Captain1 03/02/2024
Mudou o rumo da minha vida.
Preciso dizer, o ano não acabou, mas este livro já está no meu top melhores livros lidos, isso por um motivo específico, adoro histórias as quais desenvolvem, de fato, seus personagens, entende? Dar razão para a eles, e, é assim que, mesmo que o leitor não tenha as mesmas vivências conseguimos nos identificar e nos apegar a cada um ? a estória. Por exemplo, os únicos pontos que posso me identificar com Lucy é que amo mulheres. Sou lésbica e anseio por mais na vida, mais daquilo o qual me é proposto - não pelos mesmos motivos. Isto é algo positivo na escrita.
Sobre a ambientação histórica, afinal isso é um romance sáfico de época. Muito bem construída. Desde a parte I se tem o desenvolvimento dos detalhes de como era os Estados Unidos na década de 50 e como era para uma parte da população - - os dias na Guerra Fria entre duas potências econômicas e aliados. Falta de liberdade de expressão, xenofobia e homofobia estão bastante presentes na realidade do livro. Isso é interessante porque quando você lê se percebe o tanto de pesquisa que foi colocado em cada página, há a abordagem dos diversos preconceitos que a Lily (personagem principal) naquela época ? que, infelizmente ainda hoje pessoas continuam sofrendo.
O que mais gostei é que Telegraph Club não tem medo de dizer a palavra LÉSBICA, parece simples, porém, está longe disso, quase 60% dos livros (fonte: eu) em principal os mais famosos tem uma recusa em dizer que a personagem é LÉSBICA, e, SIM, isso é uma direta, por exemplo para Sua Alteza Real da Rachel Hawkins.
O romance entre a Kath e a Lily cresceu de maneira genuína, a escrita não as forçaram abruptamente, isso é ótimo, porque há livros que o casal parece um Speed Up, como se houvesse um desespero, e, em particular não gosto pois depois há uma linha entre problemas os quais não chegam a lugar nenhum. Apesar de ter uma ambientação histórica e uma das temáticas seja Lesbofobia nos anos 50, o casal, a história delas ainda é ponto central. É lindo ver Lily se descobrindo.
A parte que mais me doeu no livro foi a conversa a conversa de LiLy com a mãe, eu fui uma dessas meninas que escuram de alguém da família, ?Você é nova ? decretou a mãe, com firmeza. ? Não tem nem dezoito anos ainda.? E então, fui tratada como um segredo e tendo que me reafirmar o tempo todo. Desmoronei por completo ler o mesmo discurso de ?a você gostar de mulheres te fará ter uma vida solitária, sem percepção de família e filhos? como se isso me fosse negado, como se eu não pudesse ter. É a realidade, a forma de proteção que algumas famílias tem projetando as próprias expectativas para suprir o próprio ego, a própria consciência daquilo que eles consideram ?normal?.
GOSTEI MUITO da personagem se descobrindo com um livro isso porque na época era bem comum, apesar deles terem material punitivo para os personagens gays, esses livros de ?romance? lésbico eram vendidos em farmácias e outros lugares e muitas lésbicas se descobriam por eles, apesar de toda parte negativa envolta?
Enfim, Fiquei feliz com o final.