A floresta

A floresta Daniel Gruber




Resenhas - A floresta


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Débora Pizzio 20/06/2022

Vale a leitura dessa obra nacional
Eu não esperava absolutamente nada dessa história e me surpreendeu que em 164 páginas o autor conseguiu fazer muita coisa. Li numa leitura coletiva do mês de folk horror.

As personagens principais são muito interessantes, a gente torce por elas. Os homens são detestáveis.

Eu só acho que não dei mais estrelas, porque não me conectei tanto, mas é muito válido a leitura. Tem alguns plot twist bem legais e se passa no sul do Brasil e como moro aqui, me senti feliz de ler um autor gaúcho trazendo uma coisa bem diferente.
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Thainá - @osonharliterario 02/12/2022

A ligação entre bruxaria e força feminina
Durante o fim do século XIX, no sul do Brasil, uma jovem chamada Anna é forçada a se casar com um homem bruto, Johannes, assim que completa a maioridade. Seu pai, o pastor do local, a vê sendo levada a força por seu futuro marido, sem mexer um dedo para impedi-lo ou ajudá-la. Afinal, o papel da mulher é esse, não é mesmo? Casar e servir ao seu marido.

O relacionamento de Anna e Johannes é marcado por agressões, impedimentos e um certo de tipo de prisão, já que a nossa narradora-protagonista sofre tudo calada, fazendo o seu papel. Isso até conhecer Mathilde, uma mulher diferente – ou melhor, o seu completo oposto – que lhe desperta a curiosidade imediatamente.

Logo, as duas parecem criar uma espécie de amizade e cumplicidade proibidas, pois Mathilde aparenta usufruir de uma liberdade que Anna deseja e de que os homens reprovam. Mas depois que Anna tem um sonho estranho envolvendo Mathilde, mais duas mulheres conhecidas, a floresta misteriosa e o seu desejo de libertação, a sua vida começa a virar de cabeça para baixo tomando rumos que nem ela esperava.

TW: violência física e sexual.

Anna não é uma personagem comum e a bruxaria aqui pode ser vista de várias formas, com alguns significados que vão além do próprio ato de bruxaria.

Temos aqui uma mulher, assim como as demais da época, que não escolhe o seu destino; uma mulher vista como um mero objeto, algo que pode ser negociado, vendido. Há uma certa relação de vulnerabilidade feminina, onde os traumas e os abusos moldam quem cada personagem é. Há também uma certa sororidade, mesmo que mais velada e perigosa, afinal duas mulheres juntas podem ocasionar o início de uma revolução (ou matança) inesperada.

O livro também trata das nuances do que de fato é uma bruxa: bruxa é aquela velha decrépita que idolatra um ser demoníaco e sobrenatural ou é apenas uma mulher que busca tomar as rédeas da sua vida em um momento histórico onde isso era visto como uma barbaridade e sacrilégio?

Uma história de vingança, mas que, nas entrelinhas, disserta sobre como uma mulher pode recuperar sua força e liberdade, mesmo que para isso tenha que traçar um caminho cruel, sangrento, e se transformar em algo que nunca quis. A Floresta é, então, uma história de força feminina que transcende o teor da bruxaria.

Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras.

site: https://sonhandoatravesdepalavras.com.br/2022/12/02/resenha-a-floresta-daniel-gruber/
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PsicoThriller 04/10/2022

Excelente leitura de halloween
Ler esse livro foi como ler algo relacionado aos dias atuais. Os temas e assuntos tratados mostram como a sociedade não evoluiu em relação às mulheres. A floresta é um livro pesado que retrata fielmente a misoginia, a repressão, a obsessão religiosa e todo o tipo de violência feminina que, independente da década, continua sendo cometida.

Apesar de se passar no século 19, Daniel soube deixar a história fluida e interessante com capítulo curtos e linguagem acessível, mas sem perder o tom que a época propõe.

As cenas da floresta são bizarramente deliciosas para os amantes de Bruxas. Daniel Gruber conseguiu me envolver e transportar completamente através da ambientação e atmosfera que criou.

Algumas cenas são de tirar o fôlego e projetam no leitor sentimentos intensos e viscerais. Cenas de brutalidade com toques sangrentos que enojam e ao mesmo tempo glorificam o momento em uma união grotesca de emoções.

A floresta é uma história de vingança e de como a ira de uma pessoa pode levá-la ao seu próprio abismo. Mas acima de tudo, é uma história do poder do feminismo sobre o patriarcado machista e opressor.

