Narciso em Férias

Narciso em Férias Chico Buarque
Caetano Veloso




Resenhas - Narciso em Férias


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Alexandra50 13/09/2022

Narciso em férias
Sabe aquele gostinho de quero mais? É assim que fiquei ao acabar a leitura. Quando comprei esse livro já sabia que ele era apenas um capítulo do livro Verdade Tropical, mas a escrita de Caetano é suave e fluida, quando percebi o livro já havia acabado.
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oipedro 24/04/2022

São Paulo, dezembro de 1968, Caetano Veloso é preso em sua casa pelos militares, até então no poder. Narciso em Férias narra, em primeira pessoa, a passagem do músico pela prisão entre o final do ano de 1968 e início de 1969.
Caetano nos conta da solidão, da angústia e de como a percepção do tempo é singular nesses momentos, em um trecho de sua escrita o cantor nos conta que, ao ver o xadrez onde estava ir se esvaziando e a solidão apertando, acreditava que o tempo não existia.
Na medida que ia percorrendo as páginas do livro ia conhecendo um novo Caetano, não muito diferente daquele que já conheço há anos nas canções. A leitura vai deixando marcas, ser levado aos porões da ditadura não é sem consequências. Não há como não se angustiar ao perceber que o presente, em tons sofisticados, vai repetindo o passado. Na truculência do trato com o outro, na verdade única que os ditadores acreditam e na incerteza do que virá, tudo isso parece renascer ao horizonte, de novo.
"Eu sabia que não se tratava de sexo, nem tortura, nem mesmo uma surra: era evidente uma coisa simples e limpa - um gesto só - a que eles davam um ar pomposo mas não denso o bastante para que eu pensasse que iam me matar" (p.82).
Não só tirando a vida é que se mata alguém, disso já sabemos, tirar a palavra causa grandes estragos. Despojar o sujeito daquilo que lhe é único também: "o corte de cabelo era, para eles mas não para mim, um assassinato simbólico" (p.84).
Sem dúvidas as memórias que li em Narciso em Férias mostram a força e coragem de Caetano, mas também de toda uma geração que não cedeu diante dos grilhões da ditadura.
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LiaLimaCE 23/06/2021

Caetano é f#da
Não é uma leitura tranquila. Caetano é prolixo, mas de um jeito bom, porque mantem a nossa atenção na descrição detalhada de situações, pessoas, e, principalmente, pensamentos e sentimentos. ?
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Gabi Florence 24/05/2021

Necessário!
"Depois eu me orgulharia de que o tropicalismo tivesse encontrado essas provas de seu poder subversivo. Afinal a conversa com o sargento revelava que - como eu tantas vezes tinha tentado convencer nossos opositores - nós, os tropicalistas, éramos os mais profundos inimigos do regime."

Esse livro surgiu de um capítulo de Verdade Tropical, também escrito por Caetano Veloso, foi adaptado para dar origem ao documentário homônimo feito em 2020, que assisti logo que estreiou.
Gostei muito da leitura, os relatos são muito parecidos ao documentário, e ambos tratam do período em que Caetano permaneceu preso pela Ditadura Militar, sem motivo, sem denúncia, sem defesa, sem notícias da família, que também não sabia onde ele estava.
Aqui é narrada uma de muitas atrocidades desse período nefasto para a história de nosso país.
Caetano Veloso narra o momento em que policiais chegaram ao amanhecer em seu apartamento, a prisão conjunta com Gilberto Gil, as celas por onde passou, a angústia durante todo o período que permaneceu preso, as pessoas que conheceu, tanto presos políticos, como militares, a forma e as perguntas que lhe foram feitas e o fim do período de dois meses que passou preso.
O livro conta ainda com documentos da época, recentemente encontrados e que revelam o motivo de sua prisão, interrogatórios e fotos do período em que ele permaneceu preso, além de uma apresentação escrita por Caetano para essa edição.
Acho muito importante estudarmos a história de um período tão difícil para o Brasil e essa leitura nos mostra isso de forma clara e com uma linguagem simples.
??????
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Bianca674 15/05/2021

Eu quero ir, minha gente
Eu não sou daqui

Eu não tenho nada
Quero ver Irene rir
Quero ver Irene dar sua risada
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Carlos Duarte 21/04/2021

[ Resenha ] Narciso em férias
O totalitarismo e autoritarismo praticados durante à ditadura militar no Brasil foi explícito nesse livro de modo didático e comovente.

A repressão das ideias e desejos de Caetano [ e Gil ] não se limitaram ao fato de o terem privado de sua liberdade, o estrago psicológico causado por essa condição, também o colocou em um modo severo de punição e repressão dos estimulos humanos.

