Berlim

Berlim Jason Lutes




Resenhas - Berlim


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Athos 28/02/2024

Recorte temporal e espacial de Berlim
Berlim é uma Graphic Novel que retrata o entre-guerras e a bagunça do período na sociedade.

A obra desenvolve diversos núcleos de personagens para demonstrar o impacto da política e das ideologias em surgimento e disseminadas ao povo.

Obviamente, apresenta diversos fatos históricos representados no enredo e como afetou a vida dos personagens.

Governo, nazistas, comunistas, burgueses, judeus, jornalistas, políticos e uma confusão de opinões e interesses. Òtima obra para entender um pouco mais o contexto alemão entre as duas grandes guerras.
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Luís Gustavo 19/02/2024

Baita quadrinho
O autor levou mais de 20 anos para concluir esse quadrinho e, ao ler, dá pra entender bem o motivo.

A história se passa na Berlim dos anos 1920, entre a República de Weimar e a ascensão do Partido Nazista ao poder. A gente acompanha diversos personagens de fundos diferentes: artistas, políticos, operários, escritores, jornalistas, etc. Todos interagem com uma cidade fervilhando de mudanças e conflitos constantes, sempre com a ascensão do nazismo de fundo.
Conforme a história e o tempo progridem, a temperatura também aumenta e nós, já sabendo no que vai dar, nos angustiamos. E, mesmo assim, mesmo sabendo que, invariavelmente, o fim é triste, eu nutri alguma esperança de final feliz. Vai entender.

Enfim, o quadrinho é incrível, super denso, apinhado de textos e informação da Berlim da República de Weimar. Acredito que dê um panorama bacana da cidade da época e que mostre como o nazismo não foi, ao menos no início (1920 até 1933), tão unânime quanto podemos pensar que foi.
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Kaue1704 08/02/2024

Pedrada artística e literária!
Desde o momento em que comprei, senti que tinha em mãos uma pedrada artística e literária. Não foi pra menos. É fascinante a forma que Lutes descreve a metrópole em pensamentos e desenhos, um flaneur que observa, reflete, desenha e escreve.
Berlim não me atraiu por ser uma graphic novel de guerra, passa bem longe de ser somente isso. Com sutileza ela mostra a vida cotidiana das pessoas de diversas classes vivenciando uma iminente tragédia se aproximando.
O roteiro que fluí pelas imagens, sempre são sensíveis na descrição sobre os acontecimentos e lugares, principalmente na forma de descrever a cidade e a vida urbana.
Na arte, me fascinou a forma usada para mostrar que somos formigas construindo algo muito maior que nós, que é a cidade da qual nós damos vida. A técnica de focar em um personagem depois ir ampliando de quadrinho em quadrinho para enxergarmos de cima, viramos expectadores de todo o fluxo de pessoas que movimentam e alimentam a vida urbana.
Uma HQ para ser relida e apreciada. Refletir por meio dos diálogos, pensamentos e muito somente pelo desenho de traços lindos e expressivos. Uma leitura completa que só a HQ pode oferecer. Brilhante!
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Flavia.Rios 04/02/2024

HQ bem extensa que fala sobre os acontecimentos que sucederam em Berlim no período entre guerras e a ascensão do nazismo na cidade, isso por meio de várias histórias que ocorrem paralelamente e por vezes se cruzam. A narrativa em si demorou para engrenar, pois tive dificuldade em gravar os nomes dos personagens e a identificação das imagens dos mesmos. Por vezes, confundia-os. Mas foi interessante a leitura, os desenhos são esteticamente expressivo e belos. Uma obra prima!
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Vini Laux 18/01/2024

Singular
O trabalho em retratar a plural sociedade berlinense em um contexto dos mais importantes da história é feito de maneira que muito me agradou. Obviamente, por não ter vivido a época, não posso desfrutar completamente da obra, mas vê-se claramente uma sociedade dividida, com ódio de si mesma, derrotada e com direção ao caos completo do fascismo. O final, infelizmente, já é conhecido por todo ser humano. Os desenhos são expressivos, histórias de marginalizados que de fato aconteceram e um sentimento ruim de que a "maior merda" ainda está por vir permearam a minha alma enquanto lia. Seria difícil dizer a um alemão que mesmo após 1918 e 1929 as coisas iriam piorar muito, e esse foi o destino dessa sociedade nojenta que foi a Alemanha do início do século XX. A humanidade é complexa, e essas histórias ne fazem acreditar que o homem pode sempre criar outra forma de se superar e piorar as coisas. É um absurdo ainda estarmos aqui depois de tudo. A realidade é inaceitável.
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Vania.Cristina 17/08/2023

