Silvana 25/11/2020
"... eu dedicarei esse livro para a criança que essa pessoa grande já foi um dia. Todas as pessoas grandes já foram crianças — apesar de poucas se lembrarem disso."
Quando tinha seis anos, ele viu uma ilustração em um livro, de uma jiboia engolindo um animal. Ele então resolveu fazer o seu primeiro desenho inspirado na ilustração, mas quando mostrou o desenho aos adultos, todos diziam ser o desenho de um chapéu, quando ele tinha desenhado uma jiboia que tinha devorado um elefante. Ele resolveu então desenhar o interior da barriga da serpente, mas foi aconselhado a deixar de lado os desenhos. Foi assim que ele abandonou uma carreira promissora de pintor para se tornar um piloto de aviões. Mas seu primeiro desenho está sempre com ele e, ele usa como teste para saber qual adulto é realmente inteligente.
Ele foi sozinho por muito tempo, até que a seis anos atrás seu avião sofreu uma pane e ele foi obrigado a fazer um pouso de emergência no deserto do Saara. Ele só tinha água e comida para poucos dias, por isso ele tinha que achar um jeito de consertar o motor. Foi depois da primeira noite que ele conheceu o Pequeno Príncipe. Como ele está sozinho a quilômetros de tudo, ele levou um susto quando viu o garoto pedindo que ele desenhasse um carneirinho. Como seu talento para pintor consistia em desenhar uma jiboia que tinha engolido um elefante, vista por dentro e por fora, foi o que ele desenhou e qual não foi sua surpresa quando o garoto disse que queria o desenho de um carneirinho e não de uma jiboia que tinha engolido um elefante.
Eles começam a conversar e ele descobre que o Pequeno Príncipe veio de outro planeta, e que a Terra é o sétimo planeta que ele está visitando. Ele descobre que o planeta que o garoto veio, é muito pequeno e que tem três vulcões, um já extinto e uma flor com quatro espinhos. Ele mal dá atenção as coisas que o garoto está falando e perguntando, porque ele está mais preocupado com o conserto do avião. Mas quando ele começa a prestar atenção nas aventuras que o garoto viveu em cada planeta até chegar ali, ele percebe que havia se tornado o adulto que ele desprezava quando era criança.
Eu li O Pequeno Príncipe pela primeira vez depois de velha, cinco anos atrás, e essa é uma releitura. E acredito que me emocionei ainda mais dessa segunda vez do que da primeira. E eu me arrependo até o ultimo fio de cabelo de não ter lido ele antes. Queria ter lido ele criança e hoje com 39 anos, já teria relido algumas vezes. Como é um livro infantil, a história é bem bobinha, sem nada parecido com as histórias mirabolantes que temos hoje em dia. Mas o que realmente importa aqui é a bela mensagem que o livro traz. Um livro escrito tantos anos atrás, mas que é ideal para o momento em que estamos vivendo. Gente que tapa na cara que eu levei de um livro infantil. A Silvana criança teria vergonha da Silvana adulta, assim como aconteceu com o nosso protagonista.
Acho que cada um vê essa história de uma maneira e para mim, ele falou muito sobre valores. Como as coisas mudam de quando somos crianças para a idade adulta. Como é fácil agradar uma criança e tão difícil satisfazer um adulto. Como uma criança consegue ver as coisas mais importantes da vida e ser feliz com tão pouco e os adultos dão tanta importância para o "ter" e ficam sem chão quando isso lhes é tirado. Como não temos tempo para nada, só para o que "é importante", mas isso que julgamos tão importante são coisas que passam e o que fica são aquelas "bobagens" que as crianças dão tanto valor. Por isso que acredito que esse livro apesar de ser considerado infantil, é uma leitura obrigatória para todo adulto.
A parte do livro que mais me emocionou foi a conversa que ele teve com a raposa, queria copiar tudo aqui, de tão linda que ela é. Mas selecionei algumas frases que vão ficar para sempre comigo.
"As pessoas já não tem tempo para compreender coisa alguma. Elas compram tudo pronto nos mercados, mas não há loja alguma onde a amizade possa ser comprada, e assim as pessoas não tem mais amigos."
"E agora como prometido, aqui vai meu segredo. De fato é um segredo bem simples: é somente com o coração que podemos ver corretamente; o essencial é invisível aos olhos."
Quanto a edição mais uma vez vou me desmanchar em elogios para a Faro. Apesar de não ser capa dura, que é o acabamento preferido de muitos para os clássicos, ela está de encher os olhos e agrada a todos. Na capa temos muito gliter e é nesse tom de azul que amo. Por dentro está impecável, ilustrado com as aquarelas do autor. E se você ainda não leu essa história, leia. É minha segunda leitura do livro, mas significou até mais do que da primeira vez.
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