É absurdo e revoltante saber por que a prisão de Caetano e Gil ocorreu. Fiquei triste, indignado, foram tantos os sentimentos que não saberia relata-los com tanta precisão, lamento muito pelos dois, lamento muito por inúmeros outros brasileiros. Lamento muito! Lamento!
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Geórgia 20/03/2021

Caetano por Caetano
O livro trata da prisão de Caetano Veloso em dezembro de 1968, acusado de deturpar o Hino Nacional juntamente com Gilberto Gil e Os Mutantes na Boate Sucata, no Rio de Janeiro. O relato faz parte do livro "Verdade Tropical", também de Caetano. Todo o episódio aqui narrado pode ser visto no documentário do Globoplay que leva o mesmo nome. Eu particularmente já tinha gostado muito da versão do documentário, mas essa foi minha primeira experiência com a escrita em prosa do Caetano. É inegável o talento dele para a poesia (letra de musica), mas foi uma surpresa muito boa lê -lo dessa outra maneira. O livro é curtinho e a gente consegue ler assim, durante um feriado.
Acho importante ressaltar que se comparado aos outros casos de prisões políticas, a experiência do Caetano não foi das mais terríveis, mas dentro desse microcosmo que ele nos relata, fica claro o quão impactante foi e como o afetou de diversas maneiras. A gente tende a pensar que passar por isso o inspiraria em suas composições, mas o episódio em si não trouxe esse resultado. Foram as lembranças da família, as notícias de fora que serviram de inspiração para composições. A única canção que escreveu durante a prisão, nem havia intenção de gravar (Irene), mas Gilberto Gil gostou tanto que quis gravar.  Falar em Gil, queria a versão dele desse episódio. É isso...um livro bem curtinho, mas muito interessante.

"Sobretudo, parece-me que este, que é meu escrito a que atribuo maior valor, entra na cena atual da vida política brasileira de modo abrasivo. Que toda ou todo jovem que sabe ler possa tê-lo nas mãos é algo que salva o fato de minha existência pessoal ter se tornado um assunto público."
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Van 10/01/2021

A Ditadura Militar foi um período sombrio da história política brasileira que durou de 1964 até 1985. Na época desse regime, os militares tomaram o poder através de um golpe, e passaram a comandar o país de forma arbitraria e repressiva - com direito a torturas, perseguições, assassinatos e diversas outras violências.

Hoje em dia, no campo político, voltamos a ver o radicalismo e o fortalecimento da extrema direita nos cargos de poder, fazendo com que nossa Democracia esteja seriamente ameaçada. Pensando neste difícil contexto, é importante voltarmos ao passado e ouvirmos as vitimas da Ditadura, para que a gente não repita os mesmos erros no futuro. Assim, Caetano Veloso, através da Companhia das Letras, nos apresenta Narciso em Férias, um relato na época em que ele foi preso de forma arbitrária pelos militares que estavam no poder.

"... nós nos sentimos como vítimas de um sequestro comum, embora de certo modo soubéssemos que estávamos exatamente inaugurando um período em que, no Brasil, cada vez mais pessoas sentiriam medo das autoridades e não dos delinquentes..."

Narciso em Férias é uma obra de 165 páginas, que foi lançada originalmente em 1997, como um capitulo do livro Verdade Tropical. Agora, se aproveitando de uma maior maturidade para entender a gravidade dos fatos ocorridos na época e também do lançamento do documentário, em 2020 - que leva o mesmo nome do livro - Caetano revive um dos momentos mais complicados de sua vida e apresenta um relato fiel dos 54 dias em que ficou preso, sofrendo violências psicológicas, a ponto de questionar a própria sanidade.
A leitura da obra não é muito fluída, muito com conta da escrita poética, das divagações - próprias de alguém que está revisitando um período difícil da vida -, das reflexões filosóficas e das idas e vindas dos acontecimentos, sem nenhuma justificativa. Ao longo de cada página vamos sentindo o crescimento do medo de Caetano e o drama de quem sequer sabia o motivo de estar preso e ainda a incerteza se voltaria vivo para casa. Outra coisa interessante é que o relato em si, não apresenta muito juízo de valor, cabendo ao leitor a pura análise do ocorrido. Os relatórios oficiais apresentados no fim da obra, que Caetano só teve acesso em 2018, enriquece a narrativa e lança luz para que o grande público conheça ainda mais, como as coisas aconteciam em um dos momentos mais vergonhosos de nossa história.

Narciso em Férias é uma obra muito necessária para os dias atuais, afinal temos a chance de aprendermos com o passado, para corrigirmos os erros do presente e assim, construirmos um futuro mais prospero e inclusivo.


site: http://aartedelervan.blogspot.com/2021/01/resenha-narciso-em-ferias-caetano-veloso.html
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Talyson 04/01/2021

Caetano é um símbolo
Caetano é um sentimento. Caetano é um símbolo. Caetano é um grito. Narciso em férias apenas o dignifica. A injustiça é marca permanente, mas tal como Narciso, que nunca deixemos de ?encará-la? ainda que custe nossa liberdade.
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Camila Faria 03/11/2020

Um relato de cárcere, como só Caetano poderia escrever: cheio de poesia, de divagações delirantes (e pertinentes), quase filosóficas, narrado com uma sinceridade comovente. Narciso em Férias não é um livro inédito, trata-se da publicação de um capítulo (homônimo) de Verdade Tropical, lançado originalmente em 1997. Nele, Caetano Veloso relata em detalhes os 54 dias que passou detido durante a ditadura militar, todo o surrealismo e todo o absurdo da sua detenção (sem nenhuma justificativa oficial, é bom destacar). Esse absurdo fica ainda mais evidente depois de ler os registros do processo aberto contra o cantor, incluídos no final do livro (e que Caetano só foi ter acesso em 2018): uma mistura de piada de mau gosto, desinformação e abuso de poder. Recomendo a leitura ~ e essa edição bacana da Companhia das Letras, de capa dura.

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-27/
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