Rafa 10/10/2011Resenha - O Vale dos Anjos - Leandro Schulai “O Vale dos Anjos” é daqueles livros que você começa a ler, e não para mais, com sede de querer saber o que vai acontecer na próxima página. Viciante!
Dimítris tinha uma vida super normal, acho que mais do que isso, era perfeita. Mariah era sua esposa, amava ela mais do que a si próprio, e formava uma família linda de gregos. A história no início se passa em Atenas [Grécia], lugar encantador... E é várias vezes visitadas por motivos que saberás mais tarde. Um dia qualquer Dimítris pressente que vai morrer, e morre num acidente logo pela manhã, antes de subir ao seu trabalho. Ele não acreditava que tinha morrido, e nem que deixaria sua esposa sozinha, não aceitava de maneira alguma que sua vida fosse levada desse jeito. Ele queria de alguma forma poder voltar a tudo como era antes...
"... O momento parecia durar uma eternidade; se perguntava por que a morte tinha de ser daquela maneira, mas não teve tempo de entender, pois era tarde demais. Dimítris simplesmente fechou os olhos, desta vez, para nunca mais abri-los novamente. O carro acabou perdendo o controle e foi para fora da pista, chocando-se fortemente contra uma árvore que estava do outro lado." página 21
Dimítris poderia ter ido para as 8 prisões [considerado como inferno], mas por ter tanta lábia, e construir bons argumentos conseguiu, de uma maneira vitoriosa entrar no Paraíso. Isso me convenceu de que ele futuramente me deixaria enjoado, mas me enganei.
Até aí tudo bem, é tudo lindo e emocionante, já que antes de chegar ao seu julgamento, ele foi recepcionado pelo Obelisco, o guia de enterro, que mais tarde tornaria-se seu melhor amigo no Olimpo, um lugar realmente encantador, com personagens super interessantes, como se fosse como a Terra, mas onde só há paz e liberdade entre as pessoas, não o egoísmo presente nos nossos dias.
"_ Eu sou conhecido como o guia de enterro, sou aquele que vem no dia da morte de cada humano, na hora exata." página 27
Entre tantas revelações contadas a seguir no livro, é impossível não se apaixonar pela personagem Anne, que além de linda, ainda é um cupido. Achei muito interessante...
Nunca imaginei que nesta história contada, o céu teria 8 deuses, nos quais controlavam todos os elementos existentes. É como se os deuses terrestres, como Zeus e Cia., mas só que de uma maneira mais organizada e controlada.
Assim que chega ao céu, Dimítris o personagem principal, tenta de todas as formas encontrar com seu pai, não achava ele de jeito nenhum. Perguntava pra todos e nada dele. Quando não fazia isso, ou estava conversando com seus melhores amigos, ou arrumando mais amigos, porque ele é bastante falastrão, ou então estava arrumando maneira de poder descer a Terra para se comunicar com sua esposa, que de uma maneira amorosa ela sempre compreendia seu marido, acreditava que um dia os dois se reencontrassem.
Passando as páginas, Dimítris percebeu que a única maneira de se tornar em carne e osso, seria tornando-se um anjo-semideus, assim como os oito existentes, e seus amigos o avisaram de que teria em alguns meses o “Torneio dos Céus”, no qual o ganhador levaria a honra de se tornar um anjo. E eis que ele ficara animado para conseguir essa proesa.
Achei interessante, que o autor, não só ficou focado no personagem principal, mas se diluiu de uma maneira do texto sem sair do tema, adentrou na história de Anne e de Obelisco, que por sinal foi bem contado, só lendo para se emocionar dos relatos.
Um fato curioso, é que nos céus, você poderia morrer eternamente, ser destruído, mas ao mesmo tempo você podia errar, podia trabalhar se quiser, tinha tudo de graça nas suas mãos, entende. No início sentiria fome, sede, sono, todas necessidades humanas, mas com o tempo isso passaria. Bem interessante. Sobre o torneio me lembrei muito de “Dragonball Z”, em várias cenas selecionadas por minha cabecinha, fiquei pensando como era grande, o ringue, que na realidade era um Coliseu, como se pudesse couber o mundo todo ali para poder assistir, e cabia, milhões de pessoas.
"_ Sim, no Coliseu, palco de lutas do Torneio dos Céus, haverá uma agenda com grandes shows de cantores muito famosos que viveram na Terra, além de outros que surgiram aqui. Também haverá uma sensacional queima de fogos, já tradicional há milhares de anos." página 281
Enfim, o livro não tem ponto fraco, juro, a não ser o fato de que no fim, me deixou angustiado pra saber o que ocorreria no torneio, que não posso falar. A leitura é super leve, as páginas se esvai muito rápido. Foi fácil entrar na história, o difícil foi sair dela.
Apaixonante, misterioso, cheio de aventura, assim posso descrever “O Vale dos Anjos” para vocês. Super recomendo, vale tanto pra adulto, quanto para infanto e juvenil. Vale a pena. Aliás como disse Benjamim, nada é certo além da morte e dos impostos, para Dimítris, a morte dele pode se tornar mais do que uma aventura.
Ainda bem que vai ter continuação, ufa...