Cidade, história, diversidade, conflitos e contradições
Essa HQ foi publicada originalmente em três partes, em 2001, 2003 e 2018, resultado de extensa pesquisa. A narrativa começa quando Marthe Müller conhece Kurt Severing num trem, rumo a Berlim. O ano é 1928, Marthe está se mudando para estudar arte na universidade e Severing é um jornalista que volta de um trabalho de campo. Começamos a acompanhar os pensamentos e as vivências desses dois personagens, ao mesmo tempo que conhecemos vários outros. Aos poucos, o autor vai nos revelando a terceira protagonista da história: a cidade de Berlim, rica em diversidade e repleta de contradições. Os personagens, que vão criando vida diante de nossos olhos, representam diferentes mundos, que por vezes interagem entre si, por vezes se chocam. Alguns deles são celebridades da época, mas todos são reais, mesmo que nem todos tenham existido de verdade. Temos os estudantes e professores, os jornalistas e intelectuais, os artistas, a elite burguesa, os operários, os desempregados, os mendigos, os imigrantes, as famílias, os militantes comunistas, os partidários do nacional socialismo, os políticos, os judeus, os ex soldados, os músicos de jazz, as coristas e a comunidade gay, dentre outros. Vários acontecimentos históricos são narrados: as viagens de zeppelin, o massacre de primeiro de maio, a prisão de jornalistas, os conflitos de rua, a perseguição contra os judeus, as manobras políticas etc. As histórias narradas trazem os contextos sociais, políticos e culturais, mas também a humanidade de seus personagens. Marthe está descobrindo sua sexualidade e seu papel no mundo enquanto artista e mulher. Severing, que mantém um pensamento pacifista, está cada vez mais depressivo, descontente com os rumos que a sociedade alemã vai tomando. Esse livro precisa ser lido com atenção e calma porque podemos ficar confusos com a quantidade de personagens. Eu precisei anotar nomes e voltar pra trás algumas vezes durante a leitura. As notas no final do livro ajudam e trazem informações surpreendentes. Aprendi muito. Recomendo.
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ArnaldoJr 06/08/2023

1920s revisited
Berlim é uma história em quadrinhos inigualável sobre o surgimento do fascismo na Alemanha na década de 1920. Sem dúvida, uma das melhores HQs que já li. Fiquei estupefato ao saber que o quadrinista, Jason Lutes, levou 20 anos para ser finalizá-la. Dankeschön mein Freund, es ist wunderbar!
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Art 17/06/2023

A ameaça do cotidiano por uma visão construtivista
Berlim é uma coletânea de quase 600 páginas e que representa um trabalho de vida do autor, Martin Lutes, levando 20 anos até sua conclusão. A obra registra o período histórico entre guerras até a chegada ao poder por parte dos nazistas (1928-1933). O autor se utiliza de eventos históricos com elementos fictícios mais atrelados aos personagens. Por exemplo, grande parte deles realmente existiram e atuaram dentro daquele contexto, mas não necessariamente agiram do modo como está registrado na narrativa. Sua maioria também é nomeada e retratada em homenagem a ativistas, jornalistas e artistas em geral que veridicamente fizeram oposição pública aos nazistas. Em outras palavras, o contexto é, então, representado por eventos históricos e figuras reais (desde os políticos até os veículos de comunicação), mas não retratados de forma fiel.

O interessante aqui é que os acontecimentos não são contados por um único ponto de vista, mas por vários deles. A realidade em tempo real e sua mudança constante é vista aos olhos do jornalista pacifista, da militante comunista que perde sua infância, da família judia, do músico estadunidense negro, da dançarina de cabaré, do anticomunista (que nem sabe o que isso significa) e nazista, entre muitos outros. Todos os pontos de vista à ascensão nazista são retratados: do apoio e ignorância à resistência e antagonismo.