Recomendo demais!
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Lucs 09/09/2021

Horror nacional de primeira
Confesso que comprei o livro às cegas e quando descobri que o autor era brasileiro temi que não entregasse um thriller à altura de outros estrangeiros que li. Que supresa a minha que foi uma leitura deliciosa, não sou um leitor rápido mas eu praticamente comi o livro em quatro dias. A história me prendeu e fiquei querendo saber mais e mais sobre a ?Mazama? e sua amiga ?Tilda?.
A obra lembra A Bruxa e quem curtiu o filme, vai gostar de ver algo semelhante.

Os capítulos super curtos ajudam a dar uma pausa sem se perder o fio da meada, é como se fosse um quick save num jogo de videogame.
A parte que não curti foi o trabalho da editora, apesar de todo o capricho, sobrecapa e marcador personalizado, o livro se descolou da capa e no final da leitura já se desprendera por completo.
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Rute31 09/06/2022

A Floresta
?Os contos ensinavam que meninas não deviam usar vermelho, não deviam sair sozinhas, nem conversar com estranhos. Deviam temer os lobos e não confiar em velhas feias, e não deviam ficar sozinhas na casa de homenzinhos desconhecidos. E nunca, nunca deveriam provar nenhuma maçã.?

Numa isolada colônia alemã do sul do Brasil, no final do século XIX, Anna só tem uma vontade: ser escritora. Mas seu plano se despedaça quando ela é obrigada a se casar com Johannes, um homem bruto que a humilha e castiga a troco de nada.

Infeliz em tudo, Anna encontra conforto na amizade de Tilda, uma moça do tipo "descolada" que vive perto de sua nova casa. E é a partir dessa amizade que o mundo todo de Anna se desintegra.

A escrita desse livro é muito gostosa, muito fluida. Anna é uma personagem um pouco ambígua (a impressão que me deu) e eu gostei mais ainda dela por isso, porque ela é tão humana. A forma como as revelações do passado vão se alinhando aos acontecimentos presentes é muito natural e ao mesmo tempo causa um susto.

Não é tanto um livro sobre bruxas (embora elas existam), nem sobre religiosidade, ou qualquer coisa sobrenatural assim, apesar disso estar no livro. Me parece muito mais um livro sobre como o ser humano pode ser assustador, e mais bizarro que qualquer monstro em uma floresta.
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Perigor 04/07/2021

Até onde você iria para ser livre?
Tem resenha lá no IGTV do meu perfil no instagram (@_perigor_), vai lá dar uma olhada!

site: https://www.instagram.com/tv/CQgFO3gnjOq/?utm_source=ig_web_copy_link
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Vanessa Amaral 29/04/2021

Da pra sentir a tensão no ar
A tensão e o clima estranho entre os personagens vão crescendo exponencialmente ao longo da história. O medo Fica próximo sempre.
Boa história, meio lenta, mas boa.
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Gildenisson 19/04/2021

Livro interessante e que aborda muito mais que bruxaria, fala sobre sentimentos e dificuldades, assim como superação. Uma ótima surpresa.
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Hill 20/03/2021

Fui atraído inicialmente pela capa, que embora simples, tinha algo de ?tem coisa estranha nesse livro?, talvez pelo fato de ter me remetido a capa do filme A morte do demônio, mas a questão é que foi um livro que li querendo não acabar, pois a medida que eu lia, mais coisas pequenas porém estranhas e desconfortáveis iam ocorrendo me deixando completamente curioso enquanto montava um quebra cabeça com as pistas mostradas. Acho que o único ponto negativo desse livro é ter sido tão curto, certas coisas pareciam ocorrer rapidamente, deixando um gostinho de ?quero mais?.
Enquanto lia não tinha como não lembrar do filme A bruxa e o livro O vilarejo, que trazem essa atmosfera claustrofóbica e pesada mesmo sem ter acontecimentos grandiosos em maior parte da trama, embora em O vilarejo em boa parte dele haja forte presença de gore, ainda assim Daniel conseguiu criar esse desconforto com coisas sutis de maneira bem interessante. Um detalhe que me deixou mais curioso enquanto lia era a possibilidade de um romance sáfico pela tensão entre duas personagens, que foi feita de maneira bem delicada e interessante, que casou bem com todo o tema de auto descoberta desse ?novo eu? que a protagonista vai descobrindo ao longo do livro.
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o.fran.cisco_ 13/10/2020

Uma experiência
A leitura foi uma ótima experiência. Lembrou o ritmo e a estranheza de quando assisto ao filme A Bruxa. Explora muitos temas e e medos comuns a todos nós... Recomendo!
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Cyntia 01/03/2022

De roer as unhas até sangrar...
São muitos os medos impressos ao leitor por meio de uma boa narrativa. Acredito, no entanto, ser a expressão mais arrasadora do medo literário, aquela personificada através do homem e para o homem. Infelizmente, a capacidade humana de aterrorizar transpõe-se à boa literatura de horror e atinge a realidade, vindo comumente atrelada ao gosto pela violência e pela destruição.

