Identidade

Identidade Nella Larsen
Nella Larsen




Resenhas - Identidade


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Bookster Pedro Pacifico 15/10/2020

Verificado Identidade, de Nella Larsen - Nota 8/10
Publicado em 1929, o livro narra a historia de duas amigas de infância, Irene e Clare, que acabam tomando rumos diferentes. Ambas são criadas no Harlem, bairro de Nova York, e “são negras de pele clara que podem se passar por brancas". Enquanto Irene aceita a sua origem e a sua cor, Clare acaba tomando decisões baseadas na ideia de se passar por uma mulher branca na sociedade.

E as diferenças entre as vidas das duas personagens acabam produzindo um incômodo choque quando Irene e Clare se reencontram já adultas. Irene vive uma vida invejável, casou com um marido negro que a ama, tem dois filhos e uma boa condição financeira. No entanto, a volta de Clare acaba despertando questionamentos na personagem e a coloca de cara com a revoltante questão do racismo. Isso porque, além de representar a negação de um destino que Irene escolheu para si, Clare vem acompanhada de um marido muito preconceituoso e que desconhece as origens da esposa. É um conflito de identidades que acaba estremecendo a antiga relação entres as duas.

Como a narrativa é apresentada a partir da perspectiva de Irene, acabamos ficando mais contaminados pelas suas opiniões sobre a vida secreta da amiga. De fato, não somos apresentados aos motivos que levaram Clare a optar por esquecer a sua origem e as dificuldades que enfrentou nesse processo.

Achei a leitura simples e muito interessante, até por trazer uma perspectiva atual não tão abordada da temática racial, mas acabei sentindo falta de um aprofundamento melhor nos personagens e um desenvolvimento de algumas passagens (incluindo um final abrupto).

No entanto, é importante entender o quanto a obra foi importante para a época em que foi produzida, revelando uma postura revolucionária em relação ao cenário de discriminação existente. Nascida em 1891, Nella Larsen escreveu apenas três obras, mas é considerada como uma das principais influências da “Renascença do Harlem”. Uma interessante obra sobre uma perspectiva pouco abordada das questões raciais.

site: http://instagram.com/book.ster
Rosina.Forteski 25/03/2022minha estante
Precisei abandonar, narrativa lenta e pouco interessante, apesar da sinopse promissora.




Thiago Araujo 16/11/2021

Realidade bruta
Poucos livros pegam a gente de surpresa com um assunto que pensamos que conhecemos. Quando isso acontece, por vezes, é um soco no estômago.

Você perde o ar e tenta entender se é verdade ou ficção e se espanta como a realidade pode ser perversa.

Falar de racismo e preconceito hoje em dia é até moda. Mas falar da raiz do problema ou sobre que as pessoas já passaram, é bem diferente.

O que acontece em Identidade é exatamente essa experiência. Um livro que deveria ser lido como forma de criar uma consciência coletiva sobre como viver e evitar um ambiente tão racista.

É bruto, mas é real. Valeu muito a leitura.
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Aione 16/03/2022

Identidade é o clássico de Nella Larsen, nome importante do movimento Renascimento do Harlem. Publicado originalmente em 1928, chegou ao Brasil pela HarperCollins em 2020, com tradução de Rogerio W. Galindo e posfácio de Ryane Leão.

Irene Redfield e Clare Kendry são mulheres negras de pele clara, que podem se passar por brancas. Amigas na adolescência, tiveram seus caminhos separados após a trágica morte do pai de Clare, que se mudou para morar com as tias. Mais de dez anos depois, se reencontram. Na vida adulta, Irene é casada com um homem negro e é moradora do Harlem, onde celebra suas raízes e se orgulha delas. Clare, por outro lado, é casada com um branco, racista, que não sabe que ela é negra. A partir do reencontro, a vida de ambas é impactada por conta dos desdobramentos que as diferentes percepções sobre a outra despertam em cada uma.

