Contos Índios

Contos Índios Ruth Guimarães




Resenhas - Contos Índios


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Libera 20/12/2020

Sabe todas aquelas histórias sobre a natureza, os animais e os seres mágicos que ouvimos na infância? A autora Ruth Guimarães conseguiu reunir neste livro vários destes contos incríveis, para isso ela ouviu pessoas em várias localidades, adicionando um pouco de conhecimento de cada povo.
O livro conta com um lindo prefacio de Daniel Munduruku, onde ele diz que as histórias indígenas devem ser lida com o coração, e realmente cada conto traz uma magia que só pode ser sentida com o coração.

"Que conheciam os índios? O sol, a noite, o rio, o macaco, a preá, a onça. Que queriam eles? Viver. Além do comer, do beber, do reproduzir-se, queriam também saber quem os tinham feito. Que faziam eles neste mundo."

O livro traz antes dos contos um mapeamento da região, onde mostra vários aspectos indígenas que carregamos até hoje, e que não deve ser perdida. A autora fala sobre culinária, artesanato, entre vários outros conhecimentos que adquirimos dos índios, como um prato muito conhecido no Vale do Paraíba, (moro em São José dos Campos) que é o içá, cresci vendo meu irmão comer içá, aqui era muito comum. Então ler sobre coisas que já ouvi, que já conheci na minha cidade foi muito acolhedor.

"As história indígenas devem ser lidas com o coração. A cabeça não consegue chegar onde os sentimentos chegam. A cabeça costuma fazer juízos de valor; o coração apenas sente porque se abre ao mistério de existir." 

Os contos narrados neste livro são repletos de sabedoria, onde através de histórias da floresta podemos aprender com quem nunca se importou com nada além de cuidar do planeta e da vida existente nele. 
Me senti uma criança novamente, lendo cada conto e me emocionado com cada história, isso sem falar em quanto conhecimento sobre a natureza adquiri, não aquele conhecimento cientifico, mas aquele de que conviveu em contato com a natureza. Alguns contos falam sobre um mesmo tema, mas cada um mostra uma visão diferente sobre o assunto, como exemplo o curupira, que conheci de uma maneira e aqui descobri várias versões desse mesmo personagem, tão corajoso e tão esperto também.
Devemos sempre saber de onde viemos e nunca esquecer a quem realmente pertence essa terra, mesmo que com o tempo o homem branco tenha tomado todo o direito e lugar dos verdadeiros povos pertencentes a esse território. Por isso essa leitura se faz tão necessária.

"E foi um dia, o outro andava com um carrinho pelos caminhos, e escutou um trote. Passou uma espécie de animal estranho de pés com a ponta para trás, e nas pegadas dele um mundaréu de bichos, todos correndo e barulhando."

A edição da Faro sempre surpreende, e desta vez não foi diferente: a capa é chamativa, a diagramação é perfeita. A divisão de capítulos conta com imagens tribais incríveis, deixando a edição ainda mais incrível.
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Pandora 22/11/2021

Ruth Guimarães Botelho foi uma poetisa, cronista, romancista, contista e tradutora brasileira. Nascida em Cachoeira Paulista, em 1920, especializou-se em folclore. Foi aluna de Mário de Andrade e membro da Academia Paulista de Letras. Você sabia? Eu, até então, não.

Segundo informações na quarta capa, “todas as histórias deste livro foram extraídas apenas de registros orais”. Sobre isso, nos diz Ruth: “quanto à linguagem, claro, recontei à minha moda. Sou portador. Sou caipira. Tenho direito.”

E que delícia de livro! Bem leve e fluido e cheio de significados. Algumas histórias podem ser contadas para crianças. Primeiro, Guimarães faz um mapeamento da região pesquisada e um apanhado rápido do folclore, culinária e do artesanato ameríndio. Depois vêm Os contos de Curumim assim divididos: I. Cosmogonia Tupi; II. Histórias etiológicas de bichos; III. Histórias de macaco; IV. Histórias de onça; V. Ciclo do jabuti; VI. Quatro histórias do Curupira; VII. A cobra-grande.

A autora faz uns paralelos sobre a simbologia dos animais, ao afirmar que “Como a Tartaruga do folclore negro, o Jabuti indígena é vagaroso, débil e calado, o que talvez justifique a sua forma de valentão e manhoso. Aparece como vingativo, o que vemos nas histórias em geral. Há um verdadeiro ciclo do Jabuti, com essas qualidades, embora saibamos todos que ele é inofensivo e jamais ataca. Entretanto, é por meio de contos do Jabuti que o ameríndio demonstra que acredita na prevalência da inteligência sobre a força.” Ela também nos explica que a onça não goza de boa reputação entre os índios: “em todos os contos em que aparece, o fracasso é dela. Ela simboliza a força bruta, cega, estúpida, violenta. Derrota-a a astúcia do coelho, do sapo, do macaco e do tatu, pequenos e ardilosos.”

Apesar de ter tido contato com lendas brasileiras não só na escola como em leituras posteriores, o que li aqui foi diferente de tudo: das versões do Curupira à explicação de como teria surgido a noite. Senti-me criança de novo e mais próxima da nossa verdadeira identidade, da nossa terra-mãe. Me vi rindo de jabuti enganando onça e se dizendo melhor dançarino que Fred Astaire! E o macaco, dissimulado e vida boa?

O projeto gráfico é de uma beleza que acrescenta! A capa é linda e agradável ao toque, com texto em relevo, o interior repleto de motivos étnicos, a escolha do verde como cor principal, a fonte super agradável…

Enfim… um livro todo maravilhoso.
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Malu 16/03/2022

O livro se concentra em histórias dos povos indígenas do Vale do Parnaíba mas amplia para referências de outros povos indígenas tanto no Brasil quanto na América Latina, além da contribuição também de elementos africanos para a construção de algumas dessas narrativas.
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Rafaele21 23/03/2022

Ruth ?
Foi o meu primeiro contato com a escritora Ruth Guimarães, eu sou meio suspeita em falar sobre este tipo de leitura, pois aguça muito o meu interesse em saber mais sobre mitos e mitologias. É a primeira vez que tenho contato e entendimento sobre o folclore brasileiro e sobre a cosmogonia indígena.

Super indico está leitura e trata-se de um livro que tanto adultos quanto crianças podem ler.
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Biblioteca Álvaro Guerra 21/09/2022

"Este importante livro da saudosa Ruth Guimarães é um documento essencial para não esquecermos nossas próprias origens ancestrais. Creio, aliás, que este é um dos principais motivos pelo qual se escrevem livros: para não nos permitirmos esquecer o passado e, consequentemente, nosso pertencimento a um mundo em transformação".
- Daniel Munduruku

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786586041385
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Karinne 16/12/2021

Por meio do resgate da história oral a autora apresenta a cosmogonia tupi, histórias etiológicas de bichos e uma riqueza de narrativas.
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Ge Leite 27/01/2022

Interessante
Ok, eu comecei a ler com outra expectativa. Achei q ia falar as várias variações das histórias dos clássicos do folclore indígena, como boitatá, curupira, iara, vitória régia e outros. Mas não

A maioria dos contos é focado na origem dos animais, ou pq eles são do jeito que são. São contos mto bonitinhos e interessantes que valem a pena ser lidos
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