Em A Floresta, o autor Daniel Gruber trabalha bem a sombria interação entre os dois medos opostos que compõem o clima claustrofóbico da narrativa, à despeito de sua ambientação campestre.

Se por um lado, o sobrenatural, o oculto e o desconhecido se apresentam pela imponente figura da Floresta, que não apenas entitula o livro, mas também funciona como um organismo tão ou mais dotado de personalidade quanto os demais personagens humanos habitantes das cercanias; por outro, se expõe a ameaça humana, palpável e constante, representada aqui não somente por um homem, mas pelo sólido sistema patriarcal vigente e responsável por conferir inquestionável poder à figura masculina, inclusive sobre destino, vida e morte de mulheres.

Anna Schutz, filha de pastor e frequentemente tida como "diferente" ante às tradicionalíssimas comunidade e época nas quais nasceu, se vê submetida à um casamento arranjado, com um homem autoritário e violento. Condenada à uma existência deprimente e sem perspectiva, a morte se exibe como uma possível escapatória.

Nesse contexto pouco promissor, Anna se aproxima de uma figura bastante peculiar em meio ao conservadorismo em voga. A estreita relação firmada entre Anna Schutz e Tilda, a estranha moradora das proximidades, desencadeia uma série de assombrosos eventos responsáveis por arrastar Anna, à largos passos, até as obscuras e úmidas entranhas da Floresta.
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Ariadne 25/08/2022

Brasil, século XIX. Em uma colônia alemã afastada no sul do país, nos deparamos com Anna, filha do pastor da cidade, e uma das poucas pessoas que sabe ler naquele local.

Infelizmente, por ser mulher, ela é obrigada a se casar contra a sua vontade. Seu marido é um homem bruto e cruel, que não hesita em leva-la para morar longe de sua família e a proibir de ler. Vítima constante de violências e humilhações, Anna vive praticamente isolada em uma casa na floresta 👀

Os dias dela são angustiantes, e sentimos a todo instante uma sensação horrível de prisão. Sua solidão só não é completa porque ela conhece Mathilde, uma mulher muito misteriosa que parece ter uma relação particular com a floresta.

É com Mathilde que o enredo se torna mais sinistro ainda. Conforme avançava na leitura, comecei a duvidar de tudo e todos, incluindo aí a própria Anna. E com esse avanço, a presença da floresta também cresce.

Sabe o filtro dos filmes de hoje, que deixa tudo cinza? Foi assim que me senti lendo. A floresta é Como um animal à espreita, apenas esperando o momento de poder se revelar, uma névoa que rodeia a história e se revela aos poucos.

A partir daqui, já estava com raiva e torcendo para que Anne se vingasse de todo o machismo que a rodeia. Assim, por mais que houvessem passagens pesadas, a curiosidade não me permitia deixar esse livro um pouco de lado.

Mas mesmo nessas partes, o autor foi muito sensível ao retratar as mulheres e os sofrimentos pelos quais muitas passam. Outro ponto mais do que positivo é que a escrita é super fluída, e os capítulos breves tornam difícil não quer ler o próximo em seguida.

A história é assustadora de várias maneiras, e é com angústia que passamos por cada capitulo, imaginando como Anna terminaria sua história, se ela se renderia às trevas e mistérios da floresta...

Sem dúvidas, esse é um dos melhores livros que eu li do gênero. Daniel criou uma obra prima que mostra que muitas vezes a escuridão da mente humana pode ser muito pior do que a floresta que dá calafrios a cada vez que é mencionada.

site: https://www.instagram.com/p/Chpf8icuUdd/
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Speck Of Giovanna 27/10/2020

Se você entrar na floresta, ela entrará em você.
Aviso: contém cenas de abuso que podem gerar gatilhos.

No século XIX, as mulheres eram obrigadas a se casar para poder viver. Da subserviência ao pai iam direto para o casamento. E até lá, deveriam se manter virgem e pura. E ao seu marido, deveriam se manter fiel. Era mal visto uma mulher sair à rua a noite, - a não ser que a ida fosse a Igreja -. Ter uma amiga? Jamais. Tudo o que a mulher fazia, deveria ser acompanhado. Realmente uma condição obscura e depressiva.

Sem palavras para dizer o quanto amei esse folk horror. Traz tantas reflexões, tanta história... uma obra que necessita ser analisada cuidadosamente. Apenas aviso que é cruel. Sabendo disso, vá fundo e adentre nessa floresta fascinante.

Disponível no Kindle Unlimited.
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