O livro é dividido em três partes — Encontro, Reencontro e Conclusão —, cada uma com quatro capítulos. É uma obra curta, com menos de 200 páginas, mas cujas camadas narrativas fazem dela densa e capciosa, sobretudo pelos aspectos psicológicos presentes. Identidade se desenvolve principalmente na complexidade de suas personagens e nas relações entre elas, mais do que nos eventos externos apresentados. Em terceira pessoa, é narrado pela perspectiva de Irene, cujos pensamentos e emoções aparecem por meio do discurso indireto livre.

Irene e Clare são complexas porque assim são também as questões que as atravessam. As dinâmicas de classe e raça que as envolvem não são de simples compreensão, e Nella Larsen as abordou com maestria. Ao mesmo tempo em que há um fascínio entre as protagonistas, que beira a tensão sexual, há também um espelhamento que desperta repulsa e inveja, identificação e negação. Por um lado, Clare passa a se sentir atraída pela forma de como Irene lida com a própria ancestralidade, o que desperta nela um desejo de se conectar também com essas raízes e a leva a questionar sua identidade, tão imersa na vivência como branca. Por outro, Irene tem sua estabilidade questionada, uma vez que a proximidade com Clare a faz se sentir ameaçada em diferentes aspectos. A autora trabalha tão bem tudo isso que constrói uma tensão crescente, que culmina no fim abrupto, surpreendente e completamente angustiante de Identidade. Contudo, o fim não é uma conclusão; ao contrário, abre margens para inúmeros questionamentos, especialmente por seu caráter dúbio e não elucidado.

Algo que me fez refletir bastante foi a escolha de títulos. Na tradução, Identidade soa como algo mais estabelecido — embora a construção de qualquer identidade não seja concreta, linear nem muito menos estável —, que reflete quem Irene e Clare são — ou almejam ser. No original, Passing traz a ideia da fluidez, do movimento, do mutável, cuja tradução literal não funcionaria tão bem no português. Gosto muito de ambos os títulos, e acredito que, em conjunto, trazem diferentes aspectos da obra, sendo os dois muito pertinentes a ela.

Em linhas gerais, Identidade não foi uma leitura voraz, mas certamente instigante. Fiquei encantada pelo sutil desenvolvimento psicológico das personagens, bem como pela maneira como as tantas críticas sociais são incluídas na narrativa, especialmente em meio a um cenário histórico que, embora não enfatizado, traz um retrato preciso da época e da sociedade estadunidense da década de 1920 — e o quanto revela questões que continuam tão atuais. Uma leitura dolorosa e perturbadora, mas também primorosa e necessária.

Em relação à adaptação disponível na Netflix, o filme é bastante fiel à obra original em termos de enredo e em como os aspectos psicológicos são apresentados. Inclusive, o final consegue manter a ambiguidade do livro mesmo com seu caráter visual, um trunfo de Rebecca Hall, diretora. As atuações de Tessa Thompson e Ruth Negga, além de brilhantes, revelam muito bem as tensões e a atração entre Clare e Irene. Destaque também para o formato 4:3 das imagens, em vez do atual 16:9 (widescreen) que, juntamente com a fotografia em preto e branco, traz o caráter clássico de Identidade. Há também outra camada interpretativa e simbológica dessa escolha. Em primeiro lugar, o formato 4:3 é mais limitado do que o widescreen em termos do que pode ser visto, sugerindo que nem tudo no filme está ao alcance dos olhos. Sobre o aspecto monocromático, para além do paralelo entre preto e branco, a coloração desprovida de outros tons, embora mais simples, torna as imagens menos detalhadas e com nuances menos definidas — exatamente como tudo na história, em que nada é de simples compreensão ou de fácil julgamento.

site: https://www.minhavidaliteraria.com.br/2022/03/08/resenha-identidade-nella-larsen/
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resenhasdajulia 16/10/2022

Irene Redfield e Clare Kendry são mulheres negras de pele clara, que foram criadas no Harlam, em Nova York. Irene nunca negou suas origens, mas Clare decidiu se passar por uma mulher branca.

E existem mais diferenças entre as duas: enquanto Irene é casada com um médico e moram em uma casa confortável junto com os dois filhos, e organiza bailes de caridade em que celebra a riqueza da cultura afro-americana, Clare, por outro lado, saiu da vizinhança negra em que vivia para ir morar com as tias e começou a esconder sua ancestralidade miscigenada de todos, principalmente do homem racista com quem se casou.

