza, chega a um bom romance policial. Mas terá de ler umas 100 páginas chatas bem no meio do livro.


CooltureNews 23/03/2014

Coolture News
Seria possível um suspense policial ser assombrado por criaturas sobrenaturais? “Claro!”, você me responderia. É só ver as fantasias urbanas, não é mesmo? Mas, e se não for um livro desse gênero? Talvez você tenha ficado na dúvida.

Mas, Fred Vargas mostra que é possível e que não é nada estranho.

Com um estilo que procura misturar sua experiência em arqueologia, com lendas francesas e um bom suspense policial, ela costuma construir histórias únicas e surpreendentes. A primeira que li, e que me deixou apaixonada pelo estilo dela, foi “O Homem do Avesso”.

A base para essa história é uma lenda antiga e amplamente explorada: lobisomem. Aqui ele se manifesta numa pequena aldeia francesa e começa sua carnificina pelas ovelhas, mas logo, ele passa a atacar as pessoas também. Nada parece se encaixar, as mortes e seu caminho parecem apenas um simples conjunto de coincidências, que deixam apenas um rastro de sangue.

Sua primeira vitima Suzanne, deixa para trás Solimar, seu filho adotivo, e Velador, o pastor de suas ovelhas, que junto a Camille, uma jovem compositora e encanadora, partem na trilha do terrível monstro a fim de vingar sua morte. Em Paris, há vários quilômetros dali, o Comissário Adamsberg acompanha as diversas noticias dos ataques e se interessa cada vez mais pela história.

Camille acaba se tornando a personagem principal visível, enquanto que o lobisomem é a sombra do mal, que aterroriza e não se consegue encontrar. Ela não é o tipo heroína frágil, mas também não é do tipo que procura por uma aventura, mas quando tudo se inicia, se vê arrebata na caçada ao assassino de sua amiga, que sendo um lobisomem ou não, deve ser levado a justiça.

Adamsberg, que surge esporadicamente, já é um tipo diferente de detetive, sendo considerado por várias pessoas como incompetente e distraído, o tipo de policial que não oferece nenhum risco. Mas, não é bem assim. Ao contrário dos detetives clássicos, cujos métodos eram racionais e organizados, Adamsberg prefere algo mais intuitivo e caótico, mas igualmente efetivo.

Os assassinatos em si não têm muito de espetacular. Afinal, quem nunca viu um lobo destroçando sua presa? Pois então, é a mesma coisa, só que numa escala um pouco maior, ou melhor, um lobo um tantinho maior que o normal, algo próximo de uma besta. Seu método envolve sangue, gargantas cortadas e alguns órgãos internos dilacerados no caso das ovelhas. Com os humanos ele prefere ser um pouco mais delicado, um rasgo enorme na garganta é o máximo que ele consegue obter em sofisticação.

O desenrolar da trama ocorre de maneira bem lenta no início, havendo um pouco de confusão quando, em meio aos dramas do lobisomem, surge Adamsberg em Paris ou outros personagens e seus feitos. Mas, aos poucos, as coisas vão se encaixando, o ritmo vai acelerando, a história se torna mais viciante e quando se percebe, já estamos na reta final.

Tudo aquilo que parecia ser apenas para encher as páginas e dar um pouco mais de volume, de repente, ganha importância e você fica seriamente se perguntando como raios não percebeu antes.

Mas tenho uma boa explicação para isso: Fred Vargas te engana. Ela conta a história de um jeito leve e até mesmo engraçado. A tensão não está presente em todas as cenas, sendo reservada para os momentos finais, e em seu lugar há um clima de ligeira descontração, com os personagens em situações tanto rotineiras como nas inusitadas, seja dirigindo um caminhão pelos Alpes ou fugindo de uma assassina vingativa. Assim, você se envolve e não percebe que o clímax está a apenas um virar de páginas. Pronto, você foi surpreendido pela Vargas.

Quando li este livro não consegui deixá-lo até terminar, o que me fez virar a noite conhecendo um pouco mais do sudeste da França e seus habitantes, com seus costumes e lendas. E no final, só pude xingar a autora mentalmente por ter me enganado tão bem e sofrer com uma terrível ressaca literária. Me envolvi tanto com a história, que não conseguia pensar em nada para ler depois.

Claro que algumas pessoas podem não se sentir tão envolvidas assim, já que, como dito ali em cima, o livro é lento no início e não tem aquele clima clássico de correrias e perseguições a alta velocidade. Ok, não é tipo de livro de suspense que se espera, mas se você se deixar levar pela história, pelo ambiente e por seus personagens, Vargas pode te surpreender e te tornar um fã.

O único ponto que eu considerei ruim de tudo isso, foi que, por se tratar de um livro de série, cujo mote é o Comissário Adamsberg, muito pouco foi revelado dele. Mas, só fui perceber isso quando li outros livros em que ele participou mais ativamente.

E o que mais posso dizer? Não sei, eu só me apaixonei pelas narrativas de Vargas e “O Homem do Avesso” foi o grande responsável por isso. Então, se puderem seguir este meu conselho, leiam Fred Vargas, conheçam essa autora divina e se tornem os melhores fãs de Adamsberg.
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Bruno T. 15/05/2016

Originalidade
Por gostar muito da literatura policial, estou sempre à procura de novas obras e autores. Pela boa qualidade geral das obras, costumo pesquisar os livros publicados na "Coleção Negra", da Record, e na "Série policial" da Companhia das Letras, ambas reunindo autores de vários países do mundo. Na "Coleção negra", destaco as obras de Andrea Camilleri, Ed McBain, Jonathan Kellerman e Michael Connelly. Dentro da "Série policial" da Cia. das Letras, assinalo os livros de Lawrence Block, Donna Leon, Leonardo Padura e do brasileiro Tony Bellotto. Ao verificar a relação das obras publicadas na "Serie policial", me chamou a atenção o nome de Fred Vargas, que até então não conhecia, com seis livros publicados. Resolvi pesquisar um pouco mais e, de cara, vi que Fred Vargas é o pseudônimo de Frédérique Audoin-Rouzeau, historiadora, arqueóloga e escritora francesa, cujos romances policiais são sucesso no mundo todo, inclusive no Brasil. Resolvi experimentar começando com esse "O homem do avesso" , que li em dois dias, impressionado com o estilo da autora, com a originalidade do tema e com as ótimas personagens que ilustram a história. A narrativa é ágil, inteligente e, de novo, extremamente original. A heroína Camille e o delegado Adamsberg, o pastor de ovelhas Velador e o jovem Soliman (com seus verbetes de dicionário) são personagens muito interessantes e tornam a leitura do livro uma ótima escolha.
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Ricardo256 16/11/2020

Primeiro contato com Fred Vargas
Este foi o primeiro contato com a Fred Vargas. É um romance policial que tem uma pitada de mistério, suspense e romance. No entanto, algumas coisas são previsíveis no livro. Os personagens são bens construídos mas em alguns pontos faltam dar mais realidade aos fatos. Pretendo ler outros livros da autora.
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