A parte ilustrada dos indivíduos ocorre de forma intercalada e muitas vezes acaba por vir de encontro com a de outro. É mostrada a mistura de diferentes universos numa mesma cidade, assim como uma moral de que cada um deles não faz a ideia de quem o outro é e o que passou (coisa que apenas quem lê sabe). Essa é uma proposta base da HQ. De certa forma, pode-se afirmar que Berlim não tem como protagonista um indivíduo em questão. A protagonista, no caso, é a própria Berlim e tudo que a engloba. Com isso, as histórias mostradas não ganham o papel de serem paralelas a algo, mas justamente ser pertencente ao todo, ao contexto histórico.
Observando a construção da obra, três elementos centrais podem ser destacados: o cotidiano, as identidades e as percepções. Há uma abordagem construtivista no modo com que esses elementos contribuem para a formação e perspectiva pela qual a história é mostrada. É pelo cotidiano que surgem as percepções e demonstrações de mudança e do quanto algo hoje tratado como inimaginável-impossível pode se tornar possível, uma ameaça, no amanhã. Exatamente nessa condição, a ascensão nazista é retratada como algo banal que se transforma em uma ideologia que toma o poder e o pensamento público dominante. Ainda, o cotidiano serve para demonstrar a passagem de tempo e como um evento impacta indivíduos de um mesmo espaço físico de formas distintas, assim como suas percepções e enfoques serão diferentes. Uma cena que ilustra essa subjetividade é quando um homem e uma mulher, conversando sobre o fim da primeira Guerra Mundial, se lamentam por motivos distintos. O homem, alegando estar envergonhado, reclama da falta de ímpeto do exército para continuar lutando; A mulher, em dores, pelas quase 2 milhões de mortes no conflito (apenas na Alemanha).

Nesse sentido, a abordagem construtivista recebe muito mais um papel de retratar, por meio das distintas identidades, o período histórico do que de propriamente explicar. Junto com isso, a subjetividade passa a ganhar importância na forma de ver como cada um age e em como devidas interpretações por essa decorrência pode ser brutalmente perigosa.

Algo diferente também feito pelo autor é o destaque dado a figuras pouco representadas quando o tema em questão é abordado, apresentando um maior foco sobre agentes da sociedade civil. Também ocorre o resgate dos feitos revolucionários de Rosa Luxemburgo, elucidada em diversas citações, e de Ernst Thälmann (líder do KPD, Partido Comunista da Alemanha), figuras de suma importância e que deveriam ser até mais abordadas na educação base. Mas, de forma conjunta, também aparecem outras figuras menos conhecidas que atuaram diretamente em oposição ao reacionarismo. Além disso, mas não menos importante, há a citação de figuras do campo artístico que não são propriamente personagens, como o caso do pintor Frans Masereel e de John Heartfield. No caso do último, está presente nas páginas finais uma fotomontagem crítica ao fascismo. Ambos os artistas eram anticapitalistas e usaram suas artes para criticar também o nacionalismo presente do pós primeira guerra.

O resgate dessas figuras pouco conhecidas fora do imaginário alemão do século XX (e olhe lá!!) é tão profundo e bem trabalhado que chega a espantar quando é revelado que o autor é um estadunidense.

Mesmo consumindo alguma obra sobre determinado contexto, é praticamente impossível presenciar, sentir e saber o mesmo que alguém que lá e viveu. Não estando de verdade naquele contexto e tendo em mente essa impossibilidade, Martin Lutes transforma sua obra em uma representação histórica de um ponto de vista construtivo. Os antagonismos, sentimentos, pensamentos e representações daquela Berlim são reimaginados por meio de suas ilustrações do paisagismo gente de Berlim, assim como reforça as ameaças da banalidade do ódio reacionário pelo olhar cotidiano.
Mariantonia0 18/06/2023minha estante
Mucho texto não lerei


Art 18/06/2023minha estante
é q lacrar gasta caracteres ne........




Sangelo.Silveira 08/06/2023

Fim da Década de 1920 e início dos anos 30, o sentimento de revolta e inconformismo dos alemães domina as ruas das cidades, movimentações políticas, revolucionárias e partidárias estão em cada pedra das paredes de Berlim. Nesse caos ideológico acompanhamos o dia a dia de jornalistas, políticos, soldados, artistas, crianças, donas de casas, comerciantes, moradores de ruas e profissionais da noite.

Tudo se entrelaça e se encaminha para o início de uma nova Guerra, vemos as decisões das pessoas mudarem, seus objetivos, seus medos crescerem e a violência sobressair ao diálogo.

As relações amorosas são mais contidas aos olhos da sociedade, mas o desejo vibra pelo ar. Acompanhamos o início da perseguição aos Judeus e a comunidade LGBTQIA+, o surgimento de líderes e de quem vai ficar marcado na história seja para o bem ou para o mal.