Irene e Clare perderam o contato na adolescência, mas quando se reencontram, Clare vê a energia da comunidade que deixou para trás, e sua vontade ardente de retornar a ela põe em risco a farsa que é sua vida.

Eu gostei do livro, mas achei que algumas coisas poderiam ter um desenvolvimento maior.
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Danielly.Clezar 19/03/2021

Eu gostei muito desse livro porque me mostrou algo que eu nunca presenciei e nem tinha escutado falar mas é muito comum: o negro que nega sua identidade. Passei a história toda tentando intervir em situações e chacoalhar todo mundo hehehe
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Layla.Ribeiro 15/03/2023

Comecei a leitura sem pretensão nenhuma e fiquei surpresa pela forma que o tema principal foi abordado no enredo e mais impressionada ainda ao descobrir que este livro foi escrito nos anos 20 por ele trazer discussões muito atuais, hoje definimos essa discussão que autora aborda como colorismo e ela não trouxe de forma superficial e utiliza muito bem das personagens principais para aprofundar as reflexões e mostrar o contraste, porém ficamos presos apenas ao ponto de vista da Irene. Não espere por uma narrativa agitada pois ela é voltado para as observações e a reflexão da protagonista e alguns desses momentos foram responsável para que eu estagnasse um pouco na leitura, mas a obra possui pontos muito altos que nos deixa compenetrado no acontecimento, recomendo essa leitura a todos.
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Faluz 30/01/2021

Passagem
Livro escrito em 1929 que retrata a questão de pertencer a um grupo. Aqui no caso como pessoas negras de pele clara podem passar-se por brancas. Mas isso traz o peso da renúncia a sua ancestralidade, que apesar de adormecida clama por expor-se.
Livro curto com narrativa envolvente nos situa num mundo feminino com muitos temas que podem ser mais aprofundados na sua discussão.
Como a arte nos perpassa. Lançado em 1929 traz uma temática tão presente.
Boa leitura.


Releitura: março/2021

"Qual o caminho mais sábio e infinitamente mais feliz?"

Vemos duas amigas que suscitam amor e ódio entre si. Aparentemente apresentam versões distantes diante da questão racial na sociedade em que estão inseridas. Porém, a grande reflexão que nos revela é até que ponto isso acontece? Como enfrentam a sociedade, cada uma com sua possibilidade de vida?
Mesmo escrito em 1929 ele revela questionamentos presentes até hoje na sociedade.
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Mariana Dal Chico 27/07/2023

Eu não tinha conhecimento desse livro, “De passagem”, até que recebi um exemplar de cortesia da editora. Minha edição conta com a tradução de Floresta, apresentação de Bianca Santana e posfácio de Ruan Nunes Silva. Textos extras que são valiosos para contextualização sócio-político da época em que a obra foi escrita e publicada.

Nella Narsen foi uma escritora estadunidense que participou do movimento cultural da década de 20, conhecido como Renascimento do Harlem ou New Black Movement.

Irene e Clare são duas mulheres negras de pele clara que se conheceram na infância e se reencontraram em um hotel frequentado por brancos e, por causa das leis segregacionistas, elas não tinham o “direito” de estar ali.

A autora aborda bem a questão sobre “se passar” por outra pessoa é fruto apenas de omissão ou de quebra com sua ancestralidade e renúncia àquilo que se é. E como essas duas visões afetam a vida de mulheres de formas diferentes e suas consequências.

“[…] Já era suficiente, ela chorou, em silêncio, sofrer como mulher, como indivíduo, por si mesma, sem ter que sofrer também pela raça. Era uma brutalidade imerecida. […]” p.129

Uma leitura envolvente, que traz temas ainda relevantes para reflexão e que me deixou muito feliz de ter sido reeditada após tantos anos fora das prateleiras das livrarias.

site: https://www.instagram.com/p/CvM6taDrPNV/
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Bruno Malini 14/03/2022

Muito bom
Livro cheio de camadas e detalhes, questionamentos. Me interessei após assistir ao filme da Netflix.
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@lidosporwendy 17/04/2021

O colorismo e o racismo
Sabe aquele livro, que quando acaba de ler, precisa sentar e refletir sobre a leitura. Então, essa obra é assim.

Identidade conta a história de duas mulheres negras de pele clara nos EUA, uma cansada de conviver com o racismo, se passa por mulher branca, a outra vive suas origens como uma mulher negra.
Uma se casa com um homem branco racista e a outra é casada com um homem negro de pele escura.
Uma vive um sonho de mulher branca, rica, mas com segredos e a outra vive livre sem a pressão de está mentindo para seu marido.
Até um momento que as duas se esbarra e suas vidas viram de ponta a cabeça.

É uma história para pensar nas sutilezas (ou não) do racismo. E como o colorismo pode ser determinante numa sociedade racista. Onde a cor da pele é mais importante.

"- Não sou idiota a ponto de não perceber que, se um homem me chama de crioula, a culpa é dele da primeira vez, mas que passa a ser minha se ele tiver a oportunidade de fazer isso de novo." p. 71
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jdelisiario 05/06/2022

Identidade
Ao terminar esse livro fico em total ambiguidade.

É um livro, curto, fluido, mas que traz uma bagagem sem igual. Conta a história de Irene e Clare, que foram colegas/amigas na infância, perderam contato e após muitos anos de encontram.

Clare percebe que sua vida de mentira, como mulher "branca", sem ser, tem um peso maior do que ela gostaria e passa a frequentar o círculo social de sua amiga Irene, que também poderia se passar por branca, mas que decide viver verdadeiramente sua raça.

Me identifiquei, pois dependendo como me apresento, poderia me passar por "branca", mas tento não esquecer minhas origens.
Após 32 anos alisando o cabelo, estou tentando me encontrar na minha realidade afro. Um passo muito pequeno diante da grandeza do assunto, eu sei!

Mas não é fácil, o mundo engole nossa cultura, engole nossas raízes, então precisamos sempre ler sobre, para não nos esquecer de onde viemos, de tudo que nossos ancestrais passaram e que precisamos ser agentes de ação, não somente de teoria contra o racismo.

#leituraTerapia
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Anderson 07/01/2022

Uma discussão necessária
O livro aborda um aspecto interessante e relevante nas delicadas questões sobre raça e racismo: pessoas negras (inter-raciais) que se posicionam no espectro da branquitude. Mais do que tentarmos entender os motivos particulares que levam o indivíduo A ou B a assumirem uma pertença racial qualquer, é preciso enxergar que há nessa atitude uma pressão social, fruto de um longo e profundo processo de racismo que ainda perdura, trazendo consigo violências de todas as formas, inclusive a do apagamento identitário.

site: https://www.literaturablog.com/resenha-identidade-nella-larsen/
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Keila Bruna 18/04/2021

Uma história sobre colorismo
O livro narra a história de duas mulheres negras de pele clara que por algumas circunstâncias seguiram caminhos diferentes. Reflete muito sobre ancestralidade.
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Tayana Alvez 28/03/2021

O que é que foi que aconteceu aqui?
Li identidade esperando uma coisa e recebi outra.
A história apresenta o reencontro de duas amigas negra de pele clara e nos mostra onde elas se estão na vida naquele momento.

Daí pra frente temos de lidar com Irene, uma mulher negra casada com um homem negro, que tem filhos e vive sua vidinha no bairro negro no qual cresceu

E Clare, uma mulher que se passa por branca é casada com um homem abertamente racista e tenta se conectar com a sua ancestralidade a partir do reencontro com a amiga.

Gostei do livro, ele tem muitas camadas, é reflexivo, provocador...

Diferente do que muita gente tenta fazer parecer, não é um livro sobre rivalidade feminina, é um livro sobre idolatria da identidade.

Irene tem um pé atrás muito intenso com Clare, ao mesmo tempo que se deixa ser envolvida por ela; e Clare desenvolve um afeto que beira o homossexual pela figura de Irene, pela mulher negra que vive como negra.

É intenso, dói e destrói.

Independente do final, se sim, se não, o fato é que Clare era apaixonada pela vida de Irene e isso me chocou muito.
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