Amanda 23/05/2021
4 estrelas
Em seus últimos escritos, Platão revisita ideias de sua primeira obra, A República, alterando algumas formas de pensar, graças à maturidade adquirida mas mantendo, essencialmente, os ideias de constituição/fundamentos de sua sociedade ideal.
Difere da República, ao dar maior enfoque às Leis e sua responsabilidade na orientação/norteamento do comportamento da sociedade por ele idealizada, ou seja, enquanto àquele criou a sociedade ideal, este propõe um ordenamento jurídico ideal para o Estado projetado por ele.
Destaca a importância do papel do legislador, que deve ser "um verdadeiro educador dos cidadãos" e sua missão principal não deve ser castigar transgressões cometidas mas previnir suas ocorrências.
Mantém sua ideia de que há três formas de governo, ou seja, três tipologias possíveis de se governar uma sociedade: a democracia, a aristocracia e a monarquia (formas puras), que quando desvirtuaras, no momento em que os interesses dos governantes se desvinculam do coletivo (sendo o democrático, corrompido pelo desejo de liberdade, o aristocrata pelo desejo de riqueza e o monarca pelo uso da violência para manter-se no poder), deságuam, respectivamente em governos anárquicos, oligárquicos ou tirânicos.
Para ele, as leis ideais combinariam elementos da monarquia e democracia. O autor confere origem divina às leis e trata, ainda de uma série de outros temais afins à constituição de uma sociedade, como religião, educação, guerra e exército, justiça (que define como a relação harmônica das 3 virtudes fundamentais que devem regular a alma: a temperança, a coragem e a sabedoria), relações civis.