BERLIM é um romance em quadrinhos completo e necessário para não esquecermos as atrocidades que o homem é capaz de fazer.
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Greice 16/04/2023

Longo e enfadonho
Uma leitura incrivelmente longa e bastante enfadonha. São tantos personagens e a arte é tão similar que muitas vezes é difícil diferenciar uns dos outros. Berlim é a história de uma cidade em ebulição decadente, raiva e amargura combinados à apatia e devassidão darão origem a um dos períodos mais negros da história da humanidade. Ao final só resta aos personagens se render, morrer ou fugir. Fiquei curiosa em saber o que aconteceria com os personagens posteriormente, preferencialmente em formato de conto ao invés de quadrinhos.
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Lara 14/03/2023

Quadrinhos não são tão frequentes em minhas leituras (só mesmo da Turma da Mônica), mas vira e mexe alguns muito interessantes aparecem na lista de leitura. Berlim retrata a vida na Alemanha no pós 1a Guerra e durante todo o processo de ascensão do nazismo. Lutes retrata a atmosfera do período por meio de algumas histórias, que no começo parecem pequenas janelas para o cotidiano alemão. Com o desenrolar da história, essas janelas se expandem e as histórias de encontram, algumas muito conectadas, outras menos. Os conflitos deixados pelas feridas ainda abertas pela 1a Guerra revelam um país dividido entre socialistas e nacionalistas, "arianos" e judeus... Toda a aura de insatisfação e conflito crescente que abriram caminho para as ideias radicais do nazismo se desenrola através das histórias apresentadas. No final, a ideia geral é a de completude de um ciclo para alguns e a antecipação do fim para outros, alguns chegam a Berlim com esperança de uma vida melhor e conseguem fugir bem a tempo, para outros a cidade representa a opressão de uma vida, assim ficar e lutar é a única opção, mesmo que a batalha só tenha um resultado final possível, e não seja favorável. A narrativa é fluida, tão ágil que por vezes chega a confundir, algumas trocas de janela são tão rápidas que se demora um pouco a entender o fio condutor da narrativa, mas no geral esse recurso é bem explorado para expor os contrastes entre as realidades opostas que coexistem em Berlim.
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Emerz 11/03/2023

Eu demorei um certo tempo para ler essa obra. Longos dois anos, não que faça frente aos 20 anos que levou para ser produzida ou aos longos e terríveis anos em que a Alemanha e os países vizinhos sofreram com o nazismo.

Durante esses dois anos passamos por eventos terríveis no Brasil, sobreviver a uma pandemia mundial aqui no sul da América na foi nada fácil. Com um governo que pouco se importava com a população e com uma crescente onda de negacionismo e fascismo que aos poucos foi ganhando a luz do dia.

Vivenciamos todos esses nazistas perderem o medo de exporem publicamente que são nazistas. Sofremos um governo que tinha um plano de extermínio e vivemos a miséria do país.

Mesmo assim o nosso povo jamais deixou de combater esses criminosos e levantar a nossa bandeira, se continuamos aqui hoje é porque em nenhum momento desistimos da luta. E vencemos, vencemos nas urnas e nas ruas e vamos continuar vencendo a escória e a podridão que esse desgoverno deixou para nós.

Não podemos nunca abaixar a cabeça e não podemos nunca deixar que tudo aquilo que já vivemos venha a acontecer de novo. Lembre-se do passado e garanta o futuro.
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Jean Bernard 10/03/2023

Magistral
Uma das melhores HQs que já li. Uma obra de arte magistral.
Várias histórias de personagens se cruzam em um ponto comum. A grande personagem: Berlin dos anos pré segunda guerra. Uma personagem viva que mostra o complicados panoramas políticos, sociais, culturais e familiares daquela Alemanha que sucumbiu ao nazismo. Sofreu. Renasceu.
Imprescindível. 10/10.
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Tamy 02/03/2023

Releitura ?
Berlim nos mostra a realidade caótica da capital alemã durante a República de Weimar (1918-1933) e como a situação encaminha-se para a ascensão do Partido N@zista.

Através dos personagens principais: Marthe Müller, Kurt Servering, Anna, Silvia, Gudrun e seu esposo e David Schwartz, podemos conhecer as diferentes camadas da sociedade alemã. Enquanto Marthe chega a Berlim e está deslumbrada com a cidade, Kurt preocupa-se com os desdobramentos da política. Enquanto Gudrun adere ao Partido Comunista, seu marido torna-se um oficial do partido N@zista. Já através de David e sua família, vemos os receios dos judeus aumentarem diante do cenário político.

Uma HQ muito bem construída, intercalando as realidades, os contrastes entre um personagem e outro, os interesses políticos, a fome, pobreza, o desemprego, a força da polícia ("os brucutus"), de como todo o caos vai aumentando gradativamente, até chegar ao poder um dos maiores d?tadores da História. 

Foi uma releitura bastante proveitosa e que me fez enxergar essa obra de uma forma diferente e entender melhor aquilo que Jason quis passar através dela. Recomendo demais essa graphic